Buscar

CCJ0005-WL-RA-06-Ciência Política-Formas de Governo & Nazismo Fascisco Democracia _23-08-2012_

Prévia do material em texto

Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
1 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
Plano de Aula: ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO - CONTINUAÇÃO 
CIÊNCIA POLÍTICA 
Título 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO - CONTINUAÇÃO 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
6 
Tema 
ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO - CONTINUAÇÃO 
Objetivos 
-Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurídico-político. 
-Analisar as estruturas e as articulações do discurso político pela lógica da sociedade política 
Estado, do poder político e suas limitações. 
-Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de persuasão e de reflexão 
crítica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito. 
Estrutura do Conteúdo 
"O território é a base física, o âmbito geográfico da nação, onde ocorre a validade de sua ordem jurídica." 
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 25. 
 
Povo é a base humana do Estado, seus nacionais. Ele caracteriza-se por se o elemento do Estado para o 
qual este dirige todas as suas finalidades. 
 
Aplicação Prática Teórica 
Caso concreto 1 
Tema: Elementos constitutivos 
Com a independência do Brasil, em 1822, A Cisplatina seria a última das províncias da América 
Portuguesa a aderir ao governo de D. Pedro I, e, em 1826, chegou a ter representantes na Câmara dos 
Deputados e no Senado do Império. Todavia, desde 1825, era o principal pretexto para uma guerra 
extenuante e sem vencedores entre o Império do Brasil e o governo de Buenos Aires. Questão resolvida 
em 1828, quando os governos brasileiro e argentino, sob mediação britânica, concordaram na 
transformação da província Cisplatina em República. 
 
Ocorreu alguma mudança importante na condição política da Cisplatina quando foi transformada 
em República? Analise a questão à luz dos elementos constitutivos do Estado. 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (WALDECK LEMOS) 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
2 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
6ª AULA – Formas de Governo 
 
VER 
Aula - 005 
Ler: Capítulo IX: Formas de Governo, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio 
De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
VER 
Aula - 005 
Ler: Capítulo X: O Município, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio De Cicco 
& Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
Formas de Governo: 
 
Governo? 
 
Origem: 
 
-De Direito => Existe uma Consciência Jurídica (Legalidade), Ex. Brasil. 
-De Fato => Está embasado no Fato Social (e não do Fato Legal, é uma imposição). 
 
Desenvolvimento: 
 
-Legal => Precisa de uma Legitimidade, normalmente são Democráticos. 
-Despótico => Arbítrio próprio de interesses pessoais. 
 
Extensão: 
 
-Constitucional => Têm limites constitucionais, até onde o Estado pode ir. É mais rigorosa com os limites de 
atuação do Governo. Tem os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. 
-Absolutista => Tem poder absoluto de governar, os limites tende a zero. 
 
Classificação das Formas de Governo para alguns Pensadores: 
 
-Platão => Considerava 2 tipos ideais de governo, Aristocracia e Monarquia, não era muito fã da Timocracia, 
Oligarquia, Democracia e Tirania. 
-Aristocracia => Vem de Arethé (do Grego => Virtude). 
-Monarquia => Súditos (e vise-versa). 
-Timocracia => Sociedade liderada por Guerreiros. Thymé (do Grego => Coragem). 
-Oligarquia => Em quantidade parecida com a Aristocracia, mas perde em qualidade. Independente de ser 
feita pelo Poder econômico. 
-Democracia => É um Governo que carece de Sabedoria e Virtude. 
-Tirania => É o pior Governo que existe, Hybris (Violência), é a imposição da vontade popular por um único 
governante. 
 
-Aristóteles => 02 Critérios: Bom ou Destrutivo. 
 
Governo Bom Governo Destrutivo 
Monarquia (01) Tirania (01) 
Aristocracia (Poucos) Oligarquia (Poucos) 
Democracia (Todos) Demagogia (Todos) 
 
Políbio => Inaugura a Teoria dos Círculos. 
 
Monarquia => Tirania => Aristocracia => Oligarquia => Democracia = > Demagogia => Monarquia. 
 
-Nicolau Maquiavel => Não existe um governo bom, e sim eficiente. 
 
República Monarquia 
Democracia Monarquia 
Aristocracia 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
3 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
Tirania 
Oligarquia 
 
-Jean-Jacques Rousseau 
-Democracia 
-Aristocracia 
-Monarquia 
 
-Montesquieu => A concentração de Poder Corrompe 
-Monarquia (Limite moral de responsabilidade) 
-República (Assembléia) 
-Governo de Déspotas (Sem Limites) 
 
-Hans Kelsen 
-Autocracia (Monarquia) 
-Democracia (Livre) 
 
Formas Atuais de Governo 
 
-República e Monarquia. (Acesso e Tempo) 
 
-República=> Acesso ao Poder por escolha e tempo pré-determinado. 
-Aristocrática 
-Democrática 
-Direta 
-Representativa 
-Mista (Brasil: Representativa e Direta, possibilidade Constitucional de Plebiscitos e Referendos). 
 
-Monarquia => Acesso ao Poder por Hereditariedade ou Matrimônio, e tempo vitalício. 
-Absoluta 
-Limitada 
-Estamental 
-Constitucional 
-Parlamentar 
FAZER Ler: Capítulo XI: Formas de Estado, do livro Teoria Geral do Estado e Ciência Política (Cláudio 
De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga). 
 
 
==XXX== 
 
 
RESUMO DE AULA (PROFESSOR - AULA MAIS - ESTÁCIO) 
 
6ª AULA – Nazismo, Fascismo, Democracia. 
 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Professor Rafael Iório 
Aula 06 
 
TEMA: Nazismo, Fascismo, Democracia. 
 
6. As categorias do campo político: sistemas, regimes e doutrinas políticas. 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
4 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
Estimular a compreensão das categorias políticas, sistema, regime e doutrina, fundamentais ao fenômeno 
jurídico-político. 
 
6.1. Nazismo: 
 
"Assim como o fascismo italiano, surgiu o nazismo na Alemanha com o duplo objetivo de combater o 
liberalismo democrático decadente e de reagir contra a infiltração comunista. 
Duas outras finalidades integravam o programa de ação do Partido Nacional Socialista: desvencilhar a 
Alemanha das cláusulas asfixiantes do Tratado de Versalhes e impor a supremacia da raça ariana. 
Desenvolveu-se o nazismo à sombra das instituições democráticas, sob a égide da Constituição de 
Weimar, ascendendo ao poder através das eleições de maio de 1933. A república alemã de Weimar era 
excessivamente liberal, o que propiciou o rápido desenvolvimento de um partido declaradamente subversivo, 
totalitarista e revestido de caráter militar. Aliás, a corrente nazista exaltava as tradições e reunia os expoentes do 
antigo militarismo prussiano." MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 153. 
 
6.2. Fascismo: 
 
A história política e cultural da Europa na transição do século XIX para o século XX caracteriza-se pela 
aceleração da modernidade e é marcada pelo desenvolvimento e expansão de um capitalismo imperialista dos 
Estados, e como tal da indústria e da técnica, através de uma massificação da sociedade e do fantasma do 
operariado que acaba por culminar, sustentadas pelas ideologias do imperialismo e do nacionalismo, em duas 
guerras mundiais. 
No contexto específico da Itália, vislumbra-se neste períodoa tentativa de uma afirmação italiana no jogo 
das nações, impulsionada pelo crescimento industrial do norte italiano. 
A sociedade italiana, marcada por fortes diferenças culturais e sociais, une-se socialmente no esforço da 1ª 
Guerra Mundial, mas, logo após, entra em crise pelas dificuldades econômicas decorrentes do conflito. Surgem, 
então, em 1919, o maior controle do Estado nacional sobre os paese (províncias), o operariado organizado para a 
luta política e a revolta dos católicos a favor do Papado. 
Revoltas e greves operárias estremecem a frágil monarquia italiana, que assiste a ascensão do movimento 
político liderado por Benito Mussolini baseado numa coalisão de forças sociais que agregam as premissas das 
transformações oriundas do progresso técnico, o descontentamento dos combatentes da 1ª guerra, as idéias 
revolucionárias socialistas e a necessidade de expansão imperialista da burguesia industrial, ficando a monarquia 
a deriva da marcha sobre Roma no dia 28 de outubro de 1922, quando o partido fascista se aloja no poder. 
Desta forma, estabelece-se o Fascismo na Itália como um movimento político totalitário e totalizante, 
caracterizado por ser uma saída do capital nacional ao crescimento das reivindicações comunistas, pela prática 
econômica coorporativa, por uma afirmação de uma identidade nacional italiana e pela expansão colonial. 
Este movimento apresenta duas tendências ideológicas: uma revolucionária, que possui traços da cultura e das 
estéticas do século XIX (de D`Annunzio ao futurismo) e fundamenta-se sobre os mitos do progresso e do 
desenvolvimento pela indústria e pela técnica. E outra conservadora, que objetiva ser uma saída liberal autoritária 
para o restabelecimento da ordem social fraturada e contensão das classes populares. 
 
6.3. Democracia: 
 
"Para aduzirmos o conceito atual de democracia, vamos nos reportar ao ponto sobre formas de governo. 
Distinguia Aristóteles três formas de governo: monarquia (governo de uma só pessoa), aristocracia (governo da 
minoria) e democracia (governo da maioria). Concluiu o genial filósofo estagirita pela condenação formal de todas 
elas, por entender que a forma ideal seria a constitucional ou política, com a intervenção de todo o povo no 
governo. Tal atitude decorreu do fato de que a democracia antiga já era considerada como o governo da maioria, 
não da totalidade do povo. Efetivamente governavam os cidadãos, e nem todas as pessoas possuíam direitos 
cívicos. 
É verdade reconhecida desde os velhos tempos que na democracia não governa a totalidade do povo, mas, 
sim, 'o maior número'. E nem sempre é a maioria quem governa." MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São 
Paulo: Saraiva, 2009, p. 290. 
 
6.4. Regimes de governo: 
 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
5 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
“A classificação dos Regimes Políticos geralmente é dicotômica, opõem-se os regimes democráticos aos 
autoritários. Para tratarmos adequadamente dessa dicotomia, convém esclarecer, inicialmente, do que estamos 
falando, ou seja, de qual tipo de democracia estamos tratando. Tradicionalmente identificamos e opomos dois 
tipos de democracias históricas: a democracia direta à democracia indireta ou representativa. O que as distingue é 
a presença ou a ausência de intermediários entre governantes e governados (povo). Até o século XIX, a 
democracia era concebida exclusivamente como “direta”, isto é, como uma forma de governo na qual o povo (o 
conjunto dos cidadãos) se autogovernavam. A democracia indireta foi uma “invenção” do século XIX e podemos 
dizer que ela é um tipo de governo representativo: o tipo democrático do governo representativo. Por isso, é 
chamada também de democracia representativa. O adjetivo “representativa” significa que nesse tipo de 
democracia há um intermediário entre o povo e o Estado: o representante. (...). 
Os regimes autoritários são os não-democráticos. Os analistas consideram um regime “autoritário” quando 
verificam a violação de um atributo tido como essencial à democracia. Por atributo entende-se, por exemplo, a 
escolha dos representantes por meio de eleições; a realização periódica de eleições livres e honestas; a existência 
e o respeito aos direitos políticos e individuais (ou civis); o sufrágio universal; a garantia de que os eleitos 
assumirão e exercerão suas funções livremente; entre outras. 
Os termos “democracia” e “autoritarismo”, contudo, são denominações genéricas. O rótulo “democracia” 
abrange diferentes tipos de democracias representativas. O rótulo “democracia” abrange diferentes tipos de 
democracias representativas. Arend Lijphart, por exemplo, distinguiu as “majoritárias”, nas quais o poder político 
está concentrado nas mãos de uma pequena maioria e, muitas vezes, de uma maioria simples ou relativa 
(pluralidade), das “consensuais”, denominadas assim porque nelas o poder político encontra-se compartilhado, 
disperso e limitado. O rótulo “democracia” exclui, contudo, as “democracias populares”, ou seja, os regimes dos 
países socialistas do Leste Europeu, com exceção da URSS. O termo “autoritário”, por sua vez, é utilizado para 
classificar todo e qualquer regime não-democrático, estando sob este rótulo, além das democracias populares, 
uma diversidade de regimes: os militares, os de partido único, os teocráticos, os totalitários etc.” JORGE, Vladimyr 
Lombardo. Regimes Políticos. In: FERREIRA, Lier Pires. GUANABARA, Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo 
.(org.). Curso de teoria geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, pp. 211-212. 
 
Caso Concreto 1 
 
Tema: Democracia dos Antigos e dos Modernos 
 
Esparta, ou Lacedemônia, localizava-se na península do Peloponeso, na planície da Lacônia. Foi fundada 
no século IX a.C., as margens do rio Eurotas, após a união de três tribos dóricas. Esparta tem sido considerada 
muito justamente o protótipo da cidade aristocrática. 
Politicamente, Esparta organizava-se sob uma diarquia, ou seja, uma monarquia composta por dois reis, 
que tinham funções religiosas e guerreiras. As funções executivas eram exercidas pelo Elforato, composto por 
cinco membros eleitos anualmente. Havia também a Gerúsia, composta por 28 membros da aristocracia, com a 
idade superior a 60 anos, que tinham funções legislativas e controlavam as atividades dos diarcas. Na base das 
estruturas políticas, encontravam-se a Ápela ou assembléia popular, formada por todos os cidadãos maiores de 30 
anos, que tinham a função de votar leis e escolher os gerontes. 
Já Atenas, situava-se na Ática, apresenta uma paisagem movimentada, onde colinas e montanhas 
parcelam pequenas planícies. A ocupação inicial da Ática se fez com os arqueus, seguidos posteriormente por 
jônios e eólios. 
Em termos políticos, Atenas conservou a monarquia por muito tempo, até que foi substituída pelo arcontado. O 
arcontado era composto por nove arcontes cujos mandados eram anuais. Foi criado também um conselho - o 
aerópago - composto por eupátridas, com a função de regular a ação dos arcontes. Estabeleceu-se assim o pleno 
domínio oligárquico. 
Veremos como no século V, período de seu maior desenvolvimento, funcionava essa admirável democracia 
ateniense que representa a maior realização política da Antigüidade, e quais as suas instituições fundamentais. 
O regime político de Atenas, pela primeira vez, o conceito puro de democracia se estabelece, assenta sobre a 
igualdade dos cidadãos em face da lei. Aos poucos, os últimos vestígios de privilégio vão desaparecendo, e ficam 
de fora as mulheres, os estrangeiros e os escravos, isto é, muitas pessoas ficavam de fora dessa democracia. 
Além de se encarnar nos usos e costumes que o exercício das liberdades e o sentimento de igualdade tornam 
mais compassivos e humanos, ela se encontra garantida na lei que lheproíbe que lhes seja dada à morte pelo seu 
senhor, punindo, severamente, as sevícias e os maus tratos. 
Sem ser perfeito, o funcionamento da democracia em Atenas está assegurado pela adequada formação dos 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
6 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
seus órgãos políticos. De fato, tanto quanto é possível, a vontade popular, isto é, a soberania do povo, encontrou 
nas instituições democráticas de Atenas a forma se exprimir e exercer. 
Diante do texto, podemos verificar que Atenas tinha uma “democracia excludente”. Tal argumento se 
sustenta no fato das mulheres, estrangeiros e menores de 18 anos não terem direito à participação política. Esses 
grupos sociais, mesmo compondo a grande maioria da população, não votavam ou participavam das instituições 
representativas. 
Indaga-se: Qual a diferença entre a democracia dos antigos, e a dos modernos? 
 
Sugestão de gabarito do caso 1: 
 
A célebre conferência de Benjamin Constant, “Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos” 
(1819), guia até hoje nosso entendimento da diferença entre a liberdade clássica – a liberdade pública e política, 
do cidadão – e a moderna liberdade, individual e privada, do homem. Enquanto os antigos concebiam a liberdade 
como virtude política, orientada para a participação igualitária no poder, os modernos viriam a compreendê-la 
como faculdade “burguesa”, identificada com o livre gozo de uma esfera privada de comportamento. Acaso é 
possível traçar uma distinção semelhante com respeito à idéia de democracia? 
Democracia, para os gregos, era o governo de muitos. Assim a definiram tanto Heródoto quanto Aristóteles 
– tanto a história quanto a filosofia. O critério central a reter é este: o princípio de igualdade política, o elemento 
propriamente político da cidadania de base igualitária (igualitária, bem entendida, ao nível dos homens livres, que, 
no entanto, representavam a maioria da população na Atenas clássica). Fora desse exercício da liberdade política 
(da liberdade antiga descrita por Constant) não havia, para o espírito helênico, regime democrático. Democracia 
queria dizer necessariamente governo pelo povo, não simplesmente para o povo, ou em seu nome. Os vários 
tiranos que as cidades gregas conheceram lideraram regimes com freqüência populares e até populistas – mas 
nem por isso nenhum espírito grego jamais os considerou governantes democráticos. Seria preciso esperar por 
certos “democratas” do século XX, como o inglês E. H. Carr ou o canadense C. B. Macpherson, para que o 
conceito de democracia viesse a ser empregado como sinônimo de “governo para o povo”. Aos olhos do filho da 
polis, isso não passaria de uma aberração. ”* 
* Da democracia entre os antigos e os modernos – in José Guilherme Merquior (Publicado originalmente no 
jornal O Estado de São Paulo, em 25 de janeiro de 1981). 
 
Caso Concreto 2 
 
Tema: Totalitarismo – Fascismo. 
 
Leia os textos a seguir: 
 
“O Estado, segundo o Mein Kampf, não é evidentemente o Estado liberal, vazio de conteúdo moral, 
desprovido de todo imperativo, de todo absoluto, entregue aos apetites de múltiplos partidos, que por sua vez 
encobrem interesses particulares.É um Estado que possui uma missão um Estado ético, que depende de um 
Absoluto. É um Estado antiliberal, antiparlamentar, antipartidos, um Estado fundado sobre o princípio e a mística 
do Chefe, do Condutor (Fuhrer) e cujo motor é um Partido único, intermediário entre as massas e o Chefe. É um 
Estado radicalmente antimarxista (embora afirmando-se antiburguês), antiigualitário, hierárquico e corporativo, 
obstinado, enfim, em nacionalizar, em tornar não grosseiramente nacionais, mas agressivamente ¨nacionalistas¨ 
as massas que o marxismo judeu queria desnacionalizar,internacionalizar.¨ (As grandes obras políticas de 
Maquiavel aos nossos dias, Jean-Jacques Chevallier). 
Este texto foi escrito por um adepto do fascismo italiano em 1931 e expressa a concepção fascista do 
Estado, que incorpora em si todas as instituições e sufoca os indivíduos e as entidades sociais autônomas. Como 
afirmava o líder do Partido Fascista Italiano, Benito Mussolini: “para o fascista, tudo está no Estado, e nada de 
humano nem de espiritual... existe fora do Estado”. 
A leitura dos textos acima sugere alguns fundamentos essenciais do fascismo em suas manifestações na 
Alemanha e na Itália. Identifique-os. 
 
Sugestão de gabarito do caso 2: 
 
O aluno deverá identificar a concepção de Estado e sua prevalência sobre o indivíduo, o culto a 
personalidade autoritária do chefe político, partido único, nacionalismo, militarismo, corporativismo, reduzidas 
 
Curso de Direito 
Turma A – Manhã - 2012.1 
Ciências Políticas e Teoria Geral do Estado 
Profa.: Maria Amália Oliveira de Arruda Câmara 
Disciplina: 
CCJ0005 
Aula: 
006 
Assunto: 
Formas de Governo 
Folha: 
7 de 7 
Data: 
23/08/2012 
 
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0005/Aula-006/WLAJ/DP 
garantias jurídicas do indivíduo. 
 
 
==XXX== 
 
 
Capítulo XI: Formas de Estado 
Livro: Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
(Cláudio De Cicco & Álvaro de Azevedo Gonzaga) 
 
 
 
 
==XXX==

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes