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ECTOPARASITOSES

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Maria Eduarda Marchi - 2025.1
Parasitologia Médica
TUNGÍASE
É uma ectoparasitose da pele associada geralmente à pobreza, causada pela pulga Tunga
penetrans. Constitui um problema de saúde pública em comunidades carentes.
Os parasitas machos e fêmeas são hematófagos; entretanto, apenas a fêmea, já
fecundada, da T. penetrans penetra na derme, causando uma intensa resposta inflamatória,
que resulta em rash cutâneo, prurido e dor . Alimentam-se de sangue de animais como
cães, gatos e ratos, e parasitam preferencialmente porcos e humanos. As lesões podem
ocorrer em qualquer parte do corpo, preferencialmente nas regiões plantares periungueais e
interdigitais.
As rotas comerciais e marítimas permitiram a disseminação do parasita. É endêmica na
América do Sul e Central, no Caribe, na África Subsaariana e no oeste da Índia, sendo rara
na Europa e na América do Norte. Nas áreas endêmicas geralmente a reinfestação é
constante, e os indivíduos afetados podem apresentar dezenas de parasitos em diversos
estágios de desenvolvimento. No Brasil, é mais prevalente em assentamentos urbanos
precários, em áreas rurais e em comunidades de pescadores. Porém não é considerada
uma questão de saúde pública, demonstrando ser uma doença pouco conhecida ou
negligenciada.
Em geral a disseminação dessa espécie é feita através de dois mecanismos principais:
1. ovos, larvas, pupas e formas adultas são disseminados com o esterco oriundo de
sítios e fazendas, comprado para adubar hortas e jardins;
2. cães (ou mesmo gatos parasitados por fêmeas grávidas de T. penetrans durante
suas andanças) podem disseminar ovos da pulga que, se caírem em ambiente
propício, darão origem a formas adultas.
Quanto a sua etiologia, a Tunga penetrans é a menor das pulgas conhecidas. A fêmea
possui uma peculiaridade: a fronte terminada em ponta aguda, proporcionando-lhe a
capacidade de penetrar na pele, fato que ocorre após a fecundação da mesma. Sua porção
anterior (cabeça e tórax) adentra a pele, enquanto sua porção posterior (estigma
respiratório e segmento anal) permanece exteriorizada, para a eliminação de excrementos e
ovos. Ao final de uma semana a fêmea atinge o tamanho de uma ervilha, devido ao
acúmulo de ovos no abdome, havendo liberação dos mesmos e consequente saída da
fêmea, quer espontaneamente, quer pela reação inflamatória do hospedeiro.
Aspectos clínicos e patogênicos: A história natural da tungíase pode ser dividida em
cinco estágios; Os machos e as fêmeas se alimentam de sangue e, eventualmente, as
fêmeas penetram permanentemente na pele do hospedeiro.
● Estágio 1: A pulga está no statu penetrandi, que pode ocorrer após 30 minutos da
infecção, iniciando um processo inflamatório. Aparece uma mancha hiperemiada,
com cerca de 1 milímetro.
● Estágio 2: Começa a hipertrofia e o parasita se torna mais óbvio um a dois dias
após a penetração. Ocorre protusão do canal anal-genital, que aparece como um
ponto preto central.
● Estágio 3: A hipertrofia é máxima, o corpo atinge 7 milímetros de comprimento e é
macroscopicamente visível em duas a três semanas após penetrar na pele. É nesse
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Parasitologia Médica
estágio que os segmentos abdominais da pulga atingem até 1 centímetro, expelindo
os ovos durante um período de duas a três semanas e causando também
hiperceratose e descamação. As lesões são usualmente dolorosas e produzem a
sensação de corpo estranho ao longo da pele.
● Estágio 4: Ocorre após a deposição dos ovos; o parasita morre, e sua carapaça é
expelida.
● Estágio 5: Após aproximadamente quatro semanas, a epiderme se reorganiza.
Os ovos depositados no terceiro estágio tornam-se larvas em três a quatro dias e se
transformam em pupas. Após duas semanas chegam à fase adulta, e ao encontrarem outro
hospedeiro são capazes de se reproduzir e completar o ciclo.
Sinais e sintomas: Aparecimento de um ponto preto no centro e branco em volta. Os
principais sintomas referidos são pruridos, relacionados à penetração da pele, e dor, devido
ao crescimento da pulga. Piodermite, celulite e linfadenites são condições infecciosas
secundárias que podem acompanhar o quadro.
A tungíase geralmente é assintomática, mas podem ocorrer complicações, como perda das
unhas, feridas, impetiginização das lesões, eritema, edema, dor, pústulas, supuração,
úlceras, infecções bacterianas, deformidades dos dedos e infestação grave, levando à
dificuldade de andar. Outras complicações mais raras incluem linfedema, gangrena, perda
permanente das unhas, amputação dos dedos, sepse e até a morte. Há casos de
colonização das feridas por Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, Klebsiella
aerogenes, Escherichia coli, entre outras enterobactérias.
Diagnóstico: Realizado através da história epidemiológica e dos achados clínicos (de
acordo com os critérios de Eisele e cols), que, aliados ao exame direto com visualização do
parasita, após abertura da lesão com agulha estéril, permitem a confirmação desta
enfermidade.
● Presença de uma pulga na fase de penetração ou de um pequeno ponto.
● vermelho-pardo, ou a presença de uma zona circular branca com um ponto preto.
● central ou a presença de uma casca preta (pulga morta com tecido necrosado).
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Parasitologia Médica
Tratamento: A retirada da pulga é o tratamento preconizado (deve ser realizada depois de
adequada desinfecção da pele e com a utilização de agulhas estéreis), o uso de
eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são tratamentos alternativos para a
destruição do parasita.
Tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a cinco dias. Os antibióticos
são utilizados apenas nos casos de infecção secundária.
Profilaxia: A interrupção da cadeia epidemiológica e da transmissão dos parasitas é
necessária para a erradicação da tungíase. A pavimentação das vias públicas, cimentação
e colocação de pisos no interior das residências são medidas importantes para o controle
dos parasitas.
Além disso, o saneamento básico, incluindo principalmente a coleta de lixo, contribuirá para
a redução da incidência e da gravidade dessa doença. Controle do ambiente com
inseticidas e uso de sapatos fechados.
ESCABIOSE
Ectoparasitose, conhecida popularmente como sarna, causada pelo aracnídeo microscópico
Sarcoptes scabiei var. hominis; o aracnídeo é uma espécie de ácaro que coloniza a camada
córnea da pele, onde a fêmea se insere e deposita ovos.
Etiologia: Residem em túneis escavados na camada córnea da epiderme; monógeno e
estenoxeno, visto que seu ciclo ocorre integralmente e exclusivamente em seres humanos.
Quanto ao tipo de parasitismo, este aracnídeo é considerado como parasita obrigatório
permanente e ectoparasita pelo fato de, respectivamente, não sobreviver fora do hospedeiro
(com sobrevivência aproximada de um dia sem contato) e por viver na superfície do corpo
(pele) do mesmo, do qual extrai nutrientes.
Epidemiologia: Insere-se no grupo das infestações por contaminação, mais precisamente,
originadas a partir de condições higiênico-sanitárias precárias. Esta parasitose constitui um
problema endêmico e epidêmico à escala mundial.
Patogênese: Em relação à fecundação do ácaro, essa ocorre na superfície da pele e, logo
após o macho morrer, a fêmea penetra na pele humana, cavando um túnel por um período
aproximado de 30 dias, período ao qual se segue a deposição dos ovos. Por sua vez, ao
eclodirem, os ovos liberam as larvas que retornam à superfície da pele para completar seu
ciclo evolutivo. Posteriormente, decorre da perfuração da epiderme, dos produtos do
metabolismo do parasito depositados e da presença dos ovos, o que gera, como
consequência, uma reação inflamatória, a qual pode ser acompanhada por eventuais
escoriações, pápulas, pela presença de vesículas, por prurido intenso e, em alguns casos,
linfadenomegalia.
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Parasitologia Médica
Transmissão: No que respeita à via de penetração deste parasita, esta é do tipo ativa, mais
precisamente, efetuada através da pele.
A transmissão ocorre, fundamentalmente,por contato direto, ocorrendo a transferência das
fêmeas recém fertilizadas (fêmeas ovígeras) pessoa a pessoa. Pode, contudo, surtir
vetorização quando objetos e roupas inanimados veiculam o parasita entre os hospedeiros
(por ex., roupas). Além disso, considera-se que o contato sexual constitui, provavelmente, o
meio de transmissão mais proeminente entre os adultos.
Em geral, as áreas do corpo mais frequentemente afetadas são os espaços interdigitais,
pulsos, cotovelos, axilas, pregas cutâneas sob os seios, cintura, joelhos, zona lombar,
nádegas e zona púbica, e, mais especificamente, rosto, couro cabeludo, pescoço, zonas
palmar e plantar.
Sinais e sintomas: A perfuração da epiderme por S. scabiei, assim como os produtos
resultantes do seu metabolismo, detritos (cascas dos ovos, ácaros adultos mortos) e a ação
da sua saliva, levam a um forte prurido (mais intenso a noite) e eritema/exantema
(erupção cutânea), sendo frequente o aparecimento de vesículas e pápulas muitas
vezes acompanhadas de placas eczematosas.
Diagnóstico: A confirmação ocorre ao serem encontrados os ácaros, fezes ou óvulos nos
raspados microscópicos dos túneis. É comum não achar os ácaros, e isso não elimina a
suspeita de escabiose.
Tratamento: O tratamento para escabiose indicado é feito com escabicidas de uso tópico
ou oral, sendo a permetrina a droga de escolha. A ivermectina é indicada para pacientes
que não respondem ao tratamento tópico. E benzoato de benzila.
Prevenção: A prevenção é feita evitando contato direto com pessoas infectadas e
principalmente no caso da escabiose norueguesa, evitando o contato com objetos, roupas e
roupas de camas de pessoas infectadas.
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Parasitologia Médica
PEDICULOSE
Doença parasitária popularmente conhecida como infestação por piolho, é uma doença de
pele causada por piolhos, que varia de espécie de acordo com o local do corpo:
1. Pediculus humanus capitis: Piolho da cabeça
2. Pediculus humanus corporis: Conhecido como muquirana, causa pediculose do
corpo
3. Phthirus pubis: Conhecido como chato, causa pediculose na região pubiana
Transmissão: Pode acontecer através de contato direto (inclusive por relação sexual) ou
indireto.
Diagnóstico: Exame físico que deve-se iniciar pela nuca, abrindo o cabelo com as mãos e
identificando regiões vermelhas e escoriadas. No corpo, as lesões são pápulas (“bolinhas”)
escoriadas pelo ato de coçar e às vezes, até com sangue, em volta dos pêlos. Se for
crônico os locais de infestação podem ter a pele mais espessa e até mais escura. O
fundamental para o diagnóstico é a presença de lêndeas, ovos brancos acastanhados, que
ficam presos aos fios de cabelo. Para diferenciar de “caspa” é só puxar: se for lêndea não
sai e se for “caspa” sai facilmente.
Sinais e sintomas
1. pediculose do couro cabeludo: Coceira intensa no local, feridas causadas pelo ato
de coçar, vermelhidão local, surgimento de pequenos pontinhos brancos na região
do couro cabeludo, que normalmente estão associados à presença de lêndeas;
sinais de inflamação, como aumento da temperatura do local, devido à presença da
saliva e dos excrementos do piolho; aparecimento de ínguas atrás das orelhas e
nuca e infecções secundárias nos casos mais graves de infestação.
2. Pediculose do corpo: Escoriações, pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas
hemorrágicas, pigmentação, principalmente no tronco, abdome e na região glútea;
infecção secundária em casos mais graves.
3. Pediculose pubiana: Prurido na região púbica, feridas, sensação de queimação na
região; linfonodos aumentados na região da virilha, pequenos pontos arroxeados ou
manchas escuras podem surgir em pessoas com intensa e prolongada infestação,
infecção secundária em casos mais graves. 
A coceira é o primeiro sintoma da manifestação da pediculose e acontece devido à reação
do corpo à alimentação do piolho. Para conseguir se alimentar do nosso sangue, o piolho
utiliza duas substâncias presentes em sua saliva. Ao encontrar um vaso sanguíneo, o inseto
injeta saliva naquele local. Uma enzima anestésica impede que o homem sinta dor no
momento em que o aparelho bucal do inseto penetra no couro cabeludo. Durante a
alimentação, outra enzima entra em ação: com função anticoagulante, ela evita que o
sangue coagule no intestino do piolho. A combinação destas substâncias promove uma
reação do corpo humano, manifestando-se na forma de coceira intensa, um incômodo que
geralmente começa atrás da orelha ou na região da nuca. Outro sintoma que pode se
manifestar especialmente em crianças, dependendo da quantidade de piolhos, é o
desenvolvimento de anemia.
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Parasitologia Médica
Tratamento: Roupas e utensílios pessoais de pano usados nas últimas 48 horas devem ser
lavados com água em temperatura acima de 50 graus Celsius e/ou secados em máquinas
de secar roupas nas mais altas configurações de calor. Pediculicidas tópicos constituem o
método mais efetivo, sendo a permetrina a mais usada. Pentear o cabelo molhado com
pente fino. Medicação oral (ivermectina).
MIÍASE
Infecção de pele causada pela presença de larvas de moscas. Na maioria das vezes, a
região da pele onde a larva penetra, assume um aspecto avermelhado e inflamatório que
se assemelha a um “furúnculo” (motivo pelo qual é conhecida como miíase furunculóide).
Pode ocorrer tanto em crianças como adultos, especialmente em regiões expostas da pele,
inclusive no couro cabeludo.
Eventualmente, a miíase pode ser consequência da deposição de larvas de determinadas
moscas em ferimentos na pele, cavidades naturais (como nariz e orelhas) ou as larvas são
ingeridas por meio de alimentos ou bebidas contaminados.
Existem várias classificações para miíases, conforme seja a localização, a biologia da
mosca e o tipo do tecido em que ocorre:
● Quanto ao local de ocorrência, elas podem ser: cutânea, subcutânea, cavitárias
(nariz, boca, seios paranasais), ocular, anal, vaginal.
● Atualmente as miíases são divididas em: obrigatórias, facultativas e pseudomiíases.
As miíases obrigatórias também são conhecidas por miíases primárias. São as miíases
causadas por larvas de dípteros que naturalmente se desenvolvem sobre ou dentro de
vertebrados vivos. Neste grupo estão incluídas as seguintes famílias de moscas no Brasil:
Calliphoridae, Muscidae e Oestridae (gêneros Cuterebra, Dermatobia, Hypoderma,
Gasterophilus e Oestrus – nos três primeiros gêneros as larvas são encontradas nos tecidos
cutâneo e subcutâneo de vários mamíferos. Antes eram denominadas moscas biontófagas.
As miíases facultativas também são conhecidas por miíases secundárias. São as miíases
causadas por larvas de dípteros que, em geral, desenvolvem-se em matéria orgânica em
decomposição (vida livre), mas eventualmente e oportunamente podem atingir tecidos
necrosados de um hospedeiro vivo. Nessa situação, atuam como parasitos, podendo
completar o seu ciclo biológico. Neste grupo estão várias espécies das famílias
Calliphoridae, Fanniidae, Muscidae e Sarcophagidae. Essas moscas eram chamadas de
necrobiontófagas anteriormente.
As pseudomiíases são as ocasionadas por larvas de dípteros ingeridos com alimentos e
que passam pelo tubo digestório sem se desenvolver, contudo podem ocasionar distúrbios
de maior ou menor gravidade.
Patogenia: A fisiopatologia da miíase depende da espécie da mosca. Pode ocorrer
infestação por depósito dos ovos das moscas no corpo de insetos hematófagos, que
passam a servir de vetores para disseminar a infestação; depósito de ovos diretamente na
pele íntegra, em orifícios dos folículos pilosos ou em lesão cutânea preexistente; ou, ainda,
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as fêmeas podem colocar seus ovos no solo ou em roupas úmidas penduradas para secar,
posteriormente infectando o ser humano. O calor da pele induz os ovos a eclodirem,
liberando larvas que invadem o tecido subcutâneo e se alimentam dele. Em 5-10 semanas,
se o ciclo não for interrompido, as larvas saem do hospedeiro, caem no chão e formam
moscas em 2-4 semanas.
Diagnóstico: Basicamenteclínico. Na maioria, é possível visualizar a larva do berne
quando ela aflora para respirar; Já na miíase secundária, as larvas são visíveis na
superfície atingida. Importantes para definir o diagnóstico. O hemograma pode demonstrar
leucocitose e eosinofilia. Casos específicos, com acometimento cerebral, facial ou orbitário,
podem exigir exames de imagem. Importante esclarecer o diagnóstico diferencial com
furúnculos, terçol, otites, abscessos ou lesões provocadas pela presença de corpos
estranhos, que podem ter aspecto semelhante.
Tratamento: O tratamento é feito com a retirada manual das larvas com a devida assepsia.
Para facilitar a remoção, pode-se fechar o orifício com vaselina, esparadrapo (e até toucinho
como é feito popularmente) por um tempo e pinçá-las quando vierem à superfície respirar.
Eventualmente, quando a lesão é muito extensa, a remoção pode ser feita sob anestesia
local. Atualmente, existem medicações orais como a ivermectina, que pode também ser
utilizada no tratamento.
Prevenção: A prevenção consiste em evitar a penetração das larvas, protegendo áreas
descobertas da pele, principalmente feridas abertas, em especial nos locais onde existam
muitas moscas.
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PULÍASE
Causada pela picada da pulga Pulex irritans. Tem como hospedeiro normal o homem,
apesar de também afetar cães, gatos, porcos, ou ainda ratos. Aloja-se em tapetes, roupas,
mobília, cortinas e menos frequentemente, em animais domésticos.
O local da picada caracteriza-se por uma pequena pápula petequial. Após a sensibilização,
surge como consequência de novas picadas, uma reação conhecida como prurigo estrófulo.
Esta se caracteriza pelas pápulas eritematosas de distribuição linear e aos pares. Podem
desaparecer em algumas horas, permanecendo as lesões características que são
papulovesiculomatosas.
Diagnóstico: Dermatoscopia; Rápido, não invasivo, precisão, controle de tratamento clínico
e cirúrgico em outras dermatoses, identifica as fases do ciclo da ectoparasitose.
Tratamento: Corticóide tópico e anti-histamínicos,
Profilaxia: Prevenir que seu animal doméstico seja infestado por pulgas, evitar a presença
de outros animais, limpeza regular do ambiente, higiene pessoal.
Controle: Controle ambiental e de animais domésticos, efetuar a limpeza de todo ambiente
domiciliar e uso de anti-pulgas no animal.
SD. LARVAS MIGRANS
A síndrome da larva migrans é causada principalmente pelos nematódeos Ancylostoma
braziliense e Ancylostoma caninum no caso de larva migrans cutânea e Toxocara canis nos
casos de larvas migrans visceral e ocular.
● Larvas migrans cutânea: É chamada de dermatite pruriginosa. As partes do corpo
mais atingida geralmente são aquelas que foram a porta de entrada para a larva L3,
nas quais ocorrem lesões eritemopapulosa (assumem aspecto vesicular) deixando
um rastro saliente e que causa prurido, podendo estar acompanhando de infecções
secundárias causadas pela coceira que leva a escoriações na pele. Pode haver
comprometimento pulmonar apresentando síndrome de Loeffler (tosse, febre e
eosinofilia). E nos casos de reinfecção o quadro de hipersensibilidade é agravado
pela reação imune do hospedeiro decorrente da ação antigênica das larvas.
➔ O diagnóstico baseia-se em uma boa anamnese, identificar sintomas e
aspectos dermatológicos da lesão, caracterizado por erupção linear e
tortuosa da pele.
➔ Tratamento: Para uso tópico, a droga de primeira escolha é o tiabendazol,
sendo recomendado a aplicação de pomada quatro vezes ao dia. Nos casos
de infecções múltiplas, associa-se o uso oral de tiabendazol duas vezes ao
dia. Tem-se apresentado sucesso no uso oral de albendazol e ivermectina.
Em casos de infecções microbianas secundárias, deve- se associar ao
tratamento de escolha a utilização de anti-histamínicos e esteróides tópicos.
Maria Eduarda Marchi - 2025.1
Parasitologia Médica
● Larvas migrans visceral: É caracterizada por leucocitose, hipereosinofilia,
hepatomegalia e linfadenite. Pode-se também observar infiltrados pulmonares
causando síndrome de Loeffler, junto a dispneia, anorexia e desconforto abdominal.
Quando há envolvimento do sistema nervoso, tanto pelas larvas quanto pelos
granulomas eosinofílicos, o paciente pode apresentar ataques epileptiformes,
meningite e encefalite.
➔ Na maioria das vezes, os exames histológicos são inconclusivos, devido a
dificuldade do encontro das larvas. Então, faz-se o diagnóstico com base na
história do paciente, sintomas e resultado do imunodiagnóstico (ELISA) que
apresenta eosinofilia, hipergamaglobulinemia (principalmente de IgM e IgE) e
elevação dos títulos de isohemaglutininas anti-A e anti-B.
➔ Tratamento: Albendazol, ivermectina e o tiabendazol.
● Larvas migrans ocular: Os sintomas surgem quando as larvas atingem o globo
ocular, havendo vermelhidão do olho, dor ou coceira no olho, manchas brancas na
pupila, fotofobia, visão turva e diminuição da visão. O diagnóstico é realizado
perante a história relatada pelo paciente, seus sintomas e pelo resultado do
imunodiagnóstico e do exame oftalmológico.
➔ O tratamento baseia-se no uso de corticoides nas fases iniciais das lesões
retinianas, quando a lesão está na periferia há associação de corticoide
periocular. Há também a fotocoagulação nos casos de granuloma posterior e
vitrectomia nos casos de granuloma periférico. Anti-helmínticos normalmente
não têm capacidade de penetrar no globo ocular, portanto apresentam pouca
eficiência.
A transmissão se dá pelo mecanismo ativo cutâneo. E no caso de LMV o mecanismo de
transmissão é passivo oral.

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