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Introdução Diálise é a terapia que visa remoção de solutos tóxicos e normalização do volume e composição dos fluidos corporais, alterados pela perda da função renal. Redução da função renal: Diminuição da depuração renal (solutos, água, ácidos orgânicos e inorgânicos, hormônios e proteínas); Retenção de produtos nitrogenados; Deficiência na produção de hormônios. Terapia de substituição Princípios fisiológicos: DIÁLISE = “passar através”. O processo de diálise é baseado na interação da água plasmática com uma solução dialítica, através de uma membrana semipermeável. A membrana permite o movimento seletivo de substâncias do plasma para o dialisado removível e vice-versa. A movimentação do líquido e soluto através dos poros da membrana é direcionada pelos princípios de difusão, osmose e ultrafiltração. Métodos terapêuticos: Diálise peritoneal Um fluido estéril apropriado para diálise é infundido na cavidade peritoneal e posteriormente drenado; O peritônio funciona como uma membrana para a transferência do soluto ou líquido. Hemodiálise O sangue é removido do organismo, circulado através de um sistema extracorpóreo de tubos semipermeáveis para troca de substâncias, e retornado; O movimento através dos poros da membrana dialisadora é direcionado pelos princípios da difusão e ultrafiltração. Indicações clínicas: Terapia substitutiva renal Controle da insuficiência renal aguda refratária → Ureia > 100 mg/dl; Creatinina > 10 mg/dl; Tratamento de pacientes envenenados por produtos dialisáveis → Etilenoglicol, salicilatos, lítio, etanol, metanol, barbitúricos, acetominofen, teofilina, aminoglicosídeos; Tratamento de pacientes pós-transplantados (transplante renal); Como única opção para melhorar a qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica. Diálise peritoneal Técnica: Intervenção cirúrgica para colocação do cateter de permanência; Omentectomia parcial – é recomendada quando a DP for ser realizada durante mais de três dias (↓ ocorrência da oclusão do cateter); Infusão do fluido de dialisato aquecido (30-40 ml dialisato/kg); Manutenção do fluido no abdome (1-6 horas) e posterior remoção por gravidade; O número de repetições diárias (ciclos de diálise) depende da necessidade clínica do paciente. Dialisato: Soluções cristaloides tampões, levemente hiperosmóticas destinadas a atrair líquidos, potássio, ureia e fosfato do plasma para o dialisato, enquanto provê tampão difusível e outros compostos, como o magnésio e cálcio. Soluções comerciais com dextrose 1,5%, 2,5% ou 4,25% e lactato como tampão; Soluções preparadas: Ringer lactato + dextrose + magnésio. A concentração de dextrose do dialisato determina a intensidade do gradiente osmótico e a taxa de movimentação de fluidos no interior da cavidade peritoneal. Por meio da dextrose contida em maior concentração na solução peritoneal, a água “move-se” do sangue para a solução de diálise. Esse processo é responsável pela remoção dos líquidos em excesso no organismo. Dextrose 2,5% e 4,5% - quando se deseja a eliminação rápida de um soluto que cause risco de vida ou o objetivo é o tratamento de sobrecarga de fluídos; Dextrose 1,5% - utilizada para evitar alterações bruscas de fluídos e eletrólitos. Vantagens: Evita contato com o sangue; Utiliza equipamentos facilmente encontrados e de baixo custo; Modificações no dialisato podem ser feitas em vários momentos durante o dia, conforme o esquema do paciente. Complicações: Peritonite; Obstrução do cateter e vazamento do dialisado; Metabólicas: hipoalbuminemia, hiponatremia, hipopotassemia, hiperglicemia, potencial para edema cerebral (baixo). Contraindicações: Aderências resultantes de cirurgias prévias ou doença inflamatória sistêmica; Pacientes com risco potencial de complicações (cirúrgicos e imunossuprimidos). Monitoramento da depuração peritoneal: Volume de fluido recuperado x volume de fluido introduzido Normal: Nas primeiras trocas: ↓volume do efluxo comparado ao que foi introduzido; Trocas posteriores: volume do efluxo igual ou ↑ ao que foi infundido. Volume do efluxo menor: absorção excessiva, vazamentos ou obstruções do cateter. Utilizar dialisato com ↑ concentração de dextrose; Detectar e corrigir vazamentos ou obstruções do cateter. Volume do efluxo maior: perda excessiva. Desejável em paciente com sobrecarga líquida ou hiper-hidratados; Utilizar dialisato com ↓ osmolalidade. Ajustar a fluidoterapia para prevenir a desidratação e sobrecarga. Avaliação do paciente (clínica e bioquímica laboratorial). Hemodiálise Técnica: Acesso venoso por cateterismo da veia jugular interna, utilizando um cateter vascular transcutâneo de duplo lúmen; Conexão do cateter à máquina de diálise; Prevenção da coagulação – Heparina (50-100 U/kg inicial, seguida de infusão constante de 10 U/kg a cada 30 minutos, durante 90 minutos de diálise). A infusão deve ser suspensa antes da conclusão da sessão para evitar sangramento excessivo ou prolongado após a diálise; O plano de hemodiálise: o número de sessões por semana e o tempo de cada sessão depende da necessidade clínica do paciente. Máquina de hemodiálise: Bomba sanguínea; Sistema de fornecimento de solução dialítica; Dialisador; Monitores de segurança; Sistema de purificação de água. Vantagem: Mais eficiente por unidade de tempo para o manejo da uremia aguda e crônica do que a diálise peritoneal (10-20 vezes mais eficiente). Complicações: Durante a diálise: hipotensão transitória, síndrome de desequilíbrio de diálise, perda de sangue e complicações técnicas; Após diálise: coagulação e infecção do acesso venoso, trombose atribuída ao acesso vascular, sepse e sangramentos. Contraindicações: Não recomendado em animais com peso abaixo de 7 kg (risco de queda de pressão, colapso circulatório e choque). Monitoramento: Da máquina de diálise. Do paciente; Avaliação da adequação da diálise.
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