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Agentes Cardioto nicos Fármaco Farmacodinâmica Farmacocinética Efeitos Usos clínicos Efeitos adversos e CI Observações Glicosídeos cardíacos ou Digitálicos Digoxina - Inibem a NaKATPase ao se ligar a ela, preferenci- almente em sua forma desfosforilada. - O ↑ Na intracelular, ↓ o gradiente de Na e ten- de a despolarizar a cél. Isso inverte o sentido do trocador Na/Ca, que passa a internalizar o Ca e jogar Na p/fora. - O Ca intracelular au- mentado é usado para aumentar a reserva de Ca do retículo sarcoplas- mático mais Ca será liberado durante o PA para induzir a contração dos miócitos. - Eliminação renal, proporcional à TFG. Em pacientes com ICC, o ↑ DC e do fluxo renal com a terapia podem aumentar a depuração, exigindo ajuste da dose. - 1/2 de eliminação: 36 a 48hs permite dose única diária - Níveis plasmáticos estáveis em 1 semana. - Meia-vida aumenta p/ 3,5 a 5 dias na IRC avan- çada. Em pacientes ido- sos e 1/2 vida tb é maior - Não é removida eficaz- mente por hemodiálise, devido ao seu amplo volume de distribuição. - O principal reservatório tecidual é o músculo esquelético dose deve ser calculada com base na massa magra - Biodisponibilidade oral de 70 a 80%; é < qdo a Eubacterium lentum faz parte da flora: degrada a digoxina em um metabó- lito inativo. - Adm: VO, IV. IM não é recomendada, por cau- sar desconforto e absor- ção errática. - Concentrações tera- pêuticas: ↓ a automa- ticidade e ↑ o potencial de repouso diastólico máximo nos tecidos atri- ais e NAV, por ↑ tônus vagal e ↓ tônus simpáti- co. Há prolongamento do período refratário efetivo e ↓ da velocida- de de condução do NAV. Pode causar bradicardia sinusal, parada ou blo- queio AV de maior grau - Altas concentrações: podem ↑ tônus simpáti- co e ↑ automaticidade do tecido cardíaco (↑ tx de despolarização es- pontânea) arritmias atriais e ventriculares. Como há depressão da condução pelas fibras de Purkinje, predispõe a arritmias ventriculares graves (TV e fibrilação) - Redução da regulação neuro-humoral: ↓ atividade simpática e liberação de renina. - A digoxina é recomen- dada para os pacientes com ICC que estejam em fibrilação atrial ou os que estejam com ritmo sinusal e permaneçam sintomáticos apesar do uso de inibidores da ECA e antagonistas β- adrenérgicos em doses máximas (fármacos con- siderados de 1ª linha pela redução que pro- movem na mortalidade) - Aumento máximo da contratilidade ocorre com concentrações de em torno de 1,4ng/ml - Benefícios neuro- humorais já aparecem com concentrações entre 0,5 e 1,0 ng/ml. - As doses usadas devem ser as mais baixas necessárias, pois há uma relação direta entre o aumento da dose e o aumento da mortalidade. - Batimentos ectópicos de origem juncional AV ou ventricular, BAV de 1º grau ou resposta ventricu- lar excessivamente lenta a FA, ou um marca-passo juncional AV acelerado ajuste da dose e monitorização - Bradicardia sinusal, para- da sinoatrial ou bloqueio de saída e atraso da con- dução AV de 2º e 3º graus respondem à atropina - Deve-se adm K qdo há evidências de automatici- dade juncional ou AV au- mentadas, ainda que os níveis séricos de K estejam normais, a não ser que tb haja BAV de alto grau - Lidocaína e fenitoína tem efeitos mínimos na condu- ção AV e podem ser usa- das no tto de arritmias ventriculares progressivas que ameaçam o estado hemodinâmico - A cardioversão elétrica deve ser usada c/ cautela, pois tem maior risco de induzir perturbações gra- ves do ritmo em pacientes com intoxicação digitálica franca - Alterações eletrolíticas, especialmente hipopotas- semia, desequilíbrios áci- do-base e o tipo de cardi- opatia subjacente podem modificar a suscetibilidade do paciente às manifesta- ções tóxicas da digoxina. - O K fosforila a NaKATPase antes de interagir com ela. Como os glicosídeos têm maior afinidade pela bomba desfosforilada, o aumento do K extracelular pode reduzir os seus efeitos (tto para a intoxicação) - Imunoteraia antidigoxi- na: fragmentos Fab puri- ficados de anti-soro anti- digoxina ovino. É um an- tídoto eficaz para o tto da intoxicação digitálica. Pode ser infundida por via IV por 30 a 60 min, em concentração dependente da carga corporal de digoxina. Dopamina - Catecolamina endógena, agonista D1 e β1 e α1, dependendo da dose - Baixadose (2μg/kg/min):Vasodilatação, mediada pela ativação dos receptores D1 no músculo liso (relaxamento dependente de AMPc) e dos receptores D2 pré-sinápticos (↓ liberação de NE) - 2 a 5μg/kg/min: ativa receptores β cardíacos e neuronais ↑ contratilidade do miocárdio e FC e ↑ liberação de NE - 5 a 15 μg/kg/min: ativa receptores α adrenérgicos, causando constrição arterial/venosa - Adm: IV - Baixa dose: pode ser usada para aumenta a perfusão renal, manten- do a TFG em pacientes refratários aos diuréti- cos. Tem ainda efeitos renais próprios, que aumentam a diurese. - 5 a 15μg/kg/min: pode ser usada para reverter quadros de hipotensão crítica em pacientes selecionados. - Pode provocar taquicardia (dose que ativa β) levando à piorada angina em pacientes com coronariopatia. - Há necessidade de controlar a dose, pois doses elevadas na ICC podem levar à piora do quadro, pelo aumento da pós-carga e consequente redução do volume sistólico. Dobutamina - Agonista β1 e β2 - É fornecida como uma mistura racêmica, onde o enantiômero (-) é agonista também dos receptores α, enquanto o enantiômero (+) é um agonista parcial α muito fraco. - Adm IV iniciada com 2 a 3 μg/k/min sem dose de ataque. A dose é aumentada até obter os efeitos hemodinâmicos desejados. - O principal efeito hemodinâmico é o aumento do volume sistólico, devido ao seu efeito inotrópico positivo - Não há atuação impor- tante sobre a PA, pq o agonista parcial (+) anula o efeito agonista α (-) - Também não há aumento da FC - É o β-agonista de escolha para tto da ICC e de pacientes com disfunção sistólica. - Usada na IC aguda (emergência) e em casos de ICC severa, refratária às terapias iniciais. - Taquicardia excessiva - Arritmias * Podem exigir redução da dose - Tolerância farmacológica com uso prolongado diminui a eficácia terapêutica, exigindo substituição por fármaco alternativo. - Se o aumento do DC for significativamente alta, pode ocorre redução importante da FC pela redução do tônus simpático. Inibidores da Fosfodies- terase III Inanrinona (anrinona) Milrinona - Inibem a enzima fosfo- diesterase III = enzima que degrada AMPc - Causa efeitos seme- lhantes aos dos agentes que ativam a adenilil cicliase. - Adm: parenteral - Dose de ataque + infusão contínua - ½ vida de eliminação: 2 a 3hs (inanrinona) e 0,5 a 1h (milrinona). Dobram em pacientes com ICC - Coração: são agentes inotrópicos estimu- lam diretamente a con- tratilidade e aceleram o relaxamento - Vasculatura periférica: causam vasodilatação arterial e venosa ↓ pós-carga e pré-carga. - Suporte a curto prazo da circulação na ICC avançada causada por disfunção sistólica. - Trombocitopenia (10% dos pacientes): apenas com a inanrinona. - Não devem ser usados em pacientes com PA baixa. - Devido à sua maior seletividade para as isoenzimas PDE III, a meia- vida mais curta e perfil mais favorável de efeitos colaterais, a milrinona é o agente de escolha entre os inibidores de PDE3 OBSERVAÇÕES: Agentes inotrópicos são basicamente usados no tratamento de emergências de ICC, quando os sintomas de apresentação são devidos ao baixo DC, como fadiga, azotemia e alterações do estado mental. O único inotrópico em uso ambulatorial atualmente é a digoxina. Tratamento da Insuficiência Cardíaca: Estágio A: alto risco, mas sem ICC estabelecida Redução dos fatores de risco; orientação do paciente e da família Tratar HA, DM, dislipidemias Inibidores da ECA e bloqueadores de AT1 em algunspacientes Estágio B: Cardiopatia estrutural assintomática tto visa atenuar a regulação neuro-humoral Inibidores da ECA ou bloqueadores de AT1 em todos os pacientes Betabloqueadores em pacientes selecionados Estágio C: Doença estrutural sintomática tto envolve alívio dos sintomas e prevenção da progressão da doença Inibidores da ECA ou bloqueadores de AT1 e betabloqueadores para todos os pacientes Paciente ambulatorial compensados: Diuréticos e nitratos orgânicos para estabelecer e manter a euvolemia Vasodilatadores para diminuir a RVP e otimizar o DC Se inibidores da ECA e bloqueadores de AT1 não forem tolerados, deve-se iniciar o tratamento com hidralazina-dinitrato de isossorbida O tto com betabloqueadores deve ser iniciado quando a estabilidade hemodinâmica estiver garantida Tto com antagonistas da aldosterona pode ser considerado em pacientes com função renal normal Digoxina é usada em caso de sintomas permanentes (inotrópico positivo) e antagonismo neuro -humoral Pacientes descompenados: Hospitalização pode ser necessária, pois a terapia oral pode não garantir a eficácia necessária Vasodilatadores e agentes inotrópicos parenterais para restabelecer o DC Suporte parenteral para reverter a retenção de sódio e água Pacientes com ↑RVP e PA normal a elevada: nitruprusseto para reduzir a pós -carga e a pré-carga Pacientes com ↑RVP e PA reduzida: o nitroprusseto pode causar hipotensão acentuada (se não houver um aumento importante no vo lume sistólico, o que é mais provável em pacientes com ICC avançada). Nesse caso, a milrinona pode ser um agente alternat ivo devido ao seu efeito inotrópico positivo além do efeito de redução da pré e da pós-carga. Paciente com RVP normal: a redução da pós-carga a curto prazo pode estar contra-indicada tto com dobutamina é preferível. Se a causa subjacente à ICC for cardiopatia isquêmica, o aumento do consumo de O2 induzido pela dobutamina pode desencadear angina. Tal fato pode ser evitado com a associação de nitroglicerina parenteral. Pacientes com congestão pulmonar sintomática: o tto deve incluir diurese para aliviar a c ongestão pulmonar e sistêmica Nitrato oral ou venoso: ↑ capacitância venosa, podendo causar alívio rápido da congestão pulmonar; além disso atenua a ativaç ão neuro-humoral. Estágio D: Sintomas são refratários ao tratamento clínico Utilização de recursos intensivos: ressincronização cardíaca, dispositivos de auxílio mecânico, intervenções cirúrgicas de alto risco ou transplante c ardíaco.
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