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Relevância Complicações macrovasculares DCV é a principal causa de morte e incapacidade nos casos de DM. Em pacientes jovens DM1 5 pessoas em 1.000 morrem por DCV a cada ano, e nos casos de DM2 de meia idade, de 27 pessoas em 1000 morrem por DCV a cada ano redução de risco de 50% com controle adequado: DM, dislipidemia e HAS Complicações microvasculares 80% dos casos de doença renal grave são causados por DM, e 44% de pessoas com diabetes desenvolvem DRC. A retinopatia diabética é a primeira causa de perda de visão em adultos de 26-65 anos, 1 a cada 3 pessoas vivendo com diabetes tem grau de retinopatia diabética, e 1 em cada 10 evolui com comprometimento grave da visão (qualquer grau de retinopatia 35% de prevalência, e proliferativa 7%). Já a prevalência de neuropatia periférica varia de 16 a 66%, e a amputação é 10 a 20x mais comuns na população com diabetes. A prevalência global de pé diabético é em média 6,4%. Patogênese - Microvasculares A patogênese gira em torno de hiperglicemia que levam a suboclusoes, danos endoteliais, isquemia e proliferação vascular. Possui influência dos fatores genéticos, mas principalmente ambientais. O controle glicêmico reduz as complicações crônicas. Quanto mais precoce, mais duradouro e mais intensivo o tratamento da hiperglicemia, melhor. Alvos glicêmicos, HbA1c e variabilidade glicêmica. Metas glicêmicas Glicemia jejum 100 a 130 >> margem de segurança de hiper e hipoglicemia Glicemia pós-prandial (2h) 140 a 160 HbA1c Variabilidade glicêmica Grandes estudos DCCT (diabetes tipo 1) tratamento convencional e tratamento intensivo: após encerrado, todos os pacientes foram para tratamento intensivo e as HbA1c se igualaram. Mesmo anos depois de controle igual em 2 grupos, o grupo inicial do tratamento intensivo tinha menos complicações. (A1c 7,2% x 9,1%). Quanto menor a A1c, menor a incidência de retinopatia (12% x 54%). Redução de risco de 39% de microalbuminúria, e de macroalbuminúria de 51%. A redução de progressão para DRC não foi tão marcante. EDIC (seguimento DCCT) retinopatia: risco reduzido por pelo menos mais 10 anos no grupo intensivo (sem diferença de A1c) // nefropatia: após 8 anos, menor risco de surgimento de albuminúria leve (7x16), grave (1,4 a 9%) e HAS (30 x 40%). Após 16 anos, menor risco de TFG < 60 (3,9 x 7,6). Redução de 57% de risco de eventos cardiovasculares não fatais UKPDS (diabetes tipo 2) a cada 1% de queda da A1c, redução de risco de 37% de doenças microvasculares. A diferença de A1c 7% x 7,9% - efeito legado para DCV em 10 anos. Rastreamento DM 1 5 anos após diagnóstico (< 5 anos: período da puberdade – rastreamento em 2 anos). DM 2 no momento do diagnóstico (diagnóstico tardio) Pré-diabetes 7,9% dos pacientes tem alterações do fundo de olho 40% dos pacientes com polineuropatia “idiopática” tem pré-diabetes Associação com hiperfiltração glomerular e albuminúria Retinopatia Diabética Fatores de Risco Tempo de diagnóstico, tempo de DM Controle glicêmico HAS, dislipidemia e nefropatia Puberdade, gestação mulher com DM sempre tem que estar em bom controle: importância do planejamento familiar Após 16 anos de doença, até 95% DM1 e 60% DM2. Outras complicações oculares erros de refração (transitório, melhora após 1 mês de controle de hiperglicemia), catarata precoce, paralisia de nervos motores, glaucoma, doença macular Classificação 1. RD não proliferativa Microaneurismas, microhemorragias, exsudatos, manchas algodonosas, alterações microvasculares 2. RD proliferativa Neovasos 3. Edema Macular Pode ocorrer em qualquer estágio da RD, e é principal causa de baixa acuidade visual também levam a queda da acuidade visual: hemorragias por rupturas microaneurismas e neovasos Tratamento Controle glicêmico Oftalmológico fotocoagulação laser, antiangiogênicos e esteroides intravítreos, vitrectomia, crioterapia Nefropatia Diabética (DRD) 25 a 40% dos pacientes, geralmente após 5 a 10 anos de doença Se DR avançada, pode haver aumento de até 15x na mortalidade Foco na prevenção e detecção precoce para evitar progressão para estágios finais. Fatores de Risco Duração do DM Controle glicêmico Fatores genéticos Tabagismo, HAS, dislipidemia, obesidade ITU de repetição, obstrução urinária progressão Medicamentos nefrotóxicos Diagnóstico e classificação Albuminúria < 30 mg/g creatinina NORMAL 30 a 300 mg/g creatinina ELEVADA > 300 mg/g creatinina MUITO ELEVADA Amostra única Atenção interferentes hiperglicemia, febre, atividade física, alta ingesta proteica, insuficiência cardíaca, HAS confirmar em 2 de 3 amostras, intervalos de 3 a 6 meses. Taxa de Filtração Glomerular (TFG) Fórmulas: creatinina, idade e sexo: MDRD / CKD-EPI Biópsia renal se suspeita de outra etiologia Menos de 5 anos de DM1 Evolução muito rápida Elevação de creatinina sem albuminúria Proteinúria rapidamente progressiva Cilindros hemáticos, leucocitários Ausência de retinopatia (DM1) Tratamento Controle glicêmico estrito iSGLT2 – forxiga Agonistas GLP1 – liraglutida (injetáveis) Inibidores de DPP4 – linagliptina Controle pressórico estrito iECA (nefroproteção) BRA Albuminúria dieta (0,8g/kg/dia) // bloqueio do SRAA Tratar a dislipidemia, combater sedentarismo e tabagismo Vitamina D, hiperparatireoidismo secundário, anemia Metformina em DRC Abaixo de 30 – não pode usar Entre 30 e 60 – reduzir a dose (dose plena 2g/dia) Sem funções renais preservadas, pode ser nefrotóxica. Dilatação da arteríola eferente e constrição da eferente, causando aumento da pressão da filtração glomerular (primeira fase da nefropatia diabética). Aparecimento/ aumento da albuminúria O aumento da pressão sistêmica aumenta a pressão glomerular, e agrava a evolução. Indicação de IECA ou BRA independente de HAS Albuminúria > 300 e/ou TFG < 60 nível de evidencia A Albuminúria 30 a 300 mg/g creat nível de evidencia B Seguimento A cada 3-6 meses PA, TFG, albuminúria, volemia/hidratação, K, A1c Encaminhar nefro: TFG < 30, albuminúria intensa, progressão rápida, HAS resistente, evidencia de inflamação, complicações de difícil manejo como anemia e hipercalemia Neuropatia Diabética (ND) Disfunção dos nervos do SN periféricos somático e/ou do autonômico em indivíduos com DM e se manifesta de maneira muito variada formas assintomáticas, dor intensa, rapidamente reversível ou irrecuperável, com ou sem disautonomias. Alta prevalência até 50% dos pacientes com DM. É um diagnóstico de exclusão Metformina inibe reabsorção da vitamina B 12 anualmente deve-se rastrear e fazer suplementação quando abaixo de 300: intramuscular ou sublingual. Fatores de Risco Tempo de diabetes Controle glicêmico (A1c) Tabagismo HAS Dislipidemia Obesidade Classificação Clínica Polineuropatias simétricas generalizadas Sensitiva aguda dor intensa Sensorimotora crônica – simétrica distal (mais comum) Autonômica Neuropatias focais e multifocais Cranianas (III, IV, VI e VII pares cranianos) De membros superiores e inferiores: N. mediano, ulnar, peroneal, lateral da coxa Compressivas: túnel do carpo, do tarso Truncal: troncular, toracoabdominal Proximal motora: femoral, amiotrofia Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (superposta) Assimétricas, dolorosas, reversíveis (6 semanas a 12 meses) Polineuropatia somática Dor aguda, intensa, perda ponderal significativa, depressão, disfunção erétil reversível (controle glicêmico), podendo irradiar para as pernas. Pode haver dor sem déficit neurológico e pode haver déficit neurológicoem paciente assintomático. Inicialmente alteração sensitiva, evoluindo para alteração motora. Padrão em botas e luvas (começa nas extremidades) Dor da insuficiência vascular periférica piora com movimentação Diagnóstico Exame clínico é suficiente na maioria das vezes Dor isoladamente não fecha o diagnóstico, são necessários no mínimo duas anormalidades entre sinais e sintomas testes de sensibilidade vibratória, térmica, dolorosa e reflexo Avaliação e prevenção do pé diabético Infecção, ulceração ou destruição de tecidos moles associadas a alterações neurológicas e vários graus de doença arterial periférica (DAP) nos membros inferiores Exames dos pés Aumento dos pontos de pressão Avaliação da sensibilidade protetora: Estesiômetro de Semmes-Weinstein (10g) avalia sensibilidade protetora plantar (VPN 94 a 95%). Avalia também: sensibilidade vibratória (diapasão ou bioestesiômetro), reflexo aquileu, teste do palito (pinprick). Avaliação de DAP Índice tornozelo braquial diferença de pressão entre membros inferiores e superiores – a PAS máxima obtida das artérias do tornozelo é dividida pela maior pressão sistólica das artérias braquiais: VR: 0,9 – 1,3, quando <0,5 é grave. Mortalidade após amputação é de até 70% em 5 anos, 50% em 3 anos e 10% em 1 ano. Tratamento Neuropatia dolorosa Drogas de primeira linha: Pregabalina, Duloxetina (primeira escolha), seguidas de amitriptilina, gabapentina, Venlafaxina meta de reduzir 50 a 70% da dor Segunda linha: ácido tióctico, alfa lipóico (patogênese) e opiáceos
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