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Direitos e Obrigações Contratuais

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1) Qual é o critério para determinar se uma obrigação é de meios ou de resultado? Explique com base na bibliografia indicada. (2)
R: Não há critério previsto em lei para determinar em quais obrigações cabe ao devedor atingir o resultado esperado e em quais basta-lhe empregar os melhores esforços, mas em doutrina destaca-se a importância de avaliar a função da obrigação em concreto, considerando as expectativas e a confiança criadas, assim como a satisfação do dever de informar, com base no princípio da boa-fé, e ainda a importância das práticas sociais típicas (usos e costumes) para verificar a álea da obrigação.
2) Jurema alugou o apartamento de seu Júlio por um mês, comprometendo-se a pagar dois mil reais pelo uso do imóvel até o quinto dia útil do mês seguinte, sob pena de multa de duzentos reais e juros de dois por cento ao mês. Figurou como fiadora no contrato Jammily, mãe de Jurema. Quando seu Júlio foi cobrar o aluguel, após o vencimento, não foi capaz de localizar Jurema e, quando procurou Jammily, esta se ofereceu a pagar apenas mil reais. Aduziu que ele jamais encontraria Jurema, pois só ela sabia de sua localização e que nunca conseguiria na justiça algo melhor do que essa oferta, pois ambas somente possuem bens impenhoráveis. Resignado, seu Júlio recebeu os mil reais ofertados e deu quitação da dívida. Pergunta-se: que direitos tem Jammily em face de Jurema? (2)
R: Jammily tem direito a exigir de Jurema metade da dívida (mil reais), com juros de dois por cento sobre esse valor e metade da multa (cem reais), pois, na condição de fiador, é terceira interessada no pagamento da dívida, fazendo com que, ao pagar, ela se sub-rogue por força de lei no crédito original (CC, art. 346, III), com todos os seus acessório (CC, art. 349), mas, tendo em vista que o pagamento foi parcial, a sub-rogação também será parcial, proporcionalmente ao valor que foi pago, isto é, metade (CC, art. 350).
3) Madeleine, Ari e Jonas celebraram um contrato de permuta (troca) pelo qual Madeleine e Ari se comprometiam a dar a Jonas um automóvel de propriedade dos dois (embora registrado no Detran em nome de Ari), enquanto se obrigava a lhes prestar serviços de contabilidade durante cinco anos. Sobre o caso, responda às seguintes perguntas, independentes entre si:
a) Se Jonas deixa de enviar a declaração de imposto de renda dos dois no prazo, impondo-lhes uma multa vultosa, porque seu provedor de internet esteve fora do ar durante todo o último dia do prazo para o envio, que direitos têm Madeleine e Ari?
R: Madeleine e Ari, diante da negligência de Jonas em deixar a entrega das declarações para a última hora e em não buscar outro meio para envio das mesmas, a exigir dele indenização das perdas e danos sofridas (CC, art. 248), podendo ainda, se persistir o interesse na entrega da declaração atrasada, requerer a cominação de multa processual para que ele cumpra a prestação ou sua condenação a arcar com a realização da prestação por terceiro (CC, art. 249).
b) Se, em hipótese diversa, Ari, antes da entrega do automóvel, em uma manobra imprudente quebre uma de suas lanternas, que direitos tem Jonas perante ele e Madeleine? (2)
R: Tendo em vista a culpa de Ari na manobra, Jonas tem a opção garantida pelo art. 236 do CC entre exigir a entrega do carro deteriorado – o que pode ser demandado de Ari ou de Madeleine (CC, art. 259) – ou o equivalente pecuniário do valor do automóvel, caso em que se controverte sobre se cada devedor (Ari e Madeleine) pode ser cobrado por metade do equivalente ou se somente o culpado, Ari, responde por todo o equivalente, mas é pacífico que Jonas pode cobrar as perdas e danos sofridas, em qualquer caso, apenas de Ari (CC, art. 263, §2º).
c) A resposta do item “b” seria diferente se Madeleine e Ari tivessem se comprometido solidariamente? (2)
R: Sim, pois nesse caso Jonas teria direito de exigir da qualquer um dos devedores, tanto Madeleine como Ari, a totalidade do equivalente, ainda que somente Ari possa ser cobrado pelas perdas e danos (CC, art. 279).

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