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Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento

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Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio
Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento
Julio Cesar de Souza – 2012-2
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Arraial do Cabo, 14 de agosto de 2012.
Aula 1 - Sustentabilidade: conceitos
Ética
A ética é a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação do 
comportamento de pessoas e organizações. 
“A ética lida com aquilo que pode ser diferente do que é”, da aprovação ou reprovação do 
comportamento observado em relação ao comportamento ideal. O comportamento ideal é 
definido por meio de um código de conduta, ou código de ética, implícito ou explícito. 
Códigos de ética são conjuntos particulares de normas de conduta. 
Há o código de ética dos médicos, da propaganda, dos militares, dos políticos, de um partido 
político, dos jornalistas, de um grupo social, de uma corrente filosófica ou doutrinária (como a 
ética do capitalismo) ou até mesmo de uma pessoa. 
Os códigos de conduta são explícitos, como o juramento que os médicos fazem, ou implícitos 
como a “obrigação" que sentem os motoristas de avisar por meio de sinais de luzes que há 
fiscalização policial para os “colegas” que vêm em sentido contrário.
Códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o comportamento das pessoas, 
grupos e das organizações e seus administradores. A noção de ética e as decisões pessoais e 
organizacionais, que são tomados como base em qualquer código de ética, refletem os valores 
vigentes na sociedade. Portanto, a ética estabelece a conduta apropriada e as formas de promovê-
la, segundo as concepções vigentes na sociedade ou em grupos sociais específicos. 
Por exemplo:
• O código de ética da propaganda condena comparações entre produtos, marcas ou 
empresas, bem como a propaganda enganosa. As agências de propaganda encarregam-se 
de controlar a observância dessas e de outras normas de conduta, por meio de um 
conselho de autorregulamentação.
• A utilização de determinados recursos em programas de televisão, como mostrar 
deformidades físicas ou pessoas em situações constrangedoras, é considerada condenável 
pelas próprias emissoras. Porém, como esses recursos parecem fazer aumentar a 
audiência, as emissoras continuam a utilizá-los. 
Criando sistemas de valores
Valores são subjetivos, intrínsecos. Cada indivíduo, segundo seus interesses e necessidades, cria 
um sistema de valores que vai orientar suas decisões ao longo de sua vida. Bom entender que 
esses valores vão se alternando, se modificando, até porque os interesses das pessoas vão 
também sofrendo mudanças.
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Julio Cesar de Souza 2012-2
(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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Assim como os indivíduos, as empresas também têm seus valores, que na maioria das vezes são 
implantados pelos seus proprietários, criadores, e esses valores também são mutáveis.
Os valores dão o rumo para o comportamento ético e moral na sociedade e nas empresas. Por 
exemplo, existem empresas que, dentro de sua conduta ética, não permitem que seus 
colaboradores internos recebam presentes de seus fornecedores. Esse código de ética adveio da 
escala de valores da empresa.
Evolução ética
Nos EUA, a segregação racial imposta por lei foi abolida há apenas quarenta e poucos anos. 
Mas, e a cultura e moral dos indivíduos que moram nos estados mais radicais quanto à 
segregação racial? Quanto tempo levará para que esse conceito ou código ético mude nessas 
pessoas? 
O conceito de ética nos mostra que há códigos de conduta ou moral mais evoluídos e outros 
menos evoluídos. A igreja, no passado, queimou diversas pessoas por questões de ideologia 
religiosa. Hoje, tal atitude seria inconcebível.
Ainda nos dias de hoje, algumas sociedades praticam a pena de morte ou castigos físicos como 
forma de pena por crimes que são avaliados em seu conceito de ética. Outras sociedades e países 
abominam esse tipo de tratamento. 
No Brasil, ainda nos dias de hoje temos notícias de trabalho escravo. Algumas células sociais 
ainda aceitam essa prática.
Na medida em que uma sociedade se educa, seus conceitos sobre respeito ao próximo, igualdade 
e respeito aos direitos humanos vão alterando seus costumes e essa evolução acaba por 
influenciar a administração das organizações. 
Ideias como segurança do usuário, proteção do ambiente, proteção da mulher e do menor, e 
direitos iguais no local de trabalho são relativamente recentes. Certamente, a evolução dos 
costumes criará novos valores, com os quais os administradores do futuro deverão conviver. 
Ética relativa e absoluta
Alguns filósofos não aceitam a ideia de relativizar a ética. Para eles, o conceito de ética é de uma 
ação sempre correta , ou seja , absoluta , mas o que é correto?
Em função dessa indagação, outra linha da filosofia argumenta que a ética pode ser relativa ou 
absoluta.
Ética relativa 
Sobre a abordagem da ética relativa, as circunstâncias e o momento atual de uma determinada 
situação influem na aceitação de valores e comportamentos socialmente aceitáveis.
Por exemplo: 
Se o funcionário de uma determinada empresa, que presta contas de seus gastos com combustível 
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Julio Cesar de Souza 2012-2
(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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, aumenta o valor que verdadeiramente foi pago porque sabe que a empresa o paga, sem declarar 
para não sofrer tributação, estará certo ou errado?
Quando pagamos por um serviço profissional qualquer e nos é perguntado: ’’Quer recibo ou não? 
Sem recibo o preço é menor’’, estará certo ou errado?
O fato de pensarmos que esses comportamentos estão corretos porque tem uma explicação 
concreta é exatamente o conceito de ética relativa, ou seja, eu sei que não estou totalmente 
correto, mas em relação à situação do contexto, tenho direito de agir dessa forma.
Portanto, um administrador alinhado com a filosofia da ética relativa sempre agiria de acordo 
com os ditames da circunstância e, dificilmente sofreria crises ou dilemas de consciência. 
Ética absoluta
O conceito de ética absoluta nos diz que existe o certo e o errado. Roubar, em qualquer 
circunstância, é errado. Matar, também. Sonegar é crime, portanto também é errado.
O grande problema do conceito de ética absoluta é que certo ou errado depende de opiniões, de 
pontos de vista que são incutidos nos indivíduos dependendo da situação, da sociedade onde 
vivam, de sua educação.
Relativismo cultural
Uma das áreas com questões éticas difíceis de resolver envolve as relações entre culturas 
distintas. De acordo com Hannagan:
“À medida que as empresas se internacionalizam, aumenta a probabilidade de contatos e 
negociações com pessoas que endossam sistemas éticos completamente distintos. 
O fato de que há culturas gerenciais distintas, com sistemas de valores distintos, significa que 
não há soluções simples para os dilemas éticos dos negócios internacionais. Muitas pessoas 
diriam que a maneira mais simples e prática de lidar com os problemas éticos consiste em adotar 
o relativismo moral. Ou seja: Adotar os valores locais quando se estiver negociando num 
determinado local. 
Essa postura pode ser aceitável quando um executivo ocidental deve amoldar-se às regras do país 
que está visitando. 
Porém, o relativismo moral pode significar adotar a prática do suborno em países em que essa é a 
regra. Aliás, pode se argumentar que o suborno não é tão ruim, uma vez queserve para 
suplementar baixos salários e, portanto, é normal. Contudo, há um problema sério na adoção do 
relativismo cultural. Se é desejável que os ocidentais adotem as normas que prevalecem em 
outros países, o mesmo deve aplicar-se na situação inversa. Em outras palavras, os imigrantes 
deveriam adotar as normas de conduta, vestuários e costumes dos ocidentais. Não haveria espaço 
para práticas religiosas que não fossem as ocidentais. No entanto, tal restrição violaria os 
princípios de liberdade que são inerentes ao indivíduo.”
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(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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Estágios de desenvolvimento moral
A todo o momento, nos deparamos com valores éticos mais avançados e outros retrógrados. 
Normalmente com a evolução da educação e consequentemente da cultura, os indivíduos vão 
avançando também em seus valores éticos, mas ainda assim, numa mesma sociedade existem 
indivíduos que preferem ainda aqueles valores éticos mais atrasados. 
As organizações, por meio de seus administradores, também fazem opções, permitindo situá-las 
numa escala de valores. 
Uma das escalas disponíveis propõe três níveis ou estágios de valores chamados estágios de 
desenvolvimento moral:.Pré-convencional, convencional e pós-convencional. 
Estágio pré-convencional de desenvolvimento moral
Nesse estágio, a ética é essencialmente individualista ou egoísta. A regra aqui é exatamente não 
se obedecer à regra alguma. Os indivíduos agem tão e somente para satisfazer seus desejos e 
necessidades pessoais, não se importando com o outro. Não há regras comuns aceitas, a não ser a 
regra de que não há regras. Não há qualquer preocupação com a questão da responsabilidade das 
organizações ou indivíduos em relação à sociedade.
São exemplos de comportamento deste estágio de desenvolvimento moral os seguintes princípios 
de conduta:
✗ Cada um por si.
✗ O negócio é levar vantagem em tudo.
✗ Os outros que se danem.
✗ O mundo é dos espertos.
Estágio pré-convencional de desenvolvimento moral
Muitos comportamentos de empresas são explicados pela adesão, ainda que temporária ou 
circunstancial, a este princípio predatório de conduta. 
É o caso do overbook – a prática das companhias aéreas de reservar ou mesmo vender passagens 
em número superior aos lugares disponíveis no avião para proteger-se das desistências e dos 
passageiros que simplesmente não aparecem para o voo que reservaram. 
Normalmente, o overbook é feito com base no número estimado de desistências. 
Nas férias de julho de 1995, uma companhia aérea brasileira foi alvo de reclamações feitas por 
clientes por intermédio da imprensa. Segundo as reclamações, a empresa havia deixado 
passageiros sem viajar, porque havia vendido passagens excedentes em número muito alto. 
Defendendo-se também pela imprensa, o representante da empresa alegou que “todos reclamam 
do overbook, mas ninguém se lembra de falar dos passageiros que não aparecem e dão prejuízo”. 
Em vez de apresentar uma explicação, a empresa preferiu culpar seus clientes. Outro exemplo é 
o dos bancos que se apropriam dos centavos esquecidos nas contas. 
Todos os casos em que a administração age de modo a privilegiar apenas os interesses da 
empresa mostram o estágio précondicional de desenvolvimento moral.
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Estágio convencional de desenvolvimento moral
Aqui a conduta ética continua sendo individualista, porém há aqui uma preocupação do 
indivíduo com o grupo ou a sociedade no qual ele está inserido. Nesse estágio, existe a atenção 
do que é feito pelo indivíduo com relação ao grupo, ou pelos grupos com relação a outros 
grupos, existe a preocupação da punição no exercício de uma atitude não aceita pelo restante do 
grupo. As pessoas e grupos ainda agem movidos pelo interesse pessoal, mas dentro dos limites e 
restrições impostos pelos interesses alheios, seja por que lhes é conveniente atendê-los, seja 
porque receiam não atendê-los.
As organizações e empresas, agem de acordo com as regulamentações, leis ou outros interesses.
Nesse estágio, estão de acordo com as leis, mas entendendo que só agem dessa forma 
unicamente em função das leis, sabendo que se elas não existissem agiriam diferentemente.
Os próprios programas de sustentabilidade e de responsabilidade social e ambiental, implantados 
por muitas empresas, visam apenas o interesse em institucionalizar sua marca, no fundo não há 
uma ideologia verdadeiramente socioambiental.
Nesse estágio, as ações seguem os seguintes princípios:
✔ Se me comportar como os outros esperam que me comporte, poderei ter vantagens ou 
evitar retaliações. 
✔ Muito do comportamento socialmente responsável é determinado mais pela pressão 
social que pela internalização de valores. 
Estágio pós-convencional de desenvolvimento moral
Nesse estágio, o indivíduo está comprometido com o mais alto nível ético. A conduta pessoal, 
grupal ou individual está fundamentada em princípios morais que reconhecem os direitos 
alheios, o impacto do comportamento sobre os outros, as gerações futuras, os exemplos para os 
jovens, e conceitos como justiça, honra, dignidade e auto realização, por meio do respeito 
consigo próprio e para com os outros. 
Aqui, o indivíduo e as organizações agem por princípios e não por regras, existe ideologia nas 
atitudes e pensamentos. A ideia da responsabilidade socioambiental pertence a este estágio de 
desenvolvimento moral.
No estágio de desenvolvimento pós-convencional, são comuns os seguintes raciocínios e 
comportamentos:
✔ Minha liberdade termina onde começa a liberdade do vizinho. 
✔ Não há quem me obrigue a fazer lago que eu considere moralmente errado. 
✔ Não importa a opinião da maioria, mas valores universais e ideais como justiça, direito, 
igualdade, liberdade, fraternidade. 
✔ Não concordo com nenhuma de suas palavras, mas defenderei até a morte seu direito de 
dizê-las. 
✔ O comandante é o último a abandonar o navio. 
✔ Mulheres e crianças primeiro. 
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Responsabilidade social ambiental
Muito da discussão sobre ética na administração tem sua origem na opinião de que as 
organizações têm responsabilidades sociais e ambientais – elas têm a obrigação de agir no 
melhor interesse da sociedade. Portanto, devem pautar sua ação pelo princípio do estágio pós-
convencional de desenvolvimento moral. 
Não há discussão sobre o fato de que as organizações, assim como os indivíduos, têm 
responsabilidades sociais e ambientais, à medida que seu comportamento afeta outra pessoas e, 
querendo elas ou não, há pessoas e grupos dispostos a cobrar essas responsabilidades por meio 
do ativismo político, da imprensa, da legislação e da atuação nos parlamentos. Porém, existem 
dois entendimentos distintos quanto a essas responsabilidades, e cada uma delas defende-se com 
argumentos muito fortes.
Doutrina da responsabilidade social ambiental
Essa doutrina reconhece como legítima a responsabilidade social ambiental das empresas, de 
uma forma geral.
✔ As empresas são depositárias de recursos sociais e potencias agressoras do meio 
ambiente.
✔ As empresas existem com autorização da sociedade.
✔ As empresas, e outras organizações, afetam a qualidade de vidada sociedade.
✔ As empresas devem prestar contas de sua ação à sociedade.
✔ As empresas, e outras organizações, afetam a qualidade de vida da sociedade.
Doutrina do interesse do acionista
✔ A responsabilidade primária da empresa é defender o interesse de seus acionistas.
✔ Defendendo o interesse do acionista, a empresa faz o que sabe fazer melhor e beneficia a 
sociedade pela produção de riquezas.
✔ Não cabe à empresa resolver problemas socioambientais que pertencem ao âmbito das 
organizações de caridade e do governo.
Podemos verificar que as diferenças entre as duas doutrinas são gritantes, enquanto a primeira 
prega que as empresas devem zelar pelo plano socioambiental, a segunda diz que esse problema 
deve ser tratado pelas ONG’s e pelo governo.
Na verdade, hoje, o conceito de ações socioambientais envolve todas as instituições e indivíduos.
Com esse nível de conscientização bem disseminado, pode-se então tratar de sustentabilidade em 
sua plenitude.
Uma das definições de sustentabilidade, que reproduz com simplicidade e clareza o tema, é: 
Utilização de recursos para atender às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras em atender as suas próprias necessidades. 
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Este é o triângulo ou tripé da sustentabilidade, 
que envolve os aspectos econômicos, sociais e 
ambientais.
Portanto, toda e qualquer ação que deva ser 
sustentável, deverá atender a esses três 
requisitos.
Para que um empreendimento humano seja 
sustentável, devemos ter em vista três 
requisitos:
- Ser ecologicamente correto.
- Ser economicamente viável.
- Ser socialmente justo.
Podemos citar brevemente alguns exemplos desses três requisitos.
Aspectos Sociais:
- Políticas trabalhistas justas;
- Não praticar assistencialismo puro;
- Ensinar a pescar, não dar o peixe;
- Prática de geração de renda;
- Ter uma meta social clara e viável.
Aspectos Econômicos:
- Pagamento de tributos e impostos;
- Não praticar concorrência desleal;
- Aplicação financeira internamente;
- Modernização de equipamentos e técnica;
- Equilíbrio no balanço financeiro.
Aspectos Ambientais:
- Energias renováveis;
- Processos industriais não poluentes;
- Reutilização de resíduos;
- Matéria-prima reciclada;
- Filtragem de elementos básicos (ar, água).
Portanto, para que fique bem claro, podemos dizer que:
Sustentabilidade é:
Fator estratégico e criação de valor em longo prazo.
A legitimidade da empresa, está além da conformidade (licença de operação e crescimento).
A ligação entre diversos fatores (Governança, Transparência, Valor agregado aos acionistas, etc.).
Deslocamento do stakeholder-oriented para o value-oriented. Transparência dos seus valores 
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(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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intangíveis.
Sustentabilidade NÃO é:
Apenas Meio ambiente.
Acessório, mas sim fundamental para a estratégia de negócios da empresa.
Apenas políticas e procedimentos: é uma cultura, uma atitude.
Pressões de Leis e Regulamentações 
- Legislação Ambiental.
- Legislação Trabalhista.
- Proteção aos Minoritários.
- Código de Defesa do Consumidor.
- CVM, BOVESPA, etc.
Pressões Sociais
- Aumento do consumo consciente.
- Crescimento do conceito de cidadania.
- Atuação de organizações não governamentais, etc.
- Pressões do ambiente de negócios.
- Movimento internacional de fusões e aquisições.
- Concessão de crédito vinculada a critérios de sustentabilidade.
- Intensificação dos investimentos de fundos de pensão .
- Postura mais ativa dos investidores institucionais, nacionais e internacionais.
- Seletividade de fornecedores.
- Oportunidades e Riscos de reputação da cadeia de valor, incluindo fornecedores, clientes, 
parceiros, etc.
Podemos verificar que o conceito de sustentabilidade é bem complexo e que deve ser tratado 
com bastante seriedade, para que o planeta seja preservado e que as nossas gerações futuras 
tenham a possibilidade de usufruir do que usufruímos agora. 
Para isso, faz-se necessária uma forte conscientização socioambiental que aos poucos vai 
formando-se nas sociedades, mas é preciso urgência.
Arraial do Cabo, 22 de agosto de 2012.
Aula 2 - Conceitos e fundamentos da cadeia de abastecimento 
No cenário atual, onde a competitividade acirra-se a cada dia, compreender e desenvolver a 
Cadeia de Suprimentos é uma estratégia de diferenciação para as empresas modernas. A 
complexidade dos variados processos que fazem parte da Cadeia devem ser entendidos em sua 
totalidade, para que não haja intercorrências sérias que possam comprometer o sucesso nas ações 
corporativas. 
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A cadeia de suprimentos
Na figura, podemos observar a Cadeia de Suprimentos de uma determinada empresa.
Observamos que o seu início é exatamente onde parece ser o final da cadeia, ou seja, o cliente.
Para dar início ao seu ciclo produtivo, as empresas precisam entender o que os seus clientes 
desejam, seja sob o aspecto qualitativo, seja sob o aspecto quantitativo.
O que produzir e quanto produzir, sem que se saiba o que efetivamente o cliente (demanda) 
necessita?
Quando as empresas conseguem responder a essa indagação, com o máximo de exatidão, então a 
cadeia de suprimentos inicia-se com grande chance de sucesso. 
Na fase seguinte , acontece a escolha / seleção dos fornecedores da matéria prima e dos diversos 
materiais e peças que serão necessários para produzir-se o que a demanda deseja. Notamos 
também que é muito importante tentarmos conhecer o fornecedor do nosso fornecedor. Essa ação 
nos permitirá obter ganhos em qualidade e custos.
Entendida essa fase, passa-se as compras, que serão efetivadas com o recebimento dos materiais , 
que á partir desse momento e após passarem pelas devidas conferências deverão ser armazenados 
corretamente para a preservação de sua integridade.
Nesse plano, passamos a ser o fornecedor interno da nossa área de fabricação, que seguindo os 
planos de produção, agregará valores e custos a todo aquele material que será transformado no 
produto tão desejado pela demanda.
Esse novo produto deverá ser acolhido com muito cuidado nos depósitos de produtos acabados, 
que muitas vezes transformam-se em estoques carregados de custos e que também necessitam ser 
repassados para os clientes no momento correto.
Esse cliente poderá ser, na estrutura de distribuição, um distribuidor (atacadista), um varejista ou 
o próprio cliente final, que irá consumir o produto retroalimentando a cadeia.
Essa é a forma sintetizada da cadeia de suprimentos de uma empresa, que na figura está retratada 
como uma indústria de transformação.
Vamos agora detalhar um pouco mais cada processo aqui citado. 
Conforme já citado anteriormente, a gestão da cadeia de suprimentos necessita que os impactos 
causados nas empresas e em seus vários processos , assim como em seus parceiros internos ou 
externos, sejam bem entendidos.
É fundamental compreender que a cadeia integra todos os processos internos e externos a ela. 
Por esse motivo, também é chamada de cadeia de suprimentos integrada.
Toda e qualquer ação, em qualquer fase da cadeia, irá refletir-se na cadeia como um todo, 
portanto, não basta entender que apenas alguns processos ou atividades são importantes, mas 
todas são.
Os desafios são muito grandes e o que aparenta ser simples, na verdade, tem uma complexidade- 9 -
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(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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enorme. São vários processos e um longo caminho até ser alcançado o objetivo maior que é 
satisfazer as necessidades da demanda a um custo justo.
Definição da cadeia de suprimentos
Dentre as várias definições da cadeia de suprimentos, podemos afirmar que: a Cadeia de 
Suprimentos é uma série de processos e atividades necessárias para adquirir materiais, agregar-
lhes valor, transformando-os de acordo com as necessidades dos clientes e disponibilizá-los no 
local, quantidade e tempo exato, administrando informações e custos.
Determinação da demanda
Seguindo o fluxo lógico da cadeia, notamos que o aspecto inicial e fundamental é o de entender a 
demanda. Esse entendimento engloba requisitos de marketing, quando os clientes deverão ser 
pesquisados quanto a sua composição demográfica, geográfica e psicográfica e de logística, que 
foca no tamanho da demanda, na quantidade de clientes, no seu potencial de vendas.
Sob o aspecto do marketing, temos:
Pesquisas Demográficas 
São aquelas que procuram identificar, por exemplo, aspectos sociais da demanda, como faixa 
etária, nível de escolaridade, renda familiar e outros.
Pesquisas Geográficas 
Procuram entender onde estão localizados geograficamente os clientes, sua concentração e sua 
dispersão por áreas geográficas.
Pesquisas Psicográficas
Vão verificar o comportamento social da demanda, estilo de vida, hábitos, opiniões, atividades, 
interesses etc...
Sob o aspecto da logística, temos :
Métodos qualitativos 
Destacando-se o método de Delphi que, embora seja classificado como qualitativo, visa definir o 
tamanho da demanda quanto ao número de clientes.
Métodos quantitativos 
São diversos esses métodos. Sempre matemáticos, determinísticos e como exemplo podemos 
citar os de séries históricas, extrapolação de tendência linear e extrapolação de tendência 
exponencial.
Após as empresas definirem sua(s) demanda(s), entendendo como ela(s) se compõe e quanto ela 
é sob o aspecto de números de clientes, passamos agora a efetivar as compras / aquisições sem 
entrarmos, agora, no mérito de como elas são executadas.
Seleção / desenvolvimento de fornecedores
Um primeiro aspecto é certamente um dos principais nesse momento é a seleção/ 
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desenvolvimento de fornecedores.
Selecionar e desenvolver fornecedores é muito mais que escolher os fornecedores. As empresas 
vão necessitar formar parcerias verdadeiras com seus fornecedores, o que chamamos de relação 
ganha x ganha, advindo do ditado que diz que “um negócio para ser bom tem que ser bom para 
ambas as partes”, pois nesse sentido, tanto empresa como fornecedor tem que ganhar ter uma 
lucratividade justa.
Vale ressaltar aqui que essa parceria deve ser perseguida pelas empresas com fornecedores 
importantes para a cadeia de suprimentos, como fornecedores de matérias-primas, insumos 
críticos e outros materiais que tragam complexidade para a cadeia da empresa.
Para que essa relação de parceria seja conseguida é necessário que haja uma relação de 
comprometimento entre as partes, uma relação de interdependência e a efetivação dessa parceria 
vai trazer diversos benefícios sob o aspecto de nível de serviço, pois garantido o ressuprimento 
de materiais fundamentais ao negócio da empresa estarão garantidos os passos posteriores na 
cadeia, que permitirão o cumprimento com o que foi prometido ao cliente.
Verifica-se também ganhos sob o ponto de vista de custos, pois a parceria possibilitará a 
eliminação de várias atividades do processo natural de compras, o que irá corresponder a uma 
redução no custo de aquisição.
As três fases da pirâmide representam os 
processos de compras que podem ser mais ou 
menos onerosos para as empresas, dependendo 
do tamanho do seu ciclo e do grau de 
complexidade e utilização de tecnologias que 
garantam rapidez e segurança.
Armazenagem
Num passo que antecede a armazenagem, temos o recebimento e conferência dos materiais 
comprados. É bom ressaltar a importância das conferências nesse momento.
A falta ou uma conferência inadequada pode trazer problemas para a cadeia de suprimentos das 
empresas. Quantidades de materiais não condizentes com os pedidos de compras (falta ou 
excesso) vão acarretar erros no saldo contábil que podem influir numa próxima aquisição.
Os armazéns são instalações físicas que se destinam a guardar mercadorias. Existem armazéns 
para os mais variados tipos de mercadorias.
A armazenagem é um aspecto que traz impactos em custos para as empresas. São instalações que 
necessitam de diversos aparatos para o seu funcionamento. Devemos incluir também os custos 
inerentes ao investimento feito na compra ou construção do armazém , custos como o de 
depreciação e remuneração de capital, além dos seguros.
Quando o armazém é alugado, outros custos fazem-se presentes.
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Julio Cesar de Souza 2012-2
(Continuação do Caderno de Tópicos Emergentes em Cadeia de Suprimento................................)
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Funções da armazenagem
✔ Amortecer atrasos entre Produção e DF; 
✔ Compensar procura e oferta de safras, para consumo regular durante todo o ano;
✔ Manter estoques reguladores;
✔ Gerar escala nas compras e transporte;
✔ Finalizar alguns processos de fabricação (frutas antes da distribuição aos atacadistas);
✔ Consolidar, marcar e separar cargas;
✔ Facilitar roteirização e despacho a Clientes.
Podemos verificar que são muitas e variadas as funções da armazenagem porém o intuito 
principal é o de dar proteção às mercadorias. Além das funções, podemos citar também alguns 
serviços que podem ser executados com o auxílio dos armazéns, como:
✔ Descarga, Conferência e Recebimento;
✔ Marcação;
✔ Separação, Segregação e Endereçamento;
✔ Estocagem;
✔ Controle;
✔ Entrega;
✔ Estatísticas;
✔ Serviços acessórios.
A diferenciação entre armazenagem e estocagem é que conforme vimos anteriormente, a 
armazenagem é o espaço físico e a estocagem é a mercadoria que vai ser guardada no armazém.
Os armazéns internos da empresa são chamados de almoxarifados.
Produção
Nessa etapa , o armazém (almoxarifado) passa a ser o fornecedor interno da produção. As áreas 
produtivas têm a função de produzir bens e serviços requeridos pela demanda, transformando os 
diversos materiais que foram requisitados ao almoxarifado num produto final, que é o objetivo 
de satisfação ao cliente.
Também aqui não cabe detalharmos os complexos e variados aspectos da produção. Citamos 
entretanto a necessidade de planejamentos bem elaborados que propiciem uma produção enxuta.
Out bound
Essa é a fase da cadeia de suprimentos onde os produtos/serviços estão acabados, ou seja , 
prontos para serem entregues aos clientes. Temos nessa fase alguns processos também bastante 
importantes para as empresas, seja sob o olhar de nível de serviço ao cliente, seja sob o foco de 
custos.
Esses processos são:
- Estoques de produtos acabados;
- Picking;
- Faturamento;
- Expedição (despacho);
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- Distribuição Física;
- Transportes.
odemos reparar que, na fase do out bound, as operações logísticassão mais intensas pois terão 
que se organizar com o restante da cadeia de suprimentos e entre si para poder continuar 
proporcionando eficiência e trazer a eficácia tão esperada pela empresa.
Estoques de produtos acabados
São considerados o seu principal cofre, por muitas empresas, pois os produtos ali estocados já 
tem agregado, além de toda a qualidade necessária, diversos custos, como o dos materiais 
constituintes dos produtos, mão de obra, hora máquina, enfim todos os custos que, ao longo da 
cadeia de suprimentos, foram adicionados, fase a fase, até que o produto fosse acabado.
Nesse ambiente, serão necessários diversos tipos de controle para que os saldos sejam os mais 
exatos possíveis, pois ao estar numa fase próxima ao cliente, qualquer desajuste no saldo poderá 
afetar o pedido solicitado por ele, trazendo insatisfação e causando acréscimos indesejados nos 
custos.
Os controles aqui necessários são diversos, mas podemos citar como uma “ferramenta” 
fundamental e indispensável aos controles do estoque e que funcionam como uma auditagem, os 
inventários.
Os inventários são contagens que irão gerar os saldos físicos, e prevalecerá como o exato, o 
verdadeiro.
O saldo físico obtido no inventário será confrontado com o saldo contábil que está inserido no 
sistema de informação da empresa, num banco de dados.
O saldo contábil é obtido por meio das inúmeras movimentações de entrada e saída dos produtos 
nos estoques, desde o estoque de matéria prima, insumos e outros materiais que estão no 
almoxarifado, passando pelos estoques em processo nas áreas produtivas até o estoque de 
produtos acabados.
Fica fácil compreender que o estoque contábil é passível de erros, em função dessas inúmeras 
movimentações que, na grande maioria das vezes, são manipuladas, ou seja , praticadas pela mão 
do homem. Portanto, os inventários são fundamentais para a averiguação da acuracidade das 
informações dos estoques e correção dos saldos incorretos.
Picking
O picking é o processo de separação de produtos nos estoques, com a finalidade de atendimento 
de pedidos de clientes.
Aqui também observa-se a necessidade de uma gestão capaz de controlar as diversas atividades 
que compõe o picking e que variam de empresa para a empresa.
Quanto maior o investimento feito pela empresa em tecnologia de informação, melhor e 
proporcional serão os resultados obtidos nesse processo.
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Baixos controles nesse processo implicam em atrasos e erros ao separar mercadorias erradas e 
que podem chegar até o cliente.
Atualmente, podemos verificar alguns tipos de processos de picking bastante eficazes, como o 
picking automático, onde as mercadorias são separadas automaticamente por inputs ao sistema 
de informação que controla o processo, picking voice, que são as separações por equipamentos 
que funcionam por comando de voz, picking RFID, que são aqueles executados por 
equipamentos que transmitem informações por radiofrequência e outros.
Faturamento
A parte operacional do faturamento acontece geralmente após a separação (picking) dos pedidos.
Nessa fase também é bem vinda a tecnologia de informação para evitar erros que algumas vezes 
podem ser intencionais, erros como preços, cobrança de impostos, locais de entrega, cobrança de 
frete e outros. 
Expedição
É nesse ambiente que as mercadorias geralmente faturadas vão ser despachadas para serem 
entregues aos clientes.
Nesse processo, também necessita-se de controles bem rigorosos para evitar extravios, furtos e 
erros.
Os erros mais comuns nesse processo são a separação enganada de mercadorias para os clientes, 
ou seja, as mercadorias separadas não condizem com a nota fiscal e por correspondência com o 
pedido feito pelo cliente. 
Além desse, verifica-se também enganos quanto à quantidade enviada para o cliente.
Esses enganos podem acarretar desconforto e insatisfação do cliente, além de acréscimo 
indesejado dos custos.
Distribuição física
Atualmente conceitua-se a distribuição física como sendo a própria eficácia da Cadeia de 
Suprimentos. Qualquer erro nessa fase pode botar a perder todo o esforço feito pelas diversas 
áreas, ao longo da cadeia de suprimentos da empresa.
A distribuição física é responsável por executar as entregas dos pedidos aos clientes, porta a 
porta. Podem ser simples ou bastante complexas, como no caso de distribuição em áreas urbanas 
muito densas, que tem trânsito bastante intenso e diversas restrições de horários e locais de 
entregas.
Dada essa complexidade, a maioria das empresas terceirizam esse processo para distribuidores 
especializados, pois para ter uma boa logística de distribuição é necessário frotas bem 
dimensionadas, adequadas e equipadas para cumprir as entregas pretendidas, pessoal bem 
treinado para a abordagem dos clientes e outros requisitos fundamentais.
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Transportes
Nos transportes temos o requisito de maior influência, em termos de custos na cadeia de 
suprimentos.
O transporte (frete) , pode representar até 25% do custo de um produto, portanto, uma boa gestão 
nessa área faz-se indispensável.
Num planejamento de transportes, a decisão mais importante é quanto ao modal de transporte a 
ser utilizado.
No Brasil, a matriz de transportes é o rodoviário. Hoje, 58% de toda a carga que circula no país é 
por esse modal, o que é totalmente inadequado em função do tamanho territorial brasileiro.
O modal rodoviário é, comprovadamente, eficiente e eficaz para curtas distâncias, ou seja ,até 
500 km.
A realidade brasileira é muito diferente dessa, pois nossos caminhões percorrem distâncias que 
podem chegar a 6000 km, o que encarece muito o custo do transporte.
Podemos citar como exemplo a distância entre o Oiapoque ao Chuí, pontos extremos do país, 
que é maior do que a distância entre o Brasil e a África, e percorremos essa rota de caminhão.
Outro agravante que eleva os custos do modal rodoviário é a baixa capacidade de carga.
Então percorremos longos trechos com pouca carga. Outros fatores também aumentam os custos 
do rodoviário, como impostos, seguros, roubo de carga, acidentes, má conservação das vias, etc...
Todos esses fatores fazem com que o Brasil detenha o maior custo de frete do mundo e isso traz 
impactos importantes para a economia do país.
Faz-se necessário a alteração da matriz de transportes brasileira, o que não é tão rápido e 
necessitam de fortes investimentos no setor.
Fechamento
Portanto, a escolha correta e adequada do modal torna-se imprescindível num planejamento de 
transporte. É preciso cada vez mais ir quebrando o paradigma do modal rodoviário.
Essa solução traz, com certeza, reduções consideráveis aos custos da cadeia de suprimentos das 
empresas.
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Cabo Frio, 30 de agosto de 2012.
Aula 3 - Compras / aquisições sustentáveis 
Sustentabilidade empresarial
A sustentabilidade Empresarial está baseada em três importantes aspectos:
Sustentabilidade ambiental
- Tecnologias limpas
- Reciclagem
- Utilização sustentável de recursos 
naturais
- Atendimento à legislação
- Produtos ecologicamente corretos
Sustentabilidade econômica
- Vantagem competitiva
- Qualidadee custo
- Foco
- Mercado
- Resultado
Estratégias de negócios
Sustentabilidade social
- Assumir responsabilidade social
- Suporte no crescimento da comunidade
- Compromisso com o desenvolvimento dos 
RHs
- Promoção e participação em projetos de 
cunho social
Consumidor sustentável (verde)
O consumidor “verde” é aquele cujo comportamento de compra é influenciado pelas suas 
preocupações ambientais. 
Ele preocupa-se não só com a compra e o processo de consumo dos bens, mas também com o 
processo produtivo, no que se refere aos recursos escassos consumidos, e com o uso dado aos 
desperdícios dos produtos.
O consumidor “verde” é um indivíduo com um comportamento de compra mais sofisticado e que 
avalia os produtos e serviços considerando a responsabilidade ambiental dos produtores e 
levando em conta seu desempenho e preço.
Esses conceitos são aplicáveis tanto para os indivíduos quanto para as organizações. Devemos 
ressaltar aqui que a cultura, o estágio ético e o desenvolvimento moral dos indivíduos 
influenciam as culturas interempresariais.
O consumidor verde preocupa-se em praticar um consumo sustentável. O marketing verde 
contribui para o fortalecimento da imagem da marca e, como consequência disso, o consumidor 
se sente seduzido por essa imagem.
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O marketing sustentável incorporou uma vasta gama de atividades:
- Mudança nos processos produtivos.
- Elaboração e modificação de produtos.
- Mudança nas embalagens.
- Mudança no perfil da propaganda.
Isso está forçando os profissionais de marketing a não olharem apenas para os processos internos 
de produção ou externos em relação aos consumidores, mas também para o impacto dessa 
produção e consumo na qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável da sociedade.
Contribuições do marketing verde
• A conscientização ambiental por parte do mercado consumidor
• A preservação das espécies e seus habitats naturais
• A preservação dos recursos escassos
• A incorporação de características ambientais aos produtos
• Melhoria/fortalecimento da imagem da empresa
Motivações para a adoção do marketing verde 
✔ Senso de responsabilidade ecológica
✔ Proteção dos interesses da empresa
✔ Proteção dos funcionários
✔ Exigências legais
✔ Pressão do mercado
✔ Qualidade de vida
✔ Imagem
✔ Lucro
Ao adotar o marketing verde, a empresa deve informar a seus consumidores acerca das 
vantagens de se adquirir produtos e serviços ambientalmente responsáveis, de forma a estimular 
(onde já exista) e despertar (onde ainda não exista) o desejo do mercado por essa categoria de 
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produtos.
Estratégias do marketing verde
Manter o foco nos benefícios de uso esperados pelo consumidor e nas razões primárias pelas 
quais eles compram determinado produto ou serviço.
Tenha em mente que os benefícios ambientais da compra de um produto ou serviço são 
importantes mas eles não são a sua razão primária de compra. 
Portanto, trate esses benefícios como secundários e administre-os como um acréscimo de valor 
que é feito aos produtos e serviços oferecidos pelo seu negócio.
Compras sustentáveis na iniciativa privada
Há muitas formas de aplicação , variando de empresa para empresa. Vamos abordar os aspectos 
básicos que devem ser seguidos:
O consumidor final também é um elo dessa corrente. O cuidado com a reposição de produtos 
perecíveis é a certeza da qualidade e garantia da manutenção de seus valores nutricionais e 
terapêuticos, assim como as informações que devem constar nos rótulos dos produtos de forma a 
orientar com exatidão o consumidor final.
Os parceiros sustentáveis são diferentes dos outros fornecedores. As empresas sustentáveis 
precisam ir além da busca por lucros sempre maiores, suas operações cultivam outros valores e 
práticas, que envolvem todos os conceitos e cultura da sustentabilidade.
Iniciativas sustentáveis precisam de contratos específicos, mais flexíveis. Ficaria muito difícil 
para essas empresas cumprir as mesmas condições de contratos criados para extrair o máximo de 
vantagens de empresas gigantes e poderosas do mesmo setor com várias marcas de sucesso 
comercial.
Pratica-se aqui a verdadeira relação de parceria , relação ganha x ganha . Reconhecendo que cada 
ator nessa parceria é interdependente e que sua força vem da união, todos esses atores buscam 
uma harmonia e um alinhamento de valores. Integrar-se a essa cadeia mais justa e sustentável 
pede a adoção de regras e procedimentos baseados em princípios democráticos, ecológicos, 
cooperativos e grande dose de justiça econômica, em que pessoas, organizações e planeta 
agradecem.
Os produtos sustentáveis estão chegando ao mercado com fôlego para encarar um crescimento 
lento, mas constante. Isso é uma conquista advinda de uma nova demanda de consumidores que 
se forma na medida em que a cultura da sustentabilidade se amplia. Cada venda é uma vitória e 
mais um passo na construção desse novo mercado.
Nas contas das empresas sustentáveis não costumam entrar custos de logística complexa, seguros 
e custos de marketing extravagantes. Grandes varejistas conseguem e poderiam negociar prazos 
e preços para otimizar os custos desses serviços para deixar que seus fornecedores sustentáveis 
concentrem recursos no foco dos seus produtos e serviços.
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Conforme vimos anteriormente, exija certificações de empresas idôneas e evite a todo custo 
utilizar expressões e divulgar iniciativas apenas para se aproveitar de uma “onda” ecológica. A 
sustentabilidade não deve ser entendida como uma moda , mas como uma nova cultura. E o 
caminho para conectar sua marca aos ideais e valores sustentáveis é pensar em formas autênticas 
de cooperar com soluções ambientalmente saudáveis com respeito aos direitos humanos e à 
cultura local.
Negócios sustentáveis, ainda são processos frágeis, são sistemas comerciais que protegem o 
meio ambiente e as condições sociais enquanto promovem seu próprio crescimento de forma 
equilibrada. São empreendimentos com impacto positivo no meio ambiente e trazem benefícios 
para a comunidade, para a sociedade e para a economia. A cadeia comercial precisa garantir uma 
renda correta aos fornecedores de forma a promover a produção sustentável.
Compras sustentáveis nas empresas públicas
Para iniciarmos a nossa abordagem sobre as compras sustentáveis no setor público, vamos relatar 
acontecimentos importantes no âmbito mundial que vieram a nortear as compras sustentáveis no 
setor público.
Desde 2003, dando prosseguimento aos compromissos adotados na Conferência Mundial sobre 
Desenvolvimento Sustentável de Joanesburgo (Setembro de 2002), o PNUMA vem atuando de 
forma ativa para a implementação do Programa de 10 anos em Consumo e Produção Sustentável 
(CPS), conhecido também como o Processo de Marrakech, cidade em que se adotou o programa.
O Processo de Marrakech estabeleceu uma série de iniciativas que promovem o alcance de 
padrões sustentáveis de consumo e produção alinhados com as necessidades de desenvolvimento 
social e econômico, mas dentro dos limites da capacidade dos ecossistemas. O processo 
privilegia o aumento da eficiência e da sustentabilidade no uso dosrecursos e nos processos de 
produção e de redução da degradação da biodiversidade, da poluição e do desperdício.
Compras sustentáveis nas empresas públicas
Ao elaborar um programa de dez anos (chamado de 10 YFP – 10 Years Framework Process), o 
Processo de Marrakesh apoia:
✔ O desenvolvimento e a implementação de estratégias e iniciativas regionais e nacionais 
em CPS envolvendo principalmente técnicos e especialistas governamentais.
✔ O desenvolvimento de ferramentas e metodologias para a promoção do CPS.
✔ A implementação de projetos concretos a nível internacional, regional e nacional.
✔ A construção de mecanismos de cooperação para apoiar a implementação de iniciativas e 
projetos de CPS. 
✔ O aumento da eficiência de recursos e redução da poluição durante o ciclo de vida do 
produto e ao longo das cadeias de abastecimento.
✔ O aumento do investimento em métodos de produção industrial mais limpos, seguros e 
eficientes através de políticas públicas e ações no setor privado.
✔ O aumento da conscientização do consumidor para a utilização de recursos mais 
eficientes e favoráveis ao meio ambiente em suas escolhas e opções de compras de bens e 
serviços.
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Objetivos do plano
Fomentar no Brasil um vigoroso e contínuo processo de ampliação de ações alinhadas ao 
conceito de PCS, tal como estabelecido pelo Processo de Marrakech, compartilhando com os 
nossos parceiros nacionais e internacionais o esforço por promover também a sustentabilidade no 
plano global.
Integrar a iniciativa de disseminação de PCS ao esforço de enfrentamento das mudanças 
climáticas, e também a outras frentes prioritárias para a sociedade brasileira, como o combate à 
pobreza, a distribuição equitativa dos benefícios do desenvolvimento, à conservação da 
biodiversidade e dos demais recursos naturais.
Prioridades do plano de compras sustentáveis (PCS)
1 – Varejo e consumo sustentável.
2 – Agenda Ambiental na Administração Pública/A3P.
3 – Educação para o consumo sustentável. 
4 – Aumento da reciclagem de resíduos sólidos.
5 – Compras públicas sustentáveis. 
6 – Promoção de iniciativas de PCS em construção sustentáveis.
7 – Integração de políticas em PCS. 
8 – Fortalecimento de uma articulação nacional em PCS.
9 – Inovação e difusão de tecnologias em PCS.
10 – Desenvolvimento de indicadores em PCS. 
11 – Divulgação e capacitação em PCS.12 – Agricultura e pecuária sustentáveis.
13 – Fomento à Produção e ao Consumo Sustentáveis. 
14 – Diminuição do impacto social e ambiental na geração e uso de energia.
15 – Rotulagem e análise do ciclo de vida. 
16 – Rotulagem para expansão sustentável do uso de biocombustíveis.
17 – Estímulo à criação e expansão de negócios/mercados com inclusão social e menor impacto 
ambiental.
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Educação para o consumo sustentável
Campanhas sobre eletroeletrônicos (2011), lâmpadas e energia (2012) e Copa do Mundo em 
2014 (2013);
Desenvolvimento de módulos de educação ambiental voltados para o consumo sustentável;
Formação continuada de professores em educação para o consumo sustentável;
Inclusão nos planos de capacitação de gestores públicos e módulos específicos sobre consumo 
sustentável;
Realização de pesquisas aproveitando dados já coletados pelo IBGE e IPEA, adicionando 
estudos sobre o comportamento do consumidor;
Reedição do Manual de Educação: Consumo Sustentável;
Distribuição de kit temático de educação para o consumo sustentável nas salas do Projeto Salas 
Verdes (350 salas);
Continuidade ao edital de curtas;
Inclusão do tema CS nas demais políticas e programas de educação ambiental do MMA e 
parceiros.
Compras públicas sustentáveis – CPS
Programa Nacional de capacitação de gestores públicos para aplicação da nova legislação em 
CPS e cursos usando a plataforma EAD.
Disseminar as práticas de CPS e constituir bancos de dados.
Consolidar, por meio de pesquisas, os resultados da aplicação das instruções normativas, 
decretos e outros instrumentos.
Assegurar que comunidades, cooperativas e outros fornecedores possam se beneficiar das CPS.
Publicação de manuais, cartilhas e outros materiais que possam auxiliar na disseminação das 
políticas de CPS por parte dos organismos públicos.
• Contribuir para o aumento da oferta de produtos sustentáveis em quatro categorias: alimentos, 
utensílios, vestuário e limpeza e higiene.
• Integrar ações do varejo ligadas à diminuição da geração de resíduos, à reciclagem, à educação 
de varejistas e consumidores.
• Incentivar a etiquetagem e a certificação para produtos que apresentem selos de qualidade que 
incluam critérios socioambientais. 
• Promover junto à cadeia de suprimentos e a seus colaboradores (funcionários) informação para 
a adoção de práticas compatíveis com a produção e o consumo sustentáveis.
Por essas iniciativas podemos notar que o governo brasileiro, através, principalmente, do 
Ministério do Meio Ambiente, procura fomentar nas empresas públicas a prática das compras 
sustentáveis, fazendo também uma iniciação de práticas paralelas, como produção sustentável e 
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consumo sustentável, que venham a acelerar esse processo.
Vale aqui ressaltar que as empresas privadas também podem e devem seguir o modelo de 
compras sustentáveis no poder público, adaptando-o a seus processos na Cadeia de Suprimentos 
Sustentável.
Fechamento
Concluímos essa aula sobre as práticas das compras sustentáveis, como devem ser os nossos 
fornecedores, qual o conceito de produtos que devemos adquirir e como deveremos agir na 
intenção de reaproveitar o máximo possível.
Arraial do Cabo, 31 de agosto de 2012.
Aula 4 - Armazenagem sustentável 
Na cadeia de suprimentos, um dos aspectos que têm grande importância e que trazem grande 
impacto em custos é a armazenagem. Na cadeia de suprimentos sustentável devem-se tomar 
todas as medidas necessárias para que à guisa de sustentabilidade esses custos não aumentem.
A armazenagem é um dos requisitos mais importantes da cadeia de suprimentos, pois vamos 
identificar algum tipo de armazém ao longo da cadeia, nos diversos elos da cadeia produtiva.
Seja nos almoxarifados, depósitos nas áreas produtivas e principalmente nos armazéns de 
estocagem de produtos acabados, uma administração exata e controles efetivos são 
fundamentais.
O aspecto de armazenagem sustentável deve começar pela implantação, construção do armazém, 
considerando localização, formas construtivas e aspectos ligados a sua operação, desde os 
equipamentos utilizados até a conscientização da mão de obra.
Um armazém sustentável deve propor a criação de um sistema de armazenamento de produtos 
cujo mérito seja a dupla característica de redutor de quantidade de embalagens descartáveis, na 
prática da reutilização de embalagens, ao mesmo tempo em que cria novos hábitos de consumo, 
através de sua original constituição.
Responde a duas importantes demandas do atual impasse da sustentabilidade: reduzir o consumo 
de agentes agressores ambientais e promover o crescimento de agentes ambientais neutros, ou 
seja, utilizar de forma consciente os bens naturais, otimizando os aspectos de sustentabilidade.
Princípios da armazenagem sustentável
✔ otimização de equipamentos✔ otimização de mão de obra 
✔ controle
✔ mecanização /automação
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✔ planejamento
✔ flexibilidade operacional
✔ simplificação do fluxo
✔ otimização do espaço físico
Planejamento
O planejamento de uma armazenagem sustentável começa pela construção/adaptação do prédio 
(armazém), onde devem estar contempladas diversas questões que vão caracterizar o armazém 
como uma construção sustentável.
As construções sustentáveis são, antes de tudo, projetos voltados para a conscientização da 
sustentabilidade. Buscam satisfazer às necessidades humanas, ajustando-as às condições naturais 
locais, empregando de forma sustentável os recursos, buscando sempre não esgotá-los. Na fase 
de planejamento deve-se analisar o contexto global do local onde se pretende inserir a nova 
edificação. 
Devem-se considerar as condições naturais (vegetação, relevo, condições climáticas). 
A atenção com o bioma local é fundamental, deve-se antes de mais nada respeitar o meio 
ambiente de forma que não se venha a causar devastação. 
Alguns locais devem ser evitados a todo custo, como beira de rios, lagoas e lagos, próximo a 
manguezais ou áreas florestais etc. Dessa forma têm-se ambientes construídos com menos 
impactos ambientais, com menor consumo energético e hidráulico, mais confortáveis e saudáveis 
para seus usuários e sustentáveis, ou seja, são construções viáveis ambientalmente, 
economicamente e socialmente. Com isso, as Construções Sustentáveis passam a não ser assunto 
específico somente de arquitetos e engenheiros civis, uma vez que abrangem conceitos mais 
amplos, como meio ambiente, sociologia e economia, o que torna essencial a participação uma 
equipe multidisciplinar capaz de abordar todos os requisitos para que se tenha uma edificação 
realmente sustentável.
Diversos são os aspectos considerados nas construções sustentáveis. Esses aspectos vão fazer 
com que a construção siga os conceitos de sustentabilidade:
- Análise das necessidades dos usuários.
- Análise e consideração das condições locais, abordando aspectos naturais, como vegetação, 
relevo e condição climática (chuva, sol e vento).
- Utilização de mão de obra local.
- Treinamento e conscientização da mão de obra, conscientizando-a da minimização dos 
impactos da obra.
- Aplicação dos princípios dos 3 Rs (redução, reutilização e reciclagem).
- Uso racional dos recursos e materiais.
- Emprego de técnicas e materiais que possibilitem a redução do consumo energético (como 
aquecedores solares) e hidráulico (como descargas e torneiras mais eficientes).
- Utilização mínima de madeira e, quando necessário, utilização de madeira certificada, que 
contempla aspectos ambientais desde seu plantio até o fornecimento ao consumidor.
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- Utilização de produtos que não causem impacto ambiental.
- Emprego de técnicas capazes de manter a boa qualidade do ar e o conforto térmico-acústico dos 
ambientes.
- Captação e utilização da água da chuva.
- Ventilação natural forçada.
- Iluminação natural.
- Tratamento individual de esgoto.
- Tratamento e reutilização da água.
- Escolha minuciosa de todos os materiais a serem utilizados.
- Reutilização de portas, janelas, pisos e outros materiais provenientes de demolições.
- Uso de energias renováveis para produção de energia elétrica, como solar, biomassa e eólica.
- Uso de telhado jardim, por ser ótimo isolante térmico.
Flexibilidade operacional
A flexibilidade operacional é a capacidade do armazém de adequar e alterar suas ações de acordo 
com as necessidades dos clientes.
Nos armazéns sustentáveis, a flexibilidade operacional não pode de forma alguma contrariar os 
conceitos de sustentabilidade.
Na flexibilidade operacional devem estar planejadas as formas de armazenamento, de 
importação de pedidos, horários de atendimento, horários de carga/descarga de veículos, enfim, 
todas as atividades relativas à armazenagem devem ser planejadas de forma a aceitar mudanças, 
sem que haja acréscimos substanciais de tempo e custo e respeitando sempre os conceitos de 
sustentabilidade.
Os armazéns devem ser projetados em módulos de forma que permitam um acréscimo futuro de 
sua área útil e que não haja espaço ocioso, consumindo assim recursos de forma indesejada. 
Dessa forma, as áreas para armazenagem de produtos especiais, perigosos ou sazonais, que 
normalmente levam à ociosidade, não necessitarão existir de forma constante.
Outra questão importante deve-se ao fato da ocupação/giro do armazém ser a mais rápida 
possível. O aproveitamento do armazém em cargas que giram mais rapidamente é notadamente 
mais vantajoso para a empresa, portanto a taxa de ocupação e o giro das mercadorias 
armazenadas devem ser os mais altos possíveis respeitando-se a capacidade estática da 
instalação.
Simplificação do fluxo
Devemos, no planejamento de um armazém, imaginarmos que os operadores que ali trabalharão 
devem ter suas tarefas simplificadas, as rotinas de trabalho devem ser as mais racionais 
possíveis, sem que haja prejuízo ao processo.
Nesse aspecto faz-se fundamental um layout bem definido das operações corriqueiras do 
armazém.
As áreas mais frequentes de movimentação, as que abrigam mercadorias de maior giro, devem 
estar situadas sempre o mais próximo possível da entrada/saída do armazém, a fim de evitar 
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deslocamentos constantes a longas distâncias.
Itens de menor giro deverão, ao contrário, estar armazenados em áreas de menor frequência de 
visitação, normalmente no final do armazém.
Grandes estoques necessitam de grandes áreas de armazenagem. Portanto, na medida do 
possível, deve-se aumentar a frequência de recepção/expedição em quantidades menores a 
grandes volumes em menor frequência.
Fluxos de direção de recepção e de expedição devem ser bem planejados. Fluxos em direção 
única aumentam as distâncias a serem percorridas dentro da instalação. Por outro lado, docas de 
recepção e de expedição muito próximas trazem problemas de segurança nos momentos de carga 
e descarga.
Para que a situação de docas adjacentes tenha a concepção de entrada e saída, o armazém deve 
ser dotado de equipamentos, como portas travadas, para que não haja possibilidade de dolos.
Corredores de acesso estreitos aumentam as áreas úteis para armazenagem, mas têm a tendência 
de aumentar os estoques e diminuir a fluidez dos equipamentos de movimentação em sua 
circulação, podendo aumentar o tempo de deslocamento e o índice de acidentes e danos às 
mercadorias.
Otimização do espaço físico, de equipamentos e mão de obra
Conforme vimos anteriormente, a armazenagem é um dos fatores que mais impactam em custos 
na cadeia de suprimentos. Portanto, deve-se, no momento do projeto do armazém e durante suas 
operações, estar sempre atento para o fato de que o espaço físico dentro do armazém deve ser o 
mais racional possível.
Devem-se aproveitar as áreas da melhor forma sem torná-las ociosas. 
Armazéns que irão trabalhar com cargas de pequenos volumes, frágeis e de baixo peso unitário, 
deverão ter o pé-direito (altura interna da construção) alto, com prateleiras, gavetas ou gaiolas. 
São necessários movimento horizontalcom carrinhos e contenedores e movimento vertical com 
paleteiras.
Já instalações que terão o propósito de receber mercadorias com grandes volumes e de elevado 
peso unitário (máquinas, produtos siderúrgicos etc.) deverão ser dotados com grandes portas e 
vãos livres, pé-direito médio, com pontes rolantes, guindastes sobre trilhos e/ou similares e fácil 
acesso de empilhadeiras.
Armazéns que irão receber mercadorias verdes (grãos ensacados, madeira etc.) passíveis de 
condensação, deverão ter dispositivos para ventilação natural ou forçada.
Para acondicionamento de mercadorias congeladas, as paredes deverão ser forradas com 
materiais isolantes, sistema de refrigeração, câmaras frigoríficas isoladas e túneis de 
congelamento.
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Armazéns próprios para mercadorias com baixo ponto de fulgor ou deterioráveis no calor 
(acetato, filmes, fármacos etc.) deverão ser climatizados, com ar condicionado nas áreas de 
armazenagem e controle de umidade.
Já para mercadorias deterioráveis no frio (plantas, animais vivos etc.), os armazéns deverão estar 
dotados com sistemas de calefação (estufa).
Assim podemos notar que as instalações devem ser capacitadas para receber os produtos e 
mercadorias de diversas categorias de forma que sejam preservadas suas características sem que 
sofram danos.
A não de obra que opera os equipamentos e manuseia as mercadorias deve ser bem treinada e 
estar inserida no programa de Responsabilidade Social da empresa, em que os recursos humanos 
são privilegiados no que se refere ao aspecto de sentir-se importante no contexto da organização, 
vendo seu trabalho valorizado e percebendo que há uma potencial oportunidade de crescimento 
na empresa.
Vamos, a seguir, verificar alguns outros tipos de instalações de armazenagem, suas finalidades e 
equipamentos que serão necessários para as operações de armazenagem e movimentação de 
mercadorias.
Pátio: 
Área pavimentada descoberta e demarcada, com vias de acesso para equipamentos.
Para grandes volumes, de elevado peso unitário (contêineres, produtos siderúrgicos etc.): com 
pontes rolantes e/ou equipamentos similares, fácil acesso para empilhadeiras.
Para veículos deverão possuir áreas demarcadas para parqueamento, vistoria, pistas, lavagem, e 
ar comprimido.
Para movimentação de minério, serão necessárias torres de transferência, esteiras, moegas, 
balanças por fluxo de batelada, viradores de vagões e/ou basculadores e balanças 
rodoferroviárias, com vias de acesso para equipamentos.
Silo:
Construção de metal, aço ou concreto armado, horizontal ou vertical, destinada a armazenar 
cereais, fertilizantes ou rações animais, com esteiras, moegas, balanças por fluxo de batelada, 
sistemas de peneiramento ou despoeiramento, balanças rodoferroviárias. Capaz de armazenar 
simultânea e separadamente graneis com várias granulometrias, graus de umidade, pesos 
específicos e teor de gordura.
Tanque:
Construção de metal ou aço com sistemas de segurança máxima para aquecimento e 
resfriamento, bombeamento e sucção, dutos, balanças de fluxo contínuo, laboratório de controle 
de qualidade de amostras. Destinada a armazenar diferentes tipos de graneis líquidos com 
diferentes características físico-químicas, pesos específicos, viscosidade, ponto de fulgor.
Controles
Os processos que não são controlados não podem ser gerenciados. 
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Essa máxima demonstra a necessidade dos controles em qualquer processo.
No processo de armazenagem, em que grande fluxo de capital está aportado, fazem-se 
necessários controles que demonstrem a eficiência e eficácia das atividades ali desenvolvidas.
Para isso é fundamental a utilização da TI como grande capacitadora de recursos que deem ao 
gestor a possibilidade de ter seus processos mapeados e rastreados em tempo hábil para 
correções que se façam necessárias.
Todas as atividades que ocorrem no ambiente do armazém devem ter seus controles específicos, 
desde o carregamento/descarregamento de veículos, passando pelo picking, no faturamento na 
recepção, com as conferências necessárias e expedição de mercadorias.
Fica claro que quanto maior o investimento que a empresa tenha efetuado em tecnologia de 
informação, maiores são as respostas positivas desses controles no que se refere aos aspectos de 
rapidez e segurança das informações.
Um dos controles mais importantes nesse momento são os inventários.
Os inventários nada mais são do que o ato de efetuar uma contagem, lembrando que existem 
métodos específicos para a realização com sucesso de um inventário.
Os inventários podem ser classificados como:
Geral
Em que a empresa vai efetuar a contagem de seus estoques ao longo de sua Cadeia de 
Suprimentos e, para que esse processo tenha acuracidade, todas as atividades de entrada e saída 
de mercadorias dos armazéns/estoques devem estar paralisadas.
Cíclico ou Rotativo 
São microinventários, onde partes dos estoques são contadas, numa periodicidade diária, 
limitada ao total do estoque em no máximo trinta dias.
O saldo adquirido nos inventários é chamado de saldo físico, pois foi o saldo verificado 
fisicamente através das contagens. Esse saldo físico será comparado com o saldo contábil ou 
saldo lógico, que é ou são os saldos que estão imputados no banco de dados do sistema de 
informação da empresa e são obtidos através de inúmeras movimentações de entradas e saídas 
dos armazéns/estoques, durante um determinado período de tempo.
Nesse momento deve-se admitir como o saldo verdadeiro o saldo físico que irá então ser 
comparado com o saldo contábil ou saldo lógico e assim serão apuradas as diferenças entre um e 
outro.
Com controles eficientes pretende-se sempre que essas diferenças sejam as menores possíveis, 
pois elas indicarão erros de movimentação na entrada ou saída de mercadorias do 
armazém/estoque ou também poderão indicar dolos ou extravios.
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Mecanização /automação
O uso de equipamentos de armazenamento e movimentação incluem desde carrinhos porta-
pallets até sistemas totalmente automatizados e computadorizados, e que facilitam sobremaneira 
os processos de armazenamento.
De acordo com MOURA (2004, p.181), “o processo de armazenagem está se tornando 
verdadeiramente complexo; são necessários estudos neste campo para aumentar a produtividade 
da superfície e do espaço e melhorar o aproveitamento total do armazém”.
Carrinho hidráulico manual
Empilhadeiras manuais
Carrinho hidráulico (porta-pallets)
Empilhadeiras frontais de contrapeso
Empilhadeiras elétricas com patolas
Empilhadeiras pantográficas
Empilhadeiras selecionadoras de pedidos
Transelevadores
Sistemas drive-in e drive-thru
Esteiras de variados modelos
Sistemas robóticos.Empilhadeiras trilaterais
Empilhadeiras laterais
Sobre o aspecto de sustentabilidade, não podemos nos esquecer de, no projeto do armazém, 
procurar adaptar da melhor maneira a utilização da força da gravidade na movimentação de 
materiais, assim não estaremos consumindo energia.
Vale agora ressaltar a importância da utilização de energia para iluminação complementare 
eletrificação do armazém, assim como recarregamento de bateria dos equipamentos elétricos.
Como vimos anteriormente, deve estar prevista a utilização de geração de energia através de 
sistemas de captação de luz solar ou eólicas, ou ainda de biomassa.
Arraial do Cabo, 6 de setembro de 2012.
Aula 5 - Produção sustentável 
No contexto da Cadeia de Suprimentos Sustentável, os processos de produção são importantes 
porque tratam de agregar valores a diversos materiais que serão transformados num produto final 
que o cliente irá consumir.
Faz-se necessário um bom planejamento da produção , assim como controle de materiais e 
perdas nos processos.
O conceito de produção vem mudando de paradigma ao longo do tempo. Num primeiro estágio 
passamos pelo nível da produção em massa, que, vale aqui ressaltar, ainda faz parte da grande 
maioria das indústrias.
O termo produção em massa é usado para determinar a produção de produtos em larga escala 
através de linhas de montagem. Esse modo de produção foi popularizado por Henry Ford no 
início do século 20, particularmente na produção do modelo Ford T. Na época, Ford dizia que 
“qualquer cidadão poderia possuir um carro da Ford, desde que ele fosse modelo T e na cor 
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preta”. A produção em massa ganhou rapidamente adesão de diversas indústrias, pois permite 
elevadas taxas de produção por homem/máquina e ao mesmo tempo disponibiliza produtos a 
preços baixos.
A produção em massa faz uso intensivo de bens de capital, ou seja, utiliza um grande número de 
máquinas em relação ao número de trabalhadores. Com o custo do trabalho mais baixo e a alta 
taxa de produção, a proporção de capital aumenta enquanto os custos diminuem. Porém é 
necessário um grande aporte de capital para investimento em máquinas e equipamentos.
O argumento para a produção em massa é que as demandas devem ser atendidas prontamente e, 
portanto, o ressuprimento das instalações como CDs de atacadistas e da rede varejista deverá 
estar bem atendido.
O outro fator que impulsiona a produção em massa nas empresas é o aspecto econômico, pois 
produzindo em massa obtém-se uma economia de escala.
Não restam dúvidas de que esses aspectos são reais, mas a contrapartida alimenta de forma 
contundente a agressão ao meio ambiente com o grande volume de efluentes oriundos dessas 
produções, assim como o lançamento de gases na atmosfera e ainda um grande consumo de 
materiais, muitos deles de fontes naturais não renováveis, além do grande consumo de energia.
A partir da década de 80, o Japão produzia automóveis melhores, mais baratos e com uma 
produtividade maior que a dos países desenvolvidos ocidentais. Assim começa a sair de cena a 
produção em massa e entra a produção enxuta.
 A produção em massa prosperou principalmente nos Estados Unidos porque na época havia 
abundância de recursos e um mercado pouco competitivo e inexplorado. Com a entrada de novos 
concorrentes no mercado, como a indústria japonesa, o acirramento da competitividade 
aumentou. Os fabricantes americanos, e mais tarde o mundo inteiro, passam a adotar as técnicas 
da produção enxuta ou Sistema Toyota de Produção.
A Toyota teve início nos idos dos anos 30 quando começou fabricando caminhões para uso 
militar. Após a guerra, insere-se no mercado de automóveis e caminhões comerciais em larga 
escala. Nesse momento, a Toyota deparou-se com alguns sérios problemas que deveriam ser 
solucionados, como os mencionados a seguir.
O mercado doméstico japonês era pequeno, porém a demanda era exigente, o que obrigava a 
fabricação de um mix variado de itens.
Naquela ocasião a legislação trabalhista japonesa intensificou-se, garantindo a seus trabalhadores 
uma série de benefícios até então inexistentes. Além disso, uma nova consciência sindical foi 
sendo formada. Esses fatos tornaram a mão de obra japonesa mais custosa.
O Japão do pós-guerra tinha ainda a sua economia muito fragilizada, o que impedia altos 
investimentos para fazer frente à concorrência americana. 
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Esses aspectos atraíam diversos investidores estrangeiros para o país.
O Japão então tomou medidas protecionistas às suas indústrias e à Toyota aproveitando-se desse 
fato.
Para serem realmente competitivos, logo verificou-se que o processo de produção em massa 
utilizado pelos americanos não lhes atendia.
Voltaram-se então, com a iniciativa do engenheiro Taiichi Ohno, para o conceito da produção 
artesanal, utilizada nos primórdios da indústria. 
Esse conceito e conjunto de técnicas de produção foi denominado produção enxuta.
Na verdade, o conceito do Sistema Toyota de Produção é a perseguição e eliminação de toda e 
qualquer perda. É o que na Toyota se conhece como “princípio do não custo”. Esse princípio 
baseia-se na crença de que a tradicional equação:
Custo + Lucro = Preço
Deve ser substituída por :
Preço – Custo = Lucro
Segundo a lógica tradicional, o preço era imposto ao mercado como resultado de um dado custo 
de fabricação somado a uma margem de lucro pretendida. Dessa forma, era permitido ao 
fornecedor transferir ao cliente os custos adicionais decorrentes da eventual ineficiência de seus 
processos de produção. Com o acirramento da concorrência e o surgimento de um consumidor 
mais exigente, o preço passa a ser determinado pelo mercado. Sendo assim, a única forma de 
aumentar ou manter o lucro é através da redução dos custos. 
Na Toyota, a redução dos custos através da eliminação das perdas passa por uma análise 
detalhada da cadeia de valor, isto é, a sequência de processos pela qual passa o material, desde o 
estágio de matéria-prima até ser transformado em produto acabado.
Princípios da produção enxuta
O conceito da produção enxuta parte do princípio de que existem sete elementos de desperdício 
dentro da empresa, que devem ser combatidos e eliminados, segundo Gianesi & Corrêa.
Os sete elementos de desperdício a serem combatidos e eliminados, segundo Gianesi & Corrêa:
1 - Desperdício de superprodução: provém, em geral, de problemas e restrições do processo 
produtivo, tais como altos tempos de preparação de equipamentos, o que induz à produção de 
grandes lotes; incerteza da ocorrência de problemas de qualidade e confiabilidade de 
equipamentos, o que leva a produzir mais do que o necessário; falta de coordenação entre as 
necessidades (demanda) e a produção, em termos de quantidades e momentos; grandes distâncias 
a percorrer com o material em função de um arranjo físico inadequado, levando à formação de 
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lotes para movimentação, e outros. Desse modo, a filosofia Enxuta sugere que se produza 
somente o que é necessário no momento e, para isso, que se reduzam os tempos de set up, que se 
sincronize a produção com a demanda, que se compacte o layout da fábrica, e assim por diante.
2 - Desperdício de material esperando no processo: resulta na formação de filas que visam 
garantir altas taxas de utilização dos equipamentos. A sincronização do fluxo de trabalho e o 
balanceamento das linhas de produção contribuem para a eliminação deste tipo de desperdício.
3 Desperdício de transporte: encaradas como desperdícios de tempo e recursos, as atividades 
de transporte e

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