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1 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira AULA 01, 02 e 03: Imaginologia – Dr. Luciano Wanderley INCIDÊNCIA EM PA Paciente de costas para o emissor de raio-x, póstero- anterior; Quanto mais passa raio-x, mais preto fica (hipodenso) e quanto menos passa raio-x, mais branco fica (hiperdenso). Desse modo, o pulmão que é cheio de ar, passa muito raio-x e a imagem fica preta. DENSIDADES (RAIO-X CONVENCIONAL) DENSIDADE DO AR; DENSIDADE DE GORDURA; DENSIDADE DE PARTES MOLES OU LÍQUIDOS (feixes musculares ou tecido celular subcutâneo); DENSIDADE DE ESTRUTURA ÓSSEA. OBS! Toda imagem no raio-x, como também em tomografia computadorizada, forma-se por diferença de densidade. OBS 2! É possível ver o contorno do coração porque tem o ar em contato com o coração. É possível ver, também, as cúpulas diafragmáticas por conta do contraste que existe entre as partes moles da cúpula e o ar do pulmão. Ademais, vê-se as costelas porque existe uma diferença de densidade, seja do pulmão em relação aos arcos costais, seja da musculatura da parede lateral em relação aos arcos costais. OBS 3! Não consegue diferenciar as câmaras cardíacas porque, tanto o sangue como as paredes musculares apresentam a mesma densidade. OBS 4! No pulmão, consegue identificar os hilos pulmonares direito e esquerdo e identificar as ramificações das artérias pulmonares: Esse raio-x é em PA; Também consegue visualizar a traqueia; O brônquio não tem expressão radiográfica, porque suas paredes são muito finas. INCIDÊNCIA EM PERFIL Paciente em decúbito, com o lado esquerdo do tórax em contato com o “pleite” de fósforo, os raios entram pelo lado direito; No raio-x em perfil, o hilo pulmonar é visto de frente, também é possível visualizar ramos das artérias pulmonares; Consegue delimitar a traqueia, já que a parede tem densidade de partes moles e dentro dela tem ar; Olhando a coluna vertebral de cima para baixo, é possível notar que ela vai ficando mais escura a medida que vai descendo o seu segmento torácico (isso é normal). Se ocorre de essa parte ficar igual ou hiperdensa, significa que existe alguma patologia nessa região. SEQUÊNCIA DE VISUALIZAÇÃO DO RAIO X OBS! Não é regra. EM PA 1. Iniciar pela periferia, identificar o tecido celular subcutâneo e partes moles; 2 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira 2. Avaliar o arcabouço ósseo (costelas, clavículas, etc), identificar alterações (como fraturas); No raio-x em PA, visualizam-se os ramos posteriores das costelas (mais horizontais, número 1 na imagem), se inserindo na articulação costovertebral; É possível ver o ramo anterior das costelas também (na mesma imagem, inclinados para baixo, número 2 na imagem da página seguinte); A cartilagem costal não é visualizada por não ter cálcio na composição (pode ser vista em pessoas idosas devido à calcificação). 3. Observar a região diafragmática e subdiafragmática (cúpula direita geralmente é mais elevada que a esquerda); 4. Observar a bolha gasosa do estômago (espaço de Traube), que pode ter conteúdo líquido se o paciente tiver se alimentado; O espaço entre as cúpulas diafragmáticas e as parede laterais do tórax é chamado de seio costofrênico (direito ou esquerdo, número 3 na imagem); Assim como, o espaço entre as cúpulas diafragmáticas e o coração é chamado de seio cardiofrênico (direito ou esquerdo, número 4 na imagem); 5. Observar o mediastino; Veia cava superior: linha reta na lateral do coração (número 5 na imagem); Átrio direito: arco convexo abaixo da veia cava superior (número 6 na imagem); Do lado esquerdo tem o primeiro arco convexo que é o arco da aorta (também chamado de crossa da aorta, número 7 na imagem), depois um arco côncavo que é o tronco da artéria pulmonar (número 8) e, por fim, um arco convexo que é o ventrículo esquerdo (número 9); 6. No pulmão, todas as ramificações são artérias e veias, é possível ver também a traqueia (número 10) e algumas vezes pode visualizar o brônquio fonte direito e esquerdo (como um tubo cinza na horizontal, visto na imagem como número 11). EM PERFIL 1. Identificar o esterno; 2. Observar a massa cardíaca (ventrículo direito - número 1- na frente e átrio esquerdo atrás - número 2); 3. Visualiza a traqueia e a parte torácica da coluna; 4. É possível ver uma parte do lobo inferior que não é visível no PA, pois está atrás das cúpulas diafragmáticas. Pode pedir para o paciente engolir contraste (sulfato de bário) e encher o peito de ar, faz com que o esôfago seja visto opacificado (branco), favorecendo a visualização da traqueia (na frente do esôfago que está branco) e o átrio esquerdo RADIOGRAFIAS PATOLÓGICAS ATELECTASIA PULMONAR ESQUERDA Pulmão esquerdo colabado. Pneumotórax do lado direito e um hemotórax do lado esquerdo; Opacificação do hemitórax esquerdo; Hipertransparência do hemitórax direito; Estruturas mediastinais desviadas para o lado esquerdo/lado colabado (a traqueia bem desviada); Bordo cardíaco direito desviado para a esquerda. PNEUMECTOMIA Mesma imagem de uma atelectasia pulmonar; Diferenciar pela história clínica; Pulmão restante hiperinsuflado (ultrapassa a linha mediana) para compensar a perda do lado oposto. 3 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira DERRAME PLEURAL MACIÇO Opacificação de todo o hemitórax esquerdo; O mediastino está desviado para a direita (diferencial dos outros quadros); Pulmão direito com a transparência normal; Traqueia também desviada para direita; Desvio para o lado contrário à opacificação. AGENESIA PULMONAR Ausência de um dos pulmões; Quadro similar à pneumectomia e atelectasia pulmonar; Quadro muito raro. ATELECTASIA DO LOBO MÉDIO Raio-x em PA praticamente normal; Alteração apenas no raio-x em perfil; Colapso do lobo médio, que faz com que essa área deixe de ter densidade do ar e passe a ter densidade de partes moles (a área fica delimitada pelas incisuras (incisura horizontal e oblíqua); ATELECTASIA DO LOBO SUPERIOR Opacidade na parte superior do pulmão delimitada por uma linha nítida; A área assume densidade de partes moles; HIDROPNEUMOTÓRAX O acúmulo de líquido faz com que a cúpula diafragmática tenha aparência reta (apenas do lado afetado); Pulmão colabado no centro da imagem; Ar na cavidade pleural; Vítimas, geralmente, de ferimentos penetrantes; ATELECTASIA DO LOBO SUPERIOR ATELECTASIA PULMONAR DIREITA Opacificação do hemitórax direito; Desvio do meadiastino e da traqueia para o lado direito; Caso de tumor do brônquio fonte direito; Portocath (em vermelho): utilizado para quimioterapia. É uma capsula subcutânea que estabelece contato direto com a veia cava superior; DERRAME PLEURAL (2) Cardiomegalia + líquido no espaço pleural; Opacidade na base do hemitórax esquerdo: aspecto curvado que remete a alteração no espaço pleural (Curva de Damoiseau) Derrame Pleural; O aspecto curvado é característico de líquido no espaço pleural, de forma que não há entrada de ar; 4 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira Tamanho aumentado do coração; No perfil, o esôfago com contraste sendo comprimido pelo coração (AD e VD encostam no esterno); Estenose mitral + ICC + edema Derrame Pleural. OBS! CURVA DE DAMISEAU o líquido está no mesmo nível, porém, o raio é mais absorvido lateralmente e menos absorvido na parte central, resultando na imagem em curva. DERRAME PLEURAL (3) Opacidade do hemitórax esquerdo + desvido de mediastino para o lado oposto; Traqueia desviada para direita; Curva de Damoiseau no HTE; No perfil, opacificação na região ântero-superior, perdendo o contorno cardíaco. HIDROPNEUMOTÓRAX (2) Opacidade de hemitórax direito + desvio de mediastino para o lado oposto + nível de líquido (derrame + ar); Apresenta nível, logo, há uma câmara de ar com líquido, que pode ser transudato, exsudato, sangue, pus, etc; Líquido em baixo (sangue) e ar em cima. DERRAME PLEURAL SUBPULMONAR Diferença de altura entre as cúpulas diafragmáticas; Obstrução do seio costofrênico; Líquido coletado entre a base do pulmão e o diafragma Derrame subpulmonar; Diagnóstico diferencial com hepatomegalia na incidência de Laurell; Ao deitar o paciente (segunda imagem), o líquido escoa para o espaço pleural lateral. DERRAME PLEURAL INTERCISURAL/ PSEUDOTUMOR DE PULMÃO Opacidade fusiforme no terço médio do HTD; Derrame pleural encistado na fissura horizontal, entre a pleural do lobo superior e a pleura visceral do lobo médio; Pode ser causado por: ICC (quando compensado desparece); Diagnóstico diferencial é realizado na TC. EMPIEMA PLEURAL Opacidade na porção lateral do HTD; Limitado internamente por pleura visceral. CONSOLIDAÇÃO ALVEOLAR CASO 01 Opacidade no lobo médio do HTD; Consolidação limitada pelas fissuras horizontais e oblíqua Sinal do broncograma aéreo; 5 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira Presença de aerobroncograma – no pulmão consolidado (branco) visualiza o brônquio preenchido por ar na opacidade pulmonar; OBS! Sinal da silhueta não observa contorno cardíaco direito devido a consolidação que atingiu o lobo médio do pulmão direito (o que dá o contorno do coração). Se a consolidação for no lobo superior do pulmão esquerdo, ocorre também esse sinal, pois é o lobo que dá o contorno no lado esquerdo. CASO 02 Consolidação no lobo superior do pulmão esquerdo; Presença de aerobroncograma; Sinal da Silhueta Não observa contorno cardíaco esquerdo. TC – corte axial; Extensa área de consolidação pulmonar com aerobroncograma. CASO 03 Opacidade no lobo superior direito, limitada inferiormente pela fissura horizontal. CASO 04 Opacidade no lobo inferior direito (contorno do coração delimitado); Presença de aerobroncograma. CASO 05 Opacidade no lobo superior esquerdo (não observa o contorno do coração do lado esquerdo); Presença de aerobroncograma. EDEMA (INTERSTICIAL) PULMONAR CASO 01 Cardiomegalia; Linha B de Kerley – linhas brancas nas bases pulmonares, formadas pelo líquido que passou para o espaço nos septos entre os lóbulos; Cardiomegalia + Linha B de Kerley ICC; Com diuréticos essas linhas desaparecem em caso de edema intersticial; Outra hipótese é a metástase linfática. Nesse caso, as linhas permanecem mesmo após os diuréticos; 6 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira OBS! O RX inferior direito apresenta, além de comprimento intersticial, comprometimento alveolar, pois é possível observar aspecto de consolidação. CASO 02 Comprometimento do compartimento intersticial do pulmão; Opacidade reticulares Infiltrados no interstício pulmonar – transudato, exsudato (infecção, hemorragia pulmonar) ou água (afogamento); Linhas B de Kerley edema intersticial. CASO 03 Comprometimento alveolar – consolidações no compartimento aéreo do pulmão (alvéolos); Pode ocorrer por: edema, ICC, afogamento, IR. CASO 04 Edema cardiogênico; Opacidade nos espações aéreos do pulmão consolidação alveolar (líquido nos alvéolos). CASO 05 Presença de marcapasso; Linhas B de Kerley edema intersticial pulmonar; Seios costrofênicos obstruídos derrame pleural; Vasos sem contornos definidos (quem dá o contorno do vaso é o contato com o tecido pulmonar, portanto, há um afastamento entre o vaso e o pulmão). GRANULOMA Consolidação no HTE; Granuloma calcificação de um complexo primário de tuberculose; Densidade de osso, bordo definido e benigno (até que se prove o contrário). TUMOR DE PULMÃO Massa lobular, solitária, sem bordos muito definidos; 7 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira Massa não calcificada Malignidade até que se prove o contrário. METÁSTASE PULMONAR Múltiplos nódulos pulmonares bilaterais sem calcificação; Diagnósticos que causam múltiplos nódulos: lesão por fungos, abcessos pulmonares, Granulomatose de Wegner, formam nódulos escavados; Presença de Portocath na veia cava superior para introdução de quimioterápico. Opacidade no lobo superior direito; Após TC confirmado tumor pulmonar (massa não cacificada). Medida utilizada para identificar se o tamanho do coração está dentro do normal (menor que a metade do diâmetro torácico). Não deve ser considerado, em geral, CIV e estenose mitral, pois apresentam aumento cardíaco, mas não consegue ser visto essa medida. ESTENOSE MITRAL AE e VD – compressão do esôfago; Cardiomegalia vista no perfil, pois ocupa o espaço retroesternal; Dilatação do tronco da artéria pulmonar e das válvulas pulmonares; Hipertensão venosa capilar e arterial; Sobrecarga cardíaca direita. HIPERTROFIA ATRIAL ESQUERDA Cardiomegalia; Duplo arco (duplo contorno atrial): Linha azul – AD; Linha branca – AE. Prótese valvar mitral presente; O AE pode aumentar para trás, comprimindo o esôfago para a direita, causando o duplo contorno para a esquerda entre o tronco da A. Pulmonar e o VE formando uma concavidade ou aumentar para cima aumentando o ângulo da carina (sinal do passo da bailarina). SOBRECARGA VENTRICULAR ESQUERDA 8 Clínica Médica: Imaginologia | Turma XXVII | 2021.1 | @medempenho Por Monizy Moreira Aumento do VD, dilatação cardíaca se projetando para além da topografia do esterno, confundindo-se com a densidade das mamas anteriormente; Prótese valvar mitral; Estenose da válvula mitral. ESTENOSE AÓRTICA A velocidade e a pressão do fluxo dilatam a aorta ascendente; Arco aórtico projetado para o lado direito (convexo) e tronco da A. Pulmonar côncavo do lado esquerdo característico de estenose aórtica; VE Sobrecarga cardíaca esquerda. HIPERTENSÃO DA A. PULMONAR Dilatação da artéria pulmonar direita e esquerda; Trama vascular aumentada, desproporção de vasos centrais e periféricos (não há vasos na periferia); RX em perfil evidenciando aumento do ventrículo direito (VD colado no esterno); Causas: tromboembolismo pulmonar, esquistossomose.
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