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UFJF- ICB Departamento de Anatomia Anatomia Aplicada à Medicina III ERE Exercício Somativo 3 Nome: Camilla Costa Ribeiro Apresentação do paciente: Uma mulher com 24 anos de idade, é admitida no serviço de emergência queixando-se de dor abdominal intensa. Achados clínicos relevantes: A paciente está sentido dor aguda no quadrante inferior direito do abdome, que descreve como 10, em uma escala de 1 a 10. Sentiu náusea e vômito durante as últimas quatro horas. A história médica da paciente inclui o parto anterior de uma criança saudável. Sofreu de doença inflamatória pélvica. Exame físico: Abdome hipersensível, não distendido, com defesa muscular Ruídos intestinais normais Órgãos genitais femininos externos estão normais Útero palpável, mas sensível Sem sangramento ou corrimento vaginal Sem indício de trauma Estudos diagnósticos por imagem : Ultrassom transvaginal revelou cavidade uterina vazia. Notas clínicas hCG é secretada pelo blastocisto e pela placenta. É detectada na urina a partir de oito dias após a concepção. hCG sobe entre a 10ª e 12ª semanas de gravidez e cai para níveis relativamente baixos pelo restante da gravidez. Durante o ultrassom transvaginal, o transdutor é colocado na vagina, o que permite uma visualização mais clara do útero do que com ultrassom abdominal. Esse procedimento detecta gravidezes intrauterinas com até cinco Problemas clínicos a considerar: Apendicite Gravidez ectópica Cisto ovariano (ovárico) Doença inflamatória pélvica (DIP) As questões que seguem estão baseadas no texto fornecido acima (UTILIZE o número de linhas indicado para cada pergunta na sua resposta): 1) Descrever a anatomia das tubas uterinas e suas relações, bem como sua irrigação e sustentação. (12 linhas) As tubas uterinas estão localizadas lateralmente ao útero, na mesossalpinge, esta sendo parte do ligamento largo do útero, estrutura de sustentação das tubas. Sua posição é variada mas, idealmente, estende-se póstero-lateralmente até as paredes laterais da pelve, onde sobe e se curva sobre o ovário. As tubas uterinas são divididas em quatro partes, de lateral para medial: infundíbulo (que contém as fímbrias), ampola, istmo e parte uterina (intramural). São irrigadas pelos ramos tubários das artérias ovárica e uterina e drenam para as veias tubárias, que seguem para os vários ováricos e para o plexo venoso uterino. 2) Explicar as bases anatômicas das dores pélvicas apresentados pela paciente (11 linhas) As tubas uterinas recebem inervação simpática do plexo hipogástrico superior, enquanto a inervação parassimpática se dá pelos nervos esplânicos pélvicos e vago. As fibras de dor aferentes viscerais sobem retrogradamente até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinhais T11-L1. Portanto, lesões nas tubas uterinas geram dor nos quadrantes inferiores do abdome. A mesma base anatômica justifica as dores geradas por processos inflamatórios nos ovários, internos e linfonodos mesentéricos. A paciente apresenta dor aguda em fossa ilíaca direita, o que é compatível com quadros de apendicite, diverticulite, adenite, DIP, roturas e cistos anexiais e gestação ectópica, por exemplo. OPÇÕES DE RESPOSTA 1. Por Gustavo Lima (MED109) 1) As tubas estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abre na cavidade peritoneal perto dos ovários, apresentando cerca de 10 centímetros de comprimento. Elas estão em um mesentério estreito, a mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos. As tubas uterinas podem ser divididas em quatro partes, da região medial para lateral: infundíbulo, ampola, istmo e parte uterina. Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente bifurcam-se em ramos ováricos e tubários que irrigam ovários e tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam-se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica para ambas as estruturas. As veias tubárias drenam para o plexo venoso uterino e para as veias ováricas. A veia ovárica direita vai para cava e a esquerda drena para a renal esquerda. Quanto à sustentação, a tuba uterina situa-se na margem livre anterossuperior do ligamento largo, dentro de um pequeno mesentério chamado de mesossalpinge. 2) O fato de a paciente ter apresentado um quadro anterior de DIP torna-se um fator de risco para uma provável deformação da anatomia da tuba uterina. No momento da captação do ovulo pelas fimbrias e este sendo fecundado, o mesmo passa pelos estágios de evolução ao longo do trajeto até alcançar a forma de blastocisto, e devido à estenose dessa tuba doente, o blastocisto acaba por se implantar em um local não fisiológico (sendo o principal sitio de implantação a parte ístmica da ampola tubária). Dessa forma, há uma inflamação do peritônio parietal, com dor referida em quadrante inferior acometido, seja ele esquerdo ou direito, este último fazendo um diagnóstico diferencial com apendicite aguda, outra doença epidemiologicamente frequente nessa faixa etária apresentada pela paciente. 2. Por autor desconhecido 1) As tubas uterinas projetam-se lateralmente dos cornos uterinos em direção aos ovários na cavidade peritoneal e medem cerca de dez centímetros. São divididas em: infundíbulo, extremidade distal afunilada que se abre na cavidade peritoneal por meio de fímbrias que percorrem a face medial dos ovários; ampola, parte mais larga e mais longa da tuba que se inicia na extremidade medial do infundíbulo; istmo, parte da tuba com parece espessa e que adentra o corno uterino; e parte uterina, segmento intramural curto que atravessa a parede do útero e se abre para a cavidade uterina através do óstio uterino. As tubas são sustentadas pela mesossalpinge, que forma as margens livres anterossuperiores dos ligamentos largos, irrigadas pelas artérias ováricas e uterinas e drenadas pelo plexo venoso pampiniforme. 2) A dor em quadrante inferior direito, ou fossa ilíca direita, pode estar relacionada à diferentes estruturas anatômicas. No caso de uma apendicite tem-se uma irritação peritoneal devido ao contato entre apêndice e peritônio parietal, inicialmente referida em região periumbilical, com posterior migração para fossa ilíaca direita. No caso de gravidez ectópica ou tubária ocorre a distensão da tuba uterina, processo inflamatório e presença de edema na cavidade abdominal adjacente. No caso de cisto ovariano a dor se dá por distensão local ou rotura e posterior derramamento de líquido na cavidade abdominal. Já no caso de DIP, a infecção pode localizar-se tanto em vagina, cavidade uterina, trompas e ovários. O nervo hipogástrio é responsável pela inervação dessas estruturas e também da parede abdominal inferior, o que explica a dor referida em quadrante inferior do abdome. desconhecido
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