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Ab�dagem da Tosse e da Hemoptise Introdução: Tosse: -Se subdivide em: ❖ Tosse Aguda (menos de 3 semanas) ❖ Tosse Subaguda (3 a 8 semanas) ❖ Tosse Crônica (mais de 8 semanas) Tosse Aguda: -Principais causas: ❖ IVAS ❖ Pneumonia ❖ Exacerbação do quadro alérgico, de asma, de DPOC Tosse Crônica: -É a 5ª causa mais comum de procura de assistência médica no mundo, em adultos não tabagistas. -Principais causas: ❖ Infecções (TB) ❖ Tríade: asma, DRGE, gotejamento pós nasal ❖ Tabagismo (DPOC, CA de pulmão) ❖ Bronquiectasia, IECA, Doenças do parênquima pulmonar e Cardiovasculares. Complicações: Mudança no estilo de vida, sensação de esgotamento, insônia, rouquidão, cefaleia, dores musculares, sudorese excessiva, distúrbios urinários e síncope. Gotejamento Pós-Nasal (GPN): -É sinônimo de rinorreia posterior. -É a principal causa de tosse crônica. História clínica: -Sensação de algo escorrendo na garganta, congestão nasal ou rinorreia. -A minoria é assintomática. Exame físico: Mucosa nasal com enantema, congestão ou áreas de palidez; faringe com ou sem secreção. -Avaliação da resposta frente a terapêutica instituída (padrão-ouro). -As causas mais comuns de tosse secundária ao GPN são: rinite alérgica, rinite vasomotora, rinite pós-viral, sinusites, rinite medicamentosa e rinites secundárias agentes irritativos do ambiente. -As sinusites representam 30% das causas de tosse não produtiva e 60% das tosses produtivas. -A radiografia está indicada na avaliação inicial quando não for possível o diagnóstico baseado nos sintomas clínicos, quando houver resposta insatisfatória ao tratamento ou nos casos de suspeita de comprometimento de estruturas adjacentes. Exames Complementares: -Radiografia: -Tem maior utilidade na avaliação dos seios maxilares, esfenoidal e frontal. -Achados sugestivos de sinusite: opacificação ou velamento do interior da cavidade paranasal, níveis hidroaéreos e espessamento mucoso superior a 6mm e 8mm em adultos. Tomografia: -Pedir quando há dificuldade no diagnóstico. -É o método de escolha na avaliação crítica das cavidades paranasais. Nasofibroscopia: -Tem importância nos pacientes com sintomas crônicos e na determinação de causas anatômicas. -É complementar à TC. Asma: -É a 2ª causa mais comum de tosse crônica. -História clínica de sibilos, dispneia, sensação de aperto no peito e piora com beta bloqueador. OBS: a resposta sintomática após a utilização de 𝛽2 agonistas é fator chave no diagnóstico de asma como causa de tosse. A utilização de corticoides não pode ser assim considerada, pois outras doenças (bronquite crônica e eosinofílica e rinite) podem apresentar melhora sintomática evidente. Bronquite Eosinofílica: -Pode ser confundida com a asma. -Difere da asma por ausência de obstrução ao fluxo aéreo, ausência de hiperresponsividade das vias aéreas e ausência de infiltrado mastocitário no músculo liso das vias aéreas. -Representa 13% dos pacientes com tosse crônica. -Melhora clínica com corticóides oral ou inalatório. Refluxo Gastroesofágico: -É a 3ª causa mais frequente de tosse crônica. -Teorias da fisiopatologia: ❖ Reflexo esôfago-traqueobrônquico ❖ Estímulos de ácidos e enzimas à faringe e à laringe. ❖ Síndrome de aspiração pulmonar. -Ausência de sintomas dispépticos em 50 a 70% dos casos. -O exame contrastado do esôfago com bário pode ser normal. -A endoscopia de esôfago pode ser um método inicial de avaliação, tendo grande utilidade na graduação da esofagite, mas o exame normal não exclui o diagnóstico (ainda não machucou). -Monitorização ambulatorial do pH esofágico em 24h tem sensibilidade e especificidade elevadas, mas resultados falso negativos podem ocorrer. -A pHmetria é indicada para documentar refluxo em pacientes com endoscopia normal, refratárias a tratamento, avaliar recidivas após tratamento cirúrgico, avaliar pacientes com manifestações de faringe, laringite ou tosse crônica refratárias ao tratamento anti-refluxo. Outros Sintomas: Rouquidão, engasgos, espasmos, dor, queimação na faringe, pigarro, globus faríngeos. Laringoscopia: -Permite detectar alterações inflamatórias agudas e crônicas, que comprometem estruturas maus posteriores da laringe: ⅓ posterior das cordas vocais, aritenóides, etc. -Alterações: edema, enantema, hipertrofia, espessamento de mucosa ou formação de granuloma de contato. -Alterações Estruturais: cistos, nódulos e pólipos de pregas vocais. -Alterações Funcionais: fendas e assimetria. Bronquite Crônica: -Tosse produtiva na maioria dos dias, por um período de 3 meses, pelo menos por 2 anos. -Representa 5% das causas de procura médica por tosse crônica. -A maioria dos pacientes é tabagista, atribui a causa da tosse ao cigarro. Bronquiectasia: -Representa 4% das causas de tosse crônica. -É a 4ª causa de tosse crônica. -Tosse com expectoração, podendo estar associada a dispneia. -Na ausculta: crepitações, roncos e sibilos. -A TC de tórax tem sensibilidade de 60 a 100% e especificidade de 92 a 100% -A broncoscopia não tem utilidade no diagnóstico, mas pode ser utilizado para localizar pontos de sangramento, investigar infecções associadas e investigação de corpos estranhos. Carcinoma Broncogênico: -Tumores podem produzir tosse em 70 a 90% no curso da doença, mas a minoria procura atendimento. -Na investigação de carcinoma o Raios-X de tórax, exame do escarro e broncoscopia são exames iniciais a serem solicitados. -O raios-X de tórax quando normal, dá lugar à tríade do GPN e a bronquites, sendo pouco provável o CA. -O escarro é utilizado quando há hipótese de doenças inflamatórias ou neoplásicas quando há contra indicação de broncoscopias. -A broncoscopia pode ser utilizada na sequência de investigação, quando houver dúvida. É possível analisar lesão endobrônquica, tumores síncronos ou metastáticos e realizar a coleta de material para anatomopatológico. IECAs: -Representam 0 a 3% dos casos de tosse crônica. -A tosse está presente de 3 a 20% dos pacientes que tomam a medicação -Qualquer tipo de IECA: captopril, enalapril, ramipril, etc. -Geralmente ocorre após meses da introdução da medicação , em razão do acúmulo de substância P, bradicinina e prostaglandina, que estimulam fibras C na mucosa respiratória. -Os BRA (losartana) não induzem tal acúmulo, portanto causam tosse em menor incidência. Colapso Traqueobrônquico: -É a 5ª causa mais frequente de tosse crônica. -Tosse crônica de difícil controle, acompanhada de sensação de sufocamento. -Diagnóstico se faz por endoscopia através de visualização do colapso expiratório das vias aéreas distais. Outras Causas: -Pós Infecciosa: história de infecção + raios-X de tórax normal. Geralmente ocorre pós M. pneumoniae. -Pós Aspiração de conteúdo alimentar: pode ocorrer em idosos, em doenças neuromusculares ou pós AVC. Distúrbios de motricidade ou de sensibilidade podem ser responsáveis. Pode haver mudança na voz, perda ponderal. -Tosse + Dispneia progressiva = Insuficiência Ventricular Esquerda. -Tosse + Hemoptise, derrame pleural, dispneia e dor torácica = embolia pulmonar. -Compressão extrínseca da via aérea por tumor ou malformação arteriovenosa pode causar tosse. -Tosse secundária a irritação do nervo de Arnold (ramo auricular do nervo Vago), responsável por uma parte da sensibilidade do conduto auditivo externo. -Tosse de origem psicogênica deve ser considerada em último caso. Hemoptise: -É expectoração de sangue provindo do parênquima pulmonar ou das vias aéreas. Tipos de Hemoptise: -Hemoptise Discreta: raias de sangue vivo no escarro. -Hemoptise Maciça: expectoração de grande volume ( > 600 ml de sangue em 24 a 48h). Coágulos vermelho-sangue podem ser excretados quando o sangue fica alguns dias na via aérea inferior. -Pseudo Hemoptise: fonte que não o trato respiratório inferior (cavidade oral, aberturas em cavidade nasal, faringe ou língua, hematêmese aspirada). Causas de Hemoptise Leve: ❖ Bronquite 33% dos casos de hemoptisedescreta. ❖ Carcinoma broncogênico 20% ❖ Tuberculose 7% ❖ Pneumonia 5% ❖ Bronquiectasia 1% ❖ Hemoptise central, em homens de 30 a 50 anos. Diagnóstico: Anamnese: -Histórico: quantidade de sangramento, frequência, cronologia e duração. -Sintomas associados. Histórico: -Se o paciente apresenta episódios repetidos durante meses a anos: pensar em adenoma brônquico ou bronquiectasia. -Se o paciente apresenta pequena quantidade de hemoptise diária durante semanas: pensar em carcinoma broncogênico. -Se o paciente fez viagem para os EUA: pensar em Coccidioidomicose e Histoplasmose. -Se o paciente fez viagem para Ásia: pensar em Paragonimíase e Ascaridíase. -Se o paciente reside na América do Sul: pensar em Esquistossomose. -Se o paciente ortopnéia e dispnéia: pensar em ICC, particularmente estenose mitral. -Se o paciente tem exposição ocupacional à anidrido trimetílico (superfícies de metal aquecido recebe cobertura de resina epóxi-Síndrome, pensar em síndrome pós exposição. -Paciente com a tríade de doenças das vias aéreas superiores, inferiores e renal: pensar em granulomatose com poliangeíte. -Se o paciente tem histórico de lúpus. -Síndrome de Goodpasture: homens jovens com doença renal. -Transplante autólogo de medula óssea (hemorragia alveolar difusa). Ao Exame Físico a Inspeção da Pele e das Mucosas pode Sugerir: -Telangiectasia hemorrágica Hereditária. -A presença de equimoses e petéquias podem indicar anormalidades hematológicas. -Pulsações transmitidas pela Cânula de traqueostomia indicam fístula de artéria traqueal. -Se o paciente apresenta sibilos unilaterais ou crepitações: pensar em adenoma ou carcinoma brônquico. -Se o paciente apresenta taquipnéia, flebite e atrito pleural: pensar em embolia pulmonar. Exames Complementares: ❖ Hemograma ❖ Urina ❖ Estudo da coagulação ❖ ECG ❖ Rx tórax ❖ Broncoscopia ❖ Broncoscopia com lavado broncoalveolar
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