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MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA BUSCA E SALVAMENTO MCA 64-3 MANUAL DE COORDENAÇÃO DE BUSCA E SALVAMENTO AERONÁUTICO 2019 MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BUSCA E SALVAMENTO MCA 64-3 MANUAL DE COORDENAÇÃO DE BUSCA E SALVAMENTO AERONÁUTICO 2019 MINISTÉRIO DA DEFESA COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO PORTARIA DECEA Nº 98/DGCEA, DE 26 DE JULHO DE 2019. Aprova a reedição do MCA 64-3, Manual que disciplina as atividades de Busca e Salvamento aeronáuticas brasileiras. O DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO, de conformidade com o previsto no art. 19, inciso I, da Estrutura Regimental do Comando da Aeronáutica, aprovada pelo Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009, e considerando o disposto no art. 10, inciso IV, do Regulamento do DECEA, aprovado pela Portaria nº 1.668/GC3, de 16 de setembro de 2013, resolve: Art. 1º Aprovar a reedição do MCA 64-3 “Manual de Coordenação de Busca e Salvamento Aeronáutico”, que com esta baixa. Art. 2º Este Manual entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revoga-se a Portaria DECEA nº 125/SDOP, de 27 de abril de 2015, publicada no BCA nº 092, de 27 de maio de 2015. Ten Brig Ar JEFERSON DOMINGUES DE FREITAS Diretor-Geral do DECEA (Publicada no BCA nº 144, de 15 de agosto de 2019) MCA 64-3/2019 SUMÁRIO 1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ...................................................................................... 9 1.1 FINALIDADE ...................................................................................................................... 9 1.2 ÂMBITO .............................................................................................................................. 9 1.3 ABREVIATURAS E DEFINIÇÕES.................................................................................... 9 2 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO AERONÁUTICO BRASILEIRO ............. 10 2.1 ÓRGÃO CENTRAL .......................................................................................................... 10 2.2 ÓRGÃOS DE COORDENAÇÃO ...................................................................................... 10 2.3 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO ............................................................................................... 21 2.4 ELOS DO SISSAR ............................................................................................................. 21 2.5 ÁREA DE RESPONSABILIDADE ................................................................................... 22 3 SISTEMA COSPAS-SARSAT ........................................................................................... 24 3.1 VISÃO GERAL .................................................................................................................. 24 3.2 OBJETIVO E MISSÃO...................................................................................................... 25 3.3 TRANSMISSORES DE SINAIS DE EMERGÊNCIA (RADIOBALIZAS) .................... 25 3.4 SEGMENTO TERRESTRE DO SISTEMA COSPAS-SARSAT ..................................... 29 3.5 SEGMENTO ESPACIAL DO SISTEMA COSPAS-SARSAT ......................................... 31 3.6 REGIÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE DADOS (DDR) E ÁREAS DE MCC ...................... 37 3.7 RECALADA DE RADIOBALIZA 406 MHZ ................................................................... 38 3.8 RELATÓRIO DE EVENTO SAR ..................................................................................... 38 3.9 INTERFERÊNCIAS NA FREQUÊNCIA 406 MHZ ......................................................... 38 3.10 TESTE DAS RADIOBALIZAS ....................................................................................... 39 3.11 MENSAGENS DE ALERTA DO SISTEMA COSPAS-SARSAT ................................. 40 4 OPERAÇÃO SAR ............................................................................................................... 51 4.1 INCIDENTE SAR .............................................................................................................. 51 4.2 ASPECTOS LEGAIS ......................................................................................................... 52 4.3 ETAPAS DA OPERAÇÃO SAR ....................................................................................... 58 4.4 OPERAÇÃO DE BUSCA E SALVAMENTO EM GRANDE ESCALA (MRO) .......... 112 4.5 AÇÕES COMPLEMENTARES ...................................................................................... 113 4.6 OPERAÇÕES DE SOCORRO EM VOO ........................................................................ 113 5 MEIOS DE COMUNICAÇÃO E MENSAGENS SAR ................................................. 115 5.1 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO SATELITAL DE BUSCA E SALVAMENTO ........ 115 5.2 COMUNICAÇÃO SAR DE EMERGÊNCIA .................................................................. 116 MCA 64-3/2019 6 SARMASTER.................................................................................................................... 121 6.1 INICIALIZAÇÃO ............................................................................................................ 121 6.2 REGISTRO DE OPERAÇÃO SAR ................................................................................ 122 6.3 REGISTRO DE INFORMAÇÕES .................................................................................. 124 6.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (GIS) ................................................. 159 6.5 SARMASTER UTILITIES .............................................................................................. 171 6.6 GERENCIAMENTO DE OPERAÇÕES SAR ................................................................ 181 6.7 INOPERÂNCIA DO SOFTWARE................................................................................... 185 7 DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................................................................... 186 Anexo A – Mensagens COSPAS-SARSAT ........................................................................ 187 Anexo B – Fases de Emergência ......................................................................................... 196 Anexo C – Deriva Aeronáutica ........................................................................................... 211 Anexo D – Formulários para Atribuição do Esforço ........................................................ 222 Anexo E – Cálculo do Datum em Ambiente Marítimo ..................................................... 253 Anexo F – Sinalizações de Emergência .............................................................................. 285 Anexo G – Sumário dos Padrões de Busca ........................................................................ 288 Anexo H – Sobrevivência na Água ..................................................................................... 290 Anexo I – Formulários para Briefing e Debriefing............................................................ 294 Anexo J – Planilha de Controle .......................................................................................... 297 Anexo K – Formulário para Solicitação de Recurso Aéreo para Busca no Mar ........... 298 Anexo L – Mensagens SAR ................................................................................................. 300 Anexo M – Planejamento das Buscas para Alertas de Radiobalizas em 121.5 MHz ..... 307 Anexo N – Relatório Final de Operação SAR ................................................................... 318 MCA 64-3/2019 PREFÁCIO A prestação do serviço de busca e salvamento (SAR) tem por objetivo a salvaguarda da vida humana. A normatização dessa atividade se encontra registrada nas diferentes publicações internacionaise nacionais. Este Manual é apresentado em conformidade com os preceitos estabelecidos no Anexo 12 da Convenção de Aviação Civil Internacional (CACI), suplementado pelo DOC. 9731-AN/958 – Manual Internacional Aeronáutico e Marítimo de Busca e Salvamento (IAMSAR) –, e na experiência brasileira adquirida. Tendo como meta estabelecer procedimentos que auxiliem a coordenação e execução das ações de busca e salvamento, este Manual surge como um conjunto de orientações que extrapola a metodologia a ser utilizada nas coordenações das operações SAR, visto que também aborda a aplicação do Sistema COSPAS-SARSAT e a utilização do console operacional automatizado SARMaster, em proveito do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) brasileiro. Para prestar o serviço de busca e salvamento aeronáutico brasileiro de forma sistêmica, foi criado o SISSAR pela Portaria nº 99/GM3/97, de 20 de fevereiro de 1997, sendo reformulado pela Portaria nº 1.162/GC3, de 19 de outubro de 2005. Esse sistema é composto por órgãos e elos que devem trabalhar em conjunto, de forma racional e eficiente, inter- relacionando diversas organizações do Comando da Aeronáutica e também as de âmbito externo que possam colaborar com a missão de salvar vidas. A normatização e composição do SISSAR estão previstas na Norma de Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (NSCA 64-1), bem como a sua estrutura, organização e relacionamento com os demais órgãos e elos que cooperam com a prestação do serviço SAR estão descritos no Plano de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (PCA 64-1). MCA 64-3/2019 1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 1.1 FINALIDADE O presente Manual tem por finalidade estabelecer procedimentos que auxiliem a coordenação das operações SAR, compatibilizando o Sistema SAR Aeronáutico brasileiro (SISSAR) com a estrutura organizacional vigente no Comando da Aeronáutica e com as características do território brasileiro. 1.2 ÂMBITO Este Manual aplica-se a todos os componentes do SISSAR. 1.3 ABREVIATURAS E DEFINIÇÕES As abreviaturas e definições utilizadas neste Manual estão publicadas na CIRCEA 64-1 “Glossário de Termos de Busca e Salvamento Aeronáutico”, que padroniza a utilização dos termos, abreviaturas e siglas existentes no contexto busca e salvamento, em conformidade com os documentos internacionais da OACI, JID e do Sistema COSPAS- SARSAT. NOTA: A abreviatura RCC se aplica neste Manual quando se referir, indistintamente, a Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC) ou Marítimos (MRCC). 10/323 MCA 64-3/2019 2 SISTEMA DE BUSCA E SALVAMENTO AERONÁUTICO BRASILEIRO 2.1 ÓRGÃO CENTRAL O órgão central do SISSAR é o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), responsável por gerenciá-lo, garantir a prestação do serviço SAR em todas as Regiões de Busca e Salvamento (SRR) aeronáuticas brasileiras e manter o provedor do segmento terrestre brasileiro do Sistema COSPAS-SARSAT operacional. 2.2 ÓRGÃOS DE COORDENAÇÃO Os ARCC são órgãos do SISSAR responsáveis pela coordenação das operações SAR aeronáuticas nas SRR sob suas jurisdições, as quais são coincidentes com as Regiões de Informação de Voo (FIR) dos Centros de Controle de Área (ACC) a que são relacionados: a) ARCC-BS (ACC – Brasília); b) ARCC-CW (ACC – Curitiba); c) ARCC-RE (ACC – Recife); d) ARCC-AO (ACC – Atlântico); e e) ARCC-AZ (ACC – Amazônico). 2.2.1 PESSOAL 2.2.1.1 Considerações Iniciais 2.2.1.1.1 Cada ARCC dispõe de oficiais habilitados para assumir, quando necessário, as funções de Coordenador de Missão SAR (SMC) e Coordenador na Cena (OSC). Possui também efetivo habilitado necessário para assumir as funções de Controlador de ARCC e de Operador de Estação Aeronáutica de ARCC. Ressalta-se que em cada operação existe o comandante da operação SAR e, por vezes, a necessidade de ser designado o Comandante na Cena, a fim de auxiliar e facilitar o andamento das operações de busca e salvamento. 2.2.1.1.2 Quando se inicia uma operação SAR, é designado um SMC que obtém os recursos, planeja as operações e realiza a coordenação geral. Também pode ser designado um OSC para realizar a coordenação na cena e para executar os planos de localização e resgate dos sobreviventes. 2.2.1.1.3 Na ocorrência de uma operação SAR, a equipe consignada (SMC, Controlador de ARCC e Operador de Estação Aeronáutica de ARCC) assumirá as funções do ARCC para coordenar a operação e, se for preciso, convocará tantos profissionais SAR quantos forem necessários. 2.2.1.1.4 Uma operação SAR poderá extrapolar os limites do horário do turno de serviço, devido a sua complexidade e visando à manutenção do conhecimento a respeito da operação SAR em andamento. 2.2.1.2 Comandante da Operação SAR O comandante da operação SAR é o elo da cadeia de comando envolvido com a prestação do serviço SAR e que age no sentido de cooperar com a coordenação SAR na disponibilização de recursos e facilidades. A princípio, será o Comandante do Órgão Regional MCA 64-3/2019 11/323 que, se julgar pertinente, poderá designar um substituto ou solicitar a um militar mais antigo que assuma o comando da operação. 2.2.1.3 Comandante na Cena O comandante na cena será, a princípio, o militar mais antigo na cena do incidente, que normalmente é designado pelo comandante do órgão regional. Tal designação visa à integração harmoniosa entre a cadeia de comando, a estrutura militar existente na região e a equipe de coordenação SAR. 2.2.1.4 Coordenador SAR – SC O Coordenador SAR é o Comandante do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) ou um oficial da estrutura de gerenciamento por ele designado, preferencialmente com o curso de coordenação SAR e, normalmente, não assume a coordenação de operações, cabendo essa tarefa ao SMC designado. 2.2.1.4.1 O Coordenador SAR é responsável por: a) dotar os ARCC de pessoal e de equipamento; b) gerenciar o Sistema SAR; c) prover apoio legal e financeiro; d) estabelecer Subcentros de Salvamento Aeronáuticos (ARSC); e) gerenciar a disposição e organização dos recursos SAR; e f) coordenar os treinamentos e o desenvolvimento das políticas que envolvam a busca e salvamento no âmbito de sua área de responsabilidade SAR. 2.2.1.5 Chefe do ARCC É o oficial da estrutura do CINDACTA, preferencialmente com o curso de coordenação SAR, designado pelo coordenador SAR. 2.2.1.5.1 Os chefes dos ARCC, entre outras atribuições, são responsáveis por: a) assegurar o funcionamento do ARCC estabelecido para coordenar os recursos SAR dentro de sua área de responsabilidade; b) designar os Coordenadores de Missão SAR; c) informar o comando ou a autoridade interessada sobre qualquer aeronave, embarcação ou pessoa necessitando de auxílio imediato, a ação inicial tomada, e mantê-los, tanto quanto possível, informados do desenvolvimento da operação; d) supervisionar os procedimentos aplicados na execução das Missões SAR, certificando-se de que estejam de acordo com as padronizações contidas nas legislações SAR vigentes; e) acompanhar cada missão até que não mais seja necessário qualquer auxílio adicional, por ter sido encerrada ou suspensa a operação SAR; f) estabelecer estreito contato com entidades públicas ou privadas, detentoras de recursos que possam ser empregados nas Missões SAR, visando à celebração de acordos; g) firmar acordos operacionais com ARCC de áreas adjacentes, estabelecendo procedimentos que disciplinem as operações que ocorram próximo dos limites dessas áreas; 12/323 MCA 64-3/2019 h) supervisionar e manter atualizado o plano de operações; i) solicitar autorização ao DECEA, via cadeia de comando, para suspender a operação SAR e adotar os procedimentos pertinentes; e j) elaborar parecer técnico com base nas informações registradas no relatório final de operação SAR apresentado pelo SMC. 2.2.1.6 Coordenador de Missão SAR – SMC2.2.1.6.1 É o oficial com curso de Coordenação SAR e habilitação apropriada, designado pelo chefe do ARCC para coordenar determinada operação SAR. O SMC estará encarregado da operação até que seja encerrada, suspensa, transferida para outro ARCC ou assumida por outro SMC. 2.2.1.6.2 A presença do SMC nas dependências do ARCC é obrigatória e imprescindível para a preservação do conhecimento e coordenação da operação SAR em andamento, NÃO devendo se deslocar do ARCC para assumir a coordenação em um ARSC ativado. 2.2.1.6.3 O SMC designado poderá, excepcionalmente, afastar-se do ARCC por períodos breves para atender a necessidades relacionadas à operação, devendo manter-se comunicável. Nesse caso, o afastamento deverá ser coordenado com o chefe do ARCC para que a posição operacional permaneça guarnecida por outro oficial habilitado para a função de SMC. 2.2.1.6.4 Excepcionalmente, durante a operação SAR, e havendo necessidade, uma substituição do SMC/OSC poderá ser providenciada pelo chefe do ARCC. 2.2.1.6.5 Deveres do Coordenador de Missão SAR Os Coordenadores de Missão SAR são encarregados de tomar as seguintes providências, além de outras julgadas necessárias: a) obter do Controlador do ARCC todas as informações pertinentes ao incidente SAR e as providências iniciais tomadas; b) alertar os órgãos apropriados tão logo esteja caracterizado o incidente SAR; c) decidir se há necessidade de ativação de um ARSC e solicitá-la ao chefe do ARCC; d) designar o OSC, se for o caso; e) verificar junto aos Centros Meteorológicos as condições atmosféricas da área do incidente e dos aeródromos próximos e, com os órgãos respectivos da Marinha, o estado do mar, quando for o caso; f) providenciar busca eletrônica por meio de radar ou captação de sinais provenientes de ELT/EPIRB/PLB, se aplicável; g) certificar-se sobre o equipamento de emergência a bordo da aeronave ou embarcação em perigo; h) alertar as estações terrestres e navios na área, quando for o caso, para manter vigilância e escuta nas frequências de socorro ou em outras frequências especificadas para tal fim; i) determinar as áreas de busca; j) solicitar os recursos aéreo/aereoterrestre ao Supervisor de Suporte (SDS) do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e selecionar os padrões de busca a serem empregados; k) subsidiar o SDS com informações, contribuindo para a tomada de decisão, de maneira que o recurso SAR (SRU) engajado seja o mais adequado; MCA 64-3/2019 13/323 l) gerenciar os recursos disponíveis e requerer, caso necessário, recursos suplementares durante a operação; m) planejar e coordenar o deslocamento dos recursos SAR até a cena do incidente; n) avaliar todos os informes de quaisquer fontes e introduzir modificações no plano de ação conforme se faça necessário; o) coordenar a operação com os ARCC adjacentes, quando apropriado; p) providenciar o briefing, orientando as tripulações SAR sobre a área de busca, o tipo do objetivo, as condições meteorológicas previstas, padrão de busca e frequências a serem utilizadas na operação; q) solicitar o debriefing e receber das tripulações SAR os relatórios das missões executadas, bem como informações sobre o consumo de combustível e lubrificante, horas de voo disponível e outras informações necessárias à continuidade das operações; r) providenciar o reabastecimento das aeronaves e acomodações para o pessoal SAR; s) acompanhar a execução dos padrões de busca, mantendo uma plotagem que mostre as áreas cobertas, percentagens de cobertura efetiva, avistamentos e indícios; t) manter o chefe do ARCC informado sobre o andamento das operações; u) coordenar com os elos de execução os suprimentos de subsistência que deverão ser lançados para os sobreviventes; v) transmitir as informações necessárias às autoridades investigadoras de acidentes; w) suspender o alerta e liberar todos os recursos engajados quando não mais forem necessários à operação; x) manter, na ordem cronológica, um registro preciso e atualizado de todos os procedimentos e, quando necessário, a plotagem desses procedimentos; y) recomendar ao chefe do ARCC que solicite ao DECEA a suspensão da operação, quando não se justificar mais a sua continuidade; z) expedir informes às autoridades e aos elos do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) sobre o progresso das operações, enviando fotos e outros materiais que auxiliem na edição das notícias de imprensa; aa) orientar os controladores de ARCC e os operadores de estação aeronáutica de ARCC para que registrem todas as informações relativas à operação SAR no SARMaster e certificar-se de que foram efetuadas as edições necessárias; e bb) elaborar o relatório final de operação SAR. 2.2.1.7 Coordenador na Cena 2.2.1.7.1 O Coordenador na Cena (OSC) é o militar com curso de Coordenação SAR e habilitação apropriada para o desempenho de funções inerentes, designado temporariamente pelo SMC para coordenar uma operação na cena do incidente. 2.2.1.7.2 Quando da ativação de um ARSC ou o cenário exigir, há vantagens em se designar um profissional para coordenar as atividades de todos os participantes da operação na cena. Nesses casos, o SMC deverá solicitar ao chefe do ARCC que designe uma equipe, para se deslocar a um local próximo à cena do incidente, composta de um oficial com curso de 14/323 MCA 64-3/2019 Coordenação SAR, para atuar como OSC, e quantos controladores e operadores de estação aeronáutica de ARCC forem necessários. 2.2.1.7.3 Caso tal operação se prolongue por um período superior a 5 (cinco) dias, uma substituição da equipe poderá ser providenciada pelo chefe do ARCC. 2.2.1.7.4 Caso não haja o deslocamento da equipe, o SMC deve designar um militar responsável por uma Unidade de Busca e Salvamento (SRU), navio ou aeronave participante da operação, ou alguém que se encontre em outro recurso próximo e possa desempenhar as funções de OSC. 2.2.1.7.5 O primeiro profissional SAR que chegar ao local do incidente, que não seja o OSC, realizará contatos com o SMC, visando auxiliar a coordenação, até que um OSC seja designado. NOTA: É concebível que o OSC possa assumir, momentaneamente, as funções do SMC e planejar a operação, em caso de dificuldade de comunicação entre esses. 2.2.1.7.6 Havendo necessidade de ativação de um subcentro de salvamento aeronáutico (ARSC), o SMC poderá solicitar que o OSC designado compareça ao ARCC, para tomar conhecimento da operação SAR. 2.2.1.7.7 Deveres do Coordenador na Cena (OSC) a) coordenar as operações dos recursos SAR no local do incidente; b) receber os planos de busca e de salvamento do SMC, ou planejá-los caso ainda não existam; c) modificar o plano de busca e/ou de salvamento de acordo com a situação no local do incidente, mantendo o SMC informado ou consultando-o, quando possível; d) coordenar as comunicações no local do incidente; e) certificar-se de que as operações de superfície e aéreas estão sendo realizadas em total segurança; f) enviar informes periódicos sobre o incidente para o SMC, incluindo, no mínimo, os seguintes dados: – condições meteorológicas e estado do mar; – resultados da busca, até o momento; – qualquer medida adotada; e – qualquer plano ou recomendação para o futuro. g) manter um registro detalhado da operação, incluindo: – hora de chegada ao local do incidente e hora de partida dos recursos SAR, de embarcações e de outras aeronaves participantes; – áreas de busca; – separação utilizada entre trajetórias percorridas; – avistamentos e indícios notificados; – fotos da área ou do objeto, registrado pelas tripulações; – medidas adotadas; e – resultados obtidos. h) informar ao SMC os recursos SAR que não sejam mais necessários; i) coordenar com o SMC a evacuação médica de sobreviventes feridos; MCA 64-3/2019 15/323 j) informar ao SMC o número de sobreviventes e seus nomes, quando possível,qual recurso os transporta e os dados desse recurso; e k) assegurar comunicações confiáveis na área do incidente. 2.2.1.8 Coordenador de Aeronaves 2.2.1.8.1 O Coordenador de Aeronaves (ACO) é o militar ou uma equipe que coordena o emprego de várias aeronaves em apoio ao SMC e ao OSC. O propósito da função de ACO é manter um índice elevado de segurança e cooperação entre as aeronaves SAR na área de busca, para torná-las mais efetivas. Essa função pode ser vista como um serviço consultivo, de cooperação e de suporte. 2.2.1.8.2 O ACO deve ser designado pelo SMC ou, se não for praticável, pelo OSC. Essa função será desempenhada pelo comandante do recurso SAR que possuir os melhores meios de comunicação, radar, GNSS etc., associada à habilidade de profissional treinado para coordenar o envolvimento de várias aeronaves em operações SAR, mantendo a segurança de voo. 2.2.1.8.3 O ACO deve executar seu trabalho em estreita coordenação com o SMC ou com o OSC, a quem é operacionalmente subordinado, devendo permanecer no gerenciamento das operações na cena do incidente sempre que não obtiver contato com o OSC nem com o SMC. As tarefas do ACO podem ser desempenhadas a partir de uma aeronave de asa fixa, helicóptero, navio, de uma estrutura fixa, tal como uma plataforma de petróleo, ou de uma unidade terrestre apropriada, tal como um órgão ATS ou um ARSC/ARCC. 2.2.1.8.4 Deveres do Coordenador de Aeronaves (ACO) Os deveres que se podem atribuir ao ACO, dependendo das necessidades e das qualificações deste, incluem: a) manter a segurança de voo; b) coordenar os recursos aéreos em uma área geográfica definida; c) assegurar que os recursos aéreos estejam cientes do planejamento do SMC/OSC; d) coordenar o fluxo das aeronaves SAR com os órgãos de tráfego aéreo pertinentes e aeródromos localizados na área de busca; e) manter uma separação segura entre as aeronaves, assegurando que estejam utilizando o correto ajuste de altímetro; f) exercer o planejamento de fluxo (Exemplo: ponto de entrada, ponto de saída e as altitudes das aeronaves); g) assessorar o SMC sobre as restrições causadas pelas condições meteorológicas na cena; h) identificar, priorizar e atribuir as tarefas que surgirem para as aeronaves SAR, com a devida autorização do SMC/OSC; i) coordenar a cobertura das áreas de busca; j) receber e encaminhar mensagens radiofônicas, atuando como posto de comunicações (PCOM), se designado pelo SMC; k) garantir que as frequências estejam sendo utilizadas de acordo com as diretivas do SMC; l) coordenar o reabastecimento das aeronaves; m) transmitir reportes de situação consolidados ao SMC e ao OSC, conforme seja apropriado; e n) desenvolver e implementar o plano de salvamento (se necessário). 16/323 MCA 64-3/2019 NOTA: O ACO deve evitar que haja interferências danosas entre os recursos aéreos participantes, como, por exemplo, ruídos e sopro de rotores. 2.2.1.9 Controlador de ARCC É o militar com o curso de Coordenação SAR e habilitação apropriada para o desempenho de funções inerentes à posição operacional de Controlador de ARCC em um determinado ARCC ou ARSC. 2.2.1.9.1 Deveres do Controlador de ARCC a) ao assumir o serviço, obter as informações essenciais do seu antecessor, dando ênfase àquelas que necessitam de providências imediatas; b) tomar ciência dos registros relacionados com incidentes SAR ou missões em curso; c) verificar a disponibilidade de recursos SAR na área sob sua responsabilidade; d) testar todos os meios de comunicação existentes, providenciando o reparo daqueles que estiverem inoperantes; e) obter informações sobre condições meteorológicas que possam afetar a área de sua responsabilidade durante o turno de serviço; f) desencadear, imediatamente, todas as ações referentes à coordenação de uma operação SAR; g) pesquisar todos os sinais de alerta COSPAS-SARSAT, conforme previsto nas legislações SAR em vigor; h) pesquisar todos os acionamentos de Satellite Personal Tracker (SPOT). Dar prosseguimento à EXCOM aos SPOT utilizados como dispositivo similar ao PLB, que cumprem o prescrito no RBHA 91, parágrafo 91.207(j) e atrelados a aeronaves; i) repassar os acionamentos SPOT para a Defesa Civil (Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal etc.) mais próxima do local do acionamento, nos casos não amparados pelo RBHA 91. j) registrar todas as informações recebidas e providências tomadas na coordenação da operação SAR; k) registrar, imediatamente, as informações no SARMaster, à medida que forem acontecendo; l) informar imediatamente ao SMC de sobreaviso toda situação que necessite a participação do órgão, para que ele tome as ações pertinentes; m) registrar, imprescindivelmente, os horários de acionamento do SMC, chegada do SMC ao ARCC, solicitação de recursos, engajamento e decolagem das SRU e demais desdobramentos da operação SAR; n) manter atualizada, quando for aplicável, as informações sobre disponibilidade de combustível nos aeródromos de sua área; o) estar familiarizado com o plano de operações do ARCC; e p) cumprir as determinações operacionais do SMC. 2.2.1.10 Operador de Estação Aeronáutica de ARCC MCA 64-3/2019 17/323 É o militar com o curso de Comunicação SAR e habilitação apropriada para o desempenho das funções inerentes à posição operacional de Operador de Estação Aeronáutica de ARCC em um determinado ARCC ou ARSC. 2.2.1.10.1 Deveres do Operador de Estação Aeronáutica de ARCC a) ao assumir o serviço, obter as informações essenciais do seu antecessor, dando ênfase àquelas que necessitem de providências imediatas; b) rever os dados constantes no livro de registro de comunicações, relacionados com incidentes SAR ou missões em curso; c) testar todos os meios de comunicação existentes, informando o controlador do ARCC sobre aqueles que estiverem inoperantes; d) auxiliar o controlador do ARCC na atualização das informações sobre a disponibilidade de combustível e a operacionalidade nos aeródromos de sua área; e) tratar todas as Mensagens de Alerta COSPAS-SARSAT endereçadas ao ARCC; f) registrar as ocorrências do seu turno de serviço no livro apropriado; g) estar familiarizado com o plano de operações do ARCC; h) auxiliar o controlador de ARCC durante uma operação SAR; e i) cumprir as determinações operacionais do SMC. 2.2.2 PLANO DE OPERAÇÕES DE ARCC 2.2.2.1 Cada ARCC deve elaborar um plano de operações detalhado para a condução das operações SAR dentro de sua SRR. 2.2.2.2 Sempre que possível, o plano de operações deve ser desenvolvido em conjunto com representantes dos exploradores de aeronaves e outros serviços públicos ou privados que possam ajudar na prestação do serviço de busca e salvamento ou beneficiar-se dos mesmos. 2.2.2.3 O plano de operações de ARCC deve conter detalhes relativos às atividades a serem desenvolvidas pelo efetivo operacional, incluindo, mas não se limitando: a) à forma com que as operações SAR e ações complementares deverão ser conduzidas na SRR; b) ao uso das instalações e dos sistemas de comunicação disponíveis; c) às ações a serem desenvolvidas em conjunto com outros ARCC; d) aos métodos para alertar as aeronaves em rota e os navios no mar; e) aos deveres e às prerrogativas dos profissionais designados para a busca e salvamento; f) à possível redistribuição de equipamentos de que se possa necessitar, devido a condições meteorológicas ou a outros fatores; g) aos métodos para a obtenção de informações essenciais ou relevantes para a busca e salvamento, tais como previsões meteorológicas e NOTAM apropriados; h) aos métodos para a obtenção da assistência de outros ARCC, pessoal habilitado, aeronaves, embarcações, equipamentos etc., conforme seja necessário; i) aos métodos para a prestação de assistência a aeronaves em perigo com previsão de pouso forçado na água; 18/323 MCA 64-3/2019 j) às ações cooperativasa serem tomadas em conjunto com os órgãos ATS e outras autoridades pertinentes para prestar ajuda à aeronave que se saiba ou se suspeite que esteja em perigo, incluindo a possibilidade de interferência ilícita. 2.2.2.4 Cada ARCC integrará o seu plano de operações com os planos de emergência aeronáutica de aeródromos da sua SRR, para melhor proporcionar o serviço de busca e salvamento nas imediações dos aeródromos, incluindo os costeiros e zonas marítimas. 2.2.2.5 O plano de operações de ARCC deve especificar, na medida do possível, as ações a serem tomadas para a manutenção e o reabastecimento de aeronaves, embarcações e veículos empregados nas operações SAR, incluindo os disponibilizados por outros Estados, quando for o caso. 2.2.2.6 Cada ARCC fará constar em seus planos de operações informações sobre: a) unidades de busca e salvamento, ARSC e postos de alerta; b) órgãos dos serviços de tráfego aéreo; c) meios de comunicação que podem ser utilizados em operações de busca e salvamento; d) como localizar endereços e números de telefone de todos os exploradores, ou de seus representantes designados, envolvidos nas operações na SRR; e) esquema do sistema de comunicações; f) os acordos operacionais que afetem diretamente a operacionalidade do órgão; g) contato das entidades e pessoas que possam ser úteis em determinada operação SAR; h) catálogo de campos de pouso, trechos de rios e estradas ou áreas planas que permitam um pouso de emergência; i) as localizações, indicativos de chamada, horas de serviço e frequências de todas as estações rádio que possam ser utilizadas nas operações SAR; j) as localizações e horários de funcionamento das estações rádio que mantenham escuta em radiofrequências e quais frequências são guarnecidas; k) quaisquer outros recursos públicos ou privados, incluindo auxílios médicos e recursos de transporte que possam ser úteis nas operações SAR. 2.2.2.7 Os ARCC manterão um fichário de contatos contendo dados atualizados relativos a recursos SAR de sua área de responsabilidade ou de outras áreas, quando necessário. Esse fichário deve incluir informações completas sobre a localização dos recursos, nomes e endereços dos responsáveis, maneira de entrar em contato com eles e outras facilidades. 2.2.2.8 Sempre que houver benefício para a prestação do serviço SAR, informações constantes do plano de operações de ARCC poderão ser fornecidas a entidades ou pessoas que possam colaborar com o SISSAR. 2.2.3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS Além dos materiais e equipamentos adiante especificados, os ARCC deverão dispor de outros que sejam necessários para o eficaz desempenho de suas funções: 2.2.3.1 Estação de Telecomunicações do ARCC MCA 64-3/2019 19/323 2.2.3.1.1 Os ARCC devem contar com comunicações rápidas e seguras para proporcionar o pronto recebimento e transmissão das mensagens de emergência, alertar os órgãos que prestam auxílio, acionar os recursos SAR, bem como para coordenar as operações. As comunicações consistem em linhas telefônicas públicas e privadas, fac-símile, transceptores VHF e HF do SISCEAB, internet, intraer, AFTN/AMHS, RACAM, FTP e SATCOM. 2.2.3.1.2 Os recursos de comunicações deverão estar centralizados na Estação de Telecomunicações do ARCC, de forma a permitir o imediato contato: a) com órgãos dos serviços de tráfego aéreo correspondentes; b) com subcentros de salvamento associados; c) com estações rádio costeiras (CRS), onde aplicável, capazes de alertar as embarcações que se encontrem na região; d) com órgãos de execução e unidades de busca e salvamento; e) com todos os Centros de Coordenação de Salvamento Marítimos (MRCC) da região; f) com todos os ARCC, MRCC ou Centros de Coordenação de Salvamento Conjuntos (JRCC) das regiões adjacentes; g) com centros meteorológicos ou outros órgãos de vigilância meteorológica designados; h) com postos de alerta; i) com o Centro Brasileiro de Controle de Missão COSPAS-SARSAT (BRMCC); j) com rede nacional de radioamadores; k) com agências marítimas, exploradores de aeronaves, estações de organizações policiais e de outras entidades públicas e privadas; l) com estações rádio fixas, estações rádio móveis, estações de navios e de aeronaves; m) com estações rádio do Exército e da Marinha; n) com estações rádio costeiras e portuárias (comerciais); o) com estações rádio do serviço móvel marítimo; p) mediante telefones comerciais e linhas públicas e privadas; e q) por meio de internet e intraer. 2.2.3.2 Mapa Mural da Área 2.2.3.2.1 Os ARCC deverão possuir um mapa mural em escala apropriada, abrangendo a sua SRR, indicando a localização do seguinte: a) aeródromos e campos de pouso; b) aeronaves e embarcações equipadas e mantidas em alerta para tarefas SAR específicas; c) unidades terrestres e aeroterrestres equipadas e mantidas em alerta; e d) qualquer outra facilidade que possa ser disponibilizada por particulares, empresas e autoridades locais. 2.2.3.2.2 Os ARCC, quando necessário, deverão dispor de mapas setoriais com indicação alfabética de quadrículas. 2.2.3.2.3 Os ARCC poderão manter cartas e equipamentos de navegação necessários para a plotagem dos dados de alerta, das áreas de busca, de informes de indícios e de avistamentos. 20/323 MCA 64-3/2019 2.2.3.3 Fichário de Aeronaves e Embarcações Desaparecidas Será mantido um registro de todas as aeronaves e embarcações desaparecidas, a fim de facilitar a identificação se forem localizadas em data posterior. Esse registro conterá o tipo de aeronave ou embarcação, identificação, cor e marcas, nome do piloto ou operador, plano de voo ou de viagem, data em que a operação SAR foi suspensa e qualquer outra informação pertinente. 2.2.3.4 Biblioteca de Publicações Os ARCC manterão uma biblioteca de publicações com todo o material relacionado às atividades de busca e salvamento, incluindo, sem se limitar a isso, o seguinte: a) Anexo 12; b) IAMSAR; c) normas e diretivas SAR nacionais; d) plano de operações do ARCC referente a sua área; e) publicação de informação aeronáutica (AIP) nacional e estrangeira limítrofe à SRR; f) publicações hidrográficas, almanaques náutico e aeronáutico; g) cópia de acordos e convênios realizados na sua SRR e de outros que possam ser utilizados; h) cartas de navegação e de radionavegação; i) cópia de todos os relatórios finais de operação SAR daquele ARCC; e j) quaisquer outros documentos que auxiliem na prestação do serviço SAR em sua SRR. 2.2.3.5 Registro de Operações SAR 2.2.3.5.1 Será utilizado o software SARMaster, abrindo-se um arquivo para cada operação SAR e registrando as informações à medida que forem sendo recebidas e solicitadas. 2.2.3.5.2 Os ARCC manterão, em caráter permanente, um registro exato e completo de toda a sua atividade operacional, à medida que cada ação ocorra. Esse registro deve ser realizado em uma sequência cronológica e com a máxima clareza, para facilitar a consulta sempre que necessário. NOTA: Em caso de degradação do SARMaster deslocado, o ARSC deverá enviar o registro das informações para o ARCC pelos meios disponíveis, obedecendo à sequência cronológica de forma fidedigna. 2.2.3.6 Registro de Destroços de Aeronaves Cada ARCC manterá registros sobre a localização de destroços de aeronaves a fim de que sejam evitados enganos ocasionais e falsas informações de avistamentos. Tais registros serão feitos no SARMaster ou em mapas e fichários físicos da seguinte maneira: a) plotagem visual – a localização exata dos destroços será assinalada em mapa com marcador apropriado e numerado em ordem cronológica; b) fichários índice – os dados relacionados aos destroços serão registrados em fichário apropriado. Os índices serão organizados por tipo de aeronave e por número de plotagem visual. As fichas conterão o tipo, a identificação, a cor e marcas distintivas da aeronave, nome do piloto, data do acidente, MCA 64-3/201921/323 localização, posição, descrição dos destroços e qualquer observação pertinente; e c) fotografias dos destroços – as fotografias dos destroços serão anexadas à ficha ou arquivadas em separado com o número correspondente à ficha e à plotagem visual. As fotografias serão datadas e marcadas com uma seta que indique o norte magnético. 2.2.3.7 Material para Deslocamento 2.2.3.7.1 Material de comunicação: – equipamento rádio HF e antenas portáteis; – equipamento rádio VHF; – telefones celulares operacionais; e – equipamentos de comunicação via satélite. 2.2.3.7.2 Material para a coordenação: – notebook com o software SARMaster instalado para a utilização e integração do Sistema COSPAS-SARSAT; – cartas para plotagem tipo WAC, CAP e/ou outras; – formulários próprios; – normas SAR, tais como IAMSAR, Manual de Coordenação de Busca e Salvamento Aeronáutico etc.; – impressora; – folha de papel (tamanho A4); – material de acampamento e sobrevivência; e – geradores portáteis de energia. 2.2.3.7.3 O equipamento disponível para comunicações em um ARSC deve ser suficiente para manter contato bilateral, pelo menos, com: a) o ARCC ao qual está subordinado e outros ARCC ou ARSC adjacentes, se houver; b) as unidades de busca e salvamento; c) os órgãos ATS envolvidos; d) os centros meteorológicos ou outros órgãos de vigilância meteorológica designados; e e) os postos de alerta. 2.3 ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO 2.3.1 O órgão de execução responsável por alocar os recursos aéreos e aeroterrestres da Força Aérea Brasileira (FAB) para as operações SAR é o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), por intermédio do Supervisor de Suporte (SDS). 2.3.2 Os esquadrões da FAB, detentores das SRU ou do pessoal especializado em executar as ações de busca e salvamento, também serão considerados órgãos de execução. 2.4 ELOS DO SISSAR 2.4.1 FACILIDADES SAR 22/323 MCA 64-3/2019 São quaisquer recursos móveis, incluindo as SRU designadas, utilizados para colaborar com as operações de busca e salvamento e ações complementares. 2.4.2 UNIDADES DE BUSCA E SALVAMENTO (SRU) 2.4.2.1 As Unidades de Busca e Salvamento (SRU) são recursos móveis do COMAE compostos de pessoal habilitado e dotados de equipamento apropriado para executar as operações de busca e salvamento com eficácia. 2.4.2.2 Os navios e helicópteros utilizados para executar as operações SAR, bem como unidades aéreas, marítimas ou terrestres de entidades públicas ou privadas, também serão considerados SRU, desde que dotados de pessoal habilitado e equipamentos apropriados. 2.4.3 PONTOS DE CONTATO SAR (SPOC) São Centros de Coordenação de Salvamento ou outros pontos de contato dentro de um país, estabelecidos e reconhecidos, que possam assumir a responsabilidade de receber os dados de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT. NOTA: O Brasil definiu o Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC) como o Ponto de Contato SAR. 2.4.4 POSTOS DE ALERTA 2.4.4.1 Quaisquer recursos, conforme especificado em 2.4.4.2, que sirvam de intermediários entre uma pessoa reportando emergência e um ARCC ou ARSC. 2.4.4.2 Os postos de alerta incluem, mas não se limitam a: Estações Rádio Costeiras (CRS), LUT e MCC do Sistema COSPAS-SARSAT, Estações Terrenas do Sistema INMARSAT, órgãos ATS, provedores dos serviços ou dispositivos de notificação de emergência disponíveis no mercado, unidades de segurança pública, tais como polícia e corpo de bombeiros, embarcações, aeronaves, pessoas e facilidades que possam receber e retransmitir alertas de emergência. 2.5 ÁREA DE RESPONSABILIDADE 2.5.1 A área de responsabilidade SAR brasileira, estabelecida no Plano Regional de Navegação Aérea das Regiões do Caribe e América do Sul (RAN-ANP CAR/SAM), compreende o território nacional e as áreas abrangidas pelos limites estabelecidos em acordos multilaterais firmados pelos Estados-membros da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e ratificados pelo Brasil. Ela avança 3.000 km no Oceano Atlântico até o meridiano 10w, totalizando 22.000.000 km², e é dividida em Regiões de Busca e Salvamento (SRR), cada uma delas associada a um Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (ARCC), e são coincidentes com as Regiões de Informação de Voo (FIR). 2.5.2 A área de responsabilidade SAR marítima brasileira é publicada no plano SAR da Organização Marítima Internacional (IMO) e apresenta diferenças nos limites laterais em relação à área de responsabilidade SAR aeronáutica. 2.5.3 Na área de responsabilidade marítima coincidente com a SRR aeronáutica, o serviço SAR aeronáutico será prestado em apoio ao serviço SAR marítimo. Quando exceder esses limites, o MCA 64-3/2019 23/323 apoio será prestado por solicitação da Marinha do Brasil e autorizado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER). 24/323 MCA 64-3/2019 3 SISTEMA COSPAS-SARSAT 3.1 VISÃO GERAL 3.1.1 O Sistema COSPAS-SARSAT é composto de satélites, estações terrestres e transmissores (radiobalizas) que fornecem dados de alerta e dados de localização de emergências para auxiliar na prestação do serviço SAR. 3.1.2 Ao serem acionadas, as radiobalizas de emergência em 406 MHz enviam sinais que os satélites do Sistema COSPAS-SARSAT captam, processam e retransmitem. As radiobalizas de emergência também têm capacidade de transmitir na frequência de 121,5 MHz, no entanto, esses sinais não são mais captados e retransmitidos pelos satélites do Sistema COSPAS- SARSAT, são utilizados somente para homing pelas aeronaves SAR. 3.1.3 O sinal de alerta da radiobaliza de 406 MHz depois de processado é enviado às estações terrestres, denominadas Terminal de Usuário Local (LUT), que calculam e enviam a localização do sinal para os Centros de Controle de Missão (MCC). O Sistema COSPAS-SARSAT dá suporte ao serviço de busca e salvamento, seja no mar, no ar ou na terra. A concepção do sistema é demonstrada na figura 1 abaixo. Figura 1– Conceito básico do Sistema COSPAS-SARSAT 3.1.4 O BRMCC é o órgão operacional do Sistema COSPAS-SARSAT que interage diretamente com o MCC NODAL, ARCC e MRCC nacionais e SPOC associados. É também responsável pela operação dos equipamentos do segmento terrestre brasileiro e pela distribuição dos sinais de emergência emitidos ELT, EPIRB ou por PLB. MCA 64-3/2019 25/323 3.1.5 O BRMCC como provedor do segmento terrestre do Sistema COSPAS-SARSAT é composto de estações rastreadoras de satélites geoestacionários (GEOLUT), de órbitas polares baixas (LEOLUT), órbitas de média altitude (MEOLUT) e dois consoles operacionais (OCC) – um instalado em Brasília (CINDACTA 1) e outro como backup/standby em Recife (CINDACTA 3). 3.1.6 Os sinais de alerta emitidos pelas radiobalizas de emergência são captados pelos satélites, processados pelos LUT, recebidos pelo BRMCC e encaminhados aos ARCC, MRCC, SPOC associados e para quaisquer outros órgãos SAR nacionais apropriados, e se for o caso ao MCC NODAL. 3.2 OBJETIVO E MISSÃO 3.2.1 O objetivo do Sistema COSPAS-SARSAT é fornecer rapidamente ao serviço SAR dados de localização e de alertas de emergências acurados e confiáveis. 3.2.2 A missão do Sistema COSPAS-SARSAT é reduzir, o máximo possível, atrasos na prestação do serviço SAR e minimizar o tempo requerido para localizar e prestar assistência às pessoas em perigo na terra, no ar ou no mar. 3.3 TRANSMISSORES DE SINAIS DE EMERGÊNCIA (RADIOBALIZAS) Transmissores de sinais de emergência são denominados genericamente radiobalizas. O Sistema COSPAS-SARSAT fornece serviço de alerta para os sinais de emergência provenientes das radiobalizas conforme suas especificidades, ou seja, como Transmissores Localizadores de Emergência (ELT), Radiobalizas de Emergência Indicadoras de Posição (EPIRB) e Transmissores de Localização Pessoal (PLB). Figura 2 – Tipos de radiobalizas do Sistema COSPAS-SARSAT 26/323 MCA 64-3/2019 3.3.1 TRANSMISSORESLOCALIZADORES DE EMERGÊNCIA (ELT) É um equipamento para uso nas aeronaves, capaz de transmitir sinais em 406/121.5 MHz, podendo ser ativado automaticamente por impacto ou manualmente pelos sobreviventes. Os ELT possuem as seguintes categorias ou classes: a) Automático Fixo – ELT (AF) – ELT permanentemente fixo à aeronave, sendo ativado automaticamente. b) Automático Portátil – ELT (AP) – ELT ativado automaticamente, o qual está fixo à aeronave, mas que tem a possibilidade de ser prontamente removido, em caso de emergência. c) Automático Ejetável (Deployable) – ELT (AD) – ELT fixo à aeronave, sendo automaticamente ejetado e ativado por impacto e/ou por sensores de água. Este tipo de ELT pode também ser removido e acionado manualmente. d) ELT de Sobrevivência – ELT (S) – ELT instalado na aeronave em local de fácil acesso, de forma a ser removido e ativado manualmente por sobreviventes, no caso de uma emergência. Um ELT (S) ativado pelo contato com água não é considerado um ELT portátil (AP). e) ELT-DT GADSS – É um ELT fixo do tipo rastreamento de emergência (DT – Distress Tracking), projetado para atender ao requisito de rastreamento de socorro autônomo do Sistema Global de Emergência e Segurança Aeronáutica (GADSS – Global Aeronautical Distress and Safety System) da ICAO, que será aplicável a partir de janeiro de 2021. 3.3.2 RADIOBALIZA DE EMERGÊNCIA INDICADORA DE POSIÇÃO (EPIRB) 3.3.2.1 É indicada para uso em embarcações e segundo as normas da autoridade marítima (NORMAM1): [...] deve ser instalada a bordo em local de fácil acesso. Deve ter dimensões e peso tais que permita o seu transporte por uma única pessoa até a embarcação de sobrevivência e ter sua liberação, flutuação e ativação automáticas em caso de naufrágio da embarcação. 3.3.2.2 Os EPIRB possuem as seguintes categorias ou classes: a) EPIRB categoria I: 406/121.5 MHz. Flutuante. É ativado automaticamente. Detectável por satélite em qualquer parte do mundo. Reconhecido pelo GMDSS. b) EPIRB categoria II: 406/121.5 MHz. Igual à categoria I, porém são ativados manualmente. Alguns modelos também são ativados por água. 3.3.3 TRANSMISSORES DE LOCALIZAÇÃO PESSOAL (PLB) 3.3.3.1 São destinados ao uso por indivíduos. Poderá ser utilizado em complemento ao uso de ELT ou EPIRB, desde que exclusivamente para compor kit de sobrevivência de aeronaves e embarcações. Ressalta-se que, para a aplicação nos kits de sobrevivência de aeronaves, o mais indicado é o ELT do tipo Survival, que possui as certificações para o uso aeronáutico. 3.3.3.2 A utilização do PLB no Brasil em aeronaves é regulada por legislação específica da ANAC e o PLB deverá obrigatoriamente ser registrado no BRMCC. MCA 64-3/2019 27/323 3.3.4 RADIOBALIZAS DO SISTEMA DE ALERTA PARA SEGURANÇA DE EMBARCAÇÃO (SSAS) 3.3.4.1 O Sistema de Alerta para Segurança de Embarcação (SSAS) contribui com os esforços da Organização Marítima Internacional (IMO) para fortalecer a segurança marítima e inibir atos de terrorismo contra embarcações. Quando um MCC recebe um alerta SSAS, esse deve ser processado de acordo com os mesmos procedimentos das mensagens dos alertas de emergência em 406 MHz. 3.3.4.2 O código de identificação digital da radiobaliza 406 MHz é modificado para fornecer um alerta discreto, denominado SSAS, para a segurança de embarcações. Assim como as demais radiobalizas 406 MHz, o código contém uma identificação associada ao país de registro da embarcação (MID), para onde deverão ser enviadas as mensagens de alerta SSAS. 3.3.4.3 As detecções de SSAS processadas pelo BRMCC são automaticamente transmitidas para o país no qual está registrada a embarcação, independentemente da localização da radiobaliza. 3.3.4.4 No caso em que a radiobaliza SSAS seja localizada em território brasileiro, além de a mensagem SIT 125 ser enviada ao país onde está registrada, os dados são retransmitidos ao MRCC Brasil, para as devidas providências, de acordo com a Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar – SOLAS. NOTA: Os alertas SSAS deverão ser tratados com a máxima discrição pelos BRMCC e MRCC. 3.3.5 CODIFICAÇÃO DAS RADIOBALIZAS BRASILEIRAS 3.3.5.1 A mensagem digital emitida pelas radiobalizas 406 MHz contém várias informações (formato da mensagem, protocolo de codificação, código do país, dados de identificação etc.). Para que a radiobaliza seja devidamente processada, identificada e localizada deverá ser codificada de modo adequado. As radiobalizas registradas para utilização no Brasil deverão ser codificadas com um dos seguintes protocolos: Location User Protocol ou Standard Protocol. 3.3.5.2 O User Protocol é utilizado para radiobalizas que não transmitem a sua localização, ou seja, não possuem um receptor de navegação por satélites. O Standard Location Protocol é utilizado para radiobalizas que transmitem a sua localização, obtida por meio de um Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS – GPS/DASS, GLONASS e Galileo), que determina sua posição e transmite essa informação codificada na mensagem de emergência. Existem as seguintes opções para codificação desses protocolos no Brasil: a) ELT: − ICAO 24-bit address (1ª escolha); ou − Serial Number (2ª escolha – opção alternativa para aeronaves de pequeno porte). b) EPIRB: − MMSI obrigatório para embarcações; − SOLAS MMSI; ou − Serial Number para embarcações não SOLAS. c) PLB: − User Protocol Serial Number (sem GPS); ou − Standard Location Protocol Serial Number (com GPS). 28/323 MCA 64-3/2019 3.3.5.3 A codificação das radiobalizas é realizada pelo fabricante e/ou revendedor. 3.3.5.4 O código 24-bit address é designado pelo país para identificação única da aeronave no mundo. No Brasil, a responsabilidade de designação do código 24-bit address é do DECEA. O Apêndice do capítulo 9, do Anexo 10, da Convenção da Aviação Civil Internacional (CACI), Comunicações Aeronáuticas, fornece orientação para alocação, designação e aplicação da identificação das aeronaves. O código 24-bit address é apresentado com seis caracteres hexadecimais na mensagem de alerta COSPAS-SARSAT. 3.3.5.5 O serviço de identificação móvel marítimo (MMSI), único para cada estação marítima ou embarcação, consiste em um código com 9 dígitos. Os três primeiros identificam o país de origem (MID) e os últimos seis dígitos são a identificação numérica da estação ou embarcação. − O MID e o indicativo de chamada podem ser obtidos na União Internacional de Telecomunicações (ITU). O MID designado pela ITU para o Brasil é 710. − O MMSI deve ser obtido na ANATEL e registrado no MRCC Brasil. 3.3.5.6 Regulamentações internacionais aplicáveis às radiobalizas 406 MHz estão contidas nos documentos do Programa COSPAS-SARSAT, principalmente no “Manual de regras sobre as radiobalizas de 406 MHz” (C/S S.007), seção 6, e no “Guia para codificação, registro e aprovação de tipo das radiobalizas 406 MHz” (C/S G.005), os quais definem os desempenhos padronizados para essas radiobalizas, orientações para evitar falsos alertas, manutenção, testes etc. 3.3.6 IDENTIFICAÇÃO HEXADECIMAL DA RADIOBALIZA 406 MHZ 3.3.6.1 A representação dos caracteres hexadecimais é a identificação da radiobalizas, e é usada operacionalmente como identificação na mensagem de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT transmitida ao serviço SAR. Um exemplo do HEX ID ADCD0228C500401 é fornecido na figura 3. Figura 3 – Identificação hexadecimal das radiobalizas 3.3.6.2 As radiobalizas 406 MHz são identificadas pelo conteúdo da mensagem que elas transmitem. No Sistema COSPAS-SARSAT, a mensagem que a radiobaliza contém é identificada usando a representação hexadecimal de bits. As radiobalizas de primeira geração são codificadas com 15 caracteres e as de segunda são codificadas com 22 caracteres. MCA 64-3/2019 29/323 3.3.6.3 Todas as radiobalizas 406 MHz, no que diz respeito ao formato da mensagem ou ao protocoloutilizado, devem ser codificadas. Para radiobalizas codificadas com o protocolo padrão, a identificação 15 hexadecimal é calculada assumindo a posição dos bits do primeiro campo protegido (PDF – Protected Data Field) da mensagem. 3.3.7 BANCO DE DADOS BRASILEIRO PARA REGISTRO DE RADIOBALIZAS 3.3.7.1 O Brasil possui seu próprio banco de dados para registro de radiobalizas de emergência. Todas as radiobalizas 406 MHz (ELT, EPIRB e PLB) devem ser registradas, o que contribuirá sobremaneira para agilizar o processo de localização, mesmo as que não estejam instaladas em uma aeronave ou embarcação. Para registrar uma radiobaliza, basta os proprietários ou operadores preencherem o formulário de registro do BRMCC online no website www.brmcc.aer.mil.br, seguindo as instruções. 3.3.7.2 O BRMCC tem condições, ao captar uma radiobaliza em 406 MHz, de informar ao ARCC se possui registro no banco de dados brasileiro. Caso positivo, alguns dados importantes estarão disponíveis e poderão ser utilizados na coordenação das ações do ARCC, tais como: proprietário, explorador, telefones e endereços para utilização em casos de emergência, base de operação, equipamentos para comunicação e outros recursos. 3.3.7.3 Os proprietários e operadores que importem ou adquiram uma aeronave ou embarcação estrangeira devem assegurar que as radiobalizas cumpram e estejam codificadas com os protocolos exigidos pelas normas brasileiras. 3.3.7.4 Muitas radiobalizas são ativadas acidentalmente, esses falsos alertas desencadeiam, invariavelmente, uma ação de busca. Daí a importância do registro da baliza para que o proprietário possa ser identificado, contatado e providencie a descontinuidade da emissão do falso alerta. Assim, não haverá desperdício de esforços SAR. 3.3.7.5 A Marinha do Brasil dispõe de um banco de dados do serviço de identificação móvel marítima (MMSI), atribuídos a embarcações, grupo de navios, navios-plataforma, estações costeiras e terrestres brasileiras. 3.4 SEGMENTO TERRESTRE DO SISTEMA COSPAS-SARSAT 3.4.1 TERMINAL DE USUÁRIO LOCAL 3.4.1.1 Existem três tipos de Terminais de Usuário Local (LUT) no Sistema COSPAS-SARSAT, a saber: c) LEOLUT – os que operam com as constelações de satélites em órbitas polares baixas (LEOSAR); d) GEOLUT – aqueles que operam com a constelação de satélites geoestacionários (GEOSAR); e e) MEOLUT – os que operam com as constelações de satélites em órbitas médias (MEOSAR). 3.4.1.2 São mostradas abaixo, na figura 4, as antenas LEOLUT, GEOLUT e MEOLUT, respectivamente. http://www.brmcc.aer.mil.br/ 30/323 MCA 64-3/2019 Figura 4 – Antenas 3.4.1.3 Os operadores do segmento terrestre do Sistema COSPAS-SARSAT deverão fornecer à comunidade SAR dados de alerta e dados de localização confiáveis, sem restrição de uso e sem discriminação na distribuição. Para garantir que os dados fornecidos pelos LUT sejam confiáveis e utilizados operacionalmente pela comunidade SAR, o Programa COSPAS- SARSAT desenvolveu especificações e procedimentos de desempenho. Os documentos estão disponíveis para cópia e arquivo no website www.cospas-sarsat.int. 3.4.2 CENTROS DE CONTROLE DE MISSÃO 3.4.2.1 Os Centros de Controle de Missão (MCC) foram estabelecidos na maioria dos países onde funciona pelo menos um LUT. Suas principais funções, além de processar as duas categorias de dados, dados de alerta e dados de informação do sistema, são: a) recolher, armazenar e ordenar os dados do LUT e de outros MCC; b) proporcionar o intercâmbio de dados dentro do Sistema COSPAS-SARSAT; e c) distribuir dados de alerta e de localização para os RCC ou SPOC associados. 3.4.2.2 Dados de alerta é o termo genérico para dados resultantes das radiobalizas de emergência COSPAS-SARSAT em 406 MHz, que compreendem informações de localização e informação codificada da própria radiobaliza. 3.4.2.3 Dados de informação do sistema são utilizados principalmente para manter o COSPAS- SARSAT operando na máxima eficácia, fornecendo indicações precisas e oportunas. Os dados de informação do sistema são constituídos por informações das efemérides dos satélites, calibração do horário das passagens destes, utilizados para determinar a localização das radiobalizas, o estado atual dos segmentos espacial e terrestre e das mensagens de coordenação necessárias para o funcionamento do Sistema COSPAS-SARSAT. 3.4.2.4 Todos os MCC do sistema estão interligados por meio de redes apropriadas de distribuição dos dados de informação e dos dados de alerta. Para assegurar a confiabilidade e integridade da distribuição dos dados, o Programa COSPAS-SARSAT desenvolveu especificações de desempenho para os MCC (documento C/S A.005) e procedimentos de comissionamento de MCC (documento C/S A.006). 3.4.2.5 Relatórios sobre as operações dos MCC são fornecidos pelos operadores de segmentos terrestres, periodicamente, à Secretaria do Programa. Regularmente são realizados exercícios para verificar o estado operacional e desempenho de todos os LUT e MCC existentes e o intercâmbio de dados e procedimentos. http://www.cospas-sarsat.int/ MCA 64-3/2019 31/323 3.4.3 PONTO DE CONTATO SAR (SPOC) 3.4.3.1 Para assegurar a utilização eficiente do sistema, todos os Estados, isto é, todas as Administrações ou Agências Governamentais responsáveis pelo serviço de busca e salvamento ao redor do mundo são encorajados a designar um único ponto de contato SAR (SPOC) com vistas a receber dados de alerta e de localização do Sistema COSPAS-SARSAT. As Administrações fornecerão o endereço, telefone, fax, FTP ou número do endereço AFTN/AMHS do seu SPOC à Secretaria do Programa COSPAS-SARSAT. NOTA 1: AFTN – Rede de Telecomunicações Fixas Aeronáuticas e Sistema de Administração de Mensagem ATS. NOTA 2: AMHS – ATS Message Handling System – Sistema de Administração de Mensagem ATS. NOTA 3: FTP – Protocolo de Transferência de Arquivos (File Transfer Protocol) 3.4.3.2 Os SPOC são RCC ou outros pontos de contato nacionais reconhecidos, que usarão os dados de alerta de modo rápido, seguro e efetivo para a localização e salvamento de pessoas em perigo e atendimento de emergências SAR, nas suas respectivas áreas de responsabilidade. 3.4.3.3 No Brasil, a Agência Nacional para assuntos do Programa COSPAS-SARSAT é o DECEA, que designou o BRMCC como único ponto de contato SAR (SPOC). 3.4.4 COMUNICAÇÕES ENTRE O BRMCC E OS RCC 3.4.4.1 Os alertas de emergência são distribuídos pelo BRMCC ao MCC NODAL, aos RCC e SPOC via AFTN/AMHS e FTP. O AMHS – ATS Message Handling System, também conhecido como Sistema de Administração de Mensagem Aeronáutica, é um padrão para comunicação terra-terra aeronáutico com base em perfis X.400 (por exemplo, para a transmissão de NOTAM, planos de voo ou de dados de Meteorologia). 3.4.4.2 As mensagens têm uma sequência de numeração. O RCC deve assegurar-se de que não há perda de mensagens, checando a numeração sequencial. Se houver perda, então o RCC deverá solicitar ao BRMCC o reenvio da mensagem perdida na sequência. 3.4.4.3 O BRMCC checa regularmente as comunicações com os RCC. O BRMCC considera que uma transmissão operacional regular de alertas para o RCC é uma garantia de cheque de comunicações. Isso em adição ao sistema de confirmação de recebimento de mensagens prioridade SS do sistema AFTN/AMHS. 3.5 SEGMENTO ESPACIAL DO SISTEMA COSPAS-SARSAT O Sistema COSPAS-SARSAT utiliza satélites de órbita polar baixa (LEOSAR), de órbitas geoestacionárias (GEOSAR) e de órbita de média altitude (MEOSAR), figuras 5 e 6, que processam e/ou retransmitem sinais emitidos por radiobalizas de emergência. 32/323 MCA 64-3/2019 Figura 5 – Satélites GEOSAR e LEOSAR Figura 6 – Satélites MEOSAR 3.5.1 SISTEMA LEOSAR 3.5.1.1 Os satélites LEOSAR estão equipados com módulos SARP – Search and Rescue Processor –, que processam, armazenam e retransmitem os sinais de emergência captados (store-and-forward),e também com os módulos SARR – Search and Rescue Repeater –, que retransmitem em tempo real (real-time). O satélite pode passar sobre uma área remota da Terra, receber uma mensagem de emergência, armazenar e retransmitir esses dados posteriormente quando passar por um LEOLUT (normalmente localizado em áreas menos remotas). As coberturas global (store-and-forward) e local (real-time) estão representadas na figura 7. Figura 7 – Coberturas global e local MCA 64-3/2019 33/323 3.5.1.2 Os satélites LEOSAR completam uma órbita ao redor da terra em aproximadamente 100 minutos, a uma velocidade de 7 km/s. Cada satélite visualiza uma área na superfície da terra de aproximados 4.000 km de diâmetro. Visto de um ponto da terra, leva aproximadamente 15 minutos para cruzar de um horizonte ao outro. 3.5.1.3 Efeito Doppler 3.5.1.3.1 O Sistema LEOSAR utiliza o efeito Doppler, ou seja, o movimento relativo entre o satélite e uma radiobaliza ativada para calcular a localização desta. A técnica produz uma linha de posição sobre a qual há duas outras posições (Cross Tracking Angle – CTA, ângulo de cruzamento da rota), uma de cada lado da rota do satélite, projetada no solo, sendo uma a posição real e a outra uma imagem espelhada. Essa ambiguidade é resolvida quando a passagem subsequente do satélite detecta a mesma radiobaliza. 3.5.1.3.2 Utilizando essa informação e conhecendo a posição espacial do satélite durante a sua passagem, é possível plotar duas linhas que representam a distância da rota do satélite para o transmissor (figura 8). Então, conhecendo o TCA – Time of Closest Approach (Hora de Máxima Aproximação) –, é uma simples questão de desenhar linhas perpendiculares da rota do satélite para a linha representativa da distância entre o transmissor e o satélite. A interseção dessas linhas representa duas possíveis localizações do transmissor, sendo uma a posição real e a outra uma imagem. Figura 8 – Geometria de detecção da radiobaliza 3.5.1.3.3 A figura 9 é a representação do processamento pelo LEOLUT de um sinal 406 MHz captado por um LEOSAR, passando sobre um transmissor na superfície da Terra. Cada ponto representa um pulso digital da radiobaliza. O ponto de inflexão da curva representa o instante no tempo em que o satélite está mais próximo do transmissor (TCA). O perfil da curva pode ser usado para determinar a distância que o transmissor estava da rota do satélite. Um mínimo de três pulsos é requerido para calcular a posição por meio do efeito Doppler. Entretanto, sob algumas circunstâncias, a combinação de processamento LEO e GEO pode fornecer a localização com um número menor de pulsos da radiobaliza. 34/323 MCA 64-3/2019 Figura 9 – Representação da curva do efeito Doppler de 406 MHz 3.5.1.3.4 Deve-se estar consciente de que cada posição tem uma probabilidade de 50% de erro associada a ela. A informação da elipse de erro não é fornecida ao RCC no curso normal dos Eventos SAR, portanto deve-se saber que a primeira posição calculada pelo efeito Doppler fornecida não é perfeita. 3.5.1.3.5 A resolução de ambiguidade é um processo que determina qual das duas soluções computadas pelo efeito Doppler é a real e qual é a imagem espelhada. Uma passagem subsequente do mesmo satélite ou de outro pode ser usada para resolver a ambiguidade. 3.5.1.3.6 A localização da posição real e da imagem espelhada podem ser calculadas pelo efeito Doppler, levando-se em consideração a variação da frequência causada pela rotação da Terra. Essa técnica é dependente da estabilidade de transmissão da frequência 406 MHz da radiobaliza de emergência. 3.5.1.3.7 Se o LEOLUT não puder calcular a localização pelo efeito Doppler, somente a informação de identificação da radiobaliza contida no sinal (código hexadecimal) é processada e transmitida. As radiobalizas que dispõem de um receptor de navegação por satélite (GNSS), que determine sua posição e transmita essa informação codificada na mensagem de emergência, poderão ser localizadas por intermédio desta. 3.5.2 SISTEMA GEOSAR 3.5.2.1 O Sistema GEOSAR consiste em satélites geoestacionários equipados com repetidores (SARR) de 406 MHz e em estações em terra chamadas GEOLUT. 3.5.2.2 O Sistema GEOSAR utiliza o modo de cobertura local, em que o satélite GEOSAR se encontra simultaneamente no campo de visibilidade da radiobaliza e do GEOLUT. 3.5.2.3 Os satélites geoestacionários permanecem a uma altitude de 36.000 km em relação a terra, aparentando estarem fixos sobre um ponto da superfície situado na linha do equador. Cada satélite geoestacionário pode prover cobertura GEOSAR de um terço da superfície terrestre (com exceção dos polos). MCA 64-3/2019 35/323 Figura 10 – Cobertura local 3.5.2.4 Há ocasiões em que a linha de visada do satélite GEOSAR para a radiobaliza pode estar bloqueada devido a acidentes geográficos. No entanto, quando uma radiobaliza não está visível pelo GEOSAR, poderá estar visível por um satélite LEOSAR ou MEOSAR e vice-versa, conforme demonstrado na figura 11. Figura 11 – Serviço complementar GEOSAR, MEOSAR e LEOSAR 3.5.2.5 Por estar fixo em uma posição, o Sistema GEOSAR não pode determinar a localização pelo efeito Doppler, a menos que essa informação seja transmitida pela própria radiobaliza na mensagem digital. Muitos modelos de radiobalizas 406 MHz incorporam um receptor de navegação por satélite (GNSS) que determina sua posição e transmite essa informação, inclusa na mensagem de emergência, para o Sistema COSPAS-SARSAT. 3.5.3 SISTEMA MEOSAR 3.5.3.1 O Programa COSPAS-SARSAT está em processo de aprimoramento colocando repetidores (SARR) a bordo dos satélites GNSS. Esses novos recursos espaciais fazem parte do Sistema MEOSAR – Medium-altitude Earth Orbit Search and Rescue system. 36/323 MCA 64-3/2019 3.5.3.2 Os EUA, a Rússia e a Comissão Europeia/Agência Espacial Europeia (EC/ESA) instalaram SARR nas constelações GPS/DASS, GLONASS e Galileo, respectivamente. 3.5.3.3 As constelações MEOSAR orbitam de 19.000 a 24.000 km da Terra, transmitindo os sinais de radiobalizas 406 MHz às estações MEOLUT, sem processamento a bordo, sem armazenamento de dados e sem demodulação/remodulação. As características dos satélites MEOSAR estão apresentadas na tabela 1. Tabela 1 – Características dos satélites MEOSAR DASS SAR/Galileo SAR/Glonass Altitude (Km) 20.182 23.222 19.140 Período (Rotação em torno da Terra) 718 Minutos 845 Minutos 676 Minutos Número de satélites previstos (Total 81) 27 30 24 3.5.3.4 O MEOSAR oferece as vantagens dos Sistemas LEOSAR e GEOSAR, e o cálculo da posição de localização da radiobaliza, em qualquer lugar na Terra, será quase que imediato. O Sistema MEOSAR desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (EC/ESA) – Galileo – também permite uma transmissão opcional de serviço de ligação de retorno (RLS – Return Link Service) para a radiobaliza, o que possibilita a confirmação para a pessoa em perigo de que a sua mensagem de alerta foi recebida, que o recurso SAR está sendo enviado, a previsão de chegada do recurso no local do incidente e outras informações úteis. 3.5.3.5 Devido ao grande número de satélites, o Sistema MEOSAR estabelece altos níveis de redundância e, pelas características de suas órbitas em média altitude, evita obstrução entre a radiobaliza e o satélite. O sistema baseado na constelação MEOSAR estabelece cobertura global instantânea, acurada capacidade de localização, um robusto link de comunicações entre radiobalizas e satélites, e não depende do receptor de navegação da radiobaliza para determinar a localização. O Segmento Terrestre MEOSAR é composto dos MCC e MEOLUT do Sistema COSPAS-SARSAT, conforme mostrado na figura 12. Figura 12 – Concepção de operação do Sistema MEOSAR MCA 64-3/2019 37/323 Figura 13 – Concepção de operação do Sistema MEOSAR 3.5.4 PRINCÍPIOS DE DISTRIBUIÇÃO DE DADOS COSPAS-SARSAT3.5.4.1 Os dados de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT processados nos LUT serão distribuídos para os MCC apropriados, de acordo com a localização do alerta ou o código do país. Cada LUT está associado a um MCC, que é o responsável pela distribuição dos alertas. Devido ao alto grau de redundância do segmento terrestre, cada distribuição deve ser coordenada e os dados redundantes devem ser filtrados. 3.5.4.2 As mensagens de alerta recebidas nos MCC são enviadas para os RCC ou SPOC associados e, se for o caso, para o MCC NODAL, por meio da rede de comunicações, de acordo com os procedimentos descritos no Plano de Distribuição de Dados do Sistema COSPAS- SARSAT (documento C/S A.001). 3.6 REGIÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE DADOS (DDR) E ÁREAS DE MCC 3.6.1 A área de serviço é aquela parte do globo terrestre dentro da qual o serviço de distribuição de dados do Sistema COSPAS-SARSAT é prestado por um MCC. A área de serviço do BRMCC coincide com as SRR aeronáuticas. 3.6.2 As áreas de serviço dos MCC estão descritas no Plano de Distribuição de Dados do Sistema COSPAS-SARSAT (Documento C/S A.001). Quando o sinal de emergência de uma radiobaliza é localizado fora da área de serviço de um determinado MCC, é encaminhada uma mensagem para o MCC NODAL, que por sua vez encaminha ao SPOC responsável pela área onde o alerta está localizado. 3.6.3 As áreas de serviço são agrupadas em Regiões de Distribuição de Dados (DDR) para otimizar a distribuição da informação operacional. Um MCC NODAL é estabelecido em cada DDR, agindo como uma central na rede de comunicações, e tem a responsabilidade de receber e transmitir os dados entre as regiões. A figura 14 ilustra o caminho das mensagens de alerta na rede de MCC do Sistema COSPAS-SARSAT. 38/323 MCA 64-3/2019 Figura 14 – Diagrama simplificado da distribuição de mensagens de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT 3.6.4 Cada MCC poderá estabelecer acordos com países que desejarem se associar e se tornar SPOC, desde que tais países tenham redes de comunicação apropriadas para serem utilizadas na distribuição dos dados de alerta. Mesmo que não seja estabelecido acordo, os MCC notificarão, via NODAL, qualquer alerta de emergência do Sistema COSPAS-SARSAT à autoridade SAR nacional dos países que não se tornaram SPOC. 3.7 RECALADA DE RADIOBALIZA 406 MHZ A maioria das radiobalizas 406 MHz transmite também em 121.5 MHz com o propósito de localização pelas aeronaves SAR, por meio do procedimento de recalada (VHF- DF). Alguns países possuem Recursos SAR que já estão utilizando o sinal de radiobaliza 406 MHz para recalada. NOTA: A radiobaliza 406 MHz transmite pulsos de 5 watts, que é 200 vezes mais forte que um pulso de 25 miliwatt da transmissão da radiobaliza em 121.5 MHz. A recalada em 406 MHz permite à aeronave SAR estabelecer um curso acurado em direção à radiobaliza. Já foram reportadas recepções do sinal de radiobaliza 406 MHz, pelas aeronaves SAR, a uma distância de até 150 NM e na altitude de 25.000 pés. 3.8 RELATÓRIO DE EVENTO SAR 3.8.1 O Relatório de Evento SAR é o formulário que é preenchido pelo ARCC ao término da apuração de cada sinal de alerta processado pelo MCC, quer seja classificado como único alerta, primeiro alerta ou dado de suporte, tratando-se de caso aeronáutico ou não. Os formulários são preenchidos quando o Sistema COSPAS-SARSAT foi um instrumento para o desencadeamento de uma operação SAR real ou potencial. 3.8.2 O BRMCC contribui para o Sistema COSPAS SARSAT enviando à secretaria os relatórios de Eventos SAR recebidos dos ARCC brasileiros, de acordo com a ICA 64-2 “Sinais de Alerta COSPAS-SARSAT”. 3.9 INTERFERÊNCIAS NA FREQUÊNCIA 406 MHZ 3.9.1 A União Internacional de Telecomunicações (ITU) designou a banda 406 MHz para radiobalizas de emergência de baixa potência. Entretanto, há fontes de sinais não autorizadas MCA 64-3/2019 39/323 em várias áreas do mundo irradiando na banda 406.0 – 406.1 MHz. Interferências diminuem o desempenho do sistema e reduzem a probabilidade de detecção das radiobalizas. O Sistema COSPAS-SARSAT pode ser utilizado para detectar e localizar algumas dessas interferências, desde que os LUT estejam equipados apropriadamente. Diferentemente do processamento dos sinais digitais de 406 MHz que são transmitidos em pulsos, a interferência é transmitida de forma contínua e nenhum código digital está disponível na fonte transmissora. 3.9.2 O BRMCC transmite os alertas de interferência em 406 MHz, para serem investigados pelos RCC, mediante mensagens narrativas no formato SIT 185 (Indicador de tipo de assunto). As interferências persistentes serão investigadas e reportadas pelo BRMCC à ITU por meio da Secretaria do Programa COSPAS-SARSAT. Além disso, o BRMCC acionará a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), que tomará providências para a identificação da fonte emissora do sinal espúrio e a consequente interrupção das transmissões da interferência. 3.10 TESTE DAS RADIOBALIZAS 3.10.1 O BRMCC pode autorizar, por solicitação, testes de acionamentos de radiobaliza 406 MHz com o propósito de averiguar o funcionamento de equipamentos ou com a finalidade de treinamento SAR, desde que previamente acordado e seguindo os critérios estabelecidos pelo Programa COSPAS-SARSAT. 3.10.2 A ativação da radiobaliza por razão que não seja uma situação de alerta ou sem autorização do BRMCC é considerada violação da lei (Art. 58 da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica). 3.10.3 As radiobalizas 406 MHz possuem capacidade de autoteste para avaliação das características de desempenho. A utilização da função autoteste não gera um alerta no Sistema COSPAS-SARSAT, assim não é necessária coordenação com o BRMCC para acioná-lo. NOTA: O autoteste utiliza uma certa quantidade de energia da bateria da radiobaliza, devendo somente ser usado de acordo com as recomendações do fabricante. 3.10.4 Antes de autorizar a ativação de uma radiobaliza para teste no modo operacional, o BRMCC realiza as coordenações requeridas pelo programa COSPAS-SARSAT para notificar os demais MCC. 3.10.5 Independentemente do local ou do tempo de duração da ativação da radiobaliza no modo operacional, esta será captada por um satélite, podendo ter seu processamento efetivado. A mensagem de alerta resultante é transmitida para todos os MCC do sistema e, posteriormente, ao RCC correspondente, que poderá acionar os recursos SAR. 3.10.6 Para acionamento no modo teste de até quatro radiobalizas, a solicitação deve ser feita com antecedência de pelo menos 24 horas; e acima de quatro radiobalizas, com pelo menos 30 dias. Na solicitação, as seguintes informações devem ser fornecidas: a) objetivo do teste; b) descrição do teste; c) localização do teste; d) data, hora e duração do teste; e) HEX ID (identificação de 15 caracteres hexadecimais) da radiobaliza; e f) telefone de contato. 40/323 MCA 64-3/2019 3.10.7 Se uma radiobaliza for ativada inadvertidamente no modo operacional, o RCC, ao constatar que foi acionamento indevido, deverá informar ao BRMCC tão logo seja possível. 3.11 MENSAGENS DE ALERTA DO SISTEMA COSPAS-SARSAT Quando uma radiobaliza é acionada e captada pelo Sistema COSPAS-SARSAT, são processadas e geradas várias mensagens de alerta. Cada uma dessas mensagens contêm dados de detecção do incidente, dados de localização e identificação da radiobaliza. As mensagens são enviadas dos MCC para os órgãos nacionais responsáveis pela busca e salvamento, ou seja, RCC, SPOC (para ativações ELT, EPIRB e PLB) ou uma Autoridade Competente (para ativações do SSAS). Os formatos de mensagens são especificados pelo COSPAS-SARSAT para comunicações entre MCC, RCC e SPOC. 3.11.1 INDICADORES DE TIPO DE ASSUNTO (SIT) 3.11.1.1 As mensagens de alerta do Sistema COSPAS-SARSAT são categorizadas em Indicadores de Tipos de Assunto (Subject Indicator Type – SIT). As mensagens
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