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CCJ0005 WL RA 01 Ciência Política Introdução & A Palavra Política no Espaço Social (18 07 2012)

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado
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	Plano de Aula: DISCURSO POLÍTICO
CIÊNCIA POLÍTICA
Título
DISCURSO POLÍTICO
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
1 
Tema
DISCURSO POLÍTICO
Objetivos
Compreender a importância do estudo da Ciência Política para o papel desempenhado pelo Direito na Sociedade.
Analisar a palavra política e sua função no espaço social.
Compreender a complexidade do campo político sob a perspectiva dos sujeitos políticos e suas ações sociais.
Mostrar ao aluno a importância da disciplina para a formação humanística e crítica sobre realidade social.
Apresentar ao aluno o Plano de Ensino e o Mapa Conceitual da disciplina.
Estrutura do Conteúdo
1- O que é o discurso político?
Discutir com os alunos as noções, estruturas e inter-relações das categorias: espaço social, poder, dominação, campo de poder político, sujeitos políticos e ação social.
O discurso político como sistema de pensamento é o resultado de uma atividade discursiva que procura fundar um ideal político em função de certos princípios que devem servir de referência para a construção das opiniões e dos posicionamentos. É em nome dos sistemas de pensamento que se determinam as filiações ideológicas e uma análise do discurso deve se dedicar a descrevê-los a partir de textos diversos. O discurso político como ato de comunicação concerne mais diretamente aos atores que participam da cena de comunicação política, cujo desafio consiste em influenciar as opiniões a fim de obter adesões, rejeições ou consensos. Ele resulta de aglomerações que estruturam parcialmente a ação política e constrói imaginários de filiação comunitária, mas dessa vez, mais em nome de um comportamento comum, mais ou menos ritualizado do que um sistema de pensamento, mesmo que este perpasse aquele. Aqui o discurso político dedica-se a construir imagens de atores e a usar estratégias de persuasão e sedução empregando diversos procedimentos retóricos. O discurso político como comentário não está necessariamente voltado para um fim político. O propósito é o conceito político, mas o discurso inscreve-se em uma situação cuja finalidade está fora do campo da ação política: é um discurso a respeito do político, sem risco político. Pela mesma razão, a atitude de comentar não engendra uma comunidade específica, a não serem ajustamentos circunstanciais de indivíduos por ocasião de trocas convencionais não voltadas exclusivamente a política. Um discurso de comentário tem por particularidade não engajar o sujeito que o sustenta em uma ação. CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2006, p. 47.
1.1- A palavra política e a questão do poder.
"A questão do poder e da legitimidade política tem sido longamente discutida, começando por Platão, passando por Kant até chegar, mais recentemente, a Weber, Arendt, Foucault, Bourdieu e Habermas. Retomaremos diversas proposições desses autores para tentar determinar o que é o campo político. Sem exagerar a complexidade das relações de força que se instauram nesse campo, parece que é possível determinar quando são tratados simultaneamente, e em interação, as questões da ação política, de sua finalidade e de sua organização; as instâncias que são partes interessadas nessa ação; os valores em nome dos quais é realizada essa ação." CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo, 2006, p. 16
1.2- Do espaço social aos espaços sociais da palavra política.
"O espaço político, e mais geralmente da sociedade, não corresponde necessariamente ao geográfico, mesmo se às vezes os dois coincidam. Ele é fragmentado em diversos espaços de discussão, de persuasão, de decisão que ora se recortam, ora se confundem, ora se opõem. Pode-se nesse momento falar de um espaço público como um espaço mais ou menos homogêneo no qual aconteceria tudo que diz respeito à vida em sociedade? O que está em questão há muito, e em debate ainda no momento atual, é saber se convém diferenciar o espaço público e o espaço político, qual é a natureza desse espaço público e onde se situa a fronteira entre espaço público e privado.” CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo, 2006, p. 23.
1.3- Sobre a complexidade do campo político: os setores de ação social.
Campo é um espaço social de relações de forças, traduzidas na disputa de poder entre os agentes sociais, sendo dotado de regras e conhecimentos específicos (habitus) para a estruturação das relações de poder.
2. O que é o discurso político?
Apresentar o objetivo do discurso político, tal seja: o de influenciar ou buscar adesão sempre de um maior número de pessoas. Como também compreender o que seria legitimidade: comando reconhecido como não arbitrário.
2.1. O estudo do discurso político.
A Análise do Discurso é uma disciplina nova que nasce da convergência das correntes lingüísticas e os estudos sobre a retórica greco-romana. A definição de Análise do Discurso chama as noções da Lingüística textual na qual os elementos da frase podem ser relacionados a múltiplos sensos lingüísticos, extralingüísticos e sociais, possibilitando-nos vislumbrar quais seriam as intenções nos discursos, com os seus ditos e não ditos; e como estes discursos são organizados sempre pelos três lugares formadores de sentido: a doutrina, a retórica e os elementos de justificação ou de legitimação.
2.2. Uma problemática do discurso político como processo de influência social.
"O sujeito, ser individual, mas também social necessita de referências para se inscrever no mundo dos signos e significar suas intenções. Logo, apóia-se numa memória discursiva, numa memória das situações, que vão normatizar o comportamento das trocas linguageiras, de modo que se entendam e obedeçam aos ?enjeux? (expectativas) discursivos, que persistem na sociedade e estão a guiar os comportamentos sociais, de acordo com contratos estabelecidos. Ex. Um discurso político pode se realizar como um debate, um comício, uma entrevista, um texto escrito, um papo amigável do candidato, com direito a tapinhas nas costas etc. Cada realização vai exigir uma forma diferente que está de acordo com a situação." CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2006, p.47.
2.3. A identidade do sujeito político: a questão da legitimidade.
?Legitimidade não é legalidade: se os indivíduos das classes mais desfavorecidas em matéria de cultura reconhecem quase sempre, ao menos da boca para fora, a legitimidade das regras estáticas propostas pela cultura erudita, isso não exclui que eles possam passar toda sua vida, de facto, fora do campo de aplicação dessas regras sem que estas por isso percam sua legitimidade, isto é, sua pretensão a serem universalmente reconhecidas. A regra legítima pode não determinar em nada as condutas que se situam em sua área de influência, ela pode mesmo só ter exceções, nem por isso define modalidade da experiência que acompanha essas condutas e não pode deixar de ser pensada e reconhecida, sobretudo quando é transgredida, como regra das condutas culturais quese pretendem legítimas. Em suma, a existência daquilo que chamo legitimidade cultural consiste em que todo indivíduo, queira ele ou não, admita ou não, está colocado no campo de aplicação de um sistema de regras que permitem qualificar e hierarquizar seu comportamento do ponto de vista da cultura.? BOURDIEU, Pierre. Campo Intelectual e Projeto Criador. In: Problemas do Estruturalismo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968, p. 128.
Aplicação Prática Teórica
Caso Concreto:
Tema: Espaço social da palavra e complexidade do campo político
Leia, atentamente, o trecho do texto ?A experiência dos CIEPs, abaixo: Controvérsias em torno da legitimidade de uma ?Escola Nova? de Adelia Maria Miglievich Ribeiro e Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Jr, e responda:
1) Qual o espaço social da palavra política ele se refere?
2) A qual tipo de discurso político ele se refere? Justifique as suas respostas.
"Não é de pouca monta a complexidade do debate da educação integral mobilizado pela experiência recente dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) uma vez considerada que a relação entre educação e política não é apoiada em fáceis consensos.
Faz-se necessário redobrar a vigilância epistemológica ao tentarmos ponderar, por exemplo, a singularidade do período de implantação dos CIEPs e o fato incontornável de sua identidade institucional ser atribuída ao intelectual e político Darcy Ribeiro (1922-1997) e ao brizolismo. Isto nos exige, para além do exame do projeto político-pedagógico basilar dos CIEPs que buscou o ideário da escola para todos tendo, entre outros ícones, a ascendência de Anísio Teixeira, a atenção às reconfigurações no campo político, mais especificamente na política educacional no Estado do Rio de Janeiro. De um lado, tais reconfigurações levavam ao extremo as posturas quer de devoção quer de aversão à personalidade pública de Brizola numa conjuntura em que sua popularidade significava o fortalecimento de uma corrida eleitoral que tinha como meta a presidência da república; de outro, há de se considerar o impacto de qualquer inovação política num campo onde práticas já estão estabelecidas e institucionalizadas. Não por acaso, a burocracia e a chamada legalidade foram os principais entraves à implementação mesma dos CIEPs que traduziam uma nova forma de se fazer educação básica de qualidade. Dito de outro modo, um estudo com pretensões de avaliação desta política pública seria inocente se não buscasse olhar a realidade em seus diversos e mesmo antagônicos ângulos.
Como pressuposto dessa pesquisa, que se encontra em fase inicial, entendemos o sistema educacional como relevante estrutura social a contrariar os imperativos do mercado mundial, posto que oferta meios de socialização dos indivíduos e de aperfeiçoamento de suas competências que interferem diretamente na possibilidade de sua inclusão na esfera pública como cidadãos. A escola é, em nossa percepção, em que pesem todos os atuais constrangimentos, espaço político de materialização do ideário da promoção igualdade de oportunidade garantida aos indivíduos nos governos democráticos, na mesma medida que pode se tornar o seu oposto, a confirmação da desesperança para gerações de crianças e de jovens em qualquer sociedade dita moderna. Também, e não menos importante, vemos também na escola a esfera pública numa de suas facetas, nela sendo possível trazer reflexões a dar visibilidade a inúmeros sujeitos e práticas sociais pré-reflexivas que uma vez tematizadas podem apontar para potencialidades emancipatórias.
Deste modo, participamos do debate da educação integral na tentativa de questionar os mecanismos de naturalização dos atos de distinção legitimados em políticas educacionais, examinando o alcance do sistema educacional na (re)distribuição dos bens econômicos, culturais e do tempo livre mediante lutas pela conservação e pela transformação dos padrões de distribuição e reconhecimento existentes na sociedade maior. Esboçamos ainda os seguintes traços: o carisma ?darcyniano? e as implicações da sua representação política; a co-determinação envolvendo essa representação política e o dilema ?distribuição-reconhecimento? abordado por Nancy Frazer (2001)".
Atividade ExtraClasse Obrigatória:
TÍTULO DA ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA: As Relações entre o Estado e o Direito.
OBJETIVO:
Compreender as várias relações e interseções entre os fenômenos políticos e jurídicos.
COMPETÊNCIAS/HABILIDADES:
-Capacidade de análise crítica dos fenômenos políticos e jurídicos.
-Habilidade de pesquisar em diversas fontes, com a utilização da internet como ferramenta.
-Capacidade de redigir textos em linguagem coerente e adequada.
-Compreensão da interdisciplinariedade do fenômeno jurídico e das transformações sociais.
-Visão atualizada de mundo e consciência dos problemas de seu tempo.
DESENVOLVIMENTO:
A atividade extraclasse obrigatória da disciplina Ciência Política será realizada em 4 (quatro) etapas, abaixo elencadas. Os arquivos produzidos em cada etapa deverão ser armazenados para reaproveitamento na etapa final.
1ª etapa) Assistir o vídeo GERMINAL www.youtube.com/watch?v=eNORsDsZxSE e debater o tema com os colegas de classe e professores.
NOTA: a discussão pode ocorrer em sala de aula, nos corredores da universidade, em encontros informais etc. Para auxiliar o aluno que tenha dificuldade nesta etapa, sugere-se a leitura do resumo crítico encontrado no sítio: http://mundodospensantes.webnode.com.br/news/resumo-critico-do-filme-germinal-x-realismo-naturalismo-por-charles-quirino/
Após, o estudante deverá elaborar uma resenha crítica, traçando um paralelo entre a realidade fática apresentada no vídeo e a realidade brasileira. 
2ª etapa) Pesquisar na internet o tema: CAPITALISMO E RELAÇÕES TRABALHISTAS. Deve ser lembrado que o filme indicado na primeira etapa pode auxiliar o aluno com diversos exemplos de questões como “mais valia”, “autonomia da vontade”, “seguridade social”, “pobreza” etc. Após, ler: AGUIAR, Renan. Estado e Direito. In: FERREIRA, Lier Pires. GUANABARA, Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo. (orgs.) Curso de Teoria Geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
Ao final, elaborar um resumo deste capítulo.
3ª etapa) Pesquisar textos sobre as relações do Estado de Direito e o liberalismo político e econômico.
Produzir um quadro comparativo, com argumentos favoráveis e desfavoráveis, quanto ao modelo de sociedade proposto pela ideologia do liberalismo político e econômico.
4ª etapa) Elaborar apresentações orais que tenham como temática as relações entre o Estado, o Direito e o Sistema de produção econômico. O aluno não pode esquecer que esta etapa deverá ser produzida em grupos de até 6 (seis) estudantes. Os grupos terão em torno 10 minutos para as apresentações.
PRODUTO/RESULTADO:
1ª etapa) Resenha.
2ª etapa) Resumo.
3ª etapa) Quadro comparativo.
4ª etapa) Apresentação oral.
E-mail:
Livros Recomendados:
01-Cláudio De Cicco – Teoria Geral do Estado e Ciência Política
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	1ª AULA – Apresentação
	
	FAZER
	Ler: Capítulo I: Divisão Geral do Direito e a Posição da Teoria Geral do Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
	FAZER
	Ler: Capítulo II: Teoria sobre a Origem da Sociedade humana, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	1ª AULA – A palavra política no espaço social:
	
	Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado
Professor Rafael Iório
Aula 01
CONHECENDO O PLANO DE ENSINO
CONTEXTUALIZAÇÃO:
A disciplina Ciência Política, em uma perspectiva interdisciplinar com a História, a Sociologia, a Antropologia Social e a Filosofia Política, procura tornar evidentes as normas que se instauram como princípios de governança, revelar as razões que as instituem e medir seus efeitos sobre o estado das sociedades. Dessa maneira, são estudados os comportamentos dos atores políticos em função e suaidentidade e de seus engajamentos, bem como os processos que conduzem a reações e a escolhas diante de acontecimentos sociais, tais como a imigração ou o desemprego, o jogo de manipulação das massas que acompanha o avanço das doutrinas.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Estudar o discurso político.
Compreender as diversas categorias que constituem e se articulam no campo político.
Conhecer o conceito de Estado e seus elementos.
Identificar os elementos da globalização.
Compreender o multiculturalismo.
Adquirir a percepção política dos Direitos Humanos.
MÉTODO UTILIZADO NA DISCIPLINA
Sem método não há ciência.
O método é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes.
O método é o caminho a ser percorrido a fim de alcançar o conhecimento científico.
Três métodos são básicos (indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses). Além desses, nas chamadas ciências humanas podemos citar os seguintes métodos: hermenêutico, fenomenológico, dialético, funcionalismo, estruturalismo, etc.
A metodologia de ensino do Curso de Direito é centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a discussão de suas aplicações.
A METODOLOGIA DA RESOLUÇÃO DE CASOS
É necessário que o aluno adquira o costume de estudar previamente o conteúdo que será ministrado pelo professor em sala de aula. Desta forma, terá condições para encarar e solucionar cada caso proposto.
O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema. 
A partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá melhores condições de, não só consolidar seus conhecimentos, mas também dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente acadêmico mais rico e exitoso.
Unidade 1
• O que é o discurso político?
• A palavra política no espaço social.
• A palavra política e a questão do poder.
• Do espaço social aos espaços sociais da palavra política.
• Sobre a complexidade do campo político: os setores de ação social.
• O estudo do discurso político.
• Uma problemática do discurso político como processo de influência social.
• A identidade do sujeito político: a questão da legitimidade.
Unidade 2
• As estratégias do discurso político.
• A retórica política.
• A persuasão no discurso político.
Unidade 3
• As categorias do campo político: sistemas, regimes e doutrinas políticas.
• Republicanismo e Monarquismo.
• Socialismo, Comunismo e Anarquismo.
• Nazismo.
• Fascismo.
• Democracia.
Unidade 4
As categorias do campo político: O Estado, o poder político e seus limites.
• Os elementos do Estado: governo soberano, território, povo, representação diplomática e reconhecimento internacional.
• O Contrato Social.
• O fenômeno do Constitucionalismo.
• A Constituição Escrita.
• A separação do poderes.
• A teoria dos Direitos Fundamentais.
Unidade 5
• As categorias do campo político: as formas de Estado.
• O Estado unitário.
• A confederação.
• A federação.
• O reino unido.
Unidade 6
• As categorias do campo político: os sistemas de governo.
• Presidencialismo: alguns exemplos no mundo.
• Parlamentarismos monárquico e Republicano: alguns exemplos no mundo.
Unidade 7
• As categorias do campo político: nação, multiculturalismo, Direitos Humanos e globalização.
• O conceito de nação.
• Os anseios identitários.
• O conceito de multicultaralismo.
• Noções sobre Direitos Humanos.
• Noções sobre globalização. 
Unidade 8
• As categorias do campo político: movimentos sociais.
• Estado de exceção.
• Desobediência Civil.
• Revolução.
• Golpes de Estado.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA;
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
GUANABARA, Ricardo; FERREIRA, Lier Pires; JORGE, Vladimyr Lombardo. Curso de ciência política. Rio de Janeiro: Campus, 2008.
LATTMAN-WELTMAN, Fernando. Curso de Ciência Política. 1ª Edição. Elsevier. 2009.
LEITURAS PARA A PRÓXIMA AULA:
Nome do livro: Curso de Ciência Política.
Nome do autor: LATTMAN-WELTMAN, Fernando e outros.
Editora: Elsevier.
Ano: 2008.
Edição: 1ª.
ISBN: 978-85-352-3161-8
Nome do capítulo: Edmund Burke: a estética conservadora da arte política.
ESTRUTURA DE CONTEÚDO DA AULA 1:
Discutir com os alunos as noções, estruturas e inter-relações das categorias: espaço social, poder, dominação, campo de poder político, sujeitos políticos e ação social.
“O discurso político como sistema de pensamento é o resultado de uma atividade discursiva que procura fundar um ideal político em função de certos princípios que devem servir de referência para a construção das opiniões e dos posicionamentos. É em nome dos sistemas de pensamento que se determinam as filiações ideológicas e uma análise do discurso deve se dedicar a descrevê-los a partir de textos diversos.O discurso político como ato de comunicação concerne mais diretamente aos atores que participam da cena de comunicação política, cujo desafio consiste em influenciar as opiniões a fim de obter adesões, rejeições ou consensos. Ele resulta de aglomerações que estruturam parcialmente a ação política e constrói imaginários de filiação comunitária, mas dessa vez, mais em nome de um comportamento comum, mais ou menos ritualizado do que um sistema de pensamento, mesmo que este perpasse aquele. Aqui o discurso político dedica-se a construir imagens de atores e a usar estratégias de persuasão e sedução empregando diversos procedimentos retóricos.
O discurso político como comentário não está necessariamente voltado para um fim político. O propósito é o conceito político, mas o discurso inscreve-se em uma situação cuja finalidade está fora do campo da ação política: é um discurso a respeito do político, sem risco político. Pela mesma razão, a atitude de comentar não engendra uma comunidade específica, a não ser ajustamentos circunstanciais de indivíduos por ocasião de trocas convencionais não voltadas exclusivamente a política. Um discurso de comentário tem por particularidade não engajar o sujeito que o sustenta em uma ação.” CHARAUDEAU, Patrick. Discurso Político. São Paulo: Contexto, 2006, p. 47.
==XXX==
	Capítulo I: Divisão Geral do Direito e a Posição da Teoria Geral do Estado
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga)
	TEORIA GERAL DO ESTADO
Divisão Geral do Direito e Posição da Teoria Geral do Estado
sumário:
1. Considerações iniciais.
2. Direito natural e direito positivo.
3. Ramos do direito positivo:
3.1 Direito Público;
3.2 Direito Privado;
3.3 Direitos Difusos, Coletivos, e Individuais Homogêneos.
4. Posição da Teoria Geral do Estado na árvore do direito positivo.
1. Considerações iniciais
Antes de analisar a Divisão Geral do Direito, importa compreender a relevância desta divisão em ramos e disciplinas, tendo em vista a organização e a sistematização de todo o conhecimento implicado em uma ciência tão ampla e complexa.
Feita esta consideração, entretanto, neste capítulo, compete analisar as divisões do direito. Consideramos duas divisões:
O direito natural e o direito positivo;
O direito público e o direito privado, sendo que, modernamente, considera-se o nascimento de um novo ramo conhecido como direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.
2. Direito natural e direito positivo
Antes de analisarmos a divisão do Direito Positivo devemos acentuar que o Direito divide-se primeiramente em Natural e Positivo. Na história, temos esta idéia do Direito Natural distinto do Direito Positivo desde a Antigüidade tanto Ocidental como Oriental.
É na Grécia que os pensadores da época estudaram e propuseram com mais robusteza uma teoria acerca do Direito Natural superiorao Direito Positivo. Menciona-se como antecedente remoto da idéia de Direito Natural a cena da peça Antígona de Sófocles (497-405 a.C.), em que esta jovem busca apoio em uma lei acima da lei do Estado de Tebas para contrariar o governante, Creonte, que condenara seu irmão à morte e proibira o sepultamento. Ao cumprir os ritos fúnebres, expondo-se ela também à morte, Antígona declara: "Não creio que teus decretos tenham tal poder a ponto de permitir a um mortal violar as leis divinas, leis não escritas, mas intangíveis. Não são de hoje, nem de ontem, estão em vigor desde a origem e ninguém viu seu nascimento" (versos 45 0-45 7).01
O Direito Natural (jus naturale) integra a doutrina do Jusnaturalismo também entre os filósofos estóicos gregos e romanos (I-II séculos a.C. até o III século da nossa era), para quem a Natureza mesma segue e ensina tal Direito até aos animais. Essa doutrina entende que existe um sistema de normas de conduta independente da vontade humana,02 sendo as leis positivas promulgadas como conclusões da lei natural. Esta é a opinião de São Tomás de Aquino (1225-1274), ao vislumbrar três graus na hierarquia das leis: a lei eterna, que se confunde com a própria sabedoria de Deus; a natural, que rege o universo, acessível á razão humana; e a positiva, emanada do Estado.03 Esse Direito tem validade em si, e é, para os jusnaturalistas, anterior e superior ao Direito Positivo. Dependendo da mentalidade de cada época, sua fundamentação pode estar na natureza (antigos), em Deus criador (medievais), na razão (modernos) ou na dignidade da pessoa humana (contemporâneos).
Por seu turno, o Direito Positivo consiste no conjunto de normas impostas e estabelecidas pelo Estado a fim de organizar uma sociedade em um dado tempo e espaço. O termo Positivo deriva do termo latino positum, que significa posto, que se impõe. Desta maneira, o Direito Positivo é aquele que está grafado em leis, decretos, decisões judiciárias, tratados internacionais etc.
01. SÓFOCLES. Antígona.
02. Assim, por exemplo, Marco Túlio Cícero (106-44 a.C.) no livro: Da República, explica que tal lei natural, produto da reta razão divina, não pode ser mudada nem pelo Senado nem pela assembléia do povo romano, pois é eterna, imutável e universal (Livro III, 22).
03. É o que se vê na Suma teológica, I Parte da II Parte, questões 90 a 95.
3. Ramos do direito positivo
Imaginando o Direito Positivo como uma grande árvore, é possível reconhecer dois ramos, conforme a divisão dos antigos romanos: a parte das leis que regulam a relação entre indivíduos, pessoas físicas e ou pessoas jurídicas, consiste no Direito Privado; a parte das leis que tratam das relações da sociedade política em si mesma e em suas interações com os indivíduos consubstancia o Direito Público. Ulpiano sintetiza da seguinte maneira: publicum jus est quod ad statum rei romanae spectat; privatum quod ad singulorum utilitatem pertinet, ou seja, o Direito Público é o que regula as coisas do Estado; o Direito Privado é o que diz respeito aos interesses particulares.
Ultimamente, o Direito começa a dar vida normativamente, a um "novo ramo nessa árvore", os interesses coletivos.
Inicialmente os direitos originados de interesses coletivos foram considerados como interesses públicos e, consequentemente, direitos públicos. Ocorre que interesses coletivos não se enquadram totalmente no conceito de interesse público, uma vez que não tratam de confrontos entre a autoridade, o Estado e o indivíduo, mas sim, garantias de qualidade de vida dos indivíduos referentes à dignidade da pessoa humana.
Com efeito, na década de 70 do século passado, surgiu na Itália o estudo sobre um novo ramo do Direito ao qual pertencem os Direitos Difusos e Coletivos.04 No Brasil, a discussão teve início a partir da conceituação de Direito do Trabalho e atingiu sua formatação atual com o Direito do Consumidor, que, em seu art. 81, parágrafo único, define os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos da seguinte forma:
"Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Para efeito de estudo, serão consideradas aqui as três divisões apontadas acima.
04. Capitaneada por Denti, Cappelletti, Proto Pisani, Vigoriti e Trocker o Congresso de Pavia de 1974 discutiu os aspectos fundamentais do tema. Em tais estudos, as características que distinguem esta modalidade de interesses foram destacadas com precisão. São elas: (a) indeterminação de seus titulares; (b) indivisibilidade de seu objeto; (c) sua colocação como meio caminho entre os interesses públicos e privados, sendo próprios de uma sociedade de massa e resultado de conflito de massa, carregados de relevância pública.
3.1 Direito público
O Direito Público divide-se em interno e externo. Na primeira categoria encontra-se a União, os Estados, os municípios, as empresas públicas, as autarquias, as sociedades de economia mista. Por seu turno, o campo do Direito Público externo abrange os governos estrangeiros, as organizações estrangeiras de qualquer natureza que tenham constituído, dirijam ou tenham investido em funções públicas.
Pertencem ao Direito Público Interno:
O Direito Constitucional: pode ser definido da seguinte maneira: "Ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado".05 Assim, o Direito Constitucional disciplina a organização do Estado, tratando em sua legislação que no caso brasileiro é a Constituição Federal, da divisão dos poderes, as funções e limites de seus órgãos e as relações entre governantes e governados garantindo direitos e deveres.
O Direito Administrativo: muito ligado ao Direito Constitucional, poderia assim ser definido: "(...) o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado"06
O Direito Tributário: consiste no "ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas sujeitas à imposição tributária de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder".07
O Direito Processual: "Chama-se de Direito Processual o complexo de normas e princípios que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado".08
O Direito Penal: o Direito Penal pode ser definido como "o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como conseqüência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do Direito de Liberdade em face do poder de punir do Estado".09
O Direito Eleitoral: consiste no conjunto de normas que disciplinam a escolha dos membros do Executivo e do Legislativo. Tais normas "estabelecem os critérios e Condições para o eleitor votar, para alguém se candidatar, bem como as datas das eleições, as formas das apurações, o número de candidatos a serem eleitos, fixando as bases para a criação e o funcionamento dos partidos políticos etc.".10
O Direito Militar: tal Direito regula as normas que afetam os militares.
05. SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo, p. 36.
06. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro, p. 34.
07. MACHADO,Hugo de Brito. Curso de direito tributário, p. 35.
08. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo, p. 40.
09. MARQUES, José Frederico, apud JESUS, Damásio Evangelista de, Direito penal, p. 5.
10. NUNES, Luiz Antônio Rizzatto. Introdução ao estudo do direito, p. 127.
Pertence ao Direito Público Externo:
Ao Direito Público Externo pertence o Direito Internacional Público que, nas palavras de Emerson Malheiro: "É a especialidade do direito que estabelece regras e promove o estudo de normas consuetudinárias e convencionais, que administram vínculos de direitos e deveres coletivos, mediante tratados, convenções, acordos entre as nações e cuida das relações existentes entre Estados soberanos, Organizações Internacionais Intergovernamentais, pessoas e os demais entes de direito internacional".11
11. MALHEIRO, Emerson Penha. Manual de direito internacional público. p. 29.
3.2 Direito privado
Pertencem ao Direito Privado: o Direito Civil e o Direito Comercial.
O Direito Civil, nas palavras da Professora Maria Helena Diniz, consiste na regulamentação de "direitos e deveres de todos os indivíduos, enquanto tais, contendo normas sobre o estado e capaci​dade das pessoas e sobre as relações atinentes à família, às coisas, àsobrigações e sucessões",12 bem como às atividades empresariais.13
O Direito Comercial que, na atualidade, diz respeito apenas ao comércio marítimo, pois a parte relativa aos atos de comércio foi revogada pelo atual Código Civil.
12. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de introdução à ciência do direito, p.233.
13. Sobre o direito empresarial, vide art. 966 e ss. do Código Civil atual.
3.3 Direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos 14
A doutrina atual é praticamente unânime em asseverar que a separação do direito positivo em Público e Privado é insuficiente, uma vez que novos direitos começam a surgir, tais como o Direito do Consumidor e o Ambiental. Além disso, a classificação romana já era insuficiente para classificar o Direito do Trabalho, surgindo então o questionamento que abre a discussão para os Direitos Difusos, Coletivos ou Individuais Homogêneos.
Pertencem a esse ramo do Direito Interno, os seguintes Direitos:
Direito do Trabalho: em que pese existirem vozes doutrinárias que não concordem com essa classificação, entendemos que o Direito do Trabalho é difuso. Consiste, em linhas gerais, no conjunto de normas jurídicas que regem as relações de trabalho, e os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores. Tais normas são dispostas no diploma legal chamado Consolidação das Leis do Trabalho além da nossa Constituição Federal e outros diplomas.
Direito Previdenciário: assim como o Direito do Trabalho, o Direito Previdenciário não encontra unanimidade entre os doutrinadores sobre a qual ramo do Direito esse deve pertencer. Embora existam discordâncias, entendemos que se trata de um Direito Difuso que surgiu como uma conquista dos direitos sociais no início do século XX. Tal direito abrange as normas jurídicas que cuidam da Previdência Social.
Direito Econômico: consiste no "estudo da ordenação (ou regulação) jurídica específica da organização e direção da atividade econômica pelos poderes públicos e (ou) pelos poderes privados, quando dotados de capacidade de editar ou contribuir para a edição de regras com caráter geral, vinculativas dos agentes econômicos".15,16
Direito Ambiental: em linhas gerais consiste no conjunto de regras, técnicas e instrumentos jurídicos sistematizados afim de estruturar e assegurar um comportamento de cuidado do meio ambiente, como a proteção da fauna e da flora ou o controle da poluição sonora e visual.
Direito do Consumidor: No Brasil, é bem exposta pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Tal direito consiste em um ramo que trata das relações de consumo e a defesa dos direitos dos consumidores.
Ao Direito Difuso externo pertence o Direito Internacional Privado que "(...) regula e promove o estudo de um conjunto de regras que determinam qual o direito material aplicável às relações jurídicas particulares, sejam elas entre pessoas físicas (exemplo: divórcio) e/ou pessoas jurídicas (exemplo: comercio) de direito privado, ou ainda estabelecer qual a jurisdição competente, em todos os casos, para dirimir qualquer conflito que tenha conexão internacional".17
14. Como já citamos há uma diferenciação entre os termos direitos "difusos", "coletivos" e "individuais homogêneos" que é bem exposta no art.81 do Código de Defesa do Consumidor, colacionado no tópico 3 deste Capítulo.
15. SANTOS, Antônio Carlos. Direito econômico, p. 15.
16. Grafia conforme o original.
17. MALHEIRO, Emerson Penha. Idem, p. 31.
4. Posição da Teoria Geral do Estado na árvore do direito positivo
Feita essa breve exposição dos ramos do Direito, cabe a indagação de onde estaria a Teoria Geral do Estado na árvore que propusemos?
A nosso juízo, a Teoria Geral do Estado está no Direito Público Interno, como uma verdadeira Introdução ao Direito Constitucional, que se divide em duas partes, a geral e a especial. Desta maneira, a Teoria Geral do Estado abrange a parte Geral do Direito Constitucional. Além disso, é possível ver a Teoria Geral do Estado como base do Direito internacional, uma vez que conceitos importantes de nossa disciplina são utilizadas por aquela.
Como analisaremos nessa obra, considera-se mister a compreensão do conceito, dos elementos, das formas, do nascimento e da extinção do Estado; bem como das formas e sistemas de governo; das diferenças e semelhanças entre Estado e Nação; ou ainda os sistemas eleitorais, a representação política, a primazia da Constituição seu Preâmbulo. Sem tais conceitos, imaginamos muita dificuldade no aprendizado do Direito Constitucional em sua parte especial, bem como a abordagem do Direito internacional sem a compreensão desses termos ora citados.
Outra indagação que nos cabe é acerca da Ciência Política. Em qual ramo estaria esta ciência?
Entende-se que a Ciência Política não é propriamente uma ciência jurídica, que em nossa árvore tenha uma posição específica, mas é uma ciência auxiliar muito importante na formação dos juristas, tal como a Sociologia, a Antropologia, a História, a Economia e a Filosofia.
DIREITO
1. NATURAL
2. POSITIVO
2.1 PÚBLICO
2.1.1 EXTERNO => Direito Internacional.
2.1,2 INTERNO => Direito Constitucional, TGE (Teoria Geral do Estado), Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Processual, Direto Eleitoral e Direto Militar.
2.2 PRIVADO => Direito Civil e Direito Comercial.
2.3 DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNIOS
2.3.1 EXTERNO => Direito Internacional.
2.3.2 INTERNO => Direito Trabalhista, Direito Previdenciário, Direito Econômico, Direito Ambiental e Direto do Consumidor.
==XXX==
	Capítulo II: Teoria sobre a Origem da Sociedade Humana
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga)
	TEORIA GERAL DO ESTADO
Teoria sobre a Origem da Sociedade Humana
sumário:
1. Conceito de sociedade.
2. Teorias sobre os fundamentos da sociedade.
2.1 A interpretação organicista da sociedade;
2.2 A interpretação mecanicista da sociedade;
2.3 A interpretação eclética da sociedade.
3. Sociedade e Estado.
1. Conceito de sociedade
Ao buscar um conceito para o termo sociedade, é possível, intuitivamente, imaginar seu significado. Quando se pensa em sócios, imediatamente imagina-se duas ou mais pessoas que se unem a fim de obter um determinado fim. Em uma empresa, por exemplo, o fim pode ser o lucro. Ampliando esse conceito, é possível imaginar uma grande sociedade na qual vários homens agrupados convencionem uma organização a fim de obter algo.
Talcott Parsons define sociedade como a palavra mais genérica para explicar "todo o complexo de relações do homem com seus semelhantes".01 Para ele, a sociedade não se configura como um aglomerado de indivíduos, ou de grupos de indivíduos, mas sim como relações humanas.
Sanchez Agesta afirmaque não há sociedade, "termo abstrato e impreciso, mas sociedades, uma pluralidade de grupos da mais diversa espécie e coesão". Charles Maurras acredita que vivemos em uma sociedade de sociedades e não sociedades de indivíduos.02
Desde a Antigüidade, o conceito de sociedade já é tratado. O grande tratadista Aristóteles assinalava em sua Política que o homem é o politikon zoon (animal social),03 ou seja, não é possível conceber a existência do homem sem viver em contato com outros homens. Afirma Aristóteles que se o ente humano vivesse isolado seria um Deus ou um bruto, algo mais ou algo menos do que um homem. Deste modo, a doutrina aristotélica assinala o caráter social do homem.
Embora divirjam em muitos aspectos, conforme veremos mais a frente nesta obra, os chamados contratualistas, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e John Locke, convergem no que diz respeito à sociedade; consideram que esta é o resultado de um contrato hipotético realizado entre os homens. Deste modo, o ponto comum de todas as teorias contratualistas é a negação do impulso associativo natural no Estado de Natureza, e a afirmação de que somente a vontade humana justifica a existência da sociedade.
Outra definição a ser destacada é a de Giorgio Del Vecchio, que afirma ser a sociedade um "complexo de relações pelo qual vários indivíduos vivem e operam conjuntamente, de modo a formarem uma nova e superior unidade".04
Para Del Vecchio, a sociedade é um "complexo de relações" porque os membros de uma determinada comunidade ou associação são sujeitos de liames éticos que refletem um encadeamento constante, em última análise, de relações jurídicas. "Vivem e operam conjuntamente" porque as colaborações dos indivíduos não são apenas mecânicas, são colaborações conscientes que buscam a harmonia e a paz social, respeitando o coletivo e o individual.
01. PARSONS, Talcott. Encydopaedia of social sciences, apud BONAVIDES, Paulo. Ciência política.
02. BONAVIDES, Paulo. Ciência política, p. 54.
03. Grotius, que não foi um organicista, acompanhou o pensamento de Aristóteles ao afirmar que "O direito é o conjunto de normas ditadas pela razão e sugeridas pelo appetitus societatis" (fome, apetite, desejo de viverem sociedade).
04. DEL VECCHIO, Giorgio, Lições de filosofia do direito, p. 460.
2. Teorias sobre os fundamentos da sociedade
Temos três teorias sobre os fundamentos da sociedade, são elas: a teoria organicista na qual os papéis sociais são bem divididos e, se somados, constituem o todo culminado na sociedade; a teoria mecanicista possui um viés mais individualista na qual cada indivíduo age com autonomia e liberdade e a eclética que mescla as duas supracitadas.
2.1 A interpretação organicista da sociedade
A interpretação organicista, em apertada síntese, consiste em considerar a sociedade como um corpo dotado de orgãos a desempenhar cada qual sua função específica em prol de todos ou, nas palavras de Del Vecchio, representa a "reunião de várias partes, que preenchem funções distintas e que, por sua ação combinada, concorrem para manter a vida do todo".05 Os organicistas têm na filosofia grega de Platão seu nascedouro.
Platão, no Livro V da sua obra A República, estrutura a organização social de forma que todos teriam seus papéis definidos não havendo individualidade ou ambição no homem. Afirma que o homem aceitaria sua condição social e não raciocinaria individualmente, pensaria apenas em fortalecer sua sociedade afim de que esta fosse justa.
Paulo Bonavides afirma que Del Vecchio é organicista, pois "se a sociedade é o valor primário ou fundamental, se a sua existência importa numa realidade nova e superior, subsistente por si mesma, temos o organicismo".06
A crítica feita à teoria organicista é que esta pode levar a posições antidemocráticas e autoritárias. A partir do momento que se busca apenas o bem coletivo, esmaga-se a individualidade e o interesse de cada um passa a ser irrelevante. Desse modo, o governo seria ditatorial, ou mesmo em bases rousseanianas, como veremos mais à frente, seria despótico das multidões.
Confunde aí o preclaro autor organicismo e coletivismo. Porém, dizemos nós, se é organicismo, guarda certa analogia com os organismos, e assim sendo, constitui-se o todo de partes menores que são os tecidos, estes por sua vez de células. Portanto, na esfera política, corresponderá ao reconhecimento do fato de que a sociedade maior, como a Nação, está composta de sociedades menores, regionais, municipais, locais, como são as universidades, as famílias, as organizações profissionais, como a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, por exemplo.
É, se bem refletirmos, o oposto do coletivismo e isto sem cair no individualismo.
Pode-se ainda dividir o organicismo em duas outras modalidades: o materialista e o idealista.
O organicismo materialista, de Scaeffle e Spencer, constrói uma teoria baseando o organicismo na biologia. Compara a sociedade ao organismo. Ou seja, metaforicamente, podemos explicar o funcionamento da sociedade a partir do funcionamento do corpo humano. A título de exemplo seria o mesmo que dizer que os pulmões, o rim e o coração estão para o corpo humano assim como os advogados, os médicos e os construtores estão para a sociedade.07
Cultivando a escola histórica, o organicismo ético e idealista bem defendido por Savigny, crê na existência de um "espírito popular" (o Volksgeist) que pode ser tomado por fonte histórica, costumeira, tradicional, geradora de regras e valores sociais e jurídicos.
05. DEL VECCHIO, Giorgio. Philosophie du droit, p. 346.
06. BONAVIDES, Paulo. Ciência política, p. 55.
07. O organicismo materialista é objeto de críticas, pois pode levar a exageros absurdos, com comparações excêntricas e desatinos lógicos comparando a sociedade a organismos que culminam em um descrédito da teoria organicista.
2.2 A interpretação mecanicista da sociedade
Em linhas gerais, a interpretação mecanicista da sociedade é a concepção segundo a qual a sociedade se forma por junção de indivíduos, agindo por si mesmos com autonomia e liberdade. Em outras palavras, a sociedade resultaria de uma atitude voluntária e arbitrária de cada indivíduo, e não seria decorrência de uma inevitável sociabilidade do homem. Assim sendo, podem se considerar mecanicistas os contratualistas em geral, em oposição à filosofia aristotélica que concluía ser a sociedade uma decorrência natural, portanto, não artificial, das necessidades da pessoa humana.
"É o homem, por natureza, animal social e político, vivendo em companhia de outros de sua espécie, sendo para ele, mais necessária do que para os outros animais a vida em sociedade, pois a estes dotou a natureza de meios de vestimenta e defesa do qual o homem carece; têm os outros animais instintos sobre o que lhes é útil ou nocivo, como a ovelha que instintivamente vê no lobo o inimigo. O homem, porém, possui somente o conhecimento geral do que lhe é necessário à vida, não podendo porém, abarcar tudo com a sua razão. Daí ser necessário ao homem viver em sociedade para que seja ajudado por outros seres humanos e busquem nas diversas questões, este na medicina, aquele outro em outra matéria, usando para isso a linguagem articulada pela qual pode exprimir totalmente o seu conceito a outrem, o que é muito mais limitado entre os outros animais gregários como a formiga, a abelha ou os castores. É, pois, o homem, o mais comunicativo de todos os animais."08
No entanto, apesar de ter o apoio de clássicos da Ciência Política como Aristóteles e São Tomás, a idéia do Estado como algo natural foi substituída a partir do séc. XVII pelas doutrinas contratuaíistas de várias orientações, mas todas coincidem ao afirmar que o Estado resulta de uma união mecânica entre os homens. Isto deu origem a uma visão individualista nas relações entre homem e Estado, que tem prejudicado bastante a compreensão da idéia de bem comum, sempre que haja qualquer risco de colisão com interesses individuais.
08. AQUINO, São Tomás de. O governo dos príncipes, p. 27-28.
2.3 A interpretação eclética da sociedadeA teoria eclética consiste em um misto das teorias organicista e mecanicista. Implica o individual e o coletivo em uma só realidade. Nas palavras do Professor José Geraldo Britto Filomeno: "A sociedade, tal como um corpo humano, por exemplo, é composta de vários indivíduos (órgãos), cada qual desenvolvendo um esforço no intuito de preencher as finalidades da vida social, esforço tal que obedece aos desígnios sociais, e, portanto, a normas de conduta, sob pena de colapso do corpo (sociedade)".09
Entendemos que seja essa a melhor maneira de interpretar a questão em comento. Devemos observar a individualidade sem deixar de observar a coletividade para que se compreenda não só a origem, mas a melhor forma de se conduzir uma sociedade.
9. FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de teoria geral do Estado e ciência política, p. 28.
3. Sociedade e Estado
Cabe neste capítulo considerar também a básica distinção e correlação entre Sociedade e Estado. Embora exista quem considere os dois termos como sinônimos absolutos, há diferenças importantes.
Proudhon vê no Estado a opressão organizada e na sociedade a liberdade difusa. Karl Marx e Friedrich Engels não compreendem o Estado como algo separado, autônomo da Sociedade. Entendem que o Estado não está fora da Sociedade, mas dentro deste, portanto, distinto da mesma. Por seu turno, Auguste Comte considera o Estado como uma das formas de Sociedade, caracterizada especificamente por seus fins, quais sejam: a promoção da ordem política e a organização coercitiva dos poderes sociais de decisão, entre outros.
Por fim, Norberto Bobbio considera que tanto o Estado pode aparecer em oposição à Sociedade como sob sua égide. Conceitua Sociedade como o "conjunto de relações intersubjetivas, anteriores, exteriores e contrárias ao Estado ou sujeitas a este".10
Integrando as doutrinas anteriores, podemos reconhecer que o Estado e a Sociedade são distintos, que a sociedade é algo muito maior que o Estado, e que não é ele a única associação de grande porte que existe em uma dada sociedade. Mas também é verdade que a sociedade política chamada Estado tem por finalidade específica não o seu bem próprio, mas estabelecer as condições básicas de paz e segurança social que possibilitam às outras sociedades, grandes e pequenas, atingirem cada uma delas o seu fim específico.
10. BOBBIO, Norberto. Società (verbete) Dicionário di filosofia, apud BONAVIDES, Paulo. Ciência política, p. 61.
Teoria Sobre os Fundamentos da Sociedade
Interpretação Organicista
Interpretação Mecanicista
Interpretação Eclética
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-001/WLAJ/DP
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