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DISCIPLINA: Introdução aos Estudos Universitários I – UGF 100 UNIDADE II: O desafio da modernidade Aula 06 TEXTO 05: Estratégias de leitura AUTOR: Marta Lyrio da Cunha ESTRATÉGIAS DE LEITURA Mas como se tornar um leitor competente? Toda leitura é guiada por nossos objetivos e finalidades que desejamos atingir. Lemos para obter uma informação, para aprender, seguir uma instrução, revisar um texto, para fazer alguma apresentação oral ou apenas por prazer. Para cada um destes objetivos corresponde um procedimento de leitura diferenciado. Na leitura, com a finalidade de compreender ou redigir um trabalho acadêmico, é necessário identificar as informações relevantes e analisar sua fundamentação. Severino (2002) apresenta os procedimentos da Leitura Analítica que consiste na leitura ativa, onde o leitor delimita o assunto e busca a compreensão, ou seja, aquela que não é considerada mecânica, mas acompanhada do estabelecimento de relações e associações. Os processos básicos da leitura analítica abrangem: Análise textual primeiro contato com o material de forma sensorial, com o objetivo de traçar uma visão de conjunto, ou seja, panorâmica, facilitando a compreensão geral. Possibilita ao leitor estabelecer as primeiras hipóteses sobre a leitura. Deve ser acompanhada de um levantamento histórico para a percepção do cenário e do contexto da obra, assim como da busca de novas informações (dicionário, internet ou artigos). Nesse momento é importante a elaboração de um mapa conceitual ou esquema para facilitar a compreensão e aprendizagem do texto. Análise temática tem como objetivo a compreensão ampla e global do conteúdo, buscando compreender o assunto com mais profundidade, a partir da identificação do tema, problema, tese, raciocínio e idéias secundárias. Para isso, indica-se a elaboração de perguntas que facilitem a análise do tema abordado. Análise interpretativa essa é a etapa da interpretação, ou seja, momento de atribuir sentido. A partir do levantamento das idéias centrais e do confronto entre os argumentos apresentados pelo autor, o leitor irá posicionar-se criticamente. Nesta etapa o leitor deve: verificar pressupostos filosóficos que sustentam as idéias do autor; relacionar as idéias do autor com outras idéias sobre o mesmo tema, desenvolvendo atitude crítica em relação a coerência da argumentação, originalidade e profundidade com que tratou o tema. Problematização tem como objetivo levantar um debate ou reflexão sobre os problemas identificados na análise anterior Síntese pessoal elaboração de uma conclusão, uma reelaboração pessoal, a respeito das idéias apresentadas pelo autor e seus argumentos, acompanhada de toda análise crítica anteriormente discutida. Então, em resposta a nossa pergunta inicial: um leitor competente é aquele que usa a linguagem escrita/leitura em diferentes circunstâncias de comunicação; é aquele que se apropriou das estratégias e dos procedimentos de leitura característicos das diferentes práticas sociais das quais participa, de tal forma que os utiliza no processo de (re)construção dos sentidos dos textos (BRÄKLING, 2003). Naspolini (1996) apresenta algumas estratégias de leitura que podemos desenvolver para aprimorar o nosso próprio ato de ler: (a) Seleção quando lemos um texto, nossa mente seleciona de acordo com o nosso conhecimento prévio o que lhe interessa, escolhemos alguns aspectos relevantes (aqueles sem os quais não seríamos capazes de compreender o texto) e ignoramos outros, os irrelevantes. (b) Antecipação ou previsão supor o que está por vir, são as hipóteses que o leitor faz, antecipando informações com base nas “pistas”. (c) Inferência ler o que está implícito, ou seja, são os complementos que o leitor fornece ao texto a partir dos seus conhecimentos prévios. (d) Verificação: Autocontrole processo de avaliar, confirmando as hipóteses para validar a sua leitura, garantido a compreensão Autocorreção quando não são revalidadas, há o momento de dúvida. O leitor repensa a hipótese anterior, constrói outras, retoma a parte anterior do texto, fazendo as devidas correções. INFORMAÇÃO: Os procedimentos e estratégias de leitura também auxiliam no estudo, favorecendo a obtenção de um nível de compreensão melhor do texto. Então o que é ser um leitor eficiente? Podemos considerar aqueles que desenvolveram as habilidades de: • formular questões enquanto lê e assim se mantém atento; • selecionar índices (pistas) relevantes para a compreensão; • preencher os elementos ausentes, complementando informações; • antecipar fatos; • criticar o conteúdo do texto; • reformular suas hipóteses; • estabelecer relações com outros aspectos do conhecimento; • transformar ou reconstruir o texto lido; • identificar as intenções/objetivos do escritor. (NASPOLINI, 1996) REFLETINDO: Procure relacionar estas habilidades com as orientações de leitura que antecederam o Texto 01 e 02. Você perceberá como atitudes simples podem transformar e aprimorar o seu processo de leitura. Portanto, a utilização de estratégias de leitura compreende três momentos: o antes, o durante e o após a leitura. O antes, seja na pré-leitura, é feita uma análise global do texto (do título, dos tópicos e das figuras/gráficos), predições e também o uso do conhecimento prévio. Durante a leitura é feita uma compreensão da mensagem passada pelo texto, uma seleção das informações relevantes, uma relação entre as informações apresentadas no texto e uma análise das predições feitas antes da leitura, para confirmá-las ou refutá-las. Depois da leitura é feita uma análise com o objetivo de rever e refletir sobre o conteúdo lido, ou seja, a importância da leitura, o significado da mensagem, a aplicação para solucionar problemas e a verificação de diferentes perspectivas apresentadas para o tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRÄKLING, Kátia Lomba. Sobre a leitura e formação de leitores. EducaRede, 2003. Disponível emhttp://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=9&id_subtema=2 Acesso em jul de 2009. NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo: leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2002.
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