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Terceirização - Aspectos Jurídicos Fundamentais

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1
TERCEIRIZAÇÃO – 
ASPECTOS JURÍDICOS 
FUNDAMENTAIS
39
A série SAIBA MAIS esclarece as dúvidas mais frequentes 
dos empresários atendidos pelo SEBRAE nas mais diversas 
áreas: organização empresarial, finanças, marketing, produção, 
informática, jurídica, comércio exterior.
DÚVIDAS OU SUGESTÕES, CONSULTE O SEBRAE 0800 570 0800
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Conselho Deliberativo
Presidente: Abram Szajman (FECOMERCIO)
ACSP Associação Comercial de São Paulo
ANPEI Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia 
das Empresas Inovadoras
Banco Nossa Caixa S. A.
FAESP Federação da Agricultura do Estado de São Paulo
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
FECOMERCIO Federação do Comércio do Estado de São Paulo
ParqTec Fundação Parque Alta Tecnologia de São Carlos
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Secretaria de Estado de Desenvolvimento
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SINDIBANCOS Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo
CEF Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal
BB Superintendência Estadual do Banco do Brasil
Diretor - Superintendente
Ricardo Luiz Tortorella
Diretores Operacionais
José Milton Dallari Soares
Paulo Eduardo Stabile de Arruda
Projeto e desenvolvimento - SEBRAE-SP
Autor 
Bóris Hermanson
Diagramação e ilustrações 
Ceolin e Lima Serviços Ltda. / Antonio Eder
Impressão - 
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os
.
1
TERCEIRIZAÇÃO – ASPECTOS 
JURÍDICOS FUNDAMENTAIS
Conceitos e vantagens:
Terceirização é o processo pelo qual uma empresa contrata terceiros, que 
não pertençam ao seu quadro de funcionários, para melhor atingir seus objetivos 
sociais (atividades desenvolvidas pela empresa, que constam do seu contrato 
social).
Pelo processo de terceirização procura-se reduzir não só os custos com 
mão-de-obra própria (salários e encargos sociais), mas também obter economia 
com custos fixos, operacionais e de consumo dentro da empresa. Imaginemos 
a economia resultante na terceirização de um departamento contábil de uma 
empresa. Além da redução dos custos com a folha de pagamento com emprega-
dos altamente especializados, a empresa 
terá ainda a economia com as 
instalações (salas específicas 
para trabalho da 
equipe contábil), 
e q u i p a m e n t o s 
(computadores), ma-
teriais e treinamento 
desses empregados. 
É claro que no 
escritório de 
contabilidade ter-
ceirizado terá um custo, 
mas com certeza este será menor do que 
aquele suportado com a manutenção de um 
departamento contábil na empresa.
2
Além desse tipo de economia, temos também a questão de concentração nas 
atividades fins. Em qualquer tipo de empresa temos atividades fins e atividades 
meios. Atividades fins são aquelas diretamente relacionadas com o objeto social 
da empresa. São as atividades essenciais, que identificam uma empresa. Por 
exemplo: numa industria de calçados a atividade fim é a fabricação de calçados, 
sendo as atividades tais como limpeza, conservação, vigilância atividade meios, 
ou seja, atividades não essenciais. Quando uma industria de calçados terceiriza 
atividades meios, ela pode se concentrar melhor, com maior foco e recursos às 
suas atividades fins, ganhando dessa forma competitividade no mercado, po-
dendo estabelecer diferenciais em relação à qualidade e preço de seus produtos 
em relação aos de seus concorrentes.
Visão estratégica:
Apesar das vantagens acima mencionadas, devemos atentar ainda sobre as 
questões estratégica da empresa (consideramos, neste trabalho, estratégia todas 
as medidas e providências que o empresário deverá tomar para conduzir sua 
empresa ao objetivo final que este pretenda, seja o de torna-la mais lucrativa, 
ou o de aumentar sua participação no mercado, ou de se reduzir desperdícios, 
entre outros). Dessa forma, antes de se adotar um processo de terceirização, o 
empresário deve pensar não só nas vantagens mas também em eventuais des-
vantagens desse processo em relação à estratégia maior traçado por ele e, fazer 
as contas sobre o seu custo/benefício.
3
Atualmente existe uma tendência, especialmente sentida na industria de 
alimentos, de se internalizar as equipes de vendas que anteriormente eram ter-
ceirizadas através de distribuidores terceirizados. Isto ocorre tendo em vista que 
a estratégica traçada para tais empresas é de alcançar a melhoria no processo de 
venda e um maior zelo na imagem destas empresas junto ao consumidor final. 
Com a contratação dos vendedores e promotores na condição de emprega-
dos da própria industria, os custos superiores com a folha de pagamento são 
compensados pelo aumento de vendas, pois se parte do princípio de que uma 
equipe própria na área de venda dedica-se com maior cuidado, intensidade 
e exclusividade da distribuição dos produtos, zelando inclusive sobre a forma 
como estes produtos chegam até os consumidores finais. No caso da utilização de 
distribuidoras terceirizadas, normalmente as equipes de vendas e os promotores 
trabalham com várias empresas diferentes, fato este que pode levar à um menor 
rendimento em relação às equipes próprias. 
Formas e modalidades de terceirização:
Entre as formas de terceirização temos a outsourcing e a multisourcing. Out-
sourcing é uma forma de terceirização onde um ou vários setores de uma empresa 
são terceirizados com apenas uma empresa. Por exemplo: a transferência do 
departamento contábil e pessoal para uma única empresa terceirizada do ramo. 
Já no caso de multisourcing, temos a transferência de um ou mais setores entre 
várias empresas terceirizadas. Exemplo: uma industria de calçados encerra as 
atividades de transporte com frota própria, terceirizando tal serviço com várias 
empresas transportadoras de cargas, conforme a região geográfica de atuação 
de cada uma dessas transportadoras. 
4
Já em termos de modalidades de terceirização, iremos estudar neste trabalho 
duas principais, ou seja, as que envolvam ou não cessão de mão-de-obra.
Terceirização sem cessão de mão-de-obra:
Inicialmente, devemos esclarecer que a cessão de mão-de-obra ocorre 
quando uma empresa utiliza, em suas atividades, sejam estas atividades fins ou 
meios, a mão-de-obra de outras empresas (terceirizadas). Temos como exemplo 
de terceirização que não envolve cessão de mão-de-obra a industrialização por 
encomenda, muito utilizada na industria eletrônica, onde uma empresa tercei-
riza a produção de seus equipamentos/produtos. Neste tipo de terceirização, 
as relações entre empresas (empresa contratante e terceirizada) são reguladas 
através de contrato particular entre elas. Neste exemplo, normalmente a empresa 
contratante cuida do desenvolvimento de novas tecnologias, administração da 
sua marca e relacionamento com seus clientes, ao passo que a terceirizada se 
encarrega da produção industrial de acordo com as especificações determinadas 
pela contratante. 
Outro exemplo de terceirização que não envolve cessão de mão-de-obra 
é a industrialização de produtos com marca própria. Isto é comum na área de 
supermercados, que apesar de terem como atividade principal à comercialização 
de produtos alimentícios, saneantes, utilidades domésticas, entre outros, tam-
bém revende produtos industrializados com sua própria marca. Vemos isto em 
produtos que vão desde de alimentos industrializados (sorvetes, bolachas etc) 
até produtos de limpeza. Neste caso o supermercado contrata uma industria do 
ramo desejado a fabricação de produtos onde aparecerá a marca do referido 
supermercado. 
5
Terceirização com cessão de mão-de-obra:
Como vimos, nos casos de terceirização que não envolvam a cessão de 
mão-de-obra das empresas, prevalecerá o que tiver sido ajustado entre as partes 
através do contrato, desde que haja o respeitoà legislação civil, comercial e de 
defesa do consumidor, é claro.
No caso da terceirização que envolva cessão-de-mão de obra temos que 
respeitar a legislação trabalhista, em especial a súmula 331 do Tribunal Superior 
do Trabalho. 
Além dessa súmula, temos as seguintes menções na legislação sobre o assunto 
terceirização, a saber:
a) artigo 442 da Consolidação da Legislação Trabalhista (que cuida da tercei-
rização via cooperativa);
b) Instrução Normativa n. º 03 da Secretária de Inspeção do Trabalho do Minis-
tério do Trabalho e Emprego;
c) Lei 7.102/83, que cuida da terceirização de serviços de vigilância e transporte 
de valores; e por fim,
d) Lei 6.019/74, que regulamenta a atividade das agências de mão-de-obra 
temporária.
Súmula 331 e a terceirização:
Vamos analisar com mais atenção o que diz a súmula 331 sobre o assunto:
Súmula 331 do TST:
“I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, for-
mando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no 
caso de trabalho temporário.
II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, 
não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública 
direta, indireta ou fundacional.
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços 
de vigilância e de conservação e limpeza, bem como a de serviços espe-
cializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a 
pessoalidade e a subordinação direta.
(súmula é a unificação de um entendimento dos vários juízes, neste caso ministros, em relação a um determi-
nado assunto). 
6
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto 
àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, 
das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, desde que hajam participado da relação 
processual e constem também do título executivo judicial.” (os grifos são 
nossos e destacam as matérias que são de interesse do nosso trabalho).
Passemos então a analisar melhor o significado dessa súmula.
No item I a súmula estabelece como regra geral à ilegalidade da terceirização 
que envolva a cessão de mão-de-obra através de interposta empresa. Interposta 
empresa é aquela que cede seus empregados para que estes prestem serviços 
a outras empresas. Neste caso, o vínculo empregatício, ou seja, a relação de 
emprego é formada diretamente entre a empresa tomadora dos serviços e o 
empregado terceirizado.
Em relação a esta regra geral existem algumas exceções mencionadas na 
própria súmula. A primeira exceção é mencionada no próprio item I, onde 
se estabelece que não é ilegal a cessão de mão-de-obra no caso de trabalho 
temporário. Veremos mais adiante o que é e como é regulamentado tal tipo de 
trabalho (Lei 6.019/74).
No item III da súmula temos permissão legal para a terceirização dos serviços 
de vigilância (Lei 7.102/83), conservação e limpeza, também para aqueles ser-
viços especializados ligados às atividades meios (lembrando, atividades meios 
são as atividades não essenciais da empresa, por exemplo, serviços contábeis, 
de seleção e recrutamento de pessoal, entre outros), desde que não exista pes-
soalidade e nem subordinação direta. 
Pessoalidade, em termos da legislação trabalhista é a relação que se estabelece 
diretamente entre a empresa tomadora dos serviços e o empregado terceirizado. 
Ela se manifesta quando a empresa tomadora dos serviços passa a agir como se 
o empregado terceirizado fosse seu próprio empregado, dando-lhe instruções 
e ordens de forma direta, ou mesmo quando, pela qualidade de seus serviços, 
exige que seja sempre o mesmo empregado da empresa terceirizada que pre-
ste aqueles serviços em sua empresa. Devemos lembrar que na terceirização o 
que se contrata são os serviços da uma empresa. Assim, o que deve interessar 
à empresa tomadora dos serviços são estes serviços e nunca a pessoa física do 
empregado da empresa terceirizada. 
Subordinação, por sua vez, se refere ao poder de mando, ou seja, de dar 
ordens, aplicar punições, exigir condutas específicas dos empregados. Neste caso, 
7
o poder de mando deve ser sempre da prestadora dos serviços em relação aos 
seus empregados, restando à empresa tomadora dos serviços a possibilidade de 
solicitar ao representante desta a substituição dos empregados que agirem em 
desajuste com as suas normas. Numa terceirização as ordens e orientações gerais 
devem sem transmitidas pelo tomador dos serviços somente ao encarregado 
daqueles serviços que tiver sido determinado pela empresa prestadora dos ser-
viços, devendo também evitar a manutenção sempre dos mesmos empregados da 
empresa terceirizado, ou seja, deve-se optar pelo rodízio desses empregados.
No item IV é estabelecido entre a empresa tomadora dos serviços e a presta-
dora a responsabilidade subsidiária em relação ao cumprimento das obrigações 
trabalhista dos empregados utilizados na terceirização. Temos neste item que no 
caso do descumprimento das obrigações trabalhistas envolvendo os empregados 
utilizados no processo de terceirização (falta de pagamento de salários ou do 
recolhimento de encargos sociais, horas extras ou dos seus respectivos adicionais, 
pagamento de salários inferiores ao piso da categoria, entre outros), a empresa 
tomadora dos serviços será responsável por tais pagamentos, isto se ela constar 
na reclamação trabalhista movida pelo empregado terceirizado e, ainda, se ela 
tiver sido condenada também na sentença relativa a tal reclamação.
Trabalho temporário:
No caso de mão-de-obra temporária, cuja atividade é regulamentada pela já 
mencionada Lei 6.019, de 03.01.1074, temos uma série de exigências específi-
cas. Inicialmente, a empresa que concede mão-de-obra temporária (conhecida 
como agência de mão-de-obra temporária) deverá ser registrada no Ministério 
do Trabalho e Emprego, devendo tal registro ser requerido diretamente à Del-
egacia do Trabalho mais próxima da sede da empresa. Outra particularidade, 
neste caso, é que a mão-de-obra temporária deverá ser utilizada exclusivamente 
na substituição provisória da mão-de-obra efetiva (por exemplo, a substituição 
de empregada que esteja no período de gozo da licença maternidade), ou para 
atender aumento sazonal (relativo a um período específico do ano) de demanda 
(vendedores para comércio varejista no final do ano). A utilização dessa mão-
de-obra será de 03 meses, podendo tal período ser prorrogado por mais 03 
meses mediante comunicação à respectiva Delegacia do Trabalho. O empregado 
temporário poderá ser utilizado tanto em atividades meio como em atividades 
fins, podendo ser dirigidos diretamente pela empresa tomadora dos serviços. A 
seleção, contratação e remuneração, entretanto, serão realizadas pela agência de 
mão-de-obra. No contrato de prestação de serviços estabelecido entre a empresa 
8
tomadora da mão-de-obra e a agência, que deverá ser escrito, deverá constar a 
justificada para utilização dos empregados temporários (substituição temporária 
de mão-de-obra efetiva ou atendimento a acréscimo de demanda por motivos 
sazonais, por exemplo), bem como a função em que tais empregados temporários 
serão utilizados. Devemos atentar ainda ao fato de que a utilização dessa mão-
de-obra temporária em função diferente daquela que constar no contrato, ou 
sua utilização acima do prazo mencionado, estabelecerá vínculo empregatício 
entre o empregado temporário e a empresa tomadora de seus serviços.
Serviços especializados não ligados à atividade fim da 
empresa.
No caso da utilização de mão-de-obra específica, não se admite que os em-
pregados da terceirizada sejam utilizados em atividades fins da empresa tomadora 
dos serviços, mas apenas em atividades meios. Neste caso, a empresa tomadora 
dos serviços não poderá estabelecer com os empregados da terceirizada pes-
soalidade ou subordinação. Exige-se, ainda, para fins de fiscalização, contrato 
deprestação de serviços escrito, bem como cópia dos contratos sociais das 
empresas tomadora de serviços e da prestadora (terceirizada) de tais serviços, a 
fim de comprovação de que elas possuem objetos sociais distintos (atividades 
fins diferentes uma em relação à outra) entre outros documentos. As orientações 
sobre o que é ou não aceito neste caso e ainda na utilização de trabalho tem-
porário estão contidas na Instrução Normativa n.º 03 da Secretaria de Inspeção 
do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, que encontra-se disponível 
para consulta no site: www.mte.go.br.
Cooperativa de mão de obra:
A terceirização através da contratação de cooperativa de mão-de-obra, apesar 
de permitida pelo artigo 447 da CLT (Consolidação da Legislação do Trabalho) 
é encarada pelos órgãos de fiscalização (Ministério do Trabalho e Emprego 
e Ministério Público Federal do Trabalho) e pela própria Justiça do Trabalho, 
com grande reserva. Normalmente, a aceitação desse tipo de cessão de mão-
de-obra está condicionada à legalização da cooperativa e à exigência de que 
o cooperado tenha garantido direitos iguais ou superiores aos dos empregados 
da tomadora dos serviços. Neste sentido é interessante, a leitura do Manual de 
9
Fiscalização de Cooperativas disponível no site do Ministério do Trabalho e Emprego 
(www.mte.gov.br). 
Cuidados na contratação de terceirizadas:
Qualquer que seja a modalidade ou a forma de terceirização que se pretenda adotar, 
alguns cuidados serão básicos. Uma pesquisa cabal sobre a idoneidade da empresa e 
de seus sócios, sobre sua a saúde financeira, sobre sua legalização e sobre sua situação 
em relação aos recolhimentos de tributos, sobre a taxa de satisfação de seus clientes e 
fornecedores, é essencial para se evitar riscos na terceirização. Algumas empresas que 
utilizam serviços terceirizados chegam a formularem verdadeiros check-list contendo os 
documentos e as pesquisas que devam ser apresentados e renovados periodicamente 
por tais empresas, sob pena de rescindirem os contratos de terceirização. É importante 
saber se a empresa terceirizada atenderá a demanda de sua empresa nas condições 
estabelecidas, seja em relação à quantidade e qualidade, no caso dos contratos de 
industrialização por encomenda ou fabricação com marca de terceiros, ou ainda, se 
tais empresas estão totalmente regularizadas em relação à contratação dos empregos 
utilizados na cessão de mão-de-obra, inclusive em relação ao cumprimento dos pre-
ceitos trabalhistas e ao recolhimento dos encargos sociais. Na hora de se elaborar os 
contratos de terceirização e na elaboração e conferência dos documentos e informações 
constantes do seu check list, aconselhamos a utilização dos serviços de um profissional 
da área de direito, com o devido apoio do responsável pela contabilidade de sua em-
presa. E, finalizando nosso trabalho, aconselhamos ainda que a utilização ou não da 
terceirização esteja sempre subordinada ao plano estratégico de sua empresa.
10

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