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1 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX Patologia I – Prof. Silvio – Aula 11 Neoplasias: bases moleculares, agentes carcinógenos, aspectos clínicos e laboratoriais CARCINOGÊNESE É através do DNA que os cromossomos passam as informações para o funcionamento da célula Nenhum câncer é instantâneo, todos possuem efeito cumulativos, de maneira lenta, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa prolifere-se e dar origem a um tumor visível Pessoas estão expostas de maneira voluntária (como no tabagismo) Papel do carcinógeno: infração com o DNA e ativação por enzimas celulares (iniciação e promoção) A carcinogênese é determinada pela exposição aos agentes, em uma dada frequência, por um dado período e pela interação entre eles Checkpoints: p53 é vigilante do nosso DNA (guardião do genoma) Estágio de iniciação: os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos, que provocam modificações em alguns de seus genes • Células geneticamente alteradas, podem não é possível detectar um tumor clinicamente Estágio de promoção: as células geneticamente alteradas, ou seja, “iniciadas”, sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores • Célula iniciada → célula maligna Estágio de progressão: se caracteriza pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas • Nesse estágio, o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados de – agentes oncoaceleradores ou carcinógenos • O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos 3 estágios da carcinogênese → metaplasia a nível do pulmão Vários são os agentes carcinogênicos que promovem alterações no DNA, transformando as células em malignas. Eles dividem-se em 3 categorias: 1. Carcinógenos químicos 2. Energia radiante 3. Vírus oncogênicos CARCINOGÊNESE QUÍMICA Já tem a sua sequência pré-estabelecida Iniciação: • Explicação ao agente indicador • Célula “iniciador” (lesão irreversível do DNA, mutação), com potencial de originar tumor • Iniciação da carcinogênese não é suficiente para formação de tumor – ou seja, o processo deve ser continuado Promoção: • Promotores – indução de tumores em células iniciadas, não são tumorigênicos sozinhos • Não promovem lesão do DNA • Aumentam a proliferação de células iniciadas • Células suscetíveis a novas mutações Genotoxicidade – eventos que causam danos ao material genético da célula Epigenicidade – eventos que têm lugar fora dos genes 2 Beatriz Erdtmann Silveira – Medicina UniFacimed – TXIX As substâncias químicas genotóxicas são divididas em 2 categorias: 1. As que interagem diretamente com o DNA 2. As que necessitam de uma conversão por meio de mudanças metabólicas antes que possam causar danos ao DNA = ativação- dependente CARCINOGÊNESE VIRAL Vários vírus tem mostrado potencial para induzir transformação maligna 3 principais vírus: 1. HPV – papilomavírus 2. EBV – Epstein-Barr 3. HBV – hepatite B HPV é epiteliotrópico = tem a pele e as mucosas como principais sítios de infecção • Possui mais de 100 subtipos, porém 4 são particularmente importantes: 6, 11 (lesão benigna), 16 e 18 (carcinogênicos) • E6 e E7 estão dentro do HPV. E6 se liga e sequestra p53. Assim, a célula infectada não induz apoptose, pois não percebe que a célula está errada A infecção pelo HPV é iniciada quando uma partícula viral penetra em células basais e células indiferenciadas e em divisão do epitélio. Ao menor trauma, que ocorrer durante a relação sexual, permite ao vírus penetrar na camada basal do epitélio pelas pequenas rupturas causadas, infectando a área mais mitoticamente ativa. O vírus multiplica-se exclusivamente no núcleo de células infectadas, no entanto, a manifestação patológica associada ao HPV é confinada aos sítios onde a infecção foi iniciada Diante de um epitélio inflamado (gardnerella, cândida), o epitélio se torna menos resistente, abrindo mais facilmente as fissuras Classificação TNM: T0 a T4 – no estado T4 existe a sobrevida de apenas 5% As células infectadas pelo HPV começam a produzir HPV, proliferando cada vez mais o vírus A área de transformação cervical é o local de maior atividade mitótica, podendo haver metaplasia (processo natural) e a própria carcinogênese O vírus Epstein-Barr é o mais potente vírus indutor de transformação e crescimento celular conhecido, sendo capaz de imortalizar linfócitos B humanos • Além de infectar linfócitos B, o vírus pode se alojar em células epiteliais da orofaringe e de glândulas salivares • Está relacionado com o linfoma de Burkitt, o carcinoma nasofaríngeo e outros tipos de neoplasia • Mononucleose infecciosa como diagnóstico diferencial em suspeita de amigdalite bacteriana • O HIV é um fator de risco Os vírus da hepatite B e C estão relacionados à maioria dos casos de CHC (carcinoma hapatocelular) • Cirrose de origem viral, com impedimento da apoptose e multiplicação das células com mudança do seu DNA pelo vírus RADIAÇÃO SOLAR A radiação ultravioleta é a maior causadora de câncer de pele, envelhecimento precoce, aparecimento de queratinas solares e rugas, apresentando efeito cumulativo A derme apresenta uma proteína – o colágeno – que “segura” a pele, destruída pelos raios solares RADIAÇÕES ELETROMAGNÉTICAS NÃO IONIZANTES Aumento da desnaturação de proteínas citoplasmáticas
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