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organizado, ou seja, é um conjunto de unidades 
reciprocamente relacionadas (CHIAVENATO, 2002).
De forma resumida, podemos considerar que a Organização é a 
fundação sobre a qual toda a estrutura de gestão é construída. Está 
relacionada ao desenvolvimento de um quadro de trabalho, onde esse é 
dividido em componentes gerenciáveis, a fim de facilitar a realização dos 
objetivos e metas. Assim, a Organização é a estrutura que permite que 
A Organização é 
a fundação sobre 
a qual toda a 
estrutura de gestão 
é construída.
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Introdução às Organizações Capítulo 1 
O agronegócio 
pode se envolver 
em uma variedade 
de atividades 
relacionadas 
à produção, 
processamento, 
comercialização 
e distribuição de 
alimentos.
Quadro 2 – Tipos de organizações
Tipos de organiza-
ções formais
Principais 
beneficiários
Principais problemas a 
serem enfrentados
Exemplos de 
organizações
Associações de 
benefício mútuo
Quadro social
Manutenção de pro-
cessos democráticos 
internos.
Partidos políticos, 
sindicatos, associações 
profissionais, clubes e 
organizações religiosas.
Firmas comerciais Proprietários
Maximização da eficiên-
cia das operações.
Indústrias, lojas e 
bancos.
Organizações de 
serviços
Público que tem 
contato direto
Conflito entre o forneci-
mento de serviços e a 
carreira profissional.
Escritórios jurídicos, 
hospitais e escolas.
os indivíduos possam trabalhar juntos. Em um sentido estático, uma organização 
é uma estrutura formada por um grupo de indivíduos que estão trabalhando em 
conjunto a fim de um objetivo comum (VAN FLEET; VAN FLEET; SEPERICH, 2013).
a) Tipos de Organizações 
Faz parte do “agronegócio” uma empresa que fatura bilhões 
de reais com suas vendas (empresa de sementes, de fertilizantes, 
processadora, de distribuição), que emprega “muitas” pessoas, como 
também faz parte um pequeno indivíduo que é vendedor de milho no 
Sul do país. O agronegócio pode se envolver em uma variedade de 
atividades relacionadas à produção, processamento, comercialização e 
distribuição de alimentos. A maior parte do volume real de negócios é 
conduzida por empresas formais, embora uma pessoa ou uma família também 
façam “seus negócios”. Assim, os agentes são donos de propriedades, sendo 
as circunstâncias dessas propriedades que dão à organização sua forma legal 
específica (CLEGG; HARDY, 1998). 
Vale ressaltar que o agronegócio é composto por organizações. Blau e 
Scott (1970) dividem as organizações formais em quatro tipos: i) Associações 
de benefício mútuo; ii) Firmas comerciais; iii) Organizações de serviços; e iv) 
Organizações de bem-estar público. Os critérios para diferenciar os tipos de 
organizações, segundo os autores, são: i) as relações entre os membros das 
organizações e o seu público; ii) o contexto social mais amplo; iii) a estrutura 
interna (formal e informal); iv) os processos de comunicação, v) a autoridade 
hierárquica; vi) os conflitos; vii) os mecanismos de controle; viii) as relações 
interpessoais; e ix) as relações interorganizacionais. O Quadro 2 descreve os tipos 
de organizações formais descritos pelos autores, sua relação aos beneficiários e 
os principais problemas enfrentados, bem como alguns exemplos.
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 Gestão do Agronegócio I
Organizações de 
bem-estar público
Público em geral
Desenvolvimento de 
mecanismos democráti-
cos de controle.
Exército, corpo de bom-
beiros, departamentos 
de polícia, institutos de 
pesquisa e presídios.
Fonte: Adaptado de Blau e Scott (1970, p. 54-73).
Assim, segundo Daft (2014), mesmo com as diferentes tipologias de 
organizações, as características comuns entre elas incluem a moral, a liderança, o 
trabalho em equipe, o desempenho e a sua estrutura. Cada característica poderá 
se apresentar de maneiras diferentes para cada organização. Por exemplo: a 
estrutura organizacional de uma propriedade agrícola não será a mesma que 
a estrutura de uma empresa de defensivos agrícolas e/ou de uma empresa de 
distribuição de alimentos, mas todas elas terão uma estrutura, desde uma simples 
(exemplo: com poucas divisões de atividades) até uma complexa (exemplo: 
muitas divisões de atividades).
Introdução à teoria geral da administração: uma visão 
abrangente da moderna administração das organizações, de 
Idalberto Chiavenato: CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da 
administração: uma visão abrangente da moderna administração 
das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
b) Teoria Geral da Administração – TGA
 
Você deve estar se perguntando: O que é uma teoria e qual é a importância 
de se estudá-la? Pois bem, vamos lá. Muita gente, ao ouvir essa palavra (teoria), 
já a relaciona a algo sem utilidade prática. Conforme Stoner e Freeman (1999, p. 
22), “teoria é um conjunto coerente de pressupostos elaborado para explicar as 
relações entre dois ou mais fatos observáveis e prover uma base sólida para se 
prever eventos futuros”. Sabe-se que a administração tem por objetivo estudar 
entidades dinâmicas chamadas organizações. 
Tais organizações “funcionam” com base em modelos já adotados no 
passado, práticas já consagradas que trouxeram resultados para as organizações 
em uma determinada época. Todo o conhecimento prático e técnico, que foi 
testado e implementado, formou a Teoria Administrativa. Ela é um corpo de 
informação e conhecimento que contém princípios de ordem metodológica sobre 
17
Introdução às Organizações Capítulo 1 
as principais teorias administrativas. Assim, as teorias administrativas são práticas 
de gestão empresarial que foram desenvolvidas segundo a necessidade de cada 
época, a fim de solucionar problemas administrativos da organização. Muitas 
teorias, com o passar dos anos, e com a modernização em todos os campos, 
acabaram caindo em desuso; mas todas continuam aplicáveis, dependendo da 
contingência. 
Assim, a TGA fornece ferramentas aos gestores a fim de serem adotadas nas 
organizações. Quando bem aplicadas, podem gerar bons resultados. Por vezes, 
pode-se pensar que ciência envolve apenas matemática, física e química. Que o 
mercado não é um local de “ciência”, mas sim de resultados. Assim, fica a ideia 
de que no mercado não há espaço para falar e/ou fazer ciência. É por isso que 
há um alto grau de improvisação e, por vezes, baixo profissionalismo por parte 
dos gestores. Como consequência, inúmeras organizações fecharam suas portas. 
Mas, ao longo da história, os grandes progressos só foram possíveis graças ao 
desenvolvimento científico. Nesse sentido, a administração precisa ser entendida 
como uma ciência, com princípios passíveis de verificação, e como tal deve ser 
valorizada e aplicada. Nesse sentido, destacam-se quatro razões para se estudar 
as teorias administrativas, conforme Stoner e Freeman (1999, p. 22): 
• As Teorias guiam as decisões da Administração. O estudo das 
Teorias nos ajuda a compreender os processos fundamentais. 
Com isso, permite prever o que irá acontecer em certas 
situações.
• As Teorias dão forma a nossa visão das organizações. 
Mostram de onde retiramos algumas das nossas ideias sobre 
as organizações e sobre as pessoas que participam delas.
• As Teorias nos conscientizam do ambiente empresarial. Cada 
teoria é produto do seu ambiente e adequada conforme as 
circunstâncias vigentes. As Teorias são uma fonte de novas 
ideias. 
• As Teorias dão chance de assumir um ponto de vista diferente 
com relação às situações do cotidiano. Elas podem coexistir 
conforme a necessidade e, a partir dela, abrirem novos 
enfoques.
É importante que você entenda que as teorias são elaboradas a partir da 
observação de práticas e realidades existentes, em determinados ambientes. 
Após isso são formuladas hipóteses, comprovando-as ou negando-as. Assim, 
prática e teoria estão relacionadas entre si, observando que a prática inspira a 
construção teórica (NETO; SCHMITT, 2008). Mas não existem verdades absolutas 
– teorias absolutas. O Quadro 3 apresenta algumas teorias, a ênfase dada
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