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β-lactâmicos Primeiro, Gram! - Gram positivo: azul - Gram negativo: rosa ∙ Bactérias Gram-Negativa: Parede celular de peptidoglicano menos espessa no meio, uma bicamada lipídica externa e uma interna. O espaço entre as membranas externa e interna é chamado de Espaço Periplasmático. ∙ Bactérias Gram-Positiva: Parede celular de peptidoglicano mais espessa e uma única bicamada lipídica interna. Testar em pacientes humanos → Verdade ou mentira? ∙ O segundo paciente a receber uma dose purificada de penicilina foi um policial na enfermaria de Radcliff que tinha severa infecção estreptocócica e estafilocócica. Repetidas injeções intravenosas de penicilina durante 5 dias tiveram um excelente efeito na sua recuperação. Devido aos estoques muito baixos de penicilina, a urina do paciente tinha de ser coletada e reciclada para ré extração de mais penicilina para injeções posteriores. Eventualmente, a perda de penicilina forçou a interrupção do tratamento e o paciente teve uma recaída e morreu pouco tempo depois. Teste em humanos e estrutura química ∙ O time de Oxford reconheceu o potencial para o tratamento de soldados e civis feridos durante a guerra. ∙ Em 1941, Floray e Heatley vão para os Estados Unidos em busca de financiamento e melhoraram o processo de produção e purificação. ∙ Eventualmente, diversas companhias farmacêuticas trabalharam na produção e realização de ensaios clínicos da penicilina em território americano. ∙ O primeiro ensaio clínico em sítio de guerra foi conduzido por Floray em um hospital militar no norte da África em 1942, onde se mostrou eficaz em ferimentos infeccionados ou não. Penicilinas ∙ A absorção por administração oral é inadequada. É disponível em formulações injetáveis (via intramuscular – dor no bumbum). Mais utilizada. → Benzetacil ∙ Boa absorção por administração oral. Atualmente quase nenhuma cepa é sensível a esse tipo de penicilina devido ao seu mau uso. → Meracilina Ambas exibem boa atividade contra os microorganismos Gram-positivos (especificamente, Streptococcus, não sendo aconselhado para outros), cocos Gram-negativos e anaeróbios e não produtores de β-lactamase (p. ex. Listeria). → muito usado em casos de faringite por Pyogens. Apresentam pouca atividade contra bacilos Gram-negativos. ∙ Depois da injeção intramuscular, as concentrações plasmáticas máximas de Penicilina G são alcançadas em 15 a 30 minutos, mas os valores declinam rapidamente, pois a meia vida é de 30 minutos (penicilina G cristalina). Pode ser utilizada por via endovenosa (E.V.) → Rápida depuração, pois tem uma excreção inalterada na urina de 90%. → Pode ser utilizado por meio de infusão (gotejamento), pois a concentração permaneceria alta no plasma do paciente enquanto o soro estiver sendo administrado. No entanto, não é uma técnica tão aceitável. ∙ PORTANTO, formas de prolongar a permanência desse antibacteriano no corpo: ♦ Probenicida, que inibe a secreção tubular, usada concomitantemente, em que a associação permite um aumento no tempo de meia vida da penicilina por inibir sua excreção. → Não é comum no Brasil. ♦ Preparações de depósito de penicilina (sal de baixa solubilidade em água). A penicilina G benzatina (Benzetacil®) é absorvida muito lentamente (pico plasmático 12-24 h) dos depósitos intramusculares e produz a duração mais longa (1-4 semanas). Não deve ser administrada pela via E.V. devido ao risco de tromboembolismo (suspenção). → É aplicada por via intramuscular, se dissolvendo lentamente pela corrente sanguínea (que vai “roubando o sal” e jogando no sangue) → Sistema de liberação prolongado (dias). Penicilinas (antiestafilocócicas) ● Mostram-se resistentes às β-lactamases (penicilinases) estafilocócicas. É menos ativa contra cocos Gram-positivos quando comparada às demais penicilinas: não são ativas contra Enterococcus sp e bactérias anaeróbias. Indicadas para cepas de Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis não resistentes. → Via endovenosa: usado em ambiente hospitalar. Penicilinas (de espectro ampliado) ● Aminopenicilinas: São bem absorvidas após uso pela via oral. Amoxicilina é absorvida mais rápida e completamente que o protótipo da classe, a ampicilina. ● Conservam o espectro da penicilina (Gram-positivos) e ainda apresentam atividade contra microorganismos Gram-negativos (Escherichia coli, Proteus mirabilis, Salmonella, Shigella). - Entretanto, da mesma forma que a penicilina, são sensíveis à β-lactamase. ● Penicilinas antipseudomonas (ureidopenicilinas) ● A piperacilina amplia o espectro da ampicilina de forma a incluir a maioria das cepas de Pseudomonas aeruginosa, Enterobacteriaceae e Enterococcus faecalis. ● Não é administrada por via oral, sendo a administração feita por via endovenosa. → Usada em ambiente hospitalar, quando há maior gravidade de infecção. ● “O mais amplo espectro antibacteriano dentre todas as penicilinas”. Penicilinas – mecanismos de ação ● Todos os antibióticos β-lactâmicos, incluindo penicilinas, inibem o crescimento bacteriano ao inibir a síntese da parede celular bacteriana. ● Uma enzima que participa do processo de síntese do peptideoglicano é o alvo da ligação das penicilinas, logo o nome proteína de ligação da penicilina (PBP). (transpeptidase) → ela faz a inserção de elementos que compõem a parede celular, participa da síntese. ● Uma vez ligada à PBP, a reação enzimática fica inibida, interrompendo a síntese de peptideoglicano, levando à MORTE da célula. Resistência à β-lactâmicos ● Pode acontecer por várias vias, em que a bactéria adquire capacidade de se livrar da ligação com o antibiótico. 1) Inativação do antibiótico pela β-lactamase - É a forma mais frequente de resistência. - A β-lactamase é uma enzima produzida pela bactéria que quebra o anel β-lactâmico do antibiótico → inativando-o. 2) Modificação das PBP-alvo - Acontece por uma mutação em que a bactéria perde a afinidade com o antibiótico. 3) Penetração reduzida do fármaco até as PBP-alvo - Exclusivamente em bactérias Gram-negativas, nas quais o antibiótico depende de porinas para encontrar o alvo. - Caso haja um número reduzido de porinas, menos fármaco é capaz de se aderir ao PBP e exercer sua função. 4) Efluxo do antibiótico - A bactéria projeta o fármaco para fora. - Pouco comum. → tetraciclina Uso Clinico → Penicilinas ● Infecções estreptocócicas. Faringite estreptocócica, doença mais comum provocada por Streptococcus pyogens. ● Penicilina G é eficaz no tratamento da Sífilis nas suas formas primária, secundária e latente com menos de um ano de duração. ● Erisipela, condição inflamatória que atinge a derme e tecido celular subcutâneo da pele, com grande envolvimento dos vasos linfáticos. A principal bactéria envolvida é o Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, porém, outras bactérias também podem estar envolvidas. → Oxacilina ● Antibacteriano resistente a penicilinase estafilocócica, portanto seu apropriado deve ser restrito ao tratamento de infecções causadas por estafilococos produtores dessa enzima (praticamente todos). - Tratamento DEFINITIVO (espectro registrado) Penicilinas de amplo espectro (amoxicilina e ampicilina) ● Infecções das vias aéreas superiores: são ativas contra S. pyogens e contra muitas cepas de Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae (reparem que este último é Gram-negativo), todos importantes patógenos das vias aéreas superiores. ● Eficazes no tratamento da sinusite, da otite média, das exacerbações agudas da bronquite crônica e da epiglotite causadas por cepas sensíveis desses microorganismos citados acima. Penicilinas de amplo espectro (piperacilina) ● Importante para o tratamento de pacientes portadores de infecções graves causadas por bactérias Gram-negativas. ● Consequentemente, é utilizada principalmente no tratamento de bacteremias, pneumonias, infecções depois de queimaduras e infecções do trato urinário por microrganismos resistentes a penicilina e ampicilina - geralmente causadas por P. aeruginosa, algumas cepas de Proteus e espécies de Enterobacter.Reações adversas ● As reações de hipersensibilidade são os efeitos adversos mais comuns observados com as penicilinas e estes antibióticos estão entre os fármacos que mais causam alergia (depois dos anti-inflamatórios). ● As manifestações de alergia incluem erupção maculopapulosa, erupção urticariforme, febre, broncoespasmo, dermatite esfoliativa, Síndrome de Stevens-Johnson e anafilaxia. ● A hipersensibilidade às penicilinas geralmente também inclui outros antibióticos beta-lactâmicos (cefalosporinas e cabapenêmicos). ● A avaliação da história do paciente é a forma mais prática de evitar o uso de penicilina nos pacientes com riscos mais altos de desenvolver reações adversas. ● Pode ser realizada uma dessensibilização aos pacientes alérgicos a penicilina que precisem ser tratados com estes fármacos. → Dá-se concentrações pequenas do fármaco e gradativamente vai aumentando, para driblar o sistema imune do paciente. Essa estratégia só pode ser usada se a reação alérgica prévia tiver sido branda. Inibidores da β-lactamase ● Assemelham-se às moléculas β-lactâmicas, mas exibem pouca atividade antibacteriana (não é capaz de matar a bactéria) ● Tratam-se de potentes inibidores de muitas β-lactamases bacterianas – impedindo a resistencia (enzimas que quebram o anel β-lactâmico dos antibióticos e conferem resistência à bactéria. ● Estão disponíveis apenas em combinações fixas com penicilinas específicas. ● A associação só amplia o espectro da penicilina se a inatividade desta for devido à destruição pela β-lactamase. ● As indicações consistem em terapias empíricas para infecções causadas por uma ampla variedade de patógenos potenciais, bem como infecções aeróbias e anaeróbias mistas. Com poucas exceções, as doses são as mesmas usadas com cada fármaco sozinho. AMOXICILINA + CLAVULANATO CLAVULIN AMOXICILINA + SUBACTAM AMPICILINA + SUBACTAM PIPERACILINA + TAZOBACTAM TAZOCIN β-lactâmicos: cefalosporinas e carbapenêmicos Cefalosporinas ● Assemelham-se às penicilinas, porém são muito mais estáveis em relação a muitas β-lactamases bacterianas, o que lhes confere um espectro de atividade mais amplo. Mais resistentes às β-lactamases. 20 a 30 cefalosporinas. Cefalosporinas – Mecanismo de ação ● Inibem a síntese da parede celular de maneira semelhante às penicilinas. 4 gerações: cada geração apresenta uma característica para melhorar o espectro da anterior. Cefalosporinas de primeira geração ● Eficazes contra cocos Gram-positivos, como estreptococos e estafilococos (exceção dos enterococos, S. aureus resistente à oxacilina e S. epidermidis). ● Somente algumas Gram-negativas (E. coli, K. penumoniae e Proteus mirabilis) são sensíveis. (OBS.: Nos últimos anos essas espécies vêm se tornando resistentes). Não exibem atividade contra Pseudomonas aeruginosa e Haemophilus influenza. ● Baixa eficácia contra anaeróbios, apenas contra os da cavidade oral (Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola, etc.), com exceção do Bacteroides fragilis. Os fármacos orais podem ser usados em infecções do trato urinário, infecções de pele e tecidos moles (p. ex. abscessos). *CEFRADINA Penetra bem na maioria dos tecidos e pode ser fármaco de escolha na profilaxia cirúrgica. MAIS SIMPLES. - Clínica branda. ∙ Infecções simples, menos exigentes. ∙ Na profilaxia cirúrgica: sem complexidade e sem risco ao paciente. Cefalosporinas de segunda geração ● Mostram-se ativas contra os microorganismos inibidos pelos fármacos de primeira geração, contudo aumentaram sua cobertura contra Gram-negativos, especialmentecontra Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis. ● Apesar desse aumento de cobertura, continuam ineficazes contra enterococos (Gram-positivas) e P. aeruginosa (Gram-negativa). Sinusite, otite média e infecções das vias aéreas superiores e inferiores. jnvjCefalosporinas de terceira geraçãodnij ● Em comparação aos fármacos da segunda geração, esses fármacos proporcionam maior cobertura contra microorganismos Gram-negativos, além de uma melhor capacidade para atravessar a barreira hematencefálica. Perderam um pouco do efeito contra Gram-positivas, mas continuam afetando esses microorganismos. ● Em geral, apresentam boa atividade contra Enterobacteriaceae – toda a família: (Escherichia coli, Klebisiella sp., Haemophilus influenzae, Neisseria sp., Shigella sp., Moraxella sp.). ● Muito cuidado ao utilizar em infecções com Citrobacter sp., Serratia sp. e Providencia sp., pois são extremamente propensas a se tornar resistentes a cefalosporinas de terceira geração pela produção de uma cefalosporinase. - Merece destaque pela excelente ação contra Pseudomonas aeruginosa. Pneumonias e meningites por produtores de penicilinases. Meningite, pneumonias, gonorreia (incluindo aquelas por microorganismos resistentes à penicilina - produtores de penicilinases). Possibilidade de tratamento da sífilis. – usos pontuais em domicílios. ● OBS.: Ambos são empregados preferencialmente em infecções por germes hospitalares. – Ambientes hospitalares. Cefalosporinas de quarta geração ● As cefalosporinas de quarta geração possuem espectro ampliado de atividade em comparação aos de terceira e têm maior estabilidade à hidrólise por β-lactamases. ● São particularmente úteis para o tratamento empírico de infecções graves dos pacientes hospitalizados quando os agentes etiológicos consiste em microrganismos Gram-positivos, Enterobacteriaceae e Pseudomonas sp. Pneumonias, infecções urinárias e septicemias. ↓Enterococos. Carbapenêmicos ● São estruturalmente relacionados com os β-lactâmicos, mas possuem um espectro de atividade mais amplo que a maioria das penicilinas e cefalosporinas. ● O imipenem, primeiro da classe, sofre degradação por desidropeptidases nos túbulos renais, sendo necessário associá-lo à cilastatina (inibidor dessa degradação enzimática). → Farmacocinética (maior tempo de vida) ● Meropenem não sofre degradação pelas desidropeptidases renais. Carbapenêmicos - Espectro de atividade ● Resistentes à maioria das β-lactamases, exceto aquelas direcionadas especialmente para suas estruturas (carbapenemases). ● Penetram muito bem nos tecidos, inclusive no líquido cerebrospinal (SNC). Gram-positivos (estrepto-, estafilo- e enterococos) Com exceção dos S. aureus resistentes à meticilina (oxacilina) e E. faecium Gram-negativos (inclusive P. aeruginosa) Excelente contra anaeróbios. (Não é primeira escolha) KPC ∙ Indicações: - Ampla variedade de infecções (trato urinário, vias respiratórias, intra-abdominais, ginecológicas, pele e tecidos moles, etc) *anaeróbias - Tratamento empírico de pacientes hospitalizados tratados previamente com múltiplos antibióticos (especialmente se foram β-lactâmicos - penicilina e cefalosporina - devido ao risco aumentado de resistência a esses agentes). ∙ Reações adversas: - Náuseas e vômitos (<20%); convulsões (<1,5%). *MEROPENEM – 3x menos chances de convulsão.
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