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Distúrbios hidro-eletrolíticos Potássio Quadros clínicos Caso 1 Uma paciente de 54 anos foi internada na UTI com história de fraqueza e parestesia nas pernas há 1 semana. Refere ser portadora de doença de Crohn há 10 anos. Foi submetida a várias cirurgias abdominais e ficou com ileostomia permanente. Normalmente controla o débito da ileostomia com loperamida, porém nesta última semana o débito tem sido muito grande. www.medicinageriatrica.com.br/.../desnutri.jpg O exame físico da internação revela pressão arterial de 115/75 mmH deitada e 105/65 mmHg sentada. Sua pela está com turgor normal e não existe sinais de desidratação. Exame cardiopulmonar normal. Seu abdome apresenta-se indolor, com múltiplas cicatrizes cirúrgicas e a ileostomia está funcionando. Edema nas pernas de 1+. Exames laboratoriais da internação: creatinina sérica = 2,0 mg/dl [0,7-1,3], sódio = 129 mEq/l [135-145], potássio = 2,9 mEq/l [3,5-4,5], bicarbonato = 18 mEq/l [22-26], cálcio = 5,5 mg/dl [9-11]. Qual os seus diagnósticos? Qual é o tratamento indicado? Como este quadro poderia ter sido prevenido? www.medicinageriatrica.com.br/.../desnutri.jpg EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO POTÁSSIO Concentração sérica 3,5 a 5,5 mEq/L Concentração intracelular 160 mEq/L Intestinal ~5 mEq/dia Renal ~30- 90 mEq/dia* Fisiologia: Ingestão 35-101 mEq/dia* Eliminação 100 mEq/dia Potássio DOIS NÍVEIS DE REGULAÇÃO Transporte transmembrana (regulação transitória) Renal (regulação efetiva) Bomba Na+-K+ Potássio Fredrick V. Osorio and Stuart L. Linus Hipocalemia – condições clínicas • Ingesta diminuída: – Dieta, pós-operatório, doenças consumptivas crônicas – Perda gastrointestinal Hipocalemia – condições clínicas • Aumento de excreção renal: – Hormonal – Hiper aldosteronismo, D. Cushing, S. Adrenogenital – Doença renal: Acidose tubular renal, S. Fanconi – Diuréticos – Tiazídicos, furosemida. • Deslocamento para o espaço intracelular: – Alcalose, insulina, catecolaminas Hipocalemia – condições clínicas • Sinais e sintomas – Fraqueza muscular -> Paralisia muscular – Taquicardia -> parada em sístole – Onda U no ECG Caso 2 Homem de 65 anos procura o serviço de emergência com sua esposa com queixas de parestesias em extremidades e nos lábios há algumas horas. É diabético insulino-dependente e hipertenso, usando losartan e espironolactona. O exame físico mostrava discreta desidratação, taquicardia, diminuição dos reflexos tendinosos e alguma confusão mental e informa uso irregular de insulina. Os exames mostravam Acidose metabólica Potássio = 6 mEq/L [3,5-4,5] Sódio = 130 [135-145] Glicose = 350 mg% [70-110] Qual os seus diagnósticos? Qual é o tratamento indicado? Como este quadro poderia ter sido prevenido? • Sinais e sintomas •Parestesias •Fraqueza muscular - > paralisia •Depressão cardíaca -> PC diastólica Caso 3 Paciente renal crônico, 34 anos, soropositivo para HIV e sem acompanhamento regular. Está anúrico há 8 meses e em hemodiálise desde então. Dialisa 4 horas, 3 vezes por semana e ganha cerca de 1,5 a 2 quilos entre uma diálise e outra. Tem baixa aderência ao programa e falta às sessões frequentemente. Após faltar 3 sessões sucessivas, foi levado por familiares a uma UPA, onde fez exames e foi encaminhado à unidade de diálise onde se trata. Informava que não compareceu às sessões de diálise por problemas pessoais. Trazia da UPA os exames: Uréia = 258 mg% [20 a 40] Creatinina = 15 mg% [0,7 a 1,3] Potássio = 6,5 mEq/L [3,5-4,5] bicarbonato = 18 mEq/l [22-26], Ao exame o paciente estava lúcido, negava qualquer queixa. PA = 140 x 90 mm Hg RCR 3T(B4) O ritmo cardíaco era regular, com 4ª, a frequência cardíaca era de 80 bpm e a ausculta pulmonar era normal. Preocupado com os exames, o residente providenciava uma sessão de diálise em caráter de urgência quando a estagiária viu os exames. Disse ela: - Não há pressa: ele pode esperar algumas horas. Quem está certo? Boa tarde. A estagiária está MAIS certa: Não há evidências clínicas de urgência dialítica: Não há galope cardíaco, sinais eletrocardiográficos de hiperpotassemia e os pulmões estão limpos à ausculta. O paciente pode, sem risco e sob observação, esperar algumas horas para o início da dialise.
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