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Aula 8: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: elaboração, características, avanços e retrocessos Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBN 9394/96 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é considerada a lei maior da educação no país, e está subordinada à Constituição Federal e situa-se logo abaixo dela, definindo de uma maneira geral a nossa educação. Por ter um caráter abrangente, necessita de regulamentação, ou seja, de legislação específica para vários de seus dispositivos. Segundo Demerval Saviani , fixar as diretrizes da educação nacional: “(...) não é outra coisa senão estabelecer os parâmetros, os princípios, os rumos que se deve imprimir à educação no país. E ao se fazer isso estará sendo explicitada a concepção de homem, sociedade e educação através do enunciado, dos primeiros títulos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional relativos aos fins da educação, ao direito, ao dever, à liberdade de educar e ao sistema de educação bem como à sua normatização e gestão”. (Saviani, 1998, p.189) 1987/1988 Origem do texto A visão de dentro As discussões A aprovação As mudanças no caminho A Nova LDB – texto final O texto final da atual LDB deve ser compreendido no processo de disputa de projeto político pelo qual passa o país no período final de seu longo trajeto na Câmara e no Senado. A vitória do projeto conservador, no final de 1994, liderado por Fernando Henrique Cardoso, significou para o país o avanço da política neoliberal, na qual o mercado se sobrepõe aos interesses da maioria da população. O resultado desse processo poderia ser assim enumerado (clique nas caixas para ver a descrição): Redução Redução do dever do Estado com a universalização da educação básica – ao responsabilizar o poder público somente pela oferta obrigatória e gratuita do ensino fundamental e ao diminuir o compromisso da União para com a educação pública através da transferência de encargos para as esferas administrativas de nível estadual e municipal, a nova LDB acaba rompendo com o conceito de obrigatoriedade da educação básica, consolidando o disposto na emenda constitucional n° 14, que diz caber à União uma ação meramente suplementar no financiamento da educação. Fragmentação Fragmentação da concepção de Sistema Nacional de Educação – o que estabelece a nova LDB é uma mera justaposição dos poderes municipal, estadual e federal, tendo sido os respectivos conselhos descaracterizados e destituídos de autonomia política, de representatividade social e de responsabilidade de conduzir e acompanhar a implementação das políticas educacionais. Recursos Descaracterização do profissional da educação – ao não estabelecer um piso salarial profissional nacional, a nova lei descaracteriza a figura do professor, descrevendo-a a partir de suas responsabilidades, ou a partir de sua formação. Descaracterização Recursos financeiros – alguns aspectos importantes que constam na nova LDB acerca do financiamento da Educação têm origem no projeto da Câmara de Deputados debatido exaustivamente com a sociedade. Sendo assim, vamos destacar em primeiro lugar, a fixação de prazos para o repasse dos valores do caixa da União, dos estados e dos municípios ao órgão responsável pela educação. Outro ponto positivo é a delimitação do que pode e do que não pode ser considerado como despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino. Essa medida estava presente no projeto original, e sua permanência representou uma importante conquista para o controle dos recursos públicos pela sociedade. No entanto, a lei aprovada não garantiu que os recursos públicos fossem destinados apenas para a educação pública, o que significou, mais uma vez, a vitória do setor privado ao manter o financiamento público para esse setor. Artigos Finalmente, os artigos 74 e 75 que tratam, respectivamente, do custo mínimo por aluno e da ação supletiva e redistributiva da União e dos estados, conjugados à emenda constitucional de n°14 e a Lei 9.424/96 que criou o Fundo, expressam a política educacional do governo federal, que propõe ao país uma educação mínima com obrigatoriedade apenas para o ensino fundamental, abrindo o terreno para a ação da iniciativa privada nos outros níveis da educação nacional. Texto extra: Informativo LDB volta à cena? 25 de fevereiro de 2008 Haverá mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDB ou LDBEN, lei 9.394/96? O conselho pleno do Conselho Nacional de Educação (CNE), que é composto por duas câmaras — de Educação Superior e de Educação Básica — tomou a iniciativa de criar uma comissão bicameral (Marilena de Souza Chauí e Aldo Vannucchi pela primeira; Regina Vinhaes Gracindo e Antônio Ibañez Ruiz pela segunda, sendo este último conselheiro seu presidente), para avaliar a LDB. Ruiz solicitou (ofício circular n° 80, de 24/1/08) às entidades nacionais ligadas à educação, caso concordem com a iniciativa, sua opinião “a respeito da atual LDBEN, pensando, inclusive, nas modificações já efetuadas, bem como sugestões para eventuais outras alterações”, com prazo para encaminhamento a ele próprio (antonioruiz@mec.gov.br) até 24/2/08, depois postergada para 24/3/08, por sugestões de algumas dessas entidades nacionais, inclusive do Andes-SN. Cabe lembrar que o processo de elaboração e tramitação da LDB foi altamente contaminado pelas perspectivas neoliberais que se impunham com força naquela época. Adusp e ANDE O Grupo de Trabalho sobre Políticas Educacionais da Adusp (GT Educação), composto por vários colegas que também participam da Associação Nacional de Educação (ANDE), elaborou um documento preliminar para discussão (veja o documento ), tecendo considerações sobre o contexto de elaboração e tramitação, assim como relacionando os principais aspectos questionáveis na LDB em vigor. Esse documento foi encaminhado, como subsídio para discussão, para a reunião das entidades do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (FNDEP, 14/2) e para a reunião do GTPE do Andes-SN (16 e 17/2), ambas ocorridas em Brasília. Os representantes das entidades nacionais presentes na reunião de 14/2 (ANDE, Andes-SN, Anpae, ANPEd, Cedes e CNTE) deliberaram: 1) encaminhar o documento mencionado para discussão em suas bases; 2) solicitar audiência à comissão bicameral (o pedido já foi encaminhado, mas ainda não tem resposta) para obter mais informações sobre o que se pretende com o processo de avaliação da LDB; e 3) realizar duas novas reuniões, antes e após a eventual audiência com a comissão (avalia-se que ela deve ocorrer), com vistas a decidir seus próximos passos no que se refere ao assunto em questão. 1. Marque a alternativa CORRETA: A atual LDB é resultado de um processo: Parte superior do formulário a) democrático, que do início ao fim contou com a participação da sociedade interferindo livremente em todo o processo; b) que iniciou de forma democrática, com a participação da sociedade, mas finalizou de forma autoritária e antidemocrática; c) que ao longo das discussões, não contou com a participação democrática da sociedade; d) que iniciou de forma autoritária, sem a participação da sociedade, mas finalizou de forma democrática. Parte inferior do formulário 2. Marque a alternativa CORRETA: A Lei 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabeleceu: Parte superior do formulário a) o que pode e o que não pode ser considerado como despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino; b) que a responsabilidade com o ensino fundamental é da União; c) que os recursos públicos fossem destinados apenas para a educação pública; d) o valor do piso salarial profissional para os profissionais da educação. Parte inferior do formulário 3. Marque a alternativa CORRETA: Através da Lei 9394/96 podemos identificar a redução de responsabilidade do governo federal para com a Educação. Isto ocorre quando: Parte superior do formulário a) o Art. 4º determina que apenas o ensino fundamental é obrigatório e gratuito; b) o Art. 11 estabelece que os estados devam oferecer, com prioridade, o ensino fundamental;c) o Art. 4º determina a obrigatoriedade do ensino médio e da educação infantil; d) o Art. 11 determina que os municípios devam exercer ação redistributiva em relação às suas escolas. Parte inferior do formulário
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