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Revisão Neuroanatomia I

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Emillie Pinheiro Barros 
Medicina - TXIX 
Revisão Neuroanatomia
	Tecido nervoso: 
É um tecido formado por duas linhagens celulares, neurônios que é a unidade funcional e as células da glia. 
O neurônio é delimitado por membrana plasmática que separa o meio intra e o meio extracelular. No meio intracelular temos íons negativos e potássio, no meio extracelular temos íons sódio e cloreto. 
A comunicação entre os neurônios se dá de forma elétrica por meio dos potenciais de ação, decorrentes da fibra nervosa e pela liberação de neurotransmissores, nas sinapses, que podem ser químicas ou elétricas.
Tipos de neurônios: unipolar, pseudounipolar, bipolar e multipolar.
Esses tipos variam de acordo com a quantidade de prolongamentos citoplasmáticos.
Pseudounipolar tem gânglios dos nervos espinhais e cranianos; Bipolar tem vias neurais da audição, visão e do equilíbrio; Multipolar tem as demais variedades da conexão neuronal; Unipolares não são muito frequentes mas constituem as células sensoriais da mucosa olfatória. 
Corpo celular: é o centro metabólico do neurônio onde são produzidas todas as proteínas neuronais assim como a degradação e renovação de estruturas celulares, decorrente da quantidade elevada de lisossomos no neurônio. Possui as estruturas: núcleo celular, ribossomos, REL (corpúsculo de Nissl), organelas de síntese e mitocôndrias. 
 
O transporte pode ser de dois tipos: anterógrado e retrógrado. 
No anterógrado, acontece com neurotransmissores, segue do corpo celular até a extremidade distal. Já no retrógrado, acontece o contrário, da extremidade distal até o corpo celular. Esse movimento é observado no reaproveitamento de substâncias. 
· Se o tecido nervoso for lesionado, não consegue se regenerar completamente. No entanto, os axônios do SNP podem sim se regenerar e recompor suas funções desde que o corpo celular esteja íntegro. 
Células da Glia: é um tecido de sustentação, e é a maior variedade histológica encontrada no encéfalo. No SNC, a proporção é de 10 células da glia para 1 neurônio. Elas são: astrócitos, oligodendrócitos, células da Schawamn, micróglia e células ependimárias. 
· Astrócitos: tem o formato de estrela. Formam uma barreira hematoencefálica, que é responsável por selecionar a passagem de substâncias químicas do sangue para o SNC. São as primeiras células a sofrerem lesão depois de trauma, isquemia e radiação. Tem função também de cicatrização do SNC. 
· Oligodendrócitos: células mielinizadoras do SNC. Tem o fator de crescimento neural que promove o reparo de axônios lesionados no SNC. Cada oligodendrócito reveste 40/50 axônios. 
· Micróglia: é um macrófago modificado. É originada da mesoderma por ser uma célula sanguínea fagocitária. 
· Células ependimárias: revestem os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinhal. Em algumas regiões são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Nos ventrículos cerebrais elas são ricas em capilares, projetando-se na pia-mater para constituir os plexos coróideos que são responsáveis pela formação de líquor. 
*Os astrócitos são as células em maior quantidade no tecido glial. Dão suporte, sustentação ao tecido neural e proteção das sinapses. Servem também como reserva de glicogênio para os neurônios. 
	Membranas de sustentação: 
São estruturas membranosas de tecido conjuntivo responsáveis pela proteção do SNC e SNP. Tais membranas classificam-se em três tipos: dura-máter/ pequimeninge, pia-máter e aracnoide (= leptomeninge). 
A dura-máter é a membrana mais fibrosa e mais rígida das meninges, é formada por duas camadas do encéfalo. Essas duas camadas ficam aderidas à superfície interna dos ossos cranianos, exceto na região dos seios venosos, os quais estão relacionados à drenagem. A dura-máter faz uma projeção na foice do cérebro e na tenda do cerebelo, fazendo a divisão do conteúdo intracraniano. A tenda do cerebelo divide a cavidade intracraniana em um compartimento superior ou supratentorial e outro inferior ou infratentorial. 
Porção infratentorial tem o cerebelo e o tronco encefálico. 
Porção supratentorial tem o diencéfalo e o telencéfalo. 
A dura-máter delimita também os seios venosos, recobrindo-os. Na parte interna do crânio não tem perióstio mas sim dura-mater. Entre o crânio e a dura-mater tem o espaço epidural/extradural. 
A membrana justaposta à dura-mater é a aracnoide e o espaço entre elas é o espaço subdural, preenchido por um fluido lubrificante, o líquido cefalorraquidiano. A membrana mais interna é a pia-mater que se adere ao tecido nervoso e o espaço entre a pia-mater e a aracnoide se chama espaço subaracnóideo. 
	Embriologia: 
O folheto embrionário é originado da ectoderma.
Após a organogénese ocorre a formação da notocorda (tubo na mesoderme). Faz-se um espessamento, iniciando uma diferenciação celular com a formação da placa neural. As células da borda lateral formam cristas neurais. Durante o espessamento a notocorda desce, afastando-se da placa neural, formando um sulco no centro da linha média da placa neural, chamado de sulco neural. Esse processo faz com que o sulco neural se aproxime da crista neural, comunicando-se a ponto de formar uma nova estrutura que é o tubo neural. 
A medida que o sulco fica mais fundo, forma-se a goteira neural até que os dois bordos da goteira neural se aproximam e formam o tubo neural. 
Placa neural sulco neural goteira neural tubo neural
Tubo neural origina o SNC e das cristas neurais formam-se os gânglios espinhais e gânglios do SNA, células de Schawann e demais estruturas do SNP. 
Depois do fechamento dos neuróporos, ocorre a formação de um tubo neural que não se continua de maneira homogênea pois algumas vesículas serão formadas.
· A primeira vesícula é o prosencéfalo que se origina o telencéfalo e o diencéfalo, que compõe o encéfalo. 
· A segunda vesícula é o mesencéfalo
· A terceira vesícula é o rombencéfalo que se divide em outras duas vesículas, uma menor e outra maior, que são metencéfalo e o mielencéfalo. O primeiro dá origem a ponte e ao cerebelo e do segundo origina-se o bulbo. 
· A medula primitiva é uma estrutura do tubo neural que sofre menos diferenciação e origina a própria medula espinhal. 
O desenvolvimento das estruturas do tubo neural não ocorre de forma homogênea, ocorrendo curvaturas ao longo do desenvolvimento. Entre essas diferenças temos a disposição anatômica vertical da medula e do tronco cerebral contrária à disposição do encéfalo. Isso acontece pois ao longo do desenvolvimento aparecem flexuras:
A primeira flexura é a flexura cefálica entre o mesencéfalo e o prosencéfalo. 
A segunda flexura cervical, na junção do romboencéfalo com a medula espinhal direcionada ventralmente.
A terceira é a flexura pontina.
A flexura cervical e a pontina somem e a cafálica permanece. 
Onde se desenvolve o prosencéfalo começa a fazer prolongamentos laterais chamados de vesículas telencefálicas. Com quatro meses de gestação as vesículas telencefálicas formam o córtex cerebral primitivo, com aparência ainda lisa, até que se atinge um ponto limite de área ocupada pelo córtex cerebral em que o organismo deve comportar sem alterações patológicas. Por isso, acontecem invaginações que dão origem aos sulcos e giros no córtex. 
O fechamento inadequado do tubo neural pode ocorrer no vigésimo terceiro dia ou no vigésimo quinto quando se tem o fechamento completo durante a gestação. Esse problema pode acontecer por erros no fechamento da dura-mater. Pode ainda ocorrer um tracionamento do SNC, puxando a medula espinhal para baixo e como consequência o tronco cerebral formando uma herniação no forame magno. Esse tracionamento provoca dificuldade de circulação liquorica dentro da cabeça, além de uma descida de parte do cerebelo, o que compromete a irrigação sanguínea da borda inferior do tronco e da parte superior da medula. 
Correlação clínica: 
A situação mais grave ocorre quando o não fechamento do neuróporo distal em que ainda há permanência da placa neural, que não se desenvolveu adequadamente, de modo que a porção exposta daplaca neural (chamada de placódio), sendo que a criança fica paraplégica, não tem controle de esfíncteres. 
Nesse caso o tto consiste em dissecar o placódio e fechar o tecido que está aberto, tendo diversas sequelas. Ainda tem a possibilidade do não fechamento do neuróporo rostral ou anterior, em que ocorre a anencefalia. 
	Medula espinhal:
É uma massa cilindroide de tecido nervoso protegido pela coluna vertebral. Na porção cranial se delimita pelo bulbo, próximo ao forame magno ou também é delimitada pela emergência dos primeiros segmentos radiculares cervicais ou pelo próprio forame magno. Seu limite caudal, geralmente se associa ao L2. A medula termina afilando-se para formar um cone medular, continuo com um filamento delgado meníngeo que chamamos filamento terminal. 
Têm o formato de um tubo, com diâmetro irregular. Na porção cervical observamos uma dilatação medular e outra dilatação na porção lombo-sacral. 
· Essas dilatações acontecem porque durante a formação ocorreu uma multiplicação mais acentuada de neurônios, os quais se alojaram para constituir os nervos dos membros superiores (medula cervical) e dos membros inferiores (medula lombo-sacral). Essas dilatações se chamam intumescência cervical e intumescência lombar que vão formar os plexos braquial e plexo lombo-sacral. 
Segmentação da medula: a cada 1 cm de medula, sai um nervo espinhal para direita e outro para esquerda. Cada nervo se refere aquele segmento daquele nervo específico. Exemplo: local onde emerge C8 = segmento C8 da medula. 
Da medula cervical partem 8 pares de nervos cervicais, apesar de existirem 7 vértebras cervicais, isso porque o primeiro par de nervo cervical emerge acima da vértebra C1, entre esta e o osso occipital. Depois, o segundo segmento sai entre C1 e C2, o terceiro entre C2 e C3 e assim segue até chegar no nervo C8 que emerge do espaço C7 e T1. No entanto, a partir de T1, o nervo sai por baixo da vértebra correspondente, e não por cima como aconteceu até então. Dessa forma, emergem da medula 8 pares de nervos cervicais, 12 pares de nervos torácicos, 5 pares de nervos sacrais e 1 par de nervo coccígeo. 
Há uma diferença entre altura medular e altura vertebral. Por exemplo: um paciente com fratura a
nível T6, é esperado uma perda de motricidade e de sensibilidade a partir de T8. Essa regra se aplica a coluna cervical a partir de C2 e torácica até T10. 
· Regra: adicionar 2 números ao processo espinhoso da vértebra correspondente onde houve a lesão. 
· Os níveis de T11 e T12, quando lesionados, comprometem a medula lombar em seus 5 segmentos, e uma lesão a nível de L1 compromete toda a medula sacral em seus 5 segmentos. 
Envoltórios da medula espinhal: 
A medula também é envolvida pelas meninges: dura-mater, pia-mater e aracnoide. No entanto, a diferença é que na dura-mater no crânio possui duas camadas, na medula apresenta apenas uma camada. 
A medula espinhal termina a nível de L1/L2, formando um cone medular. Apesar disso, há uma continuidade de dura-mater até o nível de S2, formando o fundo do saco dural que dá aparência à cauda equina. Nesse fundo de saco dural, há uma maior facilidade para coleta de líquor pois os nervos não estão muito fixos mas sim mergulhados nesse fluido. A punção lombar do líquor, por exemplo, entre L2 a L5 é importante para o diagnósticos de muitas doenças como meningites, síndromes neoplásicas, etc. 
· Os prolongamentos da dura-mater cobrem as raízes dos nervos. 
A pia-mater é a meninge mais delicada e interna que se adere ao tecido nervoso medular, penetrando na fissura mediana anterior. Na porção terminal da medula/cone medular, a pia-mater continua-se caudalmente formando o filamento terminal. 
O filamento terminal perfura o saco dural e recebe vários prolongamentos da dura-máter constituindo um filamento de dura-mater espinhal. Este, ao adentrar o periósteo dorsal do cóccix forma o ligamento coccígeo. 
Assim, ao se dispor na medula, as meninges também delimitam três espaços: epidural, subdural e subaracnóideo. 
· Epidural/extradural é o espaço entre a dura-mater e o periósteo do canal vertebral, onde tem muitos vasos sanguíneos e tecido adiposo. 
· Subdural é uma fenda contendo líquor, entre a dura-mater e a aracnoide. 
· Subaracnoideo está entre a aracnoide e a pia-mater, onde há quantidades significativas de líquido cérebro-espinhal. Por esse motivo, entre S2 e L2 do espaço subaracnóideo é uma região de investigação clínica, através de exames como a punção de líquor. 
· Esse espaço de S2 e L2 também é utilizado para anestesias, aplicação de medicamentos para exames de imagem e aplicação de quimioterápicos.
Anatomia transversal da medula:
Os filamentos anteriores formam a raíz anterior; os filamentos posteriores formam a raíz posterior. No forame transversário, a raíz anterior se une a raíz posterior para formar o nervo espinhal. 
· A raíz anterior tem função de motricidade/eferente e a raíz posterior tem função sensitiva/aferente. 
· Na raíz posterior temos uma dilatação chamada de gânglio da raiz posterior, onde se encontra o corpo do neurônio da raiz sensitiva. O corpo do neurônio da raiz motora, porém, está no interior da medula. Esses nervos estão envolvidos na dura-mater. 
O corte transversal da medula tem um formato de H medular, formada por substância cinzenta de corpos neuronais amielinizados. Os axônios estão em uma porção mais externa da medula, contendo principalmente a mielina. No centro da medula, há um resquício do tubo neural, o canal central da medula, por onde circula o líquor. 
A substância branca é dividida conforme sua disposição em relação ao H medular. Na porção anterior e medial, a substância branca é chamada de funículo anterior, na porção lateral de funículo lateral e na porção posterior de funículo posterior. 
O H medular tem sua porção central dividida em substância cinzenta intermédia central da medula e em substância cinzenta intermédia lateral. 
O corno lateral não está presente em todo segmento medular. A coluna lateral existe para agrupar os corpos neuronais do SNS que estão localizados nos níveis de T1 a L2 medular. 
Na superfície anterior da medula, existem algumas reentrâncias e sulcos. Os da porção anterior são: fissura mediana posterior e sulco lateral anterior. Na porção posterior temos o sulco lateral posterior, sulco intermédio posterior e sulco mediano posterior. Os sulcos laterais são pontos de emergência das raízes dos filamentos radiculares posteriores e anteriores dos nervos. 
Temos uma septação do funículo posterior, chamada de septo intermédio posterior que está presente apenas de T6 para cima. De T6 para baixo, todo o funículo posterior é formado por apenas um fascículo, que é o fascículo grácil. 
· Essa diferenciação acontece porque no segmento T6 adentram fibras na porção lateral da medula, fibras do fascículo cuneiforme, que empurram o fascículo grácil em direção medial. Dessa forma, como a septação acontece a partir de T6, na medula lombar, por exemplo, será possível observar apenas o fascículo grácil. 
Substância branca: são fibras ascendentes e descendentes da medula. Localizada na porção externa recobrindo toda a substância cinzenta. Podem ser agrupadas em três funículos ou cordões: 
Funículo anterior que fica entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior.
Funículo lateral que fica entre os sulcos laterais anterior e posterior.
Funículo posterior que fica entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. 
*Na parte cervical o sulco intermédio posterior divide o funículo posterior em fascículo posterior que se divide em fascículo grácil e fascículo cuneiforme.
Segmentos medulares: 
Sulcos laterais posteriores filamentos radiculares raíz dorsal gânglio espinhal—Nervo espinhal
Sulcos laterais anteriores filamentos radiculares raíz ventral – Nervo espinhal
*Anatomia da medula. 
Anestesia dos espaços meníngeos: 
Raquimedular Através de uma agulha perfura-se a dura-mater e injeta o anestésico dentro do espaço subaracnóideo, através dos espaços entre as últimas vértebras lombares,ou seja, entre L3 e L4 ou entre L4 e L5. Esse procedimento anestesia todos os nervos da cauda equina (formada a partir de L1/L2), que constituem os nervos aferentes e eferentes para a pelve e região inferior do corpo. 
Epidural (peridural) A agulha fica no espaço epidural, não perfurando a dura-mater. Aplica-se quando sentir uma região de resistência. O anestésico então difunde-se pelo espaço epidural, anestesiando as raízes espinhais. Geralmente, utiliza-se morfina nessa região após cirurgia.
 
	Medula e seus componentes de comunicação: 
Dois tipos de vias: vias meduloencefálicas/vias aferentes e vias encefalomedulares/vias eferentes. 
Tipo de sensibilidade: 
· Geral:
-Exteroceptiva (superficial): 
Protopática: contato, dor, temperatura (quente e frio)
Epicrítico: características dos objetos que tocam a pele; detalhismo.
-Proprioceptiva (profunda) que está relacionado com localizar a posição e movimento das diferentes partes do corpo sem utilizar a visão, noção de lugar e espaço. 
Consciente: cinético-postural; vibratória; dor profunda. 
Inconsciente
-Visceroceptiva 
· Especial: visão, olfato e gustação. 
Conceitos: 
Substância cinzenta: tecido constituído de neuróglia, corpos de neurônios e fibras amielinizadas. 
Substância branca: tecido nervoso constituído de neuróglia e fibras nervosas mielinizadas. 
Núcleo: massa de substância cinzenta dentro da substância branca.
Tracto: feixe de fibras nervosas com mesma origem, função e sentido. 
Fascículo: se refere a um tracto mais compacto.
Leminisco: alguns feixes de fibras sensitivas. 
Funículo: usado para substância branca da medula. Contém vários tractos ou fascículos.
Decussação: formação anatômica constituída por fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano e que tem mesma direção. Exemplo: corpo caloso. 
Fibras de projeção: saem fora dos limites da área ou órgão
Fibras de associação: associam pontos mais ou menos longe da área ou órgão, sem abandoná-lo.
Substância cinzenta: 
Divide-se em coluna anterior (cabeça e base), substância cinzenta intermedia (central, lateral com coluna lateral), coluna posterior (base, pescoço/colo, cabeça (contém substância gelatinosa – tecido nervoso translúcido – portão da dor). 
Neurônios medulares: 
Neurônios radiculares: axônio longo; sai da medula para constituir a raiz ventral (raiz motora). 
· Neurônios radiculares viscerais: pré-ganglionares do SNA, cujos corpos localizam-se na substância cinzenta intermédia lateral (T1 a L2 – coluna lateral) ou de S2 a S4. Destinam-se à inervação de músculos lisos, cardíacos ou glândulas. 
· Neurônios radiculares somáticos: destinam-se à inervação de músculos estriados esqueléticos e tem seu corpo localizado na coluna anterior. 
Neurônios cordonais: axônios ganham a substância branca da medula onde tomam direção ascendente ou descendente passando a constituir fibras que formam os funículos da medula. 
-Homolateral (ipsilateral) passa o funículo situado no mesmo lado do corpo. 
-Heterolateral (contralateral) passa o funículo situado do lado oposto do corpo. 
 Neurônio cordonal de projeção: axônio longo que termina da medula (tálamo, cerebelo) e integram as vias ascendentes. 
Neurônio cordonal de associação: axônio que se bifurca em um ramo ascendente e um descendente, ambos terminando na substância cinzenta da própria medula. Constituem um mecanismo de integração entre segmentos medulares situados em níveis diferentes. 
Neurônio de axônio curto: axônio permanece sempre na substância cinzenta. Estabelecem conexão entre as fibras aferentes que penetram pelas raízes dorsais e os neurônios motores interpondo-se assim em vários arcos reflexos medulares. 
Núcleos e lâminas: 
Na coluna anterior: 
· Núcleos do grupo medial: existem em toda a extensão. Inervam a musculatura do esqueleto axial. 
· Núcleos do grupo lateral: fibras que inervam a musculatura do esqueleto apendicular (membros) – só aparecem nas regiões de intumescência cervical e lombar. Neurônios mais medianos inervam a musculatura proximal dos membros e os mais laterais, musculatura mais distal. 
Na coluna posterior: 
· Núcleo torácico: apenas na região torácica e lombar alta (L1 e L2). Propriocepção inconsciente. Contém axônios cordonais de projeção cujos axônios vão até o cerebelo. 
· Substância gelatinosa: recebe fibras sensitivas que entram pela raíz dorsal. Nela funciona o portão da dor, um mecanismo que regula a entrada no SN de impulsos dolorosos. 
Substância branca: 
 Tratos e fascículos descendentes constituem as vias descendentes; tratos e fascículos ascendentes constituem as fibras ascendentes; as fibras ascendentes e descendentes (neurônios cordonais de associação) formam as vias de associação. 
Vias descendentes (motoras): fibras que se originam no córtex cerebral e em áreas do tronco encefálico e terminam fazendo sinapses com neurônios medulares: 
· Neurônios pré-ganglionares = SNA = vias descendentes viscerais
· Neurônios somáticos = vias motoras descendentes somáticas (dividem em piramidais e extrapiramidais)
-As vias piramidais atravessam a pirâmide bulbar e fazem parte os seguintes tratos: 
 Trato córtico-espinhal lateral/piramidal cruzado
Trato córtico-espinhal anterior/piramidal direto: cruza o plano mediano terminando em um neurônio motor do lado oposto ao que entrou. 
Do córtex até a decussação das pirâmides constituem um mesmo feixe: cruza= TCE lateral / não cruza= TCE anterior. 
*Motricidade voluntária cruzada: os dois tratos são cruzados. O córtex de um hemisfério cerebral controla os neurônios motores do lado oposto da medula.* 
 
 -Vias extrapiramidais constituem os seguintes tratos: 
 Trato tecto-espinhal que tem sua origem no teto do mesencéfalo (colículo superior) – musculatura distal dos membros. 
 Trato vestíbulo-espinhal que tem como origem o núcleo vestibular na área vestibular do IV ventrículo.
 Trato rubro-espinhal que tem sua origem no núcleo rubro do mesencéfalo e tem função na postura e no equilíbrio. 
 Trato retículo-espinhal que tem sua origem nas formações reticulares do tronco encefálico e tem função no equilíbrio, postura e motricidade voluntária da musculatura axial e proximal dos membros. 
Vias ascendentes: 
Vias exteroceptivas: 
Protopática (dor, temperatura e contato): 
· Trato espinotalâmico anterior (cruzado, tato protopático referente a pressão e ao tato leve). 
· Trato espinotalâmico lateral (cruzado na comissura branca, referente a temperatura e a dor).
Epicrítica:
· Tato epicrítico (discriminativo): localiza e descreve as características táteis do objeto. 
É direto. 
· Fascículo grácil: conduz impulsos dos mmii e porção inferior do tronco. Tem destino o núcleo grácil no tubérculo grácil do bulbo. 
· Fascículo cuneiforme: conduzem impulsos dos mmss e da porção superior do tronco. Tem como destino o núcleo cuneiforme no tubérculo cuneiforme do bulbo. 
A sensibilidade tátil tem duas vias na medula: 
Uma direta= fascículo grácil e cuneiforme no funículo posterior
Uma cruzada= trato espinotalâmico anterior no funículo anterior
Vias proprioceptivas: 
Consciente:
-Fascículo grácil e cuneiforme; são diretos; fazem sensibilidade vibratória e sensibilidade cinético-postural. 
Inconsciente: 
-Trato espinocerebelar posterior; é direto; tem como destino o paleocerebelo; penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior. 
-Trato espinocerebelar anterior; pode ser direto ou cruzado; penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar superior; propriocepção inconsciente e detecção do nível de atividade do trato córtico-espinhal (informação usada pelo cerebelo para controle da motricidade somática). 
*Fibras cruzadas na medula tornam a se cruzar ao entrar no cerebelo= impulso nervoso termina no hemisfério cerebelar no mesmo lado de origem.*
	Nome
	Origem
	Trajeto na medula
	Localização
	Terminação
	Função
	Fascículo grácil e cuneiforme
	Gânglio espinhal
	Direto
	Funículo posterior
	Nervo grácil e cuneiforme (bulbo)
	Tato epicrítico
	Trato espino-talâmicoanterior
	Coluna posterior
	Cruzado
	Funículo anterior
	tálamo
	Tato protopático e pressão
	Trato espino-talâmico lateral
	Coluna posterior
	Cruzado
	Funículo lateral
	Tálamo
	Temperatura e dor 
	Trato espino-cerebelar anterior
	Coluna posterior e substância cinzenta intermédia
	Cruzado e direto
	Funículo lateral 
	Paleocerebelo
	Propriocepção inconsciente; detecção dos níveis de atividade do trato córtico-espinhal
	Trato espino-cerebelar posterior
	Coluna posterior (nervo torácico)
	Direto
	Funículo lateral 
	Paleocerebelo
	Propriocepção inconsciente
 
	Tronco encefálico:
Fica entre a medula e o diencéfalo, ventralmente ao cerebelo. 
Muitos núcleos do tronco encefálico emitem ou recebem fibras nervosas que constituem os nervos cranianos (12 pares sendo que 10 fazem conexão no tronco encefálico). 
O tronco divide-se em bulbo (caudalmente), mesencéfalo (cranialmente) e ponte (no meio dos dois). 
Bulbo:
Limites: 
Superior – sulco bulbopontino que separa o bulbo da ponte. Dele emergem os nervos VI, VII (sensitivo e intermédio) e VIII. 
Inferior- impreciso, acima da emergência da primeira raíz do primeiro nervo espinhal. 
Faces anterior e lateral: 
Fissura mediana anterior; Forame cego; Pirâmides; Sulco ânterolateral (pré-olivar); Olivas bulbares e sulco pósterolateral (pós-olivar). 
Face posterior: dividida em porção fechada (caudalmente) e porção aberta (cranialmente)
Sulco mediano posterior; Área posterior do bulbo; Tubérculo do núcleo grácil e cuneiforme; Sulco intermédio posterior. 
Ponte: 
Limites: 
Sulco bulbopontino; Sulco pontino superior.
Face anterior e lateral: 
Sulco basilar; Estrias transversais; Pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte).
Face posterior: 
Assoalho do IV ventrículo. 
IV Ventrículo:
Fossa romboide se chama IV ventrículo e fica entre o bulbo e a ponte. Tem formato de um losango. Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto do mesencéfalo.
Forame de Luschka (abertura lateral) e forame de magendie (abertura medial). 
· Assoalho ou fossa romboide: tem formato de um losango, formado pela parte dorsal da ponte e porção aberta do bulbo. É limitado pelos tubérculos cerebelares e tubérculos no núcleo grácil e cuneiforme. É percorrido pelo sulco mediano. 
Colículo facial: é uma dilatação da eminencia media. Formado por fibras do nervo facial (VII) que contornam o núcleo do nervo abducente (VI).
Trígono do vago e hipoglosso: núcleos vago (mais caudal) e acessório (mais ventral). 
Área vestibular: núcleos vestibulares do nervo vestíbulo coclear. 
Mesencéfalo:
Limites e divisão: fica entre a ponte e o cérebro. É atravessado pelo aqueduto do mesencéfalo. 
-Tecto do mesencéfalo fica dorsalmente ao aqueduto. 
-Pendúculos cerebrais ficam ventralmente e se dividem em: tegmento, base e substância negra.
 Tegmento é a parte dorsal.
 Base fica na parte ventral com fibras longitudinais
 Substância negra divide a base do tegmento. É uma área formada por neurônios dopaminérgicos que contém melanina. Está relacionada com a doença de Parkinson. 
-Sulco lateral do mesencéfalo é um sulco longitudinal correspondente à substância negra. 
-Sulco medial do pedúnculo cerebral é um sulco longitudinal correspondente à substância negra. Daqui emerge o nervo oculomotor III.
O tecto do mesencéfalo possui o colículo superior (visão) e o colículo inferior (audição), esses formam 4 eminências arredondadas chamados de corpos quadrigêmios. 
· Caudalmente a cada colículo inferior emerge o nervo troclear IV que é o único que emerge dorsalmente, ele contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente. 
Os pedúnculos cerebrais aparecem como dois grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar no cérebro. 
	Nervo
	Origem no SNC
	Exterioriza-se por
	I – Olfatório
	Prosencéfalo 
	Lâmina crivosa do etmóide
	II – Óptico 
	Diencéfalo 
	Canal óptico 
	III – Oculomotor 
	Sulco medial do pedúnculo cerebral
	Fissura orbital superior
	IV – Troclear 
	Face dorsal do mesencéfalo
	Fissura orbital superior
	V – Trigêmio 
	Divisão entre ponte e braço da ponte
	V1-Fissura orbital superior
V2- forame redondo
V3-Forame oval 
	VI – Abduscente
	Sulco bulbo-pontino
	Fissura orbital superior
	VII – Facial 
	Sulco bulbo-pontino
	Entra pelo MAI e sai pelo forame estilomastóideo
	VIII - Vestibulococlear
	Sulco bulbo-pontino
	MAI
	IX – Glossofaríngeo 
	Sulco lateral posterior do bulbo 
	Forame jugular
	X – Vago
	Sulco lateral posterior do bulbo 
	Forame jugular
	XI – Acessório 
	Sulco lateral posterior do bulbo 
	Forame jugular
	XII – Hipoglosso 
	Sulco lateral posterior do bulbo
	Canal do hipoglosso

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