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Síndromes Geriátricas

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Síndromes Geriátricas
Introdução:
-O termo “síndromes geriátricas” é utilizado para
identificar condições clínicas em indivíduos com
idade > 60 anos.
-São condições de saúde que afetam a capacidade
da pessoa idosa de gerir sua própria vida,
interferindo na funcionalidade de tarefas
cotidianas.
-Exemplos: imobilidade, instabilidade postural,
incontinência urinária, etc.
-Segundo a OMS, idoso é todo indivíduo com 60
anos ou mais, sendo que esse limite mínimo pode
variar segundo as condições de cada país.
-O estudo do processo de envelhecimento é
chamado gerontologia, enquanto o estudo das
doenças que afetam as pessoas idosas é chamado
geriatria.
-O idoso é considerado saudável quando é capaz de
solucionar sozinho os problemas do dia a dia, de
forma independente e autônoma, mesmo que
apresente doenças.
-A autonomia é a capacidade de decisão e
comando sobre as suas ações, estabelecendo e
seguindo as próprias regras.
-A independência é a capacidade de realizar algo
com os próprios meios.
Saúde do Idoso:
-É determinada pelo funcionamento harmonioso
de quatro domínios funcionais:
❖ Cognição
❖ Humor
❖ Mobilidade
❖ Comunicação
-Tais domínios devem ser rotineiramente avaliados
na consulta geriátrica
Cognição:
-É a capacidade de compreender e resolver os
problemas do cotidiano. É constituída por um
conjunto de funções corticais, formadas pela:
❖ Memória (capacidade de armazenamento
de informações).
❖ Função executiva (capacidade de
planejamento, antecipação, sequencia-
mento e monitoramento de tarefas
complexas).
❖ Linguagem (capacidade de compreensão e
expressão da linguagem oral e escrita).
❖ Praxia (capacidade de executar um ato
motor).
❖ Gnosia (capacidade de reconhecimento de
estímulos visuais, auditivos e táteis).
❖ Função viso-espacial (capacidade de
localização no espaço e percepção das
relações dos objetos entre si).
Hum� no Idoso:
É a motivação necessária para os processos
mentais
Mobilidade do Idoso:
-É a capacidade de deslocamento do indivíduo,
dependa da:
❖ Postura/marcha
❖ Capacidade aeróbica
❖ Continência esfincteriana
Comunicação do Idoso:
-É a capacidade de estabelecer relacionamento
produtivo com o meio (habilidade de se
comunicar).
-Depende de visão, audição e fala.
Síndrome Geriátrica:
-Características:
❖ Incapacidade cognitiva / comunicativa e
insuficiência cerebral.
❖ Instabilidade postural e quedas.
❖ Imobilidade.
❖ Incontinência urinária/fecal.
❖ Iatrogenia
-Geralmente têm múltiplas etiologias.
-Não constituem risco de vida iminente, mas
associam-se a maior mortalidade.
-Podem ocorrer de forma concomitantemente e
compartilham fatores de risco entre si.
-Associam-se a perda funcional e comprometem a
qualidade de vida.
-São de extrema complexidade terapêutica
Incapacidade Cognitiva / Insuficiência Cere�al:
-Designa o comprometimento das funções
encefálicas superiores capaz de prejudicar a
funcionalidade do indivíduo.
-Prejuízo na independência funcional e autonomia
do idoso.
-Inclui todas as condições capazes de interferir no
desempenho cognitivo global de forma
permanente ou temporária, progressiva ou não.
❖ Demências
❖ Delirium
❖ Depressão
❖ Doença mental
Demência:
-Prejuízo lento e progressivo da função mental que
afeta a memória, o pensamento, o juízo e o
aprendizado.
-A prevalência de demência aos 60 anos é de 5% e
duplica a cada 5 anos, chegando a 30 a 50% nos
pacientes com 85 anos ou mais.
Diagnóstico Precoce:
-Identificação de possíveis causas reversíveis e
planejamento dos cuidados nas atividades básicas
e instrumentais.
-Orientação familiar;
-Proteção contra acidentes domésticos.
-Reabilitação cognitiva.
Triagem Cognitiva:
-Mini-Mental (Folstein, 1975), teste do relógio e
fluência verbal.
-Excluir Delirium, Depressão ou outra doença
mental.
Avaliação do Estado Mental:
-O mini-exame do estado mental (mini mental),
representa o principal teste de triagem das funções
encefálicas superiores.
-Todos os testes de triagem cognitiva são
influenciados pelo nível de escolaridade (instrução)
dos pacientes.
-O indicador de escolaridade possibilita a correção
dos escores dos testes.
Mini-Mental:
a pontuação máxima no teste Mini Mental (MEEM)
é de 30 pontos.
– Qualquer pontuação > 24 pontos (em 30) indica
uma cognição normal.
– Uma pontuação entre 20-24, sugere demência
leve.
– 13-20, sugerem demência moderada.
– < 12, indica demência grave.
*Em média, a pontuação no Mini Mental de uma
pessoa com Alzheimer diminui cerca de dois a
quatro pontos a cada ano.
Delirium:
Fatores Predisponentes:
-Déficit cognitivo pré-existente/demência
-Idade maior que 65 anos
-Episódio prévio de delirium
-Sexo masculino
-Múltiplas comorbidades
-Doenças crônicas
Fatores Precipitantes:
-Medicações
-Procedimentos médicos/cirurgias
-Doenças Agudas: infecções, infarto agudo,
acidente vascular cerebral, Trauma, etc
-Imobilização prolongada.
-Uso de equipamentos invasivos: sonda vesical,
sonda nasoenteral.
-Restrição física.
-Desidratação, desnutrição, iatrogenia DHE, etc.
Depressão:
-As queixas centram-se na alteração do humor
(sendo mais comum a tristeza) e diminuição do
interesse ou prazer em todas ou praticamente
todas as atividades do dia.
-São associados sintomas de angústia, cansaço,
queixas de memória (esquecimentos), ansiedade,
problemas com o sono (sendo a insónia a mais
comum), perda ou ganho de peso, agitação ou
lentificação, sentimentos de culpa excessiva,
diminuição da concentração ou pensamentos
recorrentes de morte.
-É uma das doenças que mais atinge os idosos.
-Na maioria dos casos surge de forma inespecífica,
estando associada a sintomas diferentes e
incaracterísticos.
-É frequente que os idosos e os seus cuidadores
não reconheçam estes sintomas como doença,
atribuindo os mesmos ao processo de
envelhecimento.
-Recomenda-se que todos os idosos sejam
avaliados, em busca do diagnóstico de depressão,
tendo em vista a sua alta prevalência e sua
significativa repercussão.
-O tratamento da depressão inclui o uso de
medicamento, associados ou não à psicoterapia.
-A eletroconvulsoterapia (ECT) está indicada nos
casos urgentes, refratários ou quando o tratamento
farmacológico não é seguro.
-A escolha da droga a ser utilizada baseia-se,
principalmente, na análise das comorbidades
clínicas e, sobretudo, nos seus efeitos colaterais.
Instabilidade Postural e Quedas em Idosos:
-Instabilidade Postural: mudança súbita e não
intencional do corpo em direção ao solo.
-Envelhecimento causa alterações anatômicas e
fisiológicas.
-Redução da habilidade de controlar a postura e
distúrbios da marcha.
-Maior tendência a sofrer quedas.
A cada ano:
-65 a 74 anos - 32%
-75 a 84 anos - 35%
- + 85 anos - 51%
-Idosos brasileiros (+ 60 anos) - 30%
-Mais frequente em mulheres até 75 anos
Principais Fatores de Risco:
-Idade > 80 anos,
-História prévia de queda
-Polifarmácia
-História de distúrbio da marcha ou do estado
mental.
-O medo de cair ou síndrome pós queda afeta
aproximadamente 25 a 40% dos idosos, mesmo
que nunca tenham caído e representa importante
fator de risco para declínio funcional e piora da
qualidade de vida.
-A queda pode ser um sinal de uma doença aguda
premonitória.
Causas:
❖ Extrínsecas:
❖ Intrínsecas:
❖ Etiologia multifatorial
Medicamentos Associados a Queda:
❖ Hipotensores: IECA, diuréticos,
bloqueadores dos canais de Ca;
❖ Hipnóticos: Clonazepam;
❖ Ansiolíticos;
❖ Neurolépticos;
❖ Hipoglicemiantes;
❖ Antidepressivos;
❖ Anti-Parkinsonianos
Imobilidade do Idoso:
❖ Doenças Musculoesqueléticas.
❖ Doenças Cardiovasculares
❖ Doenças Neurológicas.
❖ Doenças Respiratórias
❖ Doenças Psiquiátricas
❖ Causas Ambientais
Incontinência Urinária do Idoso:
-Perda involuntária da urina em hora e local
inapropriados e que prejudique as atividades da
vida diária do paciente.
-Prevalência: 30% dos idosos da comunidade e até
60% dos idosos institucionalizados.
-Sintoma frequentemente negligenciado pelo
paciente,médico e familiares.
-Os idoso com incontinência esfincteriana sofrem
limitações de sua participação social, em virtude da
insegurança gerada pela perda do controle
miccional.
-Pode comprometer a autoestima e independência
do paciente, levando ao isolamento social e
depressão.
-Outras complicações são: infecção urinária de
repetição, urosepsis, quedas e fraturas, dermatite
perineal e úlceras de pressão.
-Representa causa importante de
institucionalização.
-É fundamental que a equipe de saúde reconheça a
incontinência urinária como um problema que
merece ser investigado por ser muitas vezes
reversível, mesmo que parcialmente.
Exame Físico:
-História/características/presença ou ausência de
constipação/medicamentos em uso/acesso ao
toalete e ajuda/severidade do problema/ ingesta
excessiva de líquidos.
-Bexiga palpável, tumoração abdominal.
-Exame retal: impactação fecal, alteração da
próstata.
-Exame pélvico na mulher: prolapso uretral, vesical
e uterino, vaginite atrófica e tumorações locais.
Exames Complementares:
-Urinálise e Urocultura
-Medida do volume urinário residual ( sondagem
vesical e ultra-som) .
-Eletrólitos, uréia, creatinina, cálcio, glicemia,
citologia urinária.
-Avaliação Ginecológica e urológica.
-US de Abdome
Medidas de Manejo:
-A identificação da doença do trato urinário baixo
responsável pela IU.
-Ingerir quantidade adequada, mas não
excessiva,de líquidos.
-Evitar o consumo de álcool e de cafeína.
-Reduzir a ingestão hídrica noturna.
-Interromper o hábito do tabagismo
-Tratar a constipação
-Tratar as pneumopatias quando a IU é exacerbada
pela tosse.
-Os métodos comportamentais incluem o
treinamento vesical, os exercícios para
fortalecimento da musculatura pélvica.
-O treinamento vesical consiste na micção com
hora marcada, com aumento de 15 a 30 minutos
por semana, à medida que não haja a ocorrência
de episódios de IU.
-Os exercícios de fortalecimento da musculatura
pélvica em mulheres . Os exercícios podem reduzir
a IU e aumentar a pressão vaginal.
Tratamento Medicamentoso:
-A prescrição farmacológica para o tratamento da
IU é baseada no mecanismo para cada uma das
suas formas de apresentação.
-As drogas anticolinérgicas constituem o
tratamento mais utilizado para a IU, apesar dos
seus efeitos colaterais.
-A cirurgia é indicada quando o tratamento
conservador falha em aliviar os sintomas. Na IU por
transbordamento está voltada para a correção da
obstrução, como a causada pela hipertrofia
prostática.
-A cirurgia oferece altas taxas de cura, apesar de
ser invasiva e poder gerar complicações.
Incontinência Fecal do Idoso:
-Incapacidade de controlar a evacuação.
Prevalência:
-Comunidade (3 a 4%);
-Hospital ( 10 a 25%);
-Instituição de longa permanência (30 a 60%).
-Associada a incontinência urinária em 30 a 50%
casos.
Principais Causas:
1- Impactação fecal (fecaloma).
2- Uso abusivo ou inadequado de laxativos e
doenças colo-retais (síndrome do cólon irritável.
3- Prolapso retal.
4- Neuropatia diabética.
5- Carcinoma.
6- Fissuras ou fístulas anais.
-Exame Físico deve ser completo, incluindo o
toque retal e o exame do estado mental.
Iatrogenia:
-Médico (iatro) que produz (geno) moléstia (ia).”
-Os idosos são susceptíveis a iatrogenia, pois há o
declínio funcional de diversos órgãos e sistemas,
com alterações na farmacocinética e
farmacodinâmica das drogas, o uso de várias
medicações, presença de doenças agudas e
crônicas e as hospitalizações mais frequentes.
Causas:
1- Erro na orientação ao paciente: a prescrição
precisa ser clara e deve considerar dificuldades de
memória, leitura, dificuldades de deglutição,
dificuldades de tato (frascos difíceis de abrir,
envelopes resistentes, hemiparesias, deformidades
articulares, etc.);
2- Ignorar a resistência do paciente ou de seus
familiares ao uso de um determinado
medicamento ou classe terapêutica (aderência
medicamentosa).
3-Ignorar a prescrição de outros
especialistas já consultados, favorecendo a
repetição ou a incompatibilidade terapêutica –
muita atenção!!!!
4-Prescrição de um novo medicamento para
tratar o efeito colateral de um tratamento anterior.
5- Ignorar doenças concomitantes.
6- Optar por esquema terapêutico mais
complexo quando poderia retardar a introdução
de uma medida terapêutica;
7- Iniciar com dose máxima os
anti-hipertensivos, hipnóticos, antidepressivos,
anticonvulsivantes, anticoagulantes, etc. – não se
lembrando de uma premissa da geriatria “start
slow, go slow”.
-A incidência de reações adversas a drogas
aumenta com a idade e é o principal evento
iatrogênico.
-Responsável por 3 a 5% das internações
hospitalares.

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