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vni neonatal

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Neste capítulo estudaremos 
VENTILAÇÃO MECÂNICA NEONATAL 
 
1 
VENTILAÇÃO MECÂNICA NEONATAL 
Ventilação pulmonar é o ato de renovar o ar dos pulmões. A ventilação 
pulmonar se dá por meio de dois mecanismos: inspiração e expiração. 
Existem situações nas quais os pacientes precisam de ajuda para realizar a 
ventilação pulmonar através de equipamentos que fornecem pressão positiva 
para insuflar os pulmões. É isso que chamamos de ventilação mecânica, 
quando a ventilação pulmonar é feita por meio de equipamentos. 
Os equipamentos usados para esse fim são os ventiladores mecânicos. 
Precisamos de uma interface de ligação entre o paciente e o ventilador. Se 
essa interface invadir a traqueia do paciente, por exemplo, tubo endotraqueal 
ou cânula de traqueostomia, chamamos a ventilação mecânica de invasiva. 
Se a interface não invadir a traqueia do paciente, por exemplo, máscaras e 
prongas nasais, chamamos de ventilação não invasiva. 
No passado foram usados ventiladores mecânicos não invasivos por pressão 
negativa, conhecidos como “pulmão de aço”. Esses equipamentos exerciam 
um vácuo no tórax fazendo com que o mesmo se expandisse provocando a 
inspiração. Como esses equipamentos não são mais usados, nos 
restringiremos a discorrer somente sobre os ventiladores que atuam por 
pressão positiva. 
2 
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA POR PRESSÃO POSITIVA 
Ventilação mecânica não invasiva (VNI) realizada atualmente, é quando 
usamos um equipamento que fornece pressão positiva para ventilar os 
pulmões de um paciente por meio de uma interface não invasiva (máscaras ou 
prongas). 
Ela pode ser realizada por equipamentos específicos para VNI ou por 
equipamentos de ventilação mecânica invasiva (VMI). Também pode ser 
ofertada por meio de diversos modos ventilatórios. 
3 
AS PRESSÕES POSITIVAS 
Existem dois tipos de pressões: a expiratória e a inspiratória. 
A pressão expiratória 
A pressão expiratória é a pressão positiva que permanece nos alvéolos após a 
expiração e tem como objetivos: manter vias aéreas e alvéolos abertos, 
melhorar as trocas gasosas, melhorar a oxigenação, melhorar a capacidade 
residual funcional (CRF). 
São consideradas pressões positivas expiratórias: 
» CPAP: chamamos a pressão positiva expiratória de CPAP, quando 
estamos em ventilação não invasiva com um equipamento específico de VNI e 
usamos apenas essa pressão para ventilar o paciente. CPAP significa: pressão 
positiva contínua em vias aéreas. 
» EPAP: chamamos a pressão positiva expiratória de EPAP, quando 
estamos em ventilação não invasiva com um equipamento específico de VNI e 
usamos dois níveis de pressão para ventilar o paciente. Sendo EPAP a 
pressão expiratória e IPAP a pressão inspiratória (BIPAP). EPAP significa: 
pressão positiva expiratória em vias aéreas. 
» PEEP: chamamos a pressão positiva expiratória de PEEP, quando 
estamos em ventilação não invasiva com um equipamento de VMI, sendo 
usada somente essa pressão, ou usados dois níveis de pressão. PEEP 
significa: pressão positiva ao final da expiração. 
Na verdade, só muda a nomenclatura dependendo do modo e do ventilador 
usado, porém, o ajuste da pressão positiva expiratória, independente do nome, 
é o mesmo, seus objetivos e efeitos são similares. 
A pressão inspiratória 
A pressão inspiratória é a pressão positiva usada para insuflar os pulmões 
durante a inspiração, e tem como objetivos: gerar um gradiente de pressão, 
aumentar volume corrente, aumentar o volume minuto e ajudar na eliminação 
de gás carbônico. 
São consideradas pressões positivas inspiratórias: 
» IPAP: chamamos a pressão positiva inspiratória de IPAP, quando estamos 
em ventilação não invasiva com um equipamento específico de VNI e usamos 
dois níveis de pressão para ventilar o paciente. Sendo EPAP a pressão 
expiratória e IPAP a pressão inspiratória (BIPAP). IPAP significa: pressão 
positiva inspiratória em vias aéreas. 
» PIP: chamamos a pressão positiva inspiratória de PIP, quando estamos em 
ventilação não invasiva com um equipamento de VMI, em modo mandatório 
(assistido e/ou controlado). PIP significa: pressão inspiratória positiva. 
» PSV: chamamos a pressão positiva inspiratória de PSV, quando estamos 
em ventilação não invasiva com um equipamento de VMI, em modo 
espontâneo. PSV significa: ventilação com pressão de suporte. 
Na verdade, só muda a nomenclatura dependendo do modo e do ventilador 
usado, porém o ajuste da pressão positiva inspiratória, independente do nome, 
é o mesmo, seus objetivos e efeitos são similares. 
4 
MODOS VENTILATÓRIOS DE VNI 
Existem diversas opções de modos ventilatórios para VNI, por exemplo: 
» Pressão de suporte: o paciente desencadeia o disparo, limitado à pressão 
e ciclado a fluxo. 
» Pressão assistida: paciente desencadeia o disparo, limitado à pressão e 
ciclado a tempo. 
» Pressão controlada: aparelho desencadeia o disparo, limitado à pressão e 
ciclado a tempo. 
» Volume assistido: paciente desencadeia o disparo, limitado à fluxo e 
ciclado a volume. 
» Volume controlado: aparelho desencadeia o disparo, limitado à fluxo e 
ciclado a volume. 
Os modos mais usados em VNI são o CPAP e o BIPAP. 
Quadro 10. Sumarização dos tipos de modos ventilatórios e das possibilidades 
de suporte não invasivo. 
MODOS DESCRIÇÃO 
CPAP » Pressão constante nas vias aéreas 
» Ventilação espontânea 
BIPAP » Dois níveis de pressão 
» IPAP: suporte inspiratório 
» EPAP: pressão expiratória positiva 
» Ciclagem a fluxo 
Fonte: adaptado de: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-
CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-
NEONATOLOGIA.pdf>. 
5 
CPAP 
Chamamos de CPAP quando aplicamos apenas um nível de pressão positiva e 
essa pressão é a expiratória. Seus objetivos, portanto, são os mesmos do uso 
da pressão positiva expiratória: manter vias aéreas e alvéolos abertos, 
melhorar as trocas gasosas, melhorar a oxigenação, melhorar a capacidade 
residual funcional (CRF). 
Em outras palavras somente vamos ajustar o CPAP (se for ventilador de VNI) 
ou a PEEP (se for ventilador de VMI). 
Figura 26. Curva de pressão x tempo do CPAP. Ajustado um valor de pressão 
positiva expiratória (linha pontilhada) em que o paciente respira 
espontaneamente sobre essa pressão. 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal do autor. 
Chamamos de BIPAP quando aplicamos dois níveis de pressão positiva nas 
vias aéreas, uma expiratória e outra inspiratória. Seus objetivos, portanto, são 
os mesmos do uso das duas pressões: manter vias aéreas e alvéolos abertos, 
melhorar as trocas gasosas, melhorar a oxigenação, melhorar a Capacidade 
Residual Funcional (CRF), gerar um gradiente de pressão, aumentar volume 
corrente, aumentar o volume minuto e ajudar na eliminação de gás carbônico. 
No BIPAP vamos ajustar a EPAP (se for ventilador de VNI) ou PEEP (se for 
ventilador de VMI), mais IPAP (se for ventilador de VNI), PIP (se for ventilador 
de VMI em modo mandatório) ou PSV (se for ventilador de VMI em 
espontânea). 
6 
BIPAP 
Figura 27. Curva de pressão x tempo do BIPAP. Ajustado dois níveis de 
pressão positiva, inspiratória e expiratória, gerando um gradiente de pressão. 
 
Fonte: Próprio autor. 
7 
PRESENÇA DE VAZAMENTOS 
É importante ressaltar que a VNI é uma ventilação realizada na presença de 
vazamentos, ou seja, o escape de ar do sistema vai ocorrer inevitavelmente, 
pela interface, por orifícios presentes e algumas vezes necessários no sistema. 
Assim sendo, os equipamentos que fazem VNI precisam não só se adaptar à 
presença de fugas, mas também seria importante compensar essas perdas de 
fluxo. Os alarmes têm o desafio de permitir vazamento (não alarmando numa 
situação de fuga de fluxo inerente à VNI), porém avisar uma situação de 
desconexão. 
Já a VMI é uma ventilação feita para trabalhar sem vazamentos, uma vez que 
um vazamento, mesmo que pequeno, pode representar a desconexão do 
paciente do ventilador. Por isso, os equipamentosde VMI tem alarmes 
rigorosos que detectam a presença de vazamentos, avisando que o paciente 
pode estar desconectado. 
8 
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO USO DA VNI 
Os benefícios fisiológicos da VNI com pressão positiva, de acordo com vários 
estudos, incluem a melhora na oxigenação, diminuição do trabalho ventilatório, 
melhora da relação ventilação/perfusão (V/Q), diminuição da fadiga, aumento 
da ventilação minuto e da capacidade residual funcional (CRF). 
Comparativamente à intubação traqueal existem vantagens adicionais 
relacionadas ao conforto da criança, possibilidade do paciente deglutir e falar, a 
facilidade de início, implementação e retirada da VNI e a redução da taxa de 
infecções relacionadas a VM. 
9 
INDICAÇÕES DA VNI 
A indicação precisa da VNI exige atenção em relação aos dados clínicos, ter 
conhecimento completo deste tipo de suporte ventilatório, ter estrutura para seu 
uso e ter ampla compreensão da aplicação clínica. 
São indicações da VNI em neonatologia: 
» Taquipneia. 
» Sinais e sintomas de desconforto respiratório como tiragens, batimento de 
asa de nariz e gemência. 
» Necessidade de oxigênio suplementar. 
» Cianose. 
» Respiração paradoxal. 
São indicações da VNI em pediatria: 
» Insuficiência ventilatória crônica agudizada. 
» Enfermidades neuromusculares: atrofia espinal, doença de Duchenne. 
» Fibrose cística: fase pré-transplante e de exacerbação. 
» Síndrome da apneia obstrutiva do sono. 
» Insuficiência ventilatória aguda hipoxêmica. 
» Pneumonia. 
» Insuficiência ventilatória pós-extubação. 
» Asma aguda grave. 
» Edema agudo de pulmão. 
» Insuficiência ventilatória aguda no paciente oncológico. 
São indicações da VNI domiciliar pediátrica: 
» Atelectasia e pneumonia de repetição. 
» Capacidade vital menor que 40%. 
» Diminuição de 25% da capacidade vital em decúbito. 
» Saturação de hemoglobina menor que 95% durante o dia, sem a presença 
de doença ventilatória aguda. 
» Registro noturno de SpO2 patológico. 
» Saturação de hemoglobina inferior a 90% por mais de uma hora. 
» Episódios de bradicardia secundários à dessaturação para pacientes 
neuromusculares. 
10 
CONTRAINDICAÇÕES DA VNI EM NEONATOLOGIA E PEDIATRIA 
São contraindicações absolutas da VNI na IRA: 
Existe um grande número de contraindicações absolutas, entretanto, a maioria 
dos casos que contraindicam a VNI constitui aqueles em que a equipe 
multiprofissional assume a opção de que a intubação traqueal imediata é a 
melhor opção para o paciente. 
» Instabilidade hemodinâmica (choque). 
» Arritmias com alteração hemodinâmica. 
» Hemorragia digestiva alta ou vômitos. 
» Distensão abdominal. 
» Trauma cranioencefálico, com pneumoencéfalo ou rinoliquorraquia. 
» Cirurgia da face ou seios paranasais. 
» Pneumotórax não drenado. 
» Pneumonia com pneumatocele. 
» Paralisia de cordas vocais. 
» Não cooperação do paciente. 
» Ausência ou depressão do estímulo ventilatório. 
» Secreções abundantes no sistema ventilatório. 
» Infecção de cavidades paranasais ou oculares. 
» Cirurgia recente de esôfago, estômago ou orofacial. 
 
11 
SÃO CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS DA VNI NA IRA 
» Distúrbio significante da troca gasosa, com necessidade de altas FiO2. 
» Obesidade mórbida (>200% do peso corpóreo ideal). 
» Adaptação inadequada à interface. 
» Excitação psicomotora com necessidade de sedação. 
12 
LOCAL PARA REALIZAÇÃO DE VNI 
O fato de a VNI não necessitar do uso de musculorrelaxantes e por vezes de 
sedativos, permite que seu uso pode ser realizado fora da Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI). Esse fator torna essa terapia interessante uma vez que 
minimiza problemas relacionados à disponibilidade de leitos de UTI, e pode 
diminuir os altos custos associados ao cuidado nessas unidades. 
Mesmo podendo ser realizada fora do ambiente de UTI, a VNI requer atenção, 
e assim, precisamos considerar os seguintes fatores para determinar o local de 
sua utilização: 
» Presença de equipe disponível 24 horas por dia. 
» Equipe treinada e com conhecimento de VNI. 
» Acesso rápido para intubação traqueal e VMI caso necessário. 
» Gravidade da falência respiratória e avaliação da possibilidade de sucesso. 
» Facilidade de monitoração do paciente. 
13 
EQUIPAMENTOS E SEUS ACESSÓRIOS 
Para realizar a VNI, podem ser usados equipamentos específicos para VNI e 
ventiladores microprocessados de VMI. Alguns equipamentos de VMI possuem 
módulo para realizar VNI e outros não. Dependendo do equipamento, ele vai 
utilizar circuito de ramo único ou circuito de ramo duplo. Alguns equipamentos 
podem ofertar as duas opções (ramo único e ramo duplo). Além disso, o tipo de 
interface necessária para cada montagem pode ser com ou sem orifícios de 
exalação e as válvulas de PEEP podem ser internas ou externas. 
Circuitos, máscaras e controle da PEEP 
Os circuitos podem ser de ramo único ou ramo duplo. Os circuitos de ramo 
único, possuem somente o ramo inspiratório conectado ao equipamento, o 
ramo expiratório despreza o ar exalado diretamente no ambiente, sem retornar 
ao equipamento, assim, uma de suas desvantagens é não monitorar os gases 
exalados. 
O circuito de ramo único necessita que haja um orifício de exalação em seu 
sistema para ajudar na liberação do CO2, impedindo a reinalação do gás 
carbônico. Esse orifício normalmente fica na máscara, mas também pode ficar 
no circuito, no caso de ficar na máscara, apresenta menor reinalação de 
CO2 do que quando o orifício fica no circuito. Nessa montagem normalmente a 
PEEP é controlada pelo equipamento, mas também podem haver montagens 
com válvula de PEEP externa nos equipamentos mais antigos ou menos 
elaborados. 
O circuito de ramo duplo apresenta ambos os ramos, inspiratório e expiratório 
conectados ao equipamento, deste modo, a máscara utilizada nessa 
montagem deve ser sem orifícios, uma vez que o gás exalado possui uma via 
de liberação e não há razão de manter orifícios que aumentariam os 
vazamentos no sistema. Além disso, como os gases exalados retornam ao 
equipamento, os mesmos podem ser monitorados. Nessa montagem, a PEEP 
é controlada pelo equipamento. 
Figura 28. Montagens de circuitos de ramo único, conectados ao ramo 
inspiratório do ventilador. 
 
1- Máscara para circuito de ramo único com orifício de exalação 
2- Ramo inspiratório: do umidificador para a interface 
3- Saída do ramo inspiratório: circuito da saída para o umidificador 
4- Circuito de ramo único conectado a uma máscara nasal 
5- Máscara nasal 
6- Circuito ramo único 
7- Equipamento de VNI 
Fonte: <https://www.cpaps.com.br/mascara-nasal-pediatrica-profile-lite-philips-
respironics>. 
Figura 29. Circuitos de ramo duplo. 
A - Circuito de ramo duplo com prega nasal B - Circuito de ramo duplo com 
máscara nasal sem orifício 
 
1-Prega nasal 
2-Toca para fixação 
3- Ramo inspiratório 
4- Ramo expiratório 
5- Máscara nasal sem orifício de exalação 
Fonte: <http://hospiinnova.com/cpap-neonatal/1822-kit-cpap-nasal-gorro-
mascarilla-sistema-babyflow-1.html>. 
Figura 30. Válvulas de PEEP externas. 
 
Fonte: <https://www.cpaps.com.br/valvula-peep-ajustavel-circuito-cpap>. 
Figura 31. Ventilador que oferece os dois tipos de montagem, com ramo único 
ou duplo. 
 
Ventilador PB 560 para VMI e VNI que representa opção de ser montado com 
circuito de ramo único e ramo duplo. 
1-Ramo expiratório, pode permanecer fechado ou aberto 
2-Ramo expiratório 
3-Ramo inspiratório 
Fonte: 
<https://www.medgadget.com/2011/01/new_mobile_puritan_bennett_ventilator_
for_eu.html>. 
Ventiladores específicos para VNI 
São os chamados de CPAPs e BIPAPs. Os CPAPs fornecem apenas um nível 
de pressão, já os BIPAPs são capazes de oferecer até dois níveis de pressão. 
Esses equipamentos são projetados para trabalhar na presença de 
vazamentos e tem menor complexidadedo que os equipamentos 
microprocessados de VMI. Eles compensam vazamentos, porém não garantem 
o suporte à vida. 
Eles podem possuir uma entrada para O2, normalmente de baixo fluxo na parte 
posterior ao equipamento, ou o O2 pode ser administrado conectado ao circuito 
ou à máscara. Dessa forma, nem sempre podemos precisar a FiO2 ofertada e 
há limitações ao uso de altas FiO2. Entretanto, a necessidade de manter altas 
FiO2, pode ser indicação de intubação traqueal e VMI, assim não 
necessariamente essa seria uma limitação ao uso desse tipo de equipamento. 
Também é importante atentar o tempo de bateria de cada equipamento e a 
partir de que peso de paciente o equipamento atende, pois, a maioria pega 
faixas pediátricas não atendendo aos pacientes neonatais e alguns casos 
lactentes pequenos. 
A maioria dos equipamentos de VNI trabalha com circuito de ramo único, assim 
necessitam de máscara com orifício de exalação, e com controle de PEEP 
interno. 
São características dos equipamentos específicos de VNI: 
» Portáteis. 
» Toleram e compensam vazamentos. 
» Circuito de ramo único. 
» Válvula exalatória na máscara. 
» Visa ter boa sincronia entre paciente e o ventilador. 
» Apresentam preço competitivo. 
» Podem apresentar menos opções de modos ventilatórios quando 
comparados com equipamentos de VMI. 
» Limitação de alarmes. 
» Dificuldade de ajuste da FiO2. 
» Dificilmente englobam faixa neonatal e por vezes lactentes pequenos. 
Figura 32. Exemplos de BIPAPs muito utilizados e conhecidos, com ramo 
único. 
 
A-BIPAP Vision Philips Respironics. 
B-BIPAP Synchrony Respironics. 
C-BIPAP Resmed. 
Fonte: <http://shop.tenacore.com/product/respironics-bipap-vision/>. 
Ventiladores de VMI sem módulo para VNI 
A natureza do ventilador VMI é de não tolerar vazamentos pois mesmo o 
menor vazamento pode significar a desconexão do paciente. Então todos os 
problemas encontrados nessa “adaptação” da VNI, gira em torno do fato de 
existirem vazamentos em um equipamento que não consegue reconhecer e 
nem compensar essas fugas. 
Os equipamentos de VMI apresentam grande número de alarmes que ficam 
totalmente “confusos” na presença de vazamentos e que podem ser acionados 
mesmo no que seria uma situação normal para VNI. 
Os vazamentos também provocam assincronia em equipamentos que não são 
capazes de compensá-los, como por exemplo a assincronia por autodisparo, 
além de prejudicar a ciclagem a fluxo (característica de modos com dois níveis 
de pressão onde a pressão inspiratória é espontânea). 
Os vazamentos também podem interferir na acurácia da monitoração 
ventilatória quando não compensados. 
Esses equipamentos funcionam com circuito de ramo duplo e a máscara deve 
ser sem orifício para diminuir a taxa de vazamento, o controle da FiO2 é 
realizada no blender do ventilador e pode atingir até 100%. 
Devido ao fato de não compensarem vazamentos e não se adaptarem a eles, 
esses equipamentos podem apresentar problemas durante a VNI. 
Ventiladores de VMI com módulo para VNI 
Atualmente muitos ventiladores de VMI podem ser ativados para realizar VNI, 
visando melhorar a tolerância aos vazamentos e normalmente permitem 
ajustes que minimizam as assincronias causadas pelas fugas, bem como, 
muitos são capazes de compensar vazamentos (alguns necessitam de um 
módulo especial para trabalhar em VNI e/ou compensar fugas). 
Podem ser ajustados por exemplo a sensibilidade de ciclagem por fluxo para 
minimizar a assincronia de ciclagem a fluxo e o disparo por fluxo pode 
minimizar o autodisparo. 
Alarmes “desnecessários” para VNI podem ser eliminados com a segurança de 
que alarmes necessários para detectar desconexão na presença de fugas 
estejam ativos. 
São montados com circuito de ramo duplo e, portanto, devem utilizar máscaras 
sem orifício, o controle da PEEP é interno e o ajuste da FiO2 é feita 
no blender do equipamento garantindo maior precisão e altas dosagens de até 
100%. 
A compensação de vazamentos permite melhor monitoração de dados. 
Considerações que devem ser feitas para seleção de um equipamento de VMI 
para VNI: 
» Compensação de vazamento. 
» Disparo e ciclagem acoplado ao padrão respiratório do paciente 
(sincronia). 
» Reinalação de CO2 
» Fornecimento de O2. 
» Monitoração. 
» Alarmes: segurança versus incômodo. 
» Portabilidade: tamanho compacto. 
» Duração da bateria. 
» Comprovação na prática. 
» Custo. 
Quadro 11. Diferenças entre a VNI administrada pelos ventiladores portáteis 
específicos para VNI e dos ventiladores de UTI microprocessados com módulo 
de VNI. 
 
VENTILADORES DE 
UTI 
ESPECÍFICOS VNI 
Circuito 
Duplo com válvula de 
demanda 
Circuito único 
Exalação Válvula exalatória 
Exalação por orifício ou válvula exalatória na 
máscara ou circuito 
Vazamento 
Compensado, se usado 
modo PCV (ciclado a 
tempo) ou módulo 
específico para VNI 
Compensação automática 
Suplementação 
de O2 
Regulada pelo blender do 
ventilador 
Regulada pelo blender do ventilador ou 
O2 suplementar na máscara/circuito 
PEEP 
Na válvula exalatória do 
ventilador 
Válvula exalatória do ventilador e/ou válvula 
regulável na máscara 
Tipo de 
interface 
Interfaces para circuito 
duplo 
Permite o uso de máscaras com válvula 
exalatória na máscara ou no circuito 
ventilatório 
Fonte: Adaptado de: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-
CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-
NEONATOLOGIA.pdf>. 
14 
INTERFACES 
As interfaces são dispositivos fundamentais para o fornecimento da VNI no que 
se refere ao sucesso e aos efeitos adversos inerentes a ela. Um dos aspectos 
importantes na seleção da interface é oferecer conforto ao paciente. 
Atualmente, existem diversos tipos de interfaces, com diferentes designs, 
dentre elas, as mais utilizadas são: as máscaras nasais, máscaras faciais 
(oronasal), de face total (full face), prongas nasais e capacete (helmet ou 
escafandro). 
Para a efetividade do uso das interfaces, alguns aspectos, como o treinamento 
da equipe multiprofissional, a disponibilidade de máscaras de diferentes 
formatos e tamanhos, o treinamento do paciente antes do início do modo 
ventilatório, a explicação prévia aos familiares e ao paciente do funcionamento 
do suporte ventilatório devem ser considerados e, são fundamentais para o 
sucesso da VNI. Porém, ocasionalmente, alguns pacientes não apresentam 
capacidade para tolerar qualquer tipo de interface, devendo-se ter cautela na 
sua utilização. Ressalta-se que o sucesso/falha da VNI depende principalmente 
do acompanhamento contínuo do paciente. 
Reduzir o extravasamento de gás é um dos principais objetivos na tentativa de 
melhorar o sucesso da VNI, com a finalidade de obter uma capacidade residual 
funcional adequada bem como para melhorar a sincronia paciente-ventilador de 
VPM. 
As máscaras nasais são efetivas para a maioria dos pacientes pediátricos, 
mesmo quando existe vazamento de gás pela boca. Apresentam a vantagem 
de ocasionar menos ansiedade para RNs e lactentes. Este tipo de interface 
apresenta um menor espaço morto estático, não ocasiona tanta claustrofobia, 
aerofagia (engolir ar) e risco de broncoaspiração, além de permitir a 
expectoração, a comunicação e a alimentação de maneira mais adequada. Já 
a interface de escolha para os RNs são as prongas nasais, que muito se 
assemelham a uma cânula nasal, pois possuem dois pequenos tubos que se 
encaixam no vestíbulo de cada narina. Normalmente as prongas nasais são 
vendidas em kits de diversos tamanhos para se adaptar aos neonatos e por 
vezes lactentes de pesos corporais variados, e esses kits são compostos pela 
pronga (cânula nasal), circuito de ramo duplo e uma toca que serve para a 
fixação do sistema no paciente. As prongas nasais são usadas em 
equipamentos que permitem o uso de circuito de ramo duplo. 
As máscaras faciais ou oronasais englobam a boca e o nariz do paciente eestá 
indicada em situações em que há respiração bucal e desconforto respiratório 
que estimula a respiração pela boca adicionalmente ao nariz. 
A máscara facial total envolve toda a face do paciente, apresentando maior 
espaço morto, porém apresenta menor taxa de ulceração na pele causada pela 
pressão da máscara em pontos específicos e permite o uso de pressões mais 
altas. 
O helmet (capacete ou escafandro) modificado pode minimizar o vazamento de 
gás. O seu tamanho é apropriado para crianças na faixa etária (de 1 mês a 5 
anos) com peso (10±5 Kg), incluindo um bom espectro desta população. 
Estudos mostram que essa interface pode ser bem tolerada pelos pacientes 
pediátricos e não ocasiona efeitos colaterais, entretanto, apresenta grande 
espaço morto, possibilidade de reinalação de CO2, ruído interno e possa gerar 
assincronia de disparo por atraso na liberação do fluxo inspiratório e 
consequente elevação do trabalho respiratório do paciente. 
São características desejáveis de uma interface para VNI: 
» Espaço morto pequeno. 
» Transparente: para visualizar a permeabilidade das vias aéreas, presença 
de secreções e vômito (que pode ser broncoaspirado). 
» Ser leve. 
» Fácil de fixar. 
» Selo adequado, com uma baixa pressão facial. 
» Descartável e/ou fácil de limpar. 
» Não alergênica. 
» Custo baixo. 
» Vários tamanhos: adulto e pediátrico/neonatal. 
» Adaptável às variações da anatomia facial. 
» Habilidade de uma remoção rápida. 
» Mecanismo antiasfixia. 
» Compatível com grande variedade de ventiladores. 
» Modelo compatível com tempo estimado de permanência em VNI e com os 
níveis de pressão utilizados. 
Figura 33. Máscaras nasais. 
 
Fonte: <https://www.cpapcare.com.br/mascara-nasal-wisp-pediatrica-design-
girafa-philips-respironics>. 
Figura 34. Prongas nasais. 
 
Fonte: <https://www.cpapmed.com.br/produto/176-refil-de-pronga-nasal-
infantil>. 
Figura 35. Máscara facial total. 
 
Fonte: <https://www.cpapmed.com.br/produto/266-mascara-fitlife-total-face-
com-exalacao-philips-respironics>. 
Quadro 12. Vantagens e desvantagens de várias interfaces para VNI. 
INTERFACE VANTAGENS DESVANTAGENS 
Máscara nasal 
» Menor risco de aspiração 
» Facilidade de depuração de secreções 
» Menor sensação de claustrofobia 
» Possibilita alimentação via oral 
» Fácil de colocar e fixar 
» Menor espaço morto 
» Fuga de gás pela boca 
» Resistência maior através da passagem 
nasal 
» Boca seca 
Máscara orofacial 
» Melhor controle do vazamento 
» Mais efetiva quando respiração bucal 
presente 
» Aumento do espaço morto 
» Claustrofobia 
» Aumento do risco de broncoaspiração 
» Aumento da dificuldade para falar e se 
alimentar 
» Asfixia com mau funcionamento do 
ventilador 
Máscara facial 
total 
» Alguns pacientes se sentem mais 
confortáveis 
» Fácil para colocar e fixar 
» Menor possibilidade de lesão facial 
» Maior espaço morto 
» Potencial para ressecamento ocular 
» Não é possível fornecer medicamentos por 
aerossol 
Helmet (capacete) 
» Tamanho apropriado para crianças de 1 
mês a 5 anos 
» Bem tolerada na pediatria 
» Não apresenta efeitos colaterais 
» Grande espaço morto 
» Possibilidade de reinalação de CO2 
» Ruído interno 
» Pode gerar assincronia de disparo 
» Pode aumentar o trabalho respiratório do 
paciente 
Fonte: Adaptado de: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-
CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-
NEONATOLOGIA.pdf>. 
15 
INICIANDO A VNI 
Antes de iniciarmos a VNI, é necessário avaliar critérios clínicos e laboratoriais, 
como: 
» Frequência cardíaca. 
» Pressão arterial. 
» Frequência respiratória. 
» Utilização de musculatura acessória. 
» Sons pulmonares: ausculta pulmonar. 
» Gasometria arterial. 
» Saturação periférica de oxigênio: oximetria de pulso. 
» Radiografia de tórax. 
Em seguida, é fundamental avaliar a presença de contraindicações para o uso 
da VNI. 
São critérios de indicação para o início da VNI: 
» Condição patológica potencialmente reversível. 
» pH < 7,35. 
» PaCO2 > 45 mmHg. 
» PaO2 < 50 mmHg em ar ambiente ou PaO2 < 70 mmHg em oxigenoterapia. 
» Relação PaO2/FiO2 < 300. 
» Frequência respiratória > 20 irpm ou 30% acima do valor normal para a 
idade. 
» Permitir um tempo para se avaliar a terapêutica médica padrão instituída. 
» Não haver contraindicação de uso. 
Uma vez escolhida a VNI como terapia, devemos instalá-la o mais rápido 
possível, tendo em vista a facilidade dos pacientes pediátricos e neonatais em 
entrar em fadiga ou descompensar. 
Pode ser usado como protocolo de início da VNI: 
1. Iniciar BIPAP no modo ventilatório espontâneo, com pressões e volumes 
baixos e ajuste de frequência de back-up para proteção no caso de um 
paciente fazer uma apneia ou hipopneia. 
2. Parâmetros baixos: 
› IPAP de 8 a 12 cmH2O. 
› EPAP de 3 a 5 cmH2O. 
› Vt de 6 a 8 mL/Kg peso predito. 
› f (frequência respiratória) de back-up entre 12 e 16 irpm. 
1. Aumentar a IPAP gradualmente de 2 em 2 cmH2O, de acordo com a 
tolerância da criança (manter o volume corrente dentro da faixa indicada) e 
EPAP aumentar de 1 cmH2O a cada passo. 
2. Objetivos: 
› Diminuir a dispneia; 
› Diminuir a f; 
› Aumentar o Vt. 
1. Adequar a sincronia paciente-ventilador. 
2. Iniciar suplementação de O2 para manter SpO2 > 90%. 
3. Verificar taxa de vazamento. 
4. Ajustar a interface. 
5. Promover aquecimento e umidificação adequada do gás. 
6. Considerar sedação leve se a criança estiver agitada. 
7. Avaliar o paciente com frequência à beira leito. 
8. Análise dos gases sanguíneos de 1 a 2 horas após a instituição da VNI. 
16 
DESMAME DA VNI 
O desmame da VNI deve ser avaliado após 24 horas da sua instituição. 
Devemos seguir os seguintes passos para realizar o desmame: 
1. Reduzir gradualmente os parâmetros, nessa ordem: 
› Reduzir a FiO2. 
› Reduzir a IPAP. 
› Reduzir a EPAP. 
1. Intercalar VNI com oxigenoterapia sendo: 4 horas de VNI e 2 horas de 
oxigenoterapia. 
2. Intercalar VNI com oxigenoterapia sendo: 2 horas de VNI e 4 horas de 
oxigenoterapia. 
3. Se não houver aumento do trabalho respiratório e o paciente mantiver seu 
Vt e SpO2 estáveis e adequados, podemos retirar a VNI e manter a 
oxigenoterapia se necessário. 
17 
FATORES PREDITIVOS DE SUCESSO DA VNI 
São fatores chave para o sucesso da VNI: 
» Escolha da interface adequada para o tamanho, formato de rosto, tamanho 
de narinas, risco de lesão de pele, necessidade de parâmetros ofertados. 
» Escolha do ventilador adequado ao caso do paciente. 
» Controle de assincronia paciente-ventilador. 
» Boa adaptação do paciente ao método terapêutico. 
» Patência de vias aéreas. 
» Manutenção de adequada umidificação e aquecimento dos gases 
inspirados. 
» Treinamento da equipe e conhecimento. 
» Manutenção geral e limpeza do material. 
» Habilidade para reconhecer problemas e agir corretamente. 
» Selecionar o paciente com potencial para se beneficiar da técnica. 
» Monitorar o paciente adequadamente. 
» Avaliação e acompanhamento constante. 
» Tratar a condição subjacente agressiva e rapidamente. 
» Manter prontidão para intubação imediata quando houver falha da VNI. 
18 
FATORES PREDITIVOS DE FALHA DA VNI 
A falha na VNI é considerada como a necessidade de intubação traqueal. É 
muito importante reconhecer quando a VNI falhou, pois, a insistência indevida 
nesse tipo de suporte pode retardar a intubação e aumentar o risco para o 
paciente. 
São fatores de risco para falha da VNI: 
» Falha inadequada da interface. 
» Agitação. 
» Assincronia.» Apneia. 
» Escore de gravidade: quanto mais grave a doença maior o risco de falha. 
» Características demográficas: menor idade e baixo peso. 
São indicadores de falha da VNI: 
» PaO2 < 65 mmHg com necessidade de FiO2 ≥ 60%. 
» Estudos mostram que a PaCO2 é maior em grupos que falham do que em 
grupos que não falham: após duas horas de VNI já é possível se observar. 
» Estudos mostram que grupos que falham apresentam maior FiO2 (80%) do 
que grupos que não falham (40%) após uma hora da instituição da VNI. 
» Relação PaO2/FiO2 é menor em grupos que falham quando comparados a 
grupos que não falham após uma hora da instituição da VNI. 
» pH menor que 7,25 após uma hora da instituição da VNI indica um fator de 
risco para falha. 
» Grupos que falharam em VNI apresentaram frequência respiratória (f) 
antes e após duas horas da instituição da VNI. Da mesma forma, grupos que 
apresentam redução significativa da f durante o uso da VNI tiveram menor 
índice de falha. 
» Piora da oxigenação e queda da SpO2 foi evidenciada nos pacientes com 
falha da VNI. 
» Sinais de desconforto respiratório como ativação da musculatura acessória 
e/ou respiração paradoxal, tiragens subdiafragmática e intercostal indicam má 
resposta à VNI. 
» A diminuição da pressão arterial foi associada a falha da VNI. 
» Rebaixamento do nível de consciência torna o paciente incapaz de tolerar 
a VNI, podendo ser causa de falha. 
19 
COMPLICAÇÕES 
A VNI é um tipo de suporte seguro e bem tolerado pela grande maioria dos 
pacientes. Normalmente as complicações são associadas ao uso das 
interfaces, mas podem ocorrer outras complicações menos frequentes. 
São complicações da VNI: 
» Desconforto. 
» Piora transitória inicial. 
» Claustrofobia. 
» Eritema ou ulceração da base do nariz: complicação mais comum. 
» Irritações ou úlceras de pele. 
» Epistaxes. 
» Necrose facial. 
» Lesão da asa do nariz: associado ao uso de prongas. 
» Dermatite irritativa. 
» Dor de ouvido e de cavidades sinusais. 
» Conjuntivite irritativa e ressecamento ocular. 
» Sinusite. 
» Distensão abdominal com insuflação gástrica: devido a aerofagia 
(deglutição de ar). 
» Vômitos. 
» Broncoaspiração de conteúdo gástrico para as vias aéreas inferiores. 
» Remoção inadvertida da máscara: com potencial risco de morte. 
» Hiperinsuflação pulmonar. 
» Ressecamento oral. 
» Ressecamento nasal. 
» Barotrauma: complicação rara. 
» Hipotensão. 
» Síndrome compartimental abdominal. 
Figura 36. Complicações VNI. Exemplo de ulceração da base do nariz em um 
adulto. 
 
Fonte: <https://www.researchgate.net/figure/Grade-II-pressure-ulcer-on-the-
bridge-of-the-nose_fig1_310328623>. 
20 
RECOMENDAÇÕES 
Quadro 13. São recomendações para o uso de VNI em pediatria. 
SITUAÇÃO GRAU DE RECOMENDAÇÃO 
IRA pós-extubação A 
IRA hipoxêmica ou hipercápnica A 
Asma A 
Bronquiolite aguda A 
Após transplante hepático C 
Após cirurgia cardíaca B 
Crianças oncológicas A 
Fornecimento de medicações inalatórias através da VNI B 
Crianças com obstrução alta de vias aéreas A 
Fibrose cística B 
Fonte: adaptado de: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-
CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-
NEONATOLOGIA.pdf>. 
Quadro 14. São recomendações para o uso de VNI em neonatologia. 
SITUAÇÃO GRAU DE RECOMENDAÇÃO 
Suporte ventilatório na sala de parto B 
Suporte ventilatório para RN de baixo peso B 
Apneia da prematuridade B 
IRA hipoxêmica do RN A 
Desmame do RN A 
Pós extubação do RN A 
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf
Uso de pronga nasal no RN A 
Uso de ventilador de VMI A 
Fonte: adaptado de: <http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-
CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-
NEONATOLOGIA.pdf>. 
 
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/I-CONSENSO-BRASILEIRO-DE-VENTILACAO-MECANICA-EM-PEDIATRIA-E-NEONATOLOGIA.pdf

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