Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ISABEL HELENA BERNER DA SILVA PLEURAL DERRAME PLEURA 2 A pleura é uma fina camada de revestimento sobre a superfície externa do pulmão, incluindo as cissuras (pleura visceral), e sobre a superfície interna da parede torácica (pleura parietal) 1 A pleura reveste as superfícies costal, diafragamática e mediastinal do pulmão e da cavidade torácica LIQUIDO NORMAL 5 a 10ml de volume pH sérico < 2g/dl de proteínas Glicemia sérica DERRAME PLEURAL É o acúmulo de líquido de natureza e etiologia variadas no espaço pleural. Essa é a mais freqüente manifestação de anormalidades desenvolvidas de forma primária ou secundária na pleura. Os derrames pleurais podem ser constituídos de hidrotórax (DP), hemotórax, quilotórax e empiema. EPIDEMIOLOGIA Insuficiência cardíaca congestiva (500.000), Pneumonia (200.000), Câncer (150.000), Tromboembolia pulmonar (150.000) e Doenças virais (100.000). Nos países em desenvolvimento, o derrame pleural causado por tuberculose é mais frequente que o neoplásico. As principais causas de DP nos Estados Unidos, em taxas anuais recentes, são: PATOGENIA Alterações das pressões motoras, compreendendo a pressão hidrostática e a pressão coloido-osmótica Aumento da permeabilidade das membranas pleurais compreendendo os coeficientes de filtração ou de reflexão (permeabilidade capilar às proteínas), geralmente por processos inflamatórios ou neoplásicos, que permite o acúmulo de líquidos com conteúdo relativamente alto de proteínas, chamados de exsudatos Passagem de líquido ascítico para o EP por meio de pequenos defeitos diafragmáticos anatômicos, ou levados por vasos linfáticos diafragmáticos, ambos os mecanismos favorecidos pela negatividade pressórica do espaço pleural (LP de padrão transudativo). Bloqueio da drenagem linfática do espaço pleural por invasão neoplásica de vasos e gânglios linfáticos (LP com padrão de exsudato). A formação de DP pode ocorrer devido aos seguintes mecanismos: PODEM SER DIVIDIDOS EM: DERRAME PLEURAL EXSUDATIVO: Ocorre devido ao aumento da permeabilidade da microcirculação ou alteração na drenagem do espaço pleural para os linfonodos. Exemplos: carcinoma brônquico, malignidade secundária (metastática), embolia pulmonar e infarto - derrames pleurais em embolia pulmonar, pneumonia, tuberculose, mesotelioma, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e linfoma Ocorre quando há aumento da pressão hidrostática ou diminuição da pressão oncótica capilar. Exemplos: insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, cirrose, cirrose: hidrotórax hepático, Síndrome de Dressler, trauma, exposição ao amianto, síndrome da unha amarela, urinotórax, pós-cirurgia de revascularização do miocárdio: pequeno derrame pleural unilateral do lado esquerdo pode ser comum, certos medicamentos: dasatinib DERRAME PLEURAL TRANSUDATIVO DIFERENCIAÇÃO TRANS/ EXUDA Proteínas derrame/proteína sérica > 0,5 LDH derrame/sérico > 0,6 LDH > 2/3 do limite superior sérico Exsudativo – pelo menos 1 Critérios de Light Uma pequena quantidade de fluido é completamente assintomática 2 1 Os sintomas mais freqüentes são a dispnéia, a dor torácica pleurítica (dor inspiratório-provocada), frebre e toxemia Às vezes, há apenas uma sensação de desconforto torácico e, menos freqüentemente, tosse. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RADIOGRAFIA SIMPLES DE TÓRAX DIAGNÓSTICO A ULTRA-SONOGRAFIA PODE TAMBÉM IDENTIFICAR DP, ESTANDO INDICADA NA SUSPEITA DE DERRAMES LOCULADOS A TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE TÓRAX IGUALMENTEIDENTIFICA DPS LIVRES OU LOCULADOS, ALÉM DE DETECTAR TUMORES NA PLEURA E IDENTIFICARCONDIÇÕES PLEURAIS E MEDIASTINAIS SUBJACENTES TORACOCENTESE (PLEUROCENTESE) E EXAMES DO LÍQUIDO PLEURAL TESTES IMUNOLÓGICOS INFARTO Encontra-se no Raio-X de tórax: embotamento do ângulo costofrênico embotamento do ângulo cardiofrênico fluido dentro das fissuras horizontais ou oblíquas com derrames de grande volume, o desvio do mediastino ocorre para longe do derrame (nota: se o colapso coexistente dominar, o desvio do mediastino pode ocorrer em direção ao derrame) ERETO TRATAMENTO O tratamento do DP é basicamente dirigido para o tratamento do seu processo etiológico. Pequenos derrames pleurais parapneumônicos ou tuberculosos, assim com transudatos, não necessitam de evacuação plena após a punção diagnóstica. Tratamento evacuador: como nos DPs hipertensivos, nos exsudatos loculados, nos empiemas e nos hemotórax volumosos. DPs neoplásicos recidivantes pode estar indicado a pleurodese abrasiva, para colar as superfícies pleurais e evitar o reacúmulo do derrame. Se os derrames reacumularem apesar das aspirações repetidas e da terapia sistêmica (quando apropriado), um dreno pleural semipermanente em túnel ou uma pleurodese por cirurgia torácica videoassistida (VATS) podem ser considerados. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL HEMIDIAFRAGMA ELEVADO, POR EX. HEPATOMEGALIA, PARALISIA DO NERVO FRÊNICO COLAPSO OU CONSOLIDAÇÃO ESPESSAMENTO PLEURAL, E. TUBERCULOSE VELHA OU EMPIEMA LIGAMENTO PULMONAR INFERIOR TÉCNICA RADIOGRÁFICA POBRE REFERENCIAS BARRETO, Sérgio S. Menna. Pneumologia No Consultório. Porto Alegre: Artmed, 2008. 776 p.
Compartilhar