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MODELO MEMORIAIS EM ALEGAÇÕES - PROCESSO PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX – UF.
PROCESSO Nº 0000000-18.2011.8.26.0564
DENUNCIADO: FELISBERTO FELIZ
FELISBERTO FELIZ, já qualificado nas fls. 22 dos autos do processo que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO, por meio de seu advogado abaixo subscrito, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS EM ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro nos artigos 403 § 3º do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
BREVE RESUMO DOS FATOS
Injustamente, conforme comprovado no transcorrer da ação, o acusado foi denunciado como incurso no artigo 217-A do Código Penal. 
Consta do Inquérito Policial, que no dia 09 de julho de 2011, por volta das 21h00, nesta comarca, o acusado, tio da suposta vítima, teria praticado atos libidinosos, diversos da conjunção carnal com Penelope Charmosa da Silva, que na época dos fatos, contava com quatro anos de idade. 
Apurou-se que na data dos fatos ocorreu a comemoração do aniversário de Penelope, na casa do acusado. 
Constou ainda no inquérito, que o acusado e sua sobrinha ficaram sozinhos na sala, enquanto os parentes organizavam a casa. Momento em que o denunciado passou a mão na genitália da vítima. 
A infante, posteriormente contou à mãe que o denunciado havia passado a mão em sua genitália. 
Após citado, o acusado apresentou tempestivamente a resposta à acusação em que em ato contínuo, foi mantida o recebimento da denúncia. 
Realizada a audiência de instrução, foram ouvidas a mãe e as tias da suposta vítima, em que a mãe pediu para que a filha não fosse ouvida em juízo, ao que foi deferido por este juízo. 
Ainda em testemunho, a mãe e as tias afirmaram categoricamente que o Réu se encontrava deitado na sala enquanto Penelope brincava no chão e que nenhuma delas presenciou o ocorrido e que, somente três dias depois foi quando Penelope contou o que supostamente ocorreu à mãe. Às tias nada foi dito. 
Durante a ação, foi produzida prova pericial de avaliação psicológica na criança em duas oportunidades, sendo a 1ª conclusiva de que a suposta vítima não sofreu nenhum trauma, denotando vinculo consistente com a mãe. 
Na segunda oportunidade, sob a avaliação de outra psicóloga, esta confirmou que a suposta vítima não sofreu trauma algum. (vide fls. 226).
Além disso, o laudo, nas fls. 227, de forma expressa concluiu o seguinte:
“A partir da presente avaliação, não podemos emitir parecer conclusivo com relação a ocorrência ou não do abuso” 
Com isso, diante os fatos narrados, não restam dúvidas a cerca do descabimento da acusação. 
DA ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS E DO ÔNUS PROBATÓRIO
Durante o transcorrer da ação, o Ministério Público não trouxe aos autos qualquer prova da existência do fato imputado ao acusado, tão pouco as provas produzidas ou mesmo as testemunhas foram hábeis de apontar a existência de qualquer crime, seja lá qual for. 
Ora Excelência, o ônus probatório da alegação é de quem a fizer.
Conforme preceitua o artigo 155 do Código de Processo Penal, o juiz formará a sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares. 
Além disso, a prova de existência de um crime, deve contes requisitos que consigam de forma precisa, objetiva, lógica e racional, comprovar a ocorrência do ilícito. Nesse sentido:
“Para que na percepção jurisdicional ocorra uma comprovação, ideal para a condenação do agressor, necessita-se da presença de alguns requisitos no depoimento da vítima, não bastando o seu relato, mas, também a precisão e objetividade, logicidade e racionalidade, para que realmente o fato seja interpretado como crime.” (Barros; Birol, 2007) BARROS, Lívia Ramos Sales Mendes de; JORGE BIROL, Aline Pedra. Crime de estupro e sua vítima: a discriminação da mulher na aplicação da pena. O Estado de Alegos, Alagoas. Jan. 2007.
Além disso, vale frisar que ninguém presenciou os fatos. A suposta vítima teria relatado o suposto ocorrido somente três dias após a data do fato, feita por criança de quatro anos, quase que sem discernimento do que diz ou o que ocorre. 
Não é segredo nenhum que a genitora da suposta vítima possui desavenças familiares com o Acusado. 
 A insistência na condenação, parte unicamente da mãe da suposta vítima, que com interesses escuros, contamina o processo. Nesse sentido, assim leciona Aury Lopes Junior:
“A vítima pode apresentar diferentes tipos de intenções negativas, a vingança, interesses escuros, etc, e estes podem contaminar o processo, mas deve-se considerar que, não pode deixá-la ao desabrigo e tampouco negar valor ao que sabe.” (LOPES JÚNIOR, 2010) LOPES JR, Aury. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. 6. Ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris. 2010.
Faltando elementos probatórios da existência do crime, o desfecho não pode ser diferente senão pela absolvição do Acusado. Esse é o entendimento de Nossos Tribunais:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL PENAL. ESTUPRO DE VUNERÁVEL. PALAVRA DA VÍTIMA. ESPECIAL RELEVÂNCIA. PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. I - A palavra da vítima é elemento de extrema relevância nos crimes sexuais, tendo em vista serem, na maior parte dos casos, cometidos na clandestinidade e sem a presença de testemunhas. Precedentes. II - Tendo o Tribunal de origem concluído pela existência de prova da autoria e materialidade hábeis a configurar o crime previsto no art. 217-A do Código Penal, rever tal conclusão exigiria, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório, o que não é viável na via especial, a teor da Súmula 7/STJ. III - Agravo Regimental improvido.”(STJ - AgRg no AREsp: 355041 DF 2013/0210883-1, Relator: Ministra REGINA HELENA COSTA, Data de Julgamento: 17/12/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/02/2014. 
E também:
APELAÇÃO CÍVEL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO A ESTUPRO DE VULNERAVEL. AUSÊNCIA DE PROVAS A INDICAR A AUTORIA DO ATO INFRACIONAL. PALAVRA DA VITIMA QUE SE MOSTROU CONFUSA E NÃO FOI CONFORTADA PELOS DEMAIS ELEMENTOS PROBATORIOS. LAUDO PSICOLOGICO QUE NÃO FOI CONCLUSIVO DA EXISTENCIA DO ABUSO. ABSOLVIÇÃO DO ADOLESCENTE MANTIDA. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70067711903, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís Dall'Agnol, Julgado em 16/03/2016).
Insta salientar que a própria suposta vítima sequer possui traumas ou lembranças claras do ocorrido. 
Evidente que o fato imputado não ocorreu. 
Assim, por não haver prova da existência do fato, requer que este juízo absolva o Réu, conforme prevê o artigo 386, II do Código de Processo Penal. 
Entretanto, se este não for o entendimento de Vossa Excelência, subsidiariamente requer que aplique a absolvição disposta no artigo 386, VIII do Código de Processo Penal. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local..., data...
ADVOGADO... OAB/UF...

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