GLOMERULOPATIAS As 5 principais patologias que cursam com dano glomerular. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O AS LESÕES RENAIS → 5 FORMAS! 1. SÍNDROMES GLOMERULARES 2. SÍNDROMES TUBULARES 3. SÍNDROMES VASCULARES 4. DISTÚRBIO ELETROLÍTICO / AB 5. SÍNDROME URÊMICA GLOMERULOPATIAS AS 5 FORMAS DE SÍNDROMES GLOMERULARES 1. Síndrome Nefrítica 2. Alterações Assintomáticas 3. Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva 4. Síndrome Nefrótica 5. Trombose Glomerular (SHU) SÍNDROME NEFRÍTICA DEFINIÇÃO: Glomerulonefrite difusa aguda, é um quadro de glomerulite, inflamação glomerular difusa. • O que pensar em inflamação à nível micro? Recrutamento de células inflamatórias! Leucócitos migraram para aquela região. • Qual a repercussão dessa inflamação no glomérulo? O glomérulo é o ralo, se tem um monte de leucócito entupindo, o paciente vai urinar menos, causando oligúria! QUADRO CLÍNICO • Oligúria, HAS e edema: Já que o ralo está entupido, vai haver uma congestão volêmica, que culmina com um aumento da pressão arterial e edema (perda de parte do líquido pro interstício). • Hematúria: > 3 hemácias/campo em grande au- mento (400x). As hemácias são rasgadas, destruída durante a passagem pelas barreiras de filtração, causando hematúria/hemácias dismórficas, carac- terísticas da doença glomerular/sd. nefrítica. LABORATÓRIO → EAS • Hematúria Dismórfica: Alteração mais característi- ca de GNDA. Urina cor de coca-cola ou vermelha. • Piúria (leucocitúria) • Cilindros celulares: Pela presença de hemácias, alguns leucócitos. • Proteinúria: Achado menos específico, pode ter uma proteinúria de 150-3,5g na síndrome nefrítica. • Aumento das escoras nitrogenadas: Também pode acontecer, pois as escoras vão ficar retidas. *O QUE SÃO CILINDROS? QUAIS OS TIPOS? • Cilindros hialinos: São proteínas de Tamm Horsfall, um tipo de proteína produzida na alça de Henle que se acumula na forma de cilindros. É normal em qualquer pessoa sadia! • Cilindro hemático/eritrocitário: Característico da síndrome nefrítica, por conta do acúmulo de hemá- cias no túbulo (formando o formato cilíndrico). • Cilindro leucocitário/celulares: Tem importância nas condições túbulo intersticiais. • Cilindro granuloso: Descamação do epitélio do túbulo, tem importância nos quadros de necrose tubular aguda. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Cilindros graxos: Na síndrome nefrótica o paciente tem tanta gordura que filtra em excesso, apresentando lipidúria e cilindros graxos. ETIOLOGIA • Glomerulonefrite pós-estreptocócica: É a principal causa, disparada! Alguns autores consideram a GNDA como sinônimo de GNPE. • Glomerulonefrite NÃO-pós-estreptocócica: Muita coisa pode dar GNDA, são inúmeras causas infec- ciosas, sistêmicas e primárias (olhar tabela). o Principais: Goodpasture e Berger! GLOMERULONEFRITE PÓS-ESTREPTOCÓCICA (GNPE) • Forma mais comum de GNDA, principalmente na faixa etária pediátrica: Crianças de 2-15 anos. • Prevalência masculina: Proporção de 2:1. • Sequela da infecção por Streptococcus pyogenes: Por faringoamigdalite ou piodermite (impetigo). • Tempo de incubação: Faringe > 1 semana e na pele > 2 semanas. É o tempo que uma resposta humoral demora para produzir anticorpos. PATOGÊNESE: Deposição de imunocomplexos! In situ, pela deposição glomerular de antígenos estreptocóci- cos circulantes QUADRO CLÍNICO → SÍNDROME NEFRÍTICA: HAS, edema, oligúria, hematúria e cilindros hemáticos. • Urina presa e escura: Urina acastanhada, não é colúria pois não tem coágulos. • Sintomas inespecíficos: Mal-estar, sintomas gastrointestinais vagos e dor lombar bilateral. • Casos graves: Encefalopatia hipertensiva, edema agudo de pulmão e hipercalemia. DIAGNÓSTICO → 4 PERGUNTAS! 1. Teve faringite ou piodermite recente? 2. O período de incubação é compatível? 3. A infecção foi Estreptocócica? Para saber isso, devemos fazer marcadores sorológicos: o Antiestreptolisina O (ASO): Faringite! o Anti-DNAse B: Dermite/Pele! 4. Houve queda transitória do C3? Queda transitória de C3 e CH50 por até 8 semanas! HISTÓRIA NATURAL 1. Some a oligúria: Primeiro a sumir, em até 7 dias! 2. Hipocomplementemia: Fica por até 8 semanas. 3. Hematúria microscópica: 1-2 anos, não é um bom marcador. 4. Proteinúria < 1g/d: 2-5 anos, também não é um bom critério. TRATAMENTO → RELAXA! O prognóstico é muito bom e não costuma sequelar os rins (1-5% é grave!). • Restrição hidrossalina • Diuréticos: Furosemida! • Vasodilatadores: Hidralazina, visa diminuir a pressão nos vasos. • Diálise: Incomum! Apenas se muito necessário. • Antibiótico: Sim! Medida epidemiológica! Reduz a transmissão para pessoas próximas e elimina dos focos as cepas nefritogênicas do estreptococo. *QUANDO FAZER BIÓPSIA? Quando aparecerem sintomas que não condizem com o quadro ou a história natural, e você suspeita de outra causa. Ou seja: V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O 1. Anúria/IR acelerada 2. Oligúria > 1 semana 3. Hipocomplementemia > 8 semanas 4. Proteinúria Nefrótica 5. Hematúria Macroscópica/HAS > 4 semanas 6. Evidência de Doença Sistêmica *BIÓPSIA NA GNPE: Se olhado na microscopia ótica, vai mostrar depósitos subendoteliais, que são traduzidos como humps/gibas/corcovas, que são patognomôni- cos de GNPE. ALTERAÇÕES ASSINTOMÁTICAS DOENÇA DE BERGER ou NEFROPATIA POR IgA DEFINIÇÃO: Nefropatia primária (nasce, já surge no glomérulo) por depósito de IgA no mesângio. • Glomérulopatia primária mais comum no mundo • Acomete a faixa pediátria até os 40 anos • Prevalência masculina: Proporção de 2:1. • Muito rara na população negra • Há uma associação clínica importante entre Berger, cirrose, doença celíaca e HIV QUADRO CLÍNICO • Hematúria Macroscópica Recorrente (50%): Ocorre após fatores precipitantes, como infecções, febre, estresse emocional violento, exercício físico muito extenuante, cansativo. • Hematúria Microscópica Persistente (40%): Nesse caso, nem o sangue o paciente percebe que tá sangrando, mas ele tá. • Síndrome Nefrítica (10%): Na minoria dos casos, o paciente pode apresentar um quadro de síndrome nefrítica típica. • Maioria assintomática: Não dói, do nada ela tem essa hematúria e depois melhora e depois volta ou tem a hematúria microscópica. DIFERENÇAS BERGER X GNPE • Sem período de incubação: A doença não respeita aquele período de incubação infeccioso (1-2 sem). • Complemento normal: Na GNPE há redução do complemento! *PÚRPURA DE HENOCH-SCHONLEIN: Doença reuma- tológica que apresenta uma tétrade de: Artrite, dor abdominal, púrpuras e lesão renal (depósitos de IgA no mesângio), a diferença entre as duas é a presença desses 3 outros sintomas. DIAGNÓSTICO • Clínica: Hematúria macro/micro ou Sd. Nefrítica. • Complemento normal • Aumento de IgA no sangue (positivo em 50%) e IgA na pele (positivo em 50%) • Biópsia: Padrão-ouro de certeza, mas não tem necessidade de biopsias o paciente se ele tem a clínica e o laboratório compatíveis. TRATAMENTO • Acompanhamento • IECA: Drogas boas que poupam a função renal. (Captopril, Losartana) • Corticoide PROGNÓSTICO → VARIÁVEL! • Critérios de pior prognóstico: Sexo masculino, idade avançada, hematúria micro, proteinúria > 1g, HAS e Cr > 1,5. GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O DEFINIÇÃO: Síndrome nefrítica que evolui de forma rápida e progressiva,