Buscar

Digestão e absorção de macronutrientes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Maria Fernanda Brandão – UC3 
 
1 
 
Digestão e absorção de macronutrientes 
Digestão dos alimentos por hidrólise 
Hidrólise 
→ Condensação: formação de carboidratos, pro-
teínas e lipídeos complexos que envolve a reti-
rada de H+ e OH- dos monômeros (e formação 
de moléculas de água) 
• Carboidratos: H+ removido de um monômero 
e OH- removido de outro formando água e 
unindo os monômeros 
• Proteínas: as ligações peptídicas são con-
densações, pois um H+ é removido de um 
aminoácido e um OH- é removido de outro, 
unindo os aminoácidos e liberando água 
• Lipídeos: a maioria são triglicerídeos → três 
H+ e três OH- são retirados dos três ácidos 
graxos e do glicerol e formam três moléculas 
de água 
→ Hidrólise: na presença das enzimas específi-
cas e de água, as enzimas catalisam a reintro-
dução de OH- e H+ obtidos da água nos monô-
meros 
• Carboidratos e proteínas: uma água separa 
dois monômeros, reintroduzindo um H+ em 
um monômero e um OH- no outro 
• Lipídeos: três moléculas de água separam 
um triglicerídeo em três ácidos graxos e glice-
rol 
 
Carboidratos 
→ Carboidratos são, em sua maioria, ingeridos 
como polissacarídeos ou dissacarídeos 
→ Fontes na dieta 
• Sacarose: dissacarídeo (açúcar de cana) 
• Lactose: dissacarídeo do leite 
• Amidos: grandes polissacarídeos presentes 
em quase todos os alimentos de origem não 
animal, especialmente batatas e grãos 
• Celulose → ser humano não consegue digerir 
pois não temos as enzimas necessárias (não 
é considerada alimento para humanos) 
• Em menor quantidade, ingere-se amilose, gli-
cogênio, álcool, ácido lático, ácido pirúvico, 
pectinas, dextrinas e derivados de carboidra-
tos da carne 
→ Digestão na boca 
• Alimento é mastigado e se mistura à saliva, 
que contém ptialina/-amilase (secretada em 
grande parte pela parótida) 
▪ Ptialina/-amilase → hidrolisa o amido no 
dissacarídeo maltose e outros pequenos 
polímeros (3 a 9 moléculas) da glicose 
• Hidrólise de em torno de 5% do amido (pouco 
devido ao tempo pequeno de contato) 
→ Digestão no estômago 
• A digestão do amido por ação da ptialina no 
bolo alimentar continua por até uma hora no 
fundo e corpo do estômago (sem ação de en-
zimas gástricas) 
• Secreção gástrica 
▪ Acidez bloqueia a ação da amilase salivar 
▪ Antes da mistura completa do bolo alimen-
tar com as secreções gástricas, 30 a 40% 
do amido já foi hidrolisado em maltose 
→ Digestão no intestino delgado 
• Enzima pancreática 
▪ Contém amilase pancreática, semelhante 
à amilase salivar, mas é muitas vezes mais 
potente, e ela continua a ação que a ami-
lase salivar parou de fazer devido às secre-
ções ácidas do estômago 
▪ 15 a 20 minutos após a entrada do quimo 
no duodeno e da mistura com a secreção 
pancreática, a maioria dos carboidratos já 
foram digeridos 
• Enzimas intestinais 
▪ Ocorre hidrólise de dissacarídeos e de pe-
quenos polímeros de glicose em monossa-
carídeos 
▪ Enterócitos: 
➢ Produzem as enzimas do intestino: ca-
pazes de clivar dissacarídeos e outros 
pequenos polímeros de glicose em seus 
monossacarídeos 
 Lactase: cliva lactose em galactose 
e glicose 
 Sacarase: cliva sacarose em glicose 
e frutose 
 Maltase: cliva maltose em duas gli-
coses 
 -dextrinase 
➢ Localizados revestindo as vilosidades 
do intestino delgado (formam a borda 
em escova das microvilosidades intesti-
nais 
➢ Digerem os dissacarídeos e pequenos 
polímeros de glicose ao entrar em con-
tato com eles 
→ Os produtos finais da digestão de carboidratos 
são todos monossacarídeos hidrossolúveis 
absorvidos diretamente para o sangue porta 
• 80% desses monossacarídeos, na dieta co-
mum, são glicose. 
 
2 
 
 
 
 
 
Proteínas 
→ As proteínas da dieta são cadeias de aminoáci-
dos ligadas por ligações peptídicas: os amino-
ácidos utilizados e a sequência em que estão 
dispostos determina as características da pro-
teína 
 
 
 
→ Digestão no estômago 
• pH atua desnaturando proteínas 
• Pepsina (endopeptidase → diminui a prote-
ína): 
▪ Mais ativa no pH 2 a 3 e inativa em pH su-
perior a 5 
▪ Para garantir acidez, células oxínticas se-
cretam HCl 
▪ Secretada por células pépticas na forma de 
pepsinogênio 
▪ Digere proteínas, entre elas o colágeno 
(constituinte significativo do tecido conjun-
tivo) 
▪ Apenas inicia a digestão das proteínas, di-
gerindo em torno de 10 a 20% e conver-
tendo as em proteoses, peptonas e outros 
polipeptídeos 
→ Digestão por enzimas pancreáticas 
• Maior parte da digestão ocorre no duodeno e 
jejuno, onde o quimo que chega do estômago 
é imediatamente atacado pelo suco pancreá-
tico 
• A maior parte das proteínas é digerida até di-
peptídeos e tripeptídeos 
• Enzimas 
▪ Tripsina (endopeptidase): cliva molécu-
las de proteína em pequenos polipeptídeos 
▪ Quimotripsina (endopeptidase): cliva 
moléculas de proteína em pequenos poli-
peptídeos 
▪ Carboxipolipeptidase (exopeptidase → 
liberam aminoácidos): libera aminoácidos 
individuais dos terminais carboxila dos po-
lipeptídeos 
▪ Proelastase: é convertida em elastase, 
que digere as fibras de elastina abundantes 
em carnes) 
→ Digestão por enzimas intestinais 
• Peptidases: 
▪ Última fase da digestão de peptídeos 
▪ Enterócitos que revestem as vilosidades 
intestinais (especialmente no duodeno e no 
jejuno) → essas células apresentam bor-
das em escova (centenas de microvilosida-
des nas membranas das quais encontram-
se as peptidases – se projetam para o ex-
terior e entram em contato com os líquidos 
intestinais) 
▪ Tipos: continuam a hidrólise dos maiores 
polipeptídeos remanescentes em tripeptí-
deos e dipeptídeos e de uns poucos amino-
ácidos (são facilmente transportados atra-
vés da membrana microvilar para o interior 
do enterócito) 
➢ Aminopolipeptidase 
➢ Dipeptidases 
▪ Dentro dos enterócitos, há peptidases es-
pecíficas para a digestão rápida de dipeptí-
deos e tripeptídeos que não foram hidroli-
sados fora 
 
 
 
Lipídeos 
→ Quase todas as gorduras são triglicerídeos 
(gorduras neutras), havendo também, em bem 
menor quantidade, ingestão de fosfolipídeos, 
colesterol e ésteres de colesterol 
3 
 
 
 
 
→ Estômago: lipase lingual digere uma quanti-
dade pequena (menos que 10%) de gordura 
→ Digestão no intestino: responsável pela 
enorme maioria da digestão de lipídeos 
• Emulsificação: 
▪ Quebra física dos glóbulos de gordura em 
partículas pequenas, para que as enzimas 
hidrossolúveis possam agir nas superfícies 
(só agem nas superfícies pois são hidros-
solúveis). 
▪ Iniciado pela agitação do estômago (mis-
tura bolo alimentar com as secreções gás-
tricas) e ocorre mesmo no duodeno sob in-
fluência da bile 
➢ Sais biliares e lectina têm partes pola-
res que interagem com água e partes 
apolares que interagem com o lipídeo, 
diminuindo a tensão interfacial do gló-
bulo de gordura e permitindo, sob agita-
ção, sua divisão de maneira mais fácil 
• Digestão dos triglicerídeos: 
▪ A lipase pancreática está presente no 
suco pancreático, e em um minuto digere 
todos os triglicerídeos 
▪ Os enterócitos do intestino delgado tam-
bém liberam uma enzima, a lipase entérica, 
mas ela normalmente não é necessária 
• Produtos finais da digestão 
▪ São ácidos graxos livres e 2-monoglicerí-
deos 
 
 
 
• Formação das micelas 
▪ Realizada pelos sais biliares 
▪ Motivo: a hidrólise de triglicerídeos é muito 
reversível 
▪ Sais biliares retiram os monoglicerídeos 
e os ácidos graxos das proximidades 
das partículas em digestão assim que 
eles são formados 
▪ Como ocorre: 
➢ Sais biliares em concentração elevada 
em água tendem a formar micelas (agre-
gados cilíndricos), pois cada molécula 
de sal biliar tem um núcleo esterol muito 
lipossolúvel e um núcleo polar muito hi-
drossolúvel 
➢ O núcleo esterol envolve os produtos da 
digestão das gorduras formando um pe-
queno glóbulo 
➢ Os grupos polares ficam para fora, per-
mitindo solubilidade na água dos líqui-
dos digestivos 
➢ Assim, esses glóbulos ficam como solu-
ções estáveis até a absorção da gordura 
➢Após a absorção dos lipídeos no san-
gue, as micelas voltam ao quimo para 
serem utilizadas como meio de trans-
porte 
➢ Micelas agem como transporte carre-
gando ácidos graxos e monoglicerídeos 
que seriam relativamente insolúveis na 
borda em escova das células epiteliais 
 Fosfolipídeos e colesterol 
• Digeridos por 
▪ Fosfolipase A2 em ácidos graxos 
▪ Hidrolase de éster de colesterol em um co-
lesterol livre e um ácido graxo 
 
Absorção dos macronutrientes 
Carboidratos 
→ Forma como são absorvidos: monossacarí-
deos (e, principalmente, glicose), pequena 
quantidade como dissacarídeos e quase nada 
como carboidratos maiores 
→ Processo de absorção 
• Glicose: cotransporte com sódio 
▪ Transporte ativo de íons sódio: através 
das membranas basolaterais das células 
epiteliais intestinais para o sangue, ocorre 
bomba de sódio e potássio, reduzindo a 
concentração de sódio nas células epi-
teliais 
▪ Transporte ativo secundário: diferença 
de concentração entre célula intestinal e 
lúmen promove fluxo de sódio do lúmen 
intestinal para o interior da célula através 
das bordas em escova → íon sódio se 
combina com uma proteína transporta-
dora (SGLT), que só transportará o sódio 
se outra substância, como a glicose, for 
transportada também, transportando os 
4 
 
dois juntos para o interior da célula epitelial 
intestinal 
▪ Transporte para o sangue: da célula epi-
telial, a glicose vai para o espaço extrace-
lular por difusão facilitada por proteínas 
da membrana basolateral (GLUT2), e dele, 
elas vão para o sangue 
• Outros monossacarídeos 
▪ Galactose: igual à glicose 
▪ Frutose: por difusão facilitada não ligada ao 
sódio entra na célula epitelial, onde é fosfo-
rilada e convertida em glicose, passando 
então para o sangue 
 
Proteínas 
→ Forma como são absorvidos: dipeptídeos, tri-
peptídeos ou aminoácidos (principalmente) 
→ Processo de absorção 
• Proteínas, após digeridas, são absorvidas pe-
las membranas luminais do epitélio intestinal 
• São vários tipos de transporte devido à alta va-
riedade de aminoácidos 
▪ Aminoácidos entram na célula intestinal por 
cotransporte com sódio e saem também 
por cotransporte com sódio. Alguns, ainda, 
entram por difusão facilitada 
▪ Oligopeptídeos, ao entrar na célula pelo 
transportador PeptT1 (cotransporte depen-
dente de H+), pode 
➢ Digeridos por peptidases em aminoáci-
dos e depois transportados pela mem-
brana basolateral por cotransporte com 
Na+ 
➢ Sair para a corrente sanguínea como oli-
gopeptídeos, por cotransporte com H+ 
➢ Pequenos peptídeos fazem difusão faci-
litada por proteínas específicas 
 
Lipídeos 
→ Forma como são absorvidos: 
→ Processo de absorção 
• Ácidos graxos e monoglicerídeos são incorpo-
rados por sais biliares formando micelas, so-
lúveis no quimo 
• As micelas são carregadas para as bordas em 
escova e penetram os espaços entre os vilos 
• Os monoglicerídeos e os ácidos graxos se di-
fundem das micelas para as membranas das 
células epiteliais e entram facilmente (visto 
que ambos são lipídeos) 
• Dentro da célula, os produtos finais da diges-
tão de lipídeos são incorporados pelo REL e 
usados para formar novos triglicerídeos 
• Sob a forma de quilomícrons, os novos trigli-
cerídeos são transferidos para os lactíferos 
das vilosidades 
• Quilomícrons são, então, transferidos para o 
sangue circulante pelo ducto linfático torácico 
 Absorção de ácidos graxos pelo sangue porta 
• Ácidos graxos de cadeia curta e média, como 
os da gordura do leite, não são convertidos em 
triglicerídeos e passam para a linfa, são absor-
vidos diretamente pelo das células epiteliais 
para o sangue porta 
• Isso ocorre pois são um pouco mais hidrosso-
lúveis que os ácidos graxos de cadeia longa 
 Colesterol: absorvido direto 
 
 
Maria Fernanda Brandão – UC3 
 
1 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Fernanda Brandão – UC3 
 
1 
 
Referências 
→ HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 
→ HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ. Precisamos falar de Gordofobia. Disponível em: < 
https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/precisamos-falar-de-gordofobia>. Acesso em: 
2 nov. 2020. 
→ SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2017. 
→ VASCONCELOS, Naumi A. de; SUDO, Iana; SUDO, Nara. Um peso na alma: o corpo gordo e a mí-
dia. Rev. Mal-Estar e Subj., Fortaleza, v. 4, n. 1, p. 65-93, mar. 2004.

Outros materiais