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CCJ0005-WL-RA-03-Ciência Política-Estado & A Retórica Política (02-08-2012)

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara�Disciplina:
CCJ0005��Aula:
003�Assunto:
Estado�Folha:
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	Plano de Aula: POLÍTICA E SOCIEDADE
CIÊNCIA POLÍTICA
Título
POLÍTICA E SOCIEDADE
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
3
Tema
POLÍTICA E SOCIEDADE
Objetivos
-Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurídico-político.
-Analisar as estruturas e as articulações do discurso político pela lógica das teorias naturalista e contratualistas.
-Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito.
Estrutura do Conteúdo
O Contrato Social.
O contrato social é um acordo de vontades que significa que a sociedade humana é originada e construída de modo artificial ou não natural, ou melhor, como produto de um acordo realizado pelos os homens enquanto expressão e manifestação da sua racionalidade e da sua vontade. Sendo assim, a sociedade nasce conjuntamente com o próprio Estado, sendo este a condição para a sua própria existência e permanência. O Estado é então uma instituição necessária para que os humanos respeitem o próprio contrato e convivam uns com os outros realizando o Bem Comum.
Aplicação Prática Teórica
Leia com atenção as assertivas abaixo para responder  sobre os contratualistas e pacto social
I – No estado de natureza, enquanto que alguns homens possam ser mais fortes ou mais inteligentes do que outros, nenhum se ergue tão acima dos demais por forma a estar além do medo de que outro homem lhe possa fazer mal. Por isso, cada um de nós tem direito a tudo, e uma vez que todas as coisas são escassas, existe uma constante guerra de todos contra todos, a lei dos lobos. No entanto, os homens têm um desejo, que é também em interesse próprio, de acabar com a guerra, e por isso formam sociedades entrando num contrato social.
II – Todos os homens nascem e são iguais por natureza. Usam a razão, um bem comum, para construir a sociedade, e dela partilhar os resultados. O Estado vem do direito natural, como o direito à vida, à liberdade, à propriedade. O Estado deve promulgar o bem estar geral. O governo não pode ser tirânico, nem patriarcal. A relação entre os indivíduos e o Estado é de confiança.
III – O contrato social não se tratava de um contrato estabelecido entre os indivíduos e sim de cada um consigo mesmo e que transformava cada indivíduo num cidadão.A principal cláusula deste contrato é a alienação total de cada associado, com todos os seus direitos, à comunidade.
De acordo com o exposto acima marque a sequência correta:
a) Thomas Hobbes; Rousseau e John Locke.
b) John Locke; Rousseau e Thomas Hobbes.
c) John Locke; Hobbes e Rousseau.
d) Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau.
e) Rousseau, Hobbes e Locke
Caso Concreto: Diferencie o conceito de pacto social em Hobbes , Locke e Rousseau.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	3ª AULA – Estado
	
	VER
Aula - 002
	Ler: Capítulo III: Estado e Direito, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
	VER
Aula - 002
	Ler: Capítulo: Estado e Direito, do livro Curso de Teoria Geral do Estado (Lier Pires, Ricardo Guanabara & Wladimyr Jorge).
	VER
Aula - 002
	Ler: Capítulo IV: Conceito de Estado, Elementos Constitutivos e Características, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
	VER
Aula - 002
	Ler: Capítulo: Elementos do Estado, do livro Curso de Teoria Geral do Estado (Lier Pires, Ricardo Guanabara & Wladimyr Jorge).
	Estado (Status)
-Início do Estado Moderno
Maquiavel XVI => Primeira citação sobre Estado.
Conceitos definidores do Estado:
ELEMENTOS
MATERIAIS
FORMAIS
Território
População
Governo
-População = Povo? (É diferente)
População => Elementos Jurídicos.
Povo => Elementos Políticos, Sociológicos e Jurídicos.
-Território => Solo, Subsolo, Espaço Aéreo, Mar Territorial, Navios e Aviões (Militar, Civil e Comercial).
-Governo => Organização e Funções (Legislativo, Executivo e Judiciário).
Características do Governo => 01- Deve ser Soberano e 02- Do Povo (De Cicco).
Ditadura para Dallari é aceita como Governo, e não para De Cicco.
Funções do Governo:
-Legislativo:
-Vereadores;
-Deputados (Estaduais, Federais e Distritais);
-Senadores.
-Executivo:
-Prefeitos;
-Governadores;
-Presidente.
-Judiciário:
-Juízes;
-Desembargadores;
-Árbitros.
Montesquiel => Poder ( Poder (poder contem o poder).
Características Fundamentais do Estado:
-Soberania => Governo (Sem Soberania => Sem Governo).
-Nacionalidade => Povo (Sem Nacionalidade => Sem Povo).
-Finalidade (Ideologia) => Bem Comum (Sem Finalidade => Sem bem Comum).
Apátridas => Sem Pátria.
	FAZER
	Ler: Capítulo V: Teoria sobre a Soberania do Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
	FAZER
	Ler: Capítulo VI: Nação e Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga).
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	3ª AULA – A Retórica Política
	
	Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado
Professor Rafael Iório
Aula 03
TEMA: A retórica política
OBJETIVOS:
-Analisar as estratégias usadas pelos sujeitos políticos em seus discursos.
-Compreender o conceito e as estruturas da Retórica Política.
3. As estratégias do discurso político
Discutir o conceito de retórica, e demonstrar como se opera e estrutura a oratória e a argumentação política. Vale lembrar que tais questões estão devidamente desenvolvidas no material de apoio do aluno, como também no texto da coletânea de exercícios.
3.1. A retórica política
A retórica é uma dinâmica de comunicação dos atores políticos, ou seja, a razão ideológica de identificação imaginária da “verdade” política. Os atores do campo político fazem parte das diversas cenas de vozes comunicantes de um enredo permeado pelo desafio retórico do reconhecimento social, isto é, o consenso, a rejeição ou a adesão. Suas ações realizam vários eventos: audiências públicas, debates, reuniões, e hoje principalmente, a ocupação do espaço midiático. Precisam de filiações, estabelecendo organizações, que se sustentam pelo mesmo sistema de crença político articuladora de ritos e mitos pela via dos procedimentos retóricos.
A retórica além de ser a arte da persuasão pelo discurso; é também a teoria e o ensinamento dos recursos verbais – da linguagem escrita ou oral – que tornam um discurso persuasivo para seu receptor. Segundo Aristóteles, a função da retórica não seria “somente persuadir, mas ver o que cada caso comporta de persuasivo” (Retórica, I,2,135 a-b).
O vocábulo retórica denota três sentidos:
No sentido lato, é uma prática discursiva competente e espontânea, encontrada em qualquer cultura, para a transmissão de informações e ensinamentos.
O segundo significado, produzido na cultura helena, é um ciclo de estudos ligados a gramática e a dialética, com duasvertentes. Sua sistematização originou-se dos sofistas; por Córax, Isócrates, Górgias e Protágoras; tendo depois no século IV a.C., a sua fundamentação enquanto ciência poiética, por Aristóteles, que se divide em poética e retórica, cuja formulação estendeu-se até o século XIX, sem profundas alterações.
Para os sofistas a retórica era o seu método- tékne retoriké. Ele se opera da seguinte forma: uma vez que se tem por pressupostos as opiniões, que são conflitantes e contraditórias, realizar-se-á a persuasão através do confronto dos argumentos contrários. A contribuição dos sofistas pela tékne retoriké está no uso do discurso para o confronto, evitando desta forma a violência e a tirania, com isto propiciando o ato democrático da arte da persuasão.
Para Aristóteles, a retórica não seria persuasão e sim distinção e escolha dos meios mais adequados para persuadir, despertando as paixões (páthos) e não o intelecto do receptor, concepção adotada, mais tarde, por Cícero e Quintiliano. Na politica é indispensável, nos discursos públicos proferidos em assembléias durante o processo deliberativo. Ele separa o agente, a ação e o resultado da ação e descreve os gêneros do discurso em:
1-Deliberativo- o orador tenta persuadir o ouvinte sobre uma coisa boa ou má para o futuro;
2- Judiciário- o orador tenta persuadir o julgador sobre uma coisa justa ou injusta do passado e;
3- Epidíctico e Vitupério- o orador tenta comover o ouvinte sobre uma coisa digna, bela ou infame sobre o presente.
Finalmente, o terceiro sentido, só se apresenta após um período de eclipse causado pelo pensamento racionalista, quando ressurge, no século XX, como uma teoria de reflexão crítica e sistemática sobre a prática do discurso. Neste mister destaca-se Chaïm Perelman ao trazer para o debate epistemológico a argumentação e a dialeticidade na análise dos fenômenos das relações humanas contingentes.
É importante ressaltar o traço distintivo entre este filósofo, representante da corrente contemporânea e Aristóteles, suporte do estudo da retórica até a modernidade, sendo o alicerce do pensamento perelmaneano. Na versão atual de Perelman, a retórica visa o racionalidade do ouvinte, convencendo-o. Para a versão clássica de Aristóteles, o ato de persuadir objetiva comover o público, pondo em movimento o páthos.
3.2. Sistema Retórico
O sistema retórico foi elaborado por Aristóteles. Este sistema permanecerá sem grandes mudanças até o século XIX. A retórica é dividida em quatro partes para o seu orador na composição do discurso.
a) Invenção- gr. heurésis
A invenção é a fase da concepção do discurso, onde o inventor (orador) cataloga todos os argumentos (topoi) e meios de persuasão. Ao se perguntar sobre o que deve versar um discurso convém analisar a que gênero ele pertence (deliberativo, judiciário ou epidíctico).
b) Disposição- gr. taxis
A disposição é a fase da organização do discurso, o plano-tipo, que se divide em cinco partes: exórdio, narração, confirmação, digressão e peroração.
-Exórdio- gr. Prooimion => Exórdio é a parte do discurso que objetiva tornar o auditório dócil, atento e benevolente aos argumentos do orador.
-Narração- gr. Piegésis => Narração é a exposição dos fatos referentes à causa, aparentemente objetiva, porém direcionada segundo as intenções do orador. Na narração que o logos supera o éthos e o páthos. Suas qualidades devem ser clareza, a brevidade e a credibilidade.
-Confirmação- gr. Pistis => A confirmação é o conjunto de provas da relação entre argumentação e refutação que visa destruir os argumentos do adversário.
-Digressão- gr. Parekbasis => A digressão é a parte do discurso que visa distrair o auditório com a finalidade de causar sua piedade ou indignação.
-Peroração- gr. Epílogos => A peroração é a parte que se põe no fim do discurso. Sua função é unir a afetividade com a argumentação.
c) Elocução- gr. léxis
A elocução é a parte do discurso que trata do bom estilo, a grandiloqüência de Górgias, o latinitas dos romanos, o bom vernáculo. Nesta parte é que se escolhe as frases, com as figuras: de palavras, de sentidos, de pensamento e de construção.
d) Ação- gr. hypocrisis
A ação é a forma própria de atingir o público, é a pronunciação do discurso. Não se entende aqui somente a dicção, trabalho da voz e da respiração, mas também às mímicas do rosto, à gestualidade do corpo, tudo se inclui. Esta é a parte em que os oradores, tal como os atores, exprimem sentimentos que não necessariamente sentem, mas usam para persuadir seu auditório. Sua manifestação é típica da oralidade, visto que a expressão escrita, por sua própria natureza, impende o exercício deste recurso.
3.3. Os três grandes princípios retóricos
Podem-se distinguir três grandes princípios retóricos.
Não- paráfrase => Princípio que demonstra que o discurso retórico é inseparável de sua forma, que ele não pode ser traduzido por outro de mesmo sentido.
Fechamento => A mensagem retórica aparece fechada, sem réplica. O fechamento explica a grande força do discurso retórico, só podendo ser combatido com outro.
Transferência => Este princípio objetiva defender um sujeito através do enquadramento da sua personalidade às crenças do auditório. A transferência se opera numa via dupla, na realidade intelectual e afetiva, do que se quer transferir da opinião do auditório.
3.4. Entimema – gr. Enthymeísthai (considerar, refletir): o silogismo retórico
As raízes deste tema remontam Sicília, século V a C. com Córax e Tísias, focalizados na eloqüência judicial. Mais tarde com Górgias na tradição de Isócrates, primeiro a usar o termo - e finalmente em Aristóteles que o sistematiza.
O entimema é o núcleo da persuasão e por isso objeto central da retórica, e por ser fruto da endoxa, trata daquilo que não decorre necessariamente das premissas invocadas.
Aristóteles diz ser o entimema um silogismo, no qual uma das premissas ou mesmo a conclusão é tomada como evidente, permanecendo implícita dentro da estrutura formal do silogismo. Ele pressupõe que o receptor da mensagem conhece e concorda com a premissa ou conclusão silenciada, ocorrendo uma concordância ou não. Dorieus venceu os jogos olímpicos, Dorieus ganhou uma coroa de louros. Falta a premissa maior, pois todos sabem que quem ganha os jogos recebe a coroa (Retórica, I,2,1357ª,15-20).
O filósofo elabora 28 topói para fundamentar os entimemas, por exemplo polissemias, comparação, diferenças de grau, sinônimos etc. (Retórica, II,23,1397ª,10-30).
O silogismo é uma argumentação pressuposta em certos enunciados, na qual a sua conclusão, apesar de diferente, surge necessariamente deles.
O entimema é formalmente imperfeito, deseja persuadir sem a rigidez da coerência lógica. A característica mais evidente do entimema é a formulação encurtada. Quintiliano o chama de silogismo encurtado. Uma vez que a retórica deseja obter efeitos imediatos, fica esta deficiência formal a contrapartida de sua relevância pragmática e estratégica.
A partir de Aristóteles pode-se apresentar uma classificação material dos entimemas:
entimemas que tem por base a verossimilhança, que trabalham com o domínio do contigente;
entimemas de paradigmas que se fundamentam nos exemplos e;
entimemas com base em sinais ou indícios.
3.5. Retórica e Direito
A relação entre retórica e direito tem sua origem na civilização clássica greco-romana, sedimentando os estudos da prática discursiva contingente, e fomentando o espaço democrático de confrontação.
Quando a retórica é entendida como arte do bem falar que trabalha as técnicas persuasivas de ação sobre um público, desejando aumentar sua adesão sobre uma tese, sua aplicação se limita a duas fronteiras. A primeira, quando a tese que se quer que admitam é evidente, e por isso, não se cabe argumentar. A segunda é aquela em que a tese é arbitrária e se impõe não pela razão e sim pela força bruta. Sendo assim, em poucas palavras, seu campo de atuação é aquele em que por ocasião de uma controvérsia, delibera-se para se chegar a uma decisão razoável.
3.6. Caso Concreto
Tema: RetóricaLeia, atentamente, o trecho do verbete “Retórica” de Rafael Mario Lorio Filho, e responda: 1) O que você entendeu por retórica? 2) Qual é a importância da retórica para a política? Justifique as suas respostas.
VERBETE: RETÓRICA (gr. retoriké: arte da oratória, de retor: orador).
1. Noção, origem judiciária e perpetuação no discurso jurídico. A retórica além de ser a arte da persuasão pelo discurso; é também a teoria e o ensinamento dos recursos verbais – da linguagem escrita ou oral – que tornam um discurso persuasivo para seu receptor. Segundo Aristóteles, a função da retórica não seria “somente persuadir, mas ver o que cada caso comporta de persuasivo” (Retórica, I,2,135 a-b). Estudos contemporâneos revelam que a origem da retórica não é literária, mas judiciária. Ela teria surgido na Magna Grécia, em particular na Sicília, após a expulsão dos tiranos, por volta de 465 a.C. Um discípulo de Empédocles de Agrigento, chamado Córax, e seu seguidor, Tísias, teriam publicado uma “arte oratória” (tekhné rhetoriké), compilando preceitos práticos a serem utilizados, numa época em que não existiam advogados, por pessoas envolvidas em conflitos judiciários. Encontra-se aí o surgimento da disposição do discurso judiciário em partes ordenadas logicamente – os lugares (topoi) que servem à argumentação, invenção retórica noticiada pelo ateniense Antifonte (480-411 a.C.). (...) 2. As matrizes gregas: a persuasão e o sistema retórico. A retórica tem como seu primeiro paradigma o pensamento dos sofistas, representados principalmente por Córax, Górgias e Protágoras. Para os sofistas a retórica não visa a argumentação com base no verdadeiro, mas no verossímil (eikos). Seu método opera a partir da existência de uma multiplicidade de opiniões, não raro conflitantes e contraditórias. A persuasão ocorreria mediante a chamada transformação retórica, resultante da habilidade dos retores em confrontar os argumentos contrários. Daí a definição de Córax, que via a retórica como “criadora de persuasão”. Ela consistiria na arte de convencer qualquer um a respeito de qualquer coisa. Surge neste ponto a interseção da retórica com a erística, fundada por Protágoras (486-410 a.C.), consistindo na arte de vencer qualquer controvérsia, independentemente de se ter razão, per fas et nefas. Esta tradição sofística é, no século XIX, retomada por Schopenhauer em seu opúsculo A arte de ter sempre razão ou dialética erística.  O relativismo pragmático de Protágoras é também marcado pelas idéias da inexistência de uma verdade em si e da afirmação que cada homem é medida de todas as coisas. Cada um teria a sua verdade e somente a retórica permitiria que alguém possa impor a sua opinião. Trata-se da onipotência da palavra, não submetida a qualquer critério externo de verdade, como Górgias expressa, com grandiloqüência, no discurso Do não-ser ou da natureza. Essas idéias dos sofistas foram combatidas por Platão, que atribui valoração pejorativa à retórica. Coube, todavia, a Aristóteles sistematizar esse estudo. Para o Estagirita, a retórica não seria mera persuasão mas distinção e escolha dos meios adequados para persuadir. A retórica, tal qual a dialética, não pertenceria a um gênero definido de objetos, porém seria tão universal quanto aquela. Essa tekhné se utilizaria de três tipos de provas como meios para a persuasão: o ethos e o pathos, componentes da afetividade, além do logos, o raciocínio, consistente da prova propriamente dialética da retórica. Aristóteles separa, em sua análise do discurso, o agente, a ação e o resultado da ação, descrevendo os gêneros do discurso em: 1-Deliberativo- o orador tenta persuadir o ouvinte sobre uma coisa boa ou má para o futuro; 2- Judiciário- o orador tenta persuadir o julgador sobre uma coisa justa ou injusta do passado e; 3- Epidíctico e Vitupério- o orador tenta comover o ouvinte sobre uma coisa digna, bela ou infame sobre o presente. É de matriz aristotélica o sistema retórico que servirá como paradigma para o estudo posterior da retórica e resistirá, sem grandes mudanças, até o século XIX. A retórica é dividida em quatro fases para o seu orador, quando da composição do discurso: 1) a invenção (gr. heurésis) é a fase da concepção do discurso, na qual o inventor (orador) cataloga todos os argumentos (topoi) e meios de persuasão, de acordo com o gênero a que pertença (deliberativo, judiciário ou epidíctico). Trata-se do momento em que se opera a criação de conceitos - a heurística - que servirá à estruturação generativa do discurso; 2) a disposição (gr. táxis) seria a fase da organização do discurso, o plano-tipo, que se divide, por seu turno, em cinco partes: exórdio (gr. prooimion), narração (gr. piegésis), confirmação (gr. pistis),  digressão (gr. parekbasis) e peroração (gr. epílogos); 3) a elocução (gr. lexis) é a parte do discurso que trata do bom estilo, como a grandiloqüência de Górgias, o latinitas dos romanos, o bom vernáculo. Nesta parte é que são escolhidas as frases com as figuras: de palavras, de sentidos, de construção e de pensamento; e, por fim, 4) a ação (gr. hypocrisis) é a forma própria de atingir o público, a pronunciação do discurso. Não se entende aqui somente a dicção, trabalho da voz e da respiração, mas também as mímicas do rosto, a gestualidade do corpo, tudo se incluindo na formação do estilo retórico. Esta é a parte em que os oradores, tal como os atores, exprimem sentimentos que não necessariamente sentem, mas utilizam para persuadir seu auditório. Sua manifestação é típica da oralidade, visto que a expressão escrita, por sua própria natureza, impede o exercício deste recurso. (...).
3.7.Sugestão de gabarito do caso concreto:
O discente deverá abordar em sua resposta que a retórica é a arte da palavra. Ela articula e organiza os recursos discursivos, no intuito de persuadir ou convencer um auditório de suas idéias ou proposições. Sua importância para política é fundamental, pois, na disputa de poder entre os sujeitos políticos, é esta técnica, ou melhor, o seu bom uso, que permitirá reconhecer e manipular as teses e estratégias no jogo pela busca de adesão e legitimidade.
==XXX==
	Capítulo V: Teoria sobre a Soberania do Estado
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga)
	
==XXX==
	Capítulo VI: Nação e Estado
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga)
	
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-003/WLAJ/DP

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