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Schlachtfeld Käthe Kollwitz - 1921 Prefiro a paz mais injusta a mais justa das guerras. Cícero Emoções Neurofisiologia Prof. Adj. Dr. med. Valdeci J. Pomblum Emoções Introdução Emoções Teorias da Emoção The Expression of the Emotions in Man and Animals (1872, 3.ed. 2002) “Faradização” de paciente pelo neurologista Duchene para a obtenção de expressões emocionais. Teorias da Emoção Emoções Emoções Teorias da Emoção A emoção é evocada por uma situação e o organismo muda em resposta à emoção. Realmente, fugimos porque sentimos medo ou sentimos medo porque fugimos ??? Emoções Teorias da Emoção Carl G. LANGE (1834-1900) e William JAMES (1842-1910) • O comportamento precede a emoção; • A cognição não é necessária; • As emoções são resultados de mudanças fisiológicas. Event Physiological response Emotion Emoções Teorias da Emoção Walter B. CANNON(1871-1945)-Philip BARD (1898-1977 ) 1) Cannon discordou da Teoria de James-Lange; 2) Primeiro ocorrem as emoções e então as mudanças fisiológicas; 3) Em termos neurobiológicos, o tálamo recebe um sinal e envia para a amígdala e para o córtex e então para o SNV (taquicardia, sudorese, ...). Emoções Teorias da Emoção JAMES-LANGE X CANNON-BARD Emoções JAMES-LANGE X CANNON-BARD Estímulo SNV Emoção ??? Qual seria a ordem dos eventos de cada teoria ??? Emoções JAMES-LANGE X CANNON-BARD Cannon-Bard: a emoção pode ser experimentada mesmo que mudanças fisiológicas não possam ser sentidas, e.g. animais com transecção medular. Além disso, diferentes emoções podem ser acompanhadas das mesmas alterações fisiológicas. Hoje, podem-se distinguir as respostas a emoções diferentes !!! James-Lange: a emoção pode ser modificada por lesões medulares, e.g. soldados feridos. Emoções Emoção e Lesões Medulares A emoção é, algumas vezes, afetada por lesão da medula espinhal. Encontrou-se uma correlação entre a extensão da perda sensorial e as diminuições relatadas nas experiências emocionais. Por outro lado, evidências indicam que ao se esforçar para exprimir uma emoção (“sorrir para se sentir feliz”), isso, algumas vezes, funciona. Emoções Teorias da Emoção Stanley SCHACHTER-SINGER (1964) Cognitive label “I’m afraid” Fear (emotion) Sight of oncoming car (perception of stimulus) Pounding heart (arousal) Emoções Teorias da Emoção Stanley SCHACHTER-SINGER (1964) Dois fatores são necessários para a emoção: 1) Excitação fisiológica; 2) Cognição. e.g. Gwyneth Paltrow está chorando por que está triste? Ou feliz? (Depois da interpretação do evento, i.e., Oscar – Nós julgamos a emoção como de alegria.) Physiological arousal Cognitive Interpretation EMOTION Emoções Emoções JAMES-LANGE CANNON-BARD SCHACHTER-SINGER Emoções O Lobo Límbico de Broca (1873) O lobo límbico (limbus) forma um anel ao redor do tronco encefálico. Emoções Circuito de James PAPEZ (1937) Emoções O Caso de Phineas Gage (1848) Damásio, 1995 Emoções Medo e Ansiedade 1) Mesmo antes de iniciar uma resposta comportamental, o hipotálamo orquestra uma resposta através do SNV; 2) Como a informação sensorial leva às respostas comportamentais e fisiológicas ??? Amígdala ??? Emoções Medo Emoções Medo Emoções Medo Emoções Medo e Ansiedade - A Síndrome de Heinrich KLÜVER-Paul BUCY (1937) Emoções Medo e Ansiedade - A Síndrome de Heinrich KLÜVER-Paul BUCY - Cegueira psíquica; - Tendências orais; - Hipermetamorfose; - “Hipersexualidade” (masturbação, atos hetero e homossexuais, ...); - Alterações emocionais. Emoções A Síndrome de Heinrich KLÜVER-Paul BUCY A doença de Urbach-Wiethe, também conhecida como lipoidoproteinose, hialinose cutâneo-mucosa, lipoglicoproteinose e proteinose cutâneo-mucosa é doença autossômica recessiva rara caracterizada pela deposição de material hialino em laringe, membranas mucosas, pele, olhos, cérebro e outros órgãos, causando manifestações sistêmicas típicas Esses pacientes têm dificuldades na identificação (reconhecimento) de faces de medo. A doença altera o processamento consciente do medo em faces reais e faces imaginadas e desenhadas de memória. Siebert et al., 2003. Emoções Medo e Ansiedade - A Amígdala Emoções Medo e Ansiedade - A Amígdala Emoções Amígdala – Efeitos da Destruição e Estimulação As lesões da amígdala reduzem as emoções. A amigdalectomia bilateral diminui o medo (núcleos basolaterais), a agressividade e a memória. A lesão diminui a capacidade de reconhecimento do medo. Blanchard & Blanchard,1972 A estimulação leva a um estado de vigilância e atenção aumentadas (ansiedade ???). A estimulação lateral: medo e agressividade. Emoções Amígdala e a Resposta “Não-Pensada” ao Medo Emoções Amígdala e o Medo Aprendido (condicionado) Emoções Amígdala e o Medo Aprendido (condicionado) Emoções Amígdala e o Medo Aprendido (condicionado) Emoções Amígdala e o Medo Aprendido Medina et al., 2002 Emoções Amígdala e o Medo Estímulo visual associado Estímulo visual associado a um choque elétrico a um som aversivo Emoções Amígdala e o Medo Aprendido Medo inconsciente (AD) Medo consciente (AE) Emoções Raiva e Agressão Ambivalência da sociedade em relação à agressão: 1) Homicídio: crime capital; 2) Na guerra: um ato de heroísmo. Hans-Ulrich Rudel (1916-82) Emoções Raiva e Agressão Tanto em humanos quanto nos animais, há diferentes tipos de agressão: matar por alimento, defesa da prole, autodefesa, ... Assim, agressão é um comportamento multifacetado que não é produto de apenas um sistema isolado no encéfalo. De todas as tendências humanas, a agressividade em especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a agentes externos e quando se manifesta é sempre tarefa difícil identificar suas origens. (Privação e Delinqüência, Winnicott, 1987) Emoções Raiva e Agressão Nível de hormônios andrógenos: Emoções Raiva e Agressão Hormônios masculinos em ratos castrados van de Poll et al., 1988 Emoções Agressão Predatória Envolve o ataque contra um membro de outra espécie, com o propósito de obter alimento. É acompanhada de poucas vocalizações e são direcionadas para a cabeça e o pescoço da presa. Não está relacionada com altos níveis de atividade NV. Emoções Agressão Afetiva É para a demonstração e não para matar por comida, envolvendo altos níveis de estimulação simpática do SNV. Há a emissão de vocalizações e o animal adota uma postura ameaçadora ou defensiva. As manifestações comportamentais e fisiológicas de ambos os tipos de agressão devem ser mediadas pelo SNMS e pelo SNA, mas as vias divergem para explicar as respostas comportamentais. Emoções Hipotálamo e Agressão Friedrich Leopold GOLTZ (1834-1902) Cachorro de GOLTZ, Congresso Internacional de Medicina de 1881. Cérebro do cachorro de GOLTZ Emoções Hipotálamo e Agressão Raiva Simulada (sham rage): o animal, após a remoção dos hemisférios, responde violentamente a pequenos estímulos, caracterizando comportamentos de raiva. A raiva simulada pode ser observada se o hipotálamo anterior for destruído juntamente com o córtex, mas não ocorre se a lesão incluir a metade posterior do hipotálamo. Emoções Hipotálamo e Agressão Conclusão: o hipotálamo posterior desempenha um importante papel para a expressão da raiva e da agressão e é inibido pelo telencéfalo. Emoções Hipotálamo e Agressão Walter Rudolf HESS (1881-1973) WR Hess + ACAF Egas Moniz = Prêmio Nobel, 1949 Emoções Estimulação Elétrica do Hipotálamo Estimulação do Hipotálamo Medial Agressão afetiva (ataque com ameaça); Estimulação do Hipotálamo Lateral Agressão predatória (ataque silencioso com mordida); Emoções Mesencéfalo e Agressão Emoções A C B Top Monkey 2nd in Line Bottom of pack Amígdala e Hierarquia Social Pribram KH et al., 1954 Emoções Agressividade e Psicocirurgia 1890: FL GOLTZ 1891: Gottlieb BURKHARDT 1930: John FULTON e Carlyle JABOBSEN 1937: Walter FREEMAN (US) 1949: AntonioCAF EGAS MONIZ (1939-51: 18.000 lobotomias nos US) (1874-1955) Emoções Serotonina e Agressão Emoções Serotonina e Agressão* Alto turnover (síntese, liberação e ressíntese) de serotonina Æ menos agressão (os níveis de serotonina não são alterados) Baixo turnover de serotonina ou Æ mais agressão *Camundongos fêmeas não se tornam agressivas após isolamento e não apresentam diminuição das taxas de turnover. * Drogas que bloqueiam (PCPA: paraclorofenilalanina) a síntese ou a liberação da serotonina aumentam o comportamento agressivo. Emoções Serotonina e Agressão A hierarquia entre os vervet é determinada pelos níveis de serotonina (menor atividade serotoninérgica = maior agressividade), mas a agressividade não se correlacionava com a dominância no grupo: 1) Na remoção do macho dominante, o lugar seria ocupado pelo animal com os maiores níveis de serotonina e que era menos agressivo. 2) A injeção de drogas antagonistas correlacionava-se com os animais que se tornava subordinados. Os animais subordinados eram, na verdade, os mais propensos a iniciarem uma agressão. Cercopithecus aethiops Emoções Serotonina e Knockout Principais receptores nos núcleos da rafe: 5-HT1A e 5-HT1B Dos quais muitos são autorreceptores e pré-sinápticos. A ativação dos autorreceptores inibe a liberação de serotonina, tratando-se de um sistema de retroalimentação negativa (RN). A liberação de serotonina afeta os neurônios da rafe de forma a diminuir liberações posteriores. Na ausência desses receptores, não haveria RN, ou seja, mais serotonina que o habitual seria liberada. Hurlemann et al., 2009. Emoções Serotonina e Knockout Os ratos knockout desprovidos do receptor 5-HT1A apresentam pouca atividade exploratória, são ansiosos e agressivos. Os mutantes 5-HT1B (amígdala, substância cinzenta periaquedutal e núcleos da base) eram normais a não ser que fossem colocados em uma situação estressante. Sistema Límbico Reforço e Recompensa (Reinforcement and Reward) OLDS & MILNER, 1953 Por quê ??? elec. stim. Electrified Grid Bar turns on stim. elec. stim. Electrified Grid Bar turns on stim. elec. stim. Electrified Grid Bar turns on stim. Emoções Reforço (reinforcement) e Recompensa (reward) (MFB) (VTA) Emoções Dopamina e Reforço Dopamine Emoções Dopamina – Reforço e Recompensa Stellar, Kelley, Corbett, 1983 Haloperidol (Haldol®) Emoções Drogas de Abuso – Reforço e Recompensa Emoções Reforço e Recompensa Antagonistas do NMDA infundidos no VTA bloqueia MFB (Herberg & Rose, 1990) VTA Accumbens Emoções Medo, Ansiedade, Raiva, Agressão, ... e a ... ??? Emoções Bibliografia Bear MF, Connors BW, Paradiso MA. Mecanismos da emoção no encéfalo. In: ______. Neurociências: desvendando o sistema nervosos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 18, p. 580-605. Gazzaniga MS, Ivry RB, Magnun GR. A emoção. In: ______. Neurociência cognitiva: a biologia da mente. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. cap. 13, p. 553-94. Iversen S, Kupfermann I, Kandel ER. Sentimentos e emoções. In: Kandel ER, Schwarz JH, Jessel TM. Princípios da neurociência. 4. ed. Barueri: Manole, 2003. cap. 50, p. 982-97. Böhmische Landschaft CD Friedrich - 1808 Pensamento e teoria devem preceder todas as ações saudáveis; ainda que a ação seja mais nobre que o pensamento ou a teoria. Virginia Woolf
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