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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVERSO BELO HORIZONTE Curso de Direito Ana Carolina Figueiredo Vieira VT INTERDISCIPLINAR DO LIVRO: Escravidão – Laurentino Gomes. Belo Horizonte 2021 Trabalho interdisciplinar Direito e Literatura – 1º semestre de 2021 Curso de Direito da Universo Belo Horizonte Nome completo: Ana Carolina Figueiredo Vieira Matrícula: 30001125 Período e turno: manhã E-mail: carolinafvieira@gmail.com Título do livro trabalhado: Escravidão - Laurentino Gomes. Pergunta 1: Quais são as principais críticas que o livro faz à Lei Áurea, que “aboliu” a escravidão no Brasil? Explique-as. Resposta: questionam os críticos da Lei Áurea, se os cativos libertos e seus descendentes foram abandonados à própria sorte, sem nunca ter tido oportunidades reais de participar da sociedade brasileira na condição de cidadãos de plenos direitos, com iguais oportunidades? De acordo com essa visão, a luta dos escravos brasileiros estaria mais bem representada Enquanto este livro era escrito, 130 anos após a assinatura da Lei Áurea, algumas pessoas ainda insistem em questionar a chamada “dívida social” em relação aos afrodescendentes. Segundo essa corrente, a “dívida” estaria automaticamente anulada pelo fato de os africanos serem corresponsáveis pelo regime escravagista. Como consequência, não haveria por que indenizar ou beneficiar a atual população negra com políticas públicas compensatórias pelos prejuízos históricos decorrentes da escravidão. Um dos alvos favoritos dos ataques foi o controvertido sistema de cotas preferenciais em escolas e postos da administração pública adotado no Brasil sob inspiração de políticas semelhantes implantadas nos Estados Unidos. Pergunta 2: Explique como se dava o tráfico de africanos para o trabalho escravo no Brasil, desde sua captura, a viagem no navio negreiro, até sua “venda”. Resposta: O tráfico negreiro iniciou-se no Brasil pela necessidade contínua de mão de obra escrava e foi resultado direto da diminuição do número de escravos indígenas. O tráfico negreiro era uma atividade extremamente lucrativa e atendia aos interesses da Coroa, portugueses e colonos. A presença portuguesa no continente africano ocorreu por meio de feitorias, as quais os permitiam criar laços comerciais com diferentes reinos africanos. Os africanos obtidos para escravidão eram prisioneiros de guerra revendidos ou eram capturados em emboscadas elaboradas pelos traficantes. A principal feitoria portuguesa instalada na África foi a de Luanda, e os escravos angolanos corresponderam a 75% do total desembarcado no Brasil. Os africanos vinham nos tumbeiros aprisionados em péssimas condições nos porões dos navios em viagens que se estendiam de 1 a 2 meses. O Brasil recebeu, aproximadamente, 4,8 milhões de africanos escravizados durante três séculos de tráfico. O tráfico no Brasil só foi proibido por pressões inglesas que resultaram na aprovação da Lei Eusébio de Queirós, em 1850. Pergunta 3: Quais são as duas principais características que diferenciam a escravidão na América de todas as outras, conforme o autor? Resposta: A primeira é o regime de trabalho. No passado, os escravos eram usados em serviços domésticos; nas oficinas como marceneiros e ferreiros; na agricultura; nos navios; marchavam como guerreiros para defender as causas de seus senhores e, muitas vezes, chegavam a ocupar altos cargos administrativos, como os de eunuco escriba e tesoureiro real. Na América, também havia essa classe de ocupações, mas a escravidão se tornou sinônimo de trabalho intensivo em grandes plantações de cana de-açúcar, algodão, arroz, tabaco e, mais tarde, café. Escravos eram usados também na mineração de ouro, prata e diamantes. Estavam, portanto, em condição equivalente à das máquinas agrícolas industriais de hoje, como os tratores, os arados, as colhedeiras e as plantadeiras nas modernas fazendas do interior do Brasil. Nos engenhos de açúcar, trabalhavam em jornadas exaustivas, em turnos e regime de trabalho organizados de forma muito semelhante às linhas de produção que, a partir do final do século XVIII, caracterizariam as fábricas da Revolução Industrial. A segunda característica que diferencia a escravidão na América de todas as demais formas anteriores de cativeiro é o nascimento de uma ideologia racista, que passou a associar a cor da pele à condição de escravo. Segundo esse sistema de ideias, usado como justificativa para o comércio e a exploração do trabalho cativo africano, o negro seria naturalmente selvagem, bárbaro, preguiçoso, idólatra, de inteligência curta, canibal, promíscuo, “só podendo ascender à plena humanidade pelo aprendizado na servidão”, explica o africanista brasileiro Alberto da Costa e Silva. Sua vocação natural seria, portanto, o cativeiro, onde viveria sob a tutela dos brancos, podendo, dessa forma, alçar eventualmente um novo e mais avançado estágio civilizatório. Pergunta 4: Descreva o primeiro leilão de escravos em Portugal, com base no livro e no registro oficial da época, de Azurara Resposta: o local do primeiro leilão de escravos africanos registrado em Portugal, há um enigma histórico. É a Fortaleza de Sagres. Situada sobre um promontório que avança sobre o mar, batido por rajadas de ventos e ondas violentas, ela teria abrigado a mítica Escola de Sagres, uma grande academia de ciências náuticas fundada no século XV pelo infante dom Henrique, reunindo matemáticos, geógrafos, cartógrafos, astrônomos e outros especialistas. Pelo menos era o que se acreditava até o final do século XIX, quando os historiadores começaram a questionar a existência da tal escola. Nunca se teve notícia alguma de documento, relato ou qualquer registro da época de dom Henrique que se referisse ao funcionamento da suposta academia nesse local. A cena marca o início de um período trágico na história humana e foi registrada porque havia no local uma testemunha com a missão de descrevê-la para a posteridade. Gomes Eanes de Azurara, filho de padre, cronista real, cavaleiro da Ordem de Cristo, guarda-mor dos arquivos da Torre do Tombo e biógrafo de dom Henrique, é o autor do manuscrito “Crônica do descobrimento e conquista da Guiné. Redigido em 1448, esse relato das primeiras navegações portuguesas na costa da África ficou perdido durante quase quatro séculos, até 1837, quando seu original foi encontrado na Biblioteca Real de Paris e finalmente publicado em formato de livro quatro anos mais tarde.[1] Nele se encontra o primeiro registro oficial de um leilão de escravos africanos pelos portugueses, uma prática que se repetiria milhares e milhares de vezes ao longo dos quatro séculos seguintes, envolvendo a compra e avenida de cerca de 12,5 milhões de cativos capturados ou adquiridos na África e transportados em cerca de 35 mil navios negreiros que cruzaram o Oceano Atlântico em direção à Europa e a vários pontos da América. Azurara, às vezes também chamado apenas de Zurara, descreve em detalhes o que ocorreu na praça situada em frente ao cais de Lagos enquanto o sol se erguia no horizonte naquela longínqua manhã do século XV. Os escravos, segundo ele, eram “uma coisa maravilhosa de se ver, porque entre eles havia alguns de razoada brancura, formosos [...]; outros menos brancos, como os pardos; outros tão negros como os etíopes, disformes nas feições, tanto nos rostos como nos corpos, como a representar imagens do hemisfério inferior”. Os compradores eram muitos. “O campo estava cheio de gente, tanto do lugar como das aldeias e comarcas dos arredores, a qual deixava naquele dia folgar suas mãos, em que estava a força de seu ganho, somente para ver aquela novidade”, anotou Azurara. O infante, por sua vez, estava “ali em cima de um poderoso cavalo, acompanhado de suas gentes, repartindo suasmercês, como homem que de sua parte queria fazer pequeno tesouro”. Ao relatar o início do leilão, Azurara mostra-se comovido com as reações dos cativos diante da perspectiva de serem comprados por senhores diferentes, o que significaria a separação definitiva entre pais e filhos, esposas e maridos, irmãos, amigos e companheiros de longa data: Qual seria o coração, por duro que pudesse ser, que não fosse pungido de piedoso sentimento vendo assim aquela campanha? Porque uns tinham as caras baixas e os rostos lavados de lágrimas; [...] outros estavam gemendo muito dolorosamente, olhando para os céus [...], bradando altamente como se pedissem socorro ao Pai da Natureza; outros feriam o rosto com as suas palmas, lançando-se estendidos no chão; outros faziam suas lamentações em cantos, segundo o costume de sua terra. [...] Pelo que convinha a necessidade de se apartarem os filhos dos pais; as mulheres, dos maridos; e os irmãos, uns dos outros. A amigos nem parentes não se guardava nenhuma lei, somente cada um caía onde a sorte o levava. As mães apertavam seus filhos nos braços e lançavam-se com eles de bruços, recebendo feridas com pouca piedade de suas carnes. Perante tanta dor e sofrimento, o piedoso coração de Azurara encontrava pelo menos um motivo de consolo. O cativeiro daqueles africanos, acreditava ele, era a oportunidade de salvar-lhes as almas, retirando-os da escuridão da barbárie e do paganismo em que até então se encontravam para introduzi-los na luz da religião cristã e da civilização portuguesa. E assim também pensava o poderoso infante, cuja vontade e grande prazer, na interpretação do cronista, estavam “na salvação daquelas almas que antes eram perdidas”. Pergunta 5: Quais foram os motivos que levaram Portugal a buscar mão de obra escrava na África, para colonizar o Brasil? Explique de forma completa. Resposta: A escravidão é o grande sustentáculo do processo de colonização do continente americano, a partir do século XVI. Longe de se ater a uma forma homogênea de relação de trabalho, a escravidão foi marcada pelas mais diferentes caracterizações ao longo do período colonial. No caso da colonização lusitana, a utilização de escravos sempre foi vista como a mais viável alternativa para que os dispendiosos empreendimentos de exploração tivessem a devida funcionalidade. Inicialmente, os portugueses almejaram utilizar da força de trabalho dos nativos para que a exploração econômica fosse concretizada. No entanto, a mão de obra indígena foi refutada mediante a dificuldade de controle sobre populações que ofereciam maior resistência e também por despertar o interesse da Igreja em utilizá-los como novos convertidos ao cristianismo católico. Ainda assim, as regiões mais pobres, em que a força de trabalho era mais escassa, os índios ainda foram utilizados como escravos. Para contornar a crescente demanda por força de trabalho, Portugal resolveu então investir no tráfico de escravos vindos diretamente da Costa Africana. Tal opção se tornava viável por dois motivos essenciais: o domínio que Portugal já possuía em regiões da África e as possibilidades de lucro que a venda desses escravos poderiam trazer aos cofres da Coroa Portuguesa. Além disso, havia o apoio da própria Igreja Católica que associava os africanos à prática do islamismo. Além de incentivar a exploração de uma nova atividade comercial, o tráfico negreiro ainda incentivava o desenvolvimento de outras atividades econômicas. A indústria naval crescia ao ampliar a necessidade de embarcações que pudessem fazer o transporte dos negros capturados. Ao mesmo tempo, incentivou as atividades agrícolas ao ampliar, por exemplo, as áreas de plantação do tabaco, produto agrícola usualmente utilizado como moeda de troca para obtenção dos escravos. A obtenção de escravos era feita a partir de firmação de acordos comerciais com algumas tribos, principalmente as que se localizavam na região do litoral Atlântico do continente. Na verdade, a escravidão já integrava as práticas sociais e econômicas dos africanos mesmo antes do processo colonial. Em geral, essa população escrava era resultado da realização de guerras ou da aplicação de penas contra aqueles que cometessem algum tipo de delito. A partir da chegada dos portugueses à África, a prática antes desenvolvida no contexto social e político das populações africanas, veio a integrar uma atividade comercial sistemática integrada à economia mercantilista europeia. Dessa maneira, a escravidão se transformou em uma atividade econômica de caráter essencial. Um dos resultados dessa transformação foi que, entre os séculos XV e XIX, o número de escravos provenientes da Costa Africana ultrapassou a marca dos 11 milhões de cativos. Trazidos ao ambiente colonial, esses escravos eram usualmente separados de seus amigos e familiares para que evitassem qualquer tentativa de fuga. Após serem vendidos a um grande proprietário de terras, os escravos eram utilizados para o trabalho nas grandes monoculturas e recolhidos em uma habitação coletiva conhecida como senzala. Esse tipo de escravo era conhecido como escravo de campo ou escravo de eito e compunha boa parte da população escrava da colônia. A rotina de trabalho desses escravos era árdua e poderia alcançar um turno de dezoito horas diárias. As condições de vida eram precárias, sua alimentação extremamente limitada e não contava com nenhum tipo de assistência ou garantia. Além disso, aqueles que se rebelavam contra a rotina imposta eram mortos ou torturados. Mediante tantas adversidades, a vida média de um escravo de campo raramente alcançava um período superior a vinte anos. Outros tipos de escravos também compunham o ambiente colonial. Os escravos domésticos que viviam no interior das residências tinham melhores condições de vida e tinham a relativa confiança de seus proprietários. Geralmente os cargos domésticos eram ocupados por escravas incumbidas de cuidar da casa, das crianças e, inclusive, estar sexualmente disponível ao seu senhor. Nas cidades, ainda temos a figura dos escravos de ganho, que poderia reverter lucro ao seu dono ao cuidar de um comércio ou vender produtos. Muitos escravos, quando não submissos ao processo de exploração, articulavam planos de fuga e desenvolviam comunidades autossuficientes costumeiramente chamadas de quilombos. Nesses locais de fuga desenvolviam uma pequena agricultura associada a atividades artesanais constituídas com o objetivo de atender a demanda da própria comunidade. Entre os principais quilombos destacamos o Palmares, que se desenvolveu em Alagoas, na região da Serra da Barriga. Considerado principal foco de resistência negra, Palmares só foi destruído no final do século XVII. Tendo forte presença no desenvolvimento histórico da sociedade brasileira, a escravidão africana trouxe marcas profundas para a atualidade. Entre outros problemas destacamos a desvalorização atribuída às atividades braçais, um imenso processo de exclusão socioeconômica e, principalmente, a questão do preconceito racial. Mesmo depositado no passado, podemos ver que as heranças de nosso passado escravista ecoam na constituição da sociedade brasileira. Pergunta 6: Explique os fatores que contribuíram para o genocídio dos nativos da américa e como ele ocorreu. Direito e Literatura – 5º período. Resposta: Os Portugueses chegaram ao Brasil na época, forneceram roupas e espelhos. (coisas novas pros índios na época) Os índios morriam muitas vezes por doenças trazidas pelos portugueses, seus sistemas imunológicos eram muito frágeis. Além disso, ouve uma guerra pois com o tempo os portugueses começaram a desmatar e acabar com recursos naturais. Os índios tentaram defender seus recursos, mas acabaram perdendo. Com a guerra muitos massacres ocorreram. Pergunta 7: Quem foi Ana deSousa – a rainha Jinga e como ela desafiou o poder de Portugal? Resposta: Nenhum outro personagem da história da escravidão provocou tanto a imaginação e as fantasias da civilização ocidental quanto Ana de Sousa, nome português e cristão da rainha Jinga, hoje homenageada no monumento de Luanda. Foi essa a mulher corajosa e irreverente, hábil guerreira, que durante toda a primeira metade do século XVI desafiou o poder e as armas do rei de Portugal. Seus feitos extraordinários transformaram-na num mito poderoso que persiste até nossos dias. Na África, virou heroína de um movimento comunista, o MPLA, figura patriótica, defensora da liberdade e dos direitos do seu povo, em eterna luta contra a opressão dos colonizadores europeus. No Brasil, é celebrada em manifestações populares e festas negras, como as rodas de capoeira, as congadas e o maracatu. Nenhum outro personagem da história da escravidão provocou tanto a imaginação e as fantasias da civilização ocidental quanto Ana de Sousa, nome português e cristão da rainha Jinga, hoje homenageada no monumento de Luanda. Foi essa a mulher corajosa e irreverente, hábil guerreira, que durante toda a primeira metade do século XVI desafiou o poder e as armas do rei de Portugal. Seus feitos extraordinários transformaram-na num mito poderoso que persiste até nossos dias. Na África, virou heroína de um movimento comunista, o MPLA, figura patriótica, defensora da liberdade e dos direitos do seu povo, em eterna luta contra a opressão dos colonizadores europeus. No Brasil, é celebrada em manifestações populares e festas negras, como as rodas de capoeira, as congadas e o maracatu. ela seria filha de uma escrava com Jinga Mbandi, oitavo angola do Reino do Andongo. No ano de seu nascimento, 1582, a guerra dos portugueses contra os chefes africanos se alastrava de forma incontrolável pelo interior de Angola. O pai teria sido assassinado pelos próprios vassalos em meio a uma onda de conspirações e traições que assolava o reino. Em seu lugar, assumiu o herdeiro mais velho, o angola Mbandi, que, para se sentir seguro no trono, mandou matar a madrasta, um irmão e um sobrinho, filho de sua irmã Jinga. Em 1617, o clima de tensão e instabilidade aumentou quando o novo governador colonial Luís Mendes de Vasconcelos invadiu o Reino do Andongo e mandou construir o Forte de Ambaca (na época chamado de presídio), situada a poucos quilômetros de Cabaça, sede do reino africano. Era parte da estratégia portuguesa de expandir o comércio de escravos nas regiões ainda pouco exploradas do interior. Acuado, o angola se refugiou numa ilha do rio Kwanza. Ali permaneceu até que, em 1622, um novo governador, João Correia de Sousa, propôs ao soberano negociações de paz, uma vez que a guerra ameaçava paralisar o tráfico negreiro. É nesse momento que Jinga faz sua primeira aparição nos livros de história. Pergunta 8: Conceitue e descreva os quilombos no Brasil e quem foi Zumbi dos Palmares? O que você aprendeu com a sua história? Resposta: Zumbi dos Palmares é um dos grandes nomes da história do Brasil. Ele foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior e mais longevo quilombo da história de nosso país. Zumbi assumiu a liderança do quilombo, em 1678, e resistiu, durante quase 20 anos, contra as investidas dos portugueses. Foi morto após ter seu esconderijo denunciado, no dia 20 de novembro de 1695. Zumbi é, atualmente, um dos grandes símbolos da luta dos negros e dos africanos contra a escravidão no Brasil. Sua memória também é utilizada, nos dias de hoje, como símbolo de luta dos negros contra o racismo presente na sociedade brasileira. Contextualizando o Quilombo dos Palmares É impossível dissociar a vida de Zumbi do Quilombo dos Palmares, afinal ele foi um dos líderes desse quilombo e morreu na defesa desse local. O Quilombo dos Palmares surgiu no final do século XVI e recebeu esse nome pela grande quantidade de palmeiras que existiam no local em que se desenvolveu: a Serra da Barriga. Palmares era uma junção de mocambos, pequenas aldeias que os escravos fugidos formavam. Eram cerca de dezoito mocambos que se espalharam por territórios que hoje correspondem a Alagoas e Pernambuco. O principal mocambo chamava-se Cerca Real do Macaco, ou apenas Mocambo do Macaco, e chegou a reunir até 6 mil pessoas. O conjunto de mocambos que formou Palmares contou com até 20 mil habitantes. Acredita-se que Palmares tenha se formado, a princípio, por algumas dezenas de escravos fugitivos dos engenhos instalados em Pernambuco. Com o tempo, foram desenvolvendo-se e convencendo outros escravos a fugirem e a instalarem-se lá. Ao longo de sua existência, Palmares resistiu a expedições enviadas por holandeses e portugueses. Os historiadores sabem muito pouco sobre Palmares, por conta da pouca existência de fontes sobre esse quilombo. Um agravante é o fato de que todas as fontes existentes sobre Palmares foram escritas por europeus. Portanto, esses documentos ajudam a reconstituir apenas uma pequena parte da totalidade da história de Palmares. A partir da década de 1630, Palmares passou por um grande crescimento devido aos conflitos entre holandeses e portugueses no Nordeste. Quando os portugueses reconquistaram a região, novas expedições foram sendo organizadas e de maneira cada vez mais frequente. A decadência do quilombo deu-se a partir da década de 1680. A expedição que colocou fim ao quilombo foi a do bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado para destruir Palmares. O bandeirante recebeu o direito de poder ficar com parte dos negros capturados e com algumas terras na região da Serra da Barriga. O Mocambo do Macaco acabou sendo destruído, em 1694, e os sobreviventes fugiram e resistiram até o começo do século XVIII. Depois que a expedição de Domingos Jorge Velho destruiu o Mocambo do Macaco, Zumbi e outros sobreviventes fugiram e esconderam-se nas matas da Serra Dois Irmãos. Durante um ano e meio, resistiram embrenhados no mato. Essa informação foi obtida por novos estudos que desmitificaram a ideia de que Zumbi teria cometido suicídio em 1694. Zumbi foi morto, em 20 de novembro de 1695, depois que um de seus companheiros chamado Antônio Soares revelou sob tortura o local de esconderijo de Zumbi. Um bandeirante chamado André Furtado de Mendonça organizou uma emboscada que localizou Zumbi. Após ser morto, sua cabeça foi decepada e exposta em Recife. Pergunta 9: O Supremo Tribunal Federal se posicionou acerca das cotas raciais na Arguição de Descumprimento de Preceito Federal, ADPF 186, disponível nos arquivos e no link: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6984693. Quais foram os principais argumentos utilizados pelo tribunal para julgar as cotas constitucionais? Explique-os. Resposta: O princípio da igualdade material, previsto no caput do art. 5º da Carta da República, a possibilidade de o Estado lançar mão seja de políticas de cunho universalista, que abrangem um número indeterminados de indivíduos, mediante ações de natureza estrutural, seja de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades decorrentes de situações históricas particulares. II – O modelo constitucional brasileiro incorporou diversos mecanismos institucionais para corrigir as distorções resultantes de uma aplicação puramente formal do princípio da igualdade. III – Esta Corte, em diversos precedentes, assentou a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa. IV – Medidas que buscam reverter, no âmbito universitário, o quadro histórico de desigualdade que caracteriza as relações étnico. I – Não contraria - ao contrário, prestigia – o princípio da igualdade material, previsto no caput do art. 5º da Carta da República,a possibilidade de o Estado lançar mão seja de políticas de cunho universalista, que abrangem um número indeterminados de indivíduos, mediante ações de natureza estrutural, seja de ações afirmativas, que atingem grupos sociais determinados, de maneira pontual, atribuindo a estes certas vantagens, por um tempo limitado, de modo a permitir-lhes a superação de desigualdades decorrentes de situações históricas particulares. II – O modelo constitucional brasileiro incorporou diversos mecanismos institucionais para corrigir as distorções resultantes de uma aplicação puramente formal do princípio da igualdade. III – Esta Corte, em diversos precedentes, assentou a constitucionalidade das políticas de ação afirmativa. IV – Medidas que buscam reverter, no âmbito universitário, o quadro histórico de desigualdade que caracteriza as relações étnico- raciais e sociais em nosso País, não podem ser examinadas apenas sob a ótica de sua compatibilidade com determinados preceitos constitucionais, isoladamente considerados, ou a partir da eventual vantagem de certos critérios sobre outros, devendo, ao revés, ser analisadas à luz do arcabouço principiológico sobre o qual se assenta o próprio Estado brasileiro. V - Metodologia de seleção diferenciada pode perfeitamente levar em consideração critérios étnico-raciais ou socioeconômicos, de modo a assegurar que a comunidade acadêmica e a própria sociedade sejam beneficiadas pelo pluralismo de ideias, de resto, um dos fundamentos do Estado brasileiro, conforme dispõe o art. 1º, V, da Constituição. VI - Justiça social, hoje, mais do que simplesmente redistribuir riquezas criadas pelo esforço coletivo, significa distinguir, reconhecer e incorporar à sociedade mais ampla valores culturais diversificados, muitas vezes considerados inferiores àqueles reputados dominantes. VII – No entanto, as políticas de ação afirmativa fundadas na discriminação reversa apenas são legítimas se a sua manutenção estiver condicionada à persistência, no tempo, do quadro de exclusão social que lhes deu origem. Caso contrário, tais políticas poderiam converter-se benesses permanentes, instituídas em prol de determinado grupo social, mas em detrimento da coletividade como um todo, situação – é escusado dizer – incompatível com o espírito de qualquer Constituição que se pretenda democrática, devendo, outrossim, respeitar a proporcionalidade entre os meios empregados e os fins perseguidos. VIII – Arguição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente. Pergunta 10: O que você aprendeu com esse livro? Dê a sua visão da aprendizagem. Quesitos da avaliação: Resposta: É um trabalho de pesquisa fantástico, gostei muito, inclusive estou aguardando os outros dois volumes. A histórica da escravidão em especial a escravidão negra, expõe as mazelas humanas e a dívida eterna que temos com todo aquele que sofreu aviltamento na sua liberdade para dar conforto e desenvolvimento econômico a sociedades calcadas em governantes e dogmas conservadores onde a escravização do ser humano era oficializada por pusilânimes governantes e dirigentes inclusive religiosos.
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