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Exame Físico da Glândula Tireóide A glândula tireoide é uma glândula alveolar localizada na parte anterior do pescoço, em frente à traquéia, e consiste em um lobo direito e um lobo esquerdo, conectados pelo istmo . O exame físico da tireóide tem como base a inspeção, a palpação e a ausculta. Inspeção A tireóide não estará visível, exceto casos de pacientes muito emagrecidos, por isso, a inspeção busca observar alterações de forma, volume, mobilidade à deglutição e aderências, sendo dividido em inspeção estática e dinâmica: ● Inspeção Estática O paciente deve estar sentado, na mesma altura do examinador, com a cabeça reta. Nessa inspeção, deve-se analisar estado da pele, tamanho da tireóide, assimetrias, abaulamentos (curvaturas) e cicatrizes . ● Inspeção Dinâmica Com o paciente sentado, na mesma altura do examinador, e pescoço levemente estendido para trás, pede-se que ele realize a deglutição para que seja avaliado a mobilidade e a presença de nódulos na glândula. Como a glândula é fixa à fáscia pré-traqueal, ela se desloca para cima com a deglutição do paciente, permitindo que muitos bócios difusos ou nodulares sejam facilmente documentados durante a deglutição, assim como a adiposidade cervical, que não se descola na deglutição. Palpação O pescoço do paciente deverá ficar com a cabeça discretamente fletida para frente , uma vez que a palpação é mais difícil quando os músculos esternocleidomastoideos ficam estendidos. A glândula tireoide é palpável na maioria dos indivíduos normais, apresentando lobos com cerca de 3 a 5 cm no sentido vertical e o istmo com diâmetro aproximado de 0,5 cm. A palpação deverá permitir a percepção do istmo quando o paciente deglutir e, caso apresente tamanho aumentado, firme ou com nódulos, é uma indicação de anormalidade tireoidiana. O exame busca avaliar os seguintes aspectos: - Volume: normal ou aumentado; - Consistência: normal (fibroelástica) ou endurecida (pétrea); - Superfície: regular ou nodular; - Sensibilidade: indolor ou dolorosa à palpação; - Temperatura da pele; - Presença de frêmitos. ● Abordagem Anterior - cumprimentar e pedir permissão ao paciente - paciente sentado ou de pé e o examinador também sentado ou de pé, desde que na mesma altura do paciente - ligamento tireo-hióideo → cartilagem tireóidea → ligamento crico-tireóide → cartilagem cricóidea → istmo - com os polegares apoiados no tórax, realizar a palpação com os dedos indicadores e médios até o istmo - determinar localização do istmo da glândula e pedir ao paciente que realize deglutição - após deglutição, realizar a palpação dos lobos, sendo que o lobo direito é palpado pela mão esquerda e o lobo esquerdo é palpado pela mão direita ● Abordagem Posterior - cumprimentar e pedir permissão ao paciente - paciente sentado e o examinador de pé atrás dele - ligamento tireo-hióideo → cartilagem tireóidea → ligamento crico-tireóide → cartilagem cricóidea → istmo - com os polegares fixos na nuca, realizar a palpação com os dedos indicadores e médios de forma unilateral, ora com a mão direita, ora com a mão esquerda - determinar localização do istmo da glândula e pedir ao paciente que realize deglutição - após deglutição, realizar a palpação dos lobos Manifestações Clínicas Em pessoas normais a tireoide pode ser palpável ou impalpável. Quando palpável, é lisa, elástica (consistência de tecido muscular), móvel, indolor, sendo a temperatura da pele normal e com ausência de frêmito. Além disso, o exame físico da tireóide não permite caracterizar o hiperfuncionamento da glândula, pois isso só é obtido com outros dados do exame clínico e por meio de exames complementares apropriados. ● Nódulos A maioria dos nódulos tireoidianos são benignos, movem-se livremente, têm superfície lisa e são de consistência borrachosa. É essencial medir as dimensões dos nódulos nos eixos vertical e horizontal, sendo o método de fita crepe o mais comumente empregado. ● Bócio Os bócios podem ser difusos ou nodulares e, quanto a funcionalidade, podem ser classificados em tóxicos (com hipertireoidismo) e não tóxicos (sem hipertireoidismo). No bócio difuso, a glândula está aumentada em sua totalidade, incluindo o istmo e os lobos laterais, não sendo verificados nódulos isolados palpáveis. As causas incluem doença de Graves (bócio tóxico), tireoidite de Hashimoto e bócio endêmico por deficiência de iodo. Sinal de Pemberton O bócio multinodular pode causar obstrução da traquéia e, quando retroesternal, também a obstrução da veia cava superior . O sinal de Pemberton aparece quando se eleva o braço do paciente acima da cabeça, fazendo com que esse fique dispneico , com distensão das veias do pescoço, pletora facial ou com estridor.
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