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Sucessão do Cônjuge

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Sucessão do Cônjuge
Direito Civil VII - Sucessões
Ordem de vocação hereditária:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
A lei é a responsável por tecer diferenciações de acordo com o regime de bens
Nas situações onde há meação, onde o cônjuge já é meeiro, sua outra metade será partilhada apenas entre os descendentes.
O regime de bens sucessórios tem efeitos diferentes do direito de família.
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS:
Regime supletivo, na ausência de pacto, é o que irá vigorar. Grande opção dos casais.
Tudo que for adquirido onerosamente na constância do relacionamento (casamento/união estável) se comunica.
Aquilo que você recebe por fato eventual se comunica (loteria).
Tudo que foi acréscimo ao bem, a outra parte pode pleitear, mesmo sendo um bem particular.
Na ocasião de divórcio, será feito o levantamentos dos bens, onde será excluído a doação e herança, mas serão incluídas as benfeitorias, e será feita a divisão.
· Fundamento legal? Art. 1.829, I do CC/02
· Meação? Sim, sobre todos os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento/união estável
· Ana é casada com João, e na sua morte, metade do patrimônio adquirido na constância do casamento ficará para Ana, já é dela por direito do casamento, mesmo antes dele morrer.
· Cônjuge herda bens comuns? Não, pois já possui meação sobre estes bens. A outra metade vai ser distribuída apenas pelos descendentes.
· Cônjuge herda bens particulares? Sim, em concurso com os descendentes.
· Bens particulares: herança, doação, bem de quando solteiro(a).
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS:
O patrimônio é todo comum, mas o cônjuge não herdará, porque tem metade dos bens comuns e particulares por meação. Não herdará, pois a lei defende os descendentes.
· Fundamento legal? Art. 1.829, I do CC/02
· Meação? Sim, sobre todos os bens, exceto os casos do art. 1.668 do CC/02.
· Cônjuge herda bens comuns? Não, pois já possui meação sobre estes bens. Porque já tem a metade por um todo.
· Cônjuge herda bens particulares? Não, pois já possui meação sobre estes bens.
· Ana é casada com João que possui bens comuns (adquiriu no casamento), e bens particulares (adquiriu antes do casamento). Na comunhão parcial Ana só terá meação (metade) sobre os bens comuns. Na universal, terá sobre os dois. 
SEPARAÇÃO CONVENCIONAL (OU TOTAL) DE BENS:
· Fundamento legal? Art. 1.829, I do CC/02
· Meação? Não, porque o patrimônio está individualizado.
· Cônjuge herda bens comuns? Não, pois não há bens comuns, todos são particulares.
· Cônjuge herda bens particulares? Sim, em concurso com os descendentes. 100% do patrimônio.
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA (OU LEGAL) DE BENS:
· Fundamento legal? Art. 1.829, I do CC/02 e Súmula 377 do STF, que admite a comunicabilidade dos bens adquiridos, só irá partilhar por meação, o que for demonstrado prova de esforço comum.
· Meação? Sim, tendo em vista que a Súmula 377 do STF dispõe que “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”.
· Cônjuge herda bens comuns? Não, pois pela Súmula 377 já possui meação sobre estes bens.
· Cônjuge herda bens particulares? Não, por expressa disposição no art. 1.829, I do CC/02
Participação FINAL NOS AQUESTOS:
· Fundamento legal? Art. 1.829, I do CC/02
· Meação? Sim, mas somente na dissolução do casamento/união estável, seja por morte ou divórcio, conforme o art. 1.672 do CC.
· Cônjuge herda bens comuns? Não, pois já possui meação sobre estes bens
· Cônjuge herda bens particulares? Sim, em concurso com os ascendentes.
Cônjuge SEPARADO:
Quando o cônjuge não fez um divórcio em vida
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.
O STJ decide que, separou-se de fato, deixa de ser herdeiro.
O cônjuge só será herdeiro se estivesse com o outro morto ao tempo da morte.
Posição do STJ e demais tribunais – ATENÇÃO! - Temos precedentes que afastam o direito sucessório do cônjuge separado de fato, independentemente do prazo.
Direito real de habitação:
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
Proteção a moradia do cônjuge. Direito independente da participação da herança.
A lei defende o cônjuge mesmo se este tiver mais imóveis particulares e casar novamente.
Concorrência com descendentes:
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Temos filhos dos dois cônjuges, portanto, a lei entende que, a herança na existência de muitos filhos, deve ter uma reserva da quarta parte em favor do cônjuge, para não reduzir demais.
Assim, para que sua quota não fique muito pequena, a lei coloca que, na hora que ele for concorrer, tem que lhe ser assegurada a quarta parte (1/4), não podendo ser inferior.
Essa conta só faz sentido a partir de 5 filhos.
O cônjuge só terá essa proteção quando só tiverem filhos dos dois.
Prevalece o entendimento de que a reserva da quarta parte só ocorre quando há filiação comum (não cabe na híbrida).
Sucessão do companheiro:
Desde 2017 foram julgados dois Recursos Extraordinários, que equiparou, para efeitos sucessórios, o direito do companheiro ao direito do cônjuge.
Inconstitucionalidade do Art. 1790
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694)
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
Tese STF:
STF - Supremo Tribunal Federal. RE 878694 - “No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no art. 1.829 do CC/2002”.
Obs: questão acerca do reconhecimento como herdeiro necessário.
Para preservar a segurança jurídica, o entendimento sobre a inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil, deve ser aplicado apenas aos inventários judiciais em que a sentença de partilha não tenha transitado em julgado e às partilhas extrajudiciais em que ainda não haja escritura pública.
A tese teve reconhecimento de repercussão geral, ou seja, efeito erga omnes.
Exemplos:
Iranice é esposa de Pedro, casados em comunhão parcial de bens. Pedro faleceu e deixou três filhos: Igor, Tomas e Paulo. Deixou os seguintes bens:
1) Apartamento comprado durante o casamento
2) Casa de praia doada pela mãe a Pedro
Como ficará essa partilha?
 - O apartamento comprado durante o casamento, será parte de meação de Iranice, a metade, e a outra metade, fará parte da herança dos três filhos, divididos igualmente.
- Já a casa de praia, somente fará parteda herança de Iranice em concorrência com os três filhos.

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