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 Plano de Aula: DISCURSO POLÃ�TICO CIÊNCIA POLÃ�TICA TÃtulo DISCURSO POLÃ�TICO Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 1 Tema DISCURSO POLÃ�TICO Objetivos Compreender a importância do estudo da Ciência PolÃtica para o papel desempenhado pelo Direito na Sociedade. Analisar a palavra polÃtica e sua função no espaço social. Compreender a complexidade do campo polÃtico sob a perspectiva dos sujeitos polÃticos e suas ações sociais. Mostrar ao aluno a importância da disciplina para a formação humanÃstica e crÃtica sobre realidade social. Apresentar ao aluno o Plano de Ensino e o Mapa Conceitual da disciplina. Estrutura do Conteúdo 1- O que é o discurso polÃtico? Discutir com os alunos as noções, estruturas e inter-relações das categorias: espaço social, poder, dominação, campo de poder polÃtico, sujeitos polÃticos e ação social. ?O discurso polÃtico como sistema de pensamento é o resultado de uma atividade discursiva que procura fundar um ideal polÃtico em função de certos princÃpios que devem servir de referência para a construção das opiniões e dos posicionamentos. É em nome dos sistemas de pensamento que se determinam as filiações ideológicas e uma análise do discurso deve se dedicar a descrevê-los a partir de textos diversos.O discurso polÃtico como ato de comunicação concerne mais diretamente aos atores que participam da cena de comunicação polÃtica, cujo desafio consiste em influenciar as opiniões a fim de obter adesões, rejeições ou consensos. Ele resulta de aglomerações que estruturam parcialmente a ação polÃtica e constrói imaginários de filiação comunitária, mas dessa vez, mais em nome de um comportamento comum, mais ou menos ritualizado do que um sistema de pensamento, mesmo que este perpasse aquele. Aqui o discurso polÃtico dedica-se a construir imagens de atores e a usar estratégias de persuasão e sedução empregando diversos procedimentos retóricos. O discurso polÃtico como comentário não está necessariamente voltado para um fim polÃtico. O propósito é o conceito polÃtico, mas o discurso inscreve-se em uma situação cuja finalidade está fora do campo da ação polÃtica: é um discurso a respeito do polÃtico, sem risco polÃtico. Pela mesma razão, a atitude de comentar não engendra uma comunidade especÃfica, a não ser ajustamentos circunstanciais de indivÃduos por ocasião de trocas convencionais não voltadas exclusivamente a polÃtica. Um discurso de comentário tem por particularidade não engajar o sujeito que o sustenta em uma ação.? CHARAUDEAU, Patrick. Discurso PolÃtico. São Paulo: Contexto, 2006, p. 47. 1.1- A palavra polÃtica e a questão do poder. " A questão do poder e da legitimidade polÃtica tem sido longamente discutida, começando por Platão, passando por Kant até chegar, mais recentemente, a a Weber, Arendt, Foucault, Bourdieu e Habermas. Retomaremos diversas proposições desses autores para tentar determinar o que é o campo polÃtico. Sem exagerar a complexidade das relações de força que se instauram nesse campo, parece que é possÃvel determinar quando são tratados simultaneamente, e em interação, as questões da ação polÃtica, de sua finalidade e de sua organização; as instâncias que são partes interessadas nessa ação; os valores em nome dos quais é realizada essa ação." CHARAUDEAU, Patrick. Discurso PolÃtico. São Paulo, 2006, p. 16 1.2- Do espaço social aos espaços sociais da palavra polÃtica. "O espaço polÃtico- e mais geralmente da sociedade- não corresponde necessariamente ao geográfico, mesmo se à s vezes os dois coincidam. Ele é fragmentado em diversos espaços de discussão, de persuasão, de decisão que ora se recortam, ora se confundem, ora se opõem. Pode-se nesse momento falar de um espaço público como um espaço mais ou menos homogêneo no qual aconteceria tudo que diz respeito à vida em sociedade? O que está em questão há muito, e em debate ainda no momento atual, é saber se convém diferenciar o espaço público e o espaço polÃtico, qual é a natureza desse espaço público e onde se situa a fronteira entre espaço público e privado." CHARAUDEAU, Patrick. Discurso PolÃtico. São Paulo, 2006, p. 23. 1.3- Sobre a complexidade do campo polÃtico: os setores de ação social. Campo é um espaço social de relações de forças, traduzidas na disputa de poder entre os agentes sociais, sendo dotado de regras e conhecimentos especÃficos (habitus) para a estruturação das relações de poder. 2. O que é o discurso polÃtico? Apresentar o objetivo do discurso polÃtico, tal seja: o de influenciar ou buscar adesão sempre de um maior número de pessoas. Como também compreender o que seria legitimidade: comando reconhecido como não arbitrário. 2.1. O estudo do discurso polÃtico. A Análise do Discurso é uma disciplina nova que nasce da convergência das correntes lingüÃsticas e os estudos sobre a retórica greco-romana. A definição de Análise do Discurso chama as noções da LingüÃstica textual na qual os elementos da frase podem ser relacionados a múltiplos sensos lingüÃsticos, extralingüÃsticos e sociais, possibilitando-nos vislumbrar quais seriam as intenções nos discursos, com os seus ditos e não ditos; e como estes discursos são organizados sempre pelos três lugares formadores de sentido: a doutrina, a retórica e os elementos de justificação ou de legitimação. 2.2. Uma problemática do discurso polÃtico como processo de influência social. "O sujeito, ser individual, mas também social necessita de referências para se inscrever no mundo dos signos e significar suas intenções. Logo, apóia-se numa memória discursiva, numa memória das situações, que vão normatizar o comportamento das trocas linguageiras, de modo que se entendam e obedeçam aos ?enjeux? (expectativas) discursivos, que persistem na sociedade e estão a guiar os comportamentos sociais, de acordo com contratos estabelecidos. Ex. Um discurso polÃtico pode se realizar como um debate, um comÃcio, uma entrevista, um texto escrito, um papo amigável do candidato, com direito a tapinhas nas costas etc. Cada realização vai exigir uma forma diferente que está de acordo com a situação." CHARAUDEAU, Patrick. Discurso PolÃtico. São Paulo: Contexto, 2006, p.47. 2.3. A identidade do sujeito polÃtico: a questão da legitimidade. ?Legitimidade não é legalidade: se os indivÃduos das classes mais desfavorecidas em matéria de cultura reconhecem quase sempre, ao menos da boca para fora, a legitimidade das regras estáticas propostas pela cultura erudita, isso não exclui que eles possam passar toda sua vida, de facto, fora do campo de aplicação dessas regras sem que estas por isso percam sua legitimidade, isto é, sua pretensão a serem universalmente reconhecidas. A regra legÃtima pode não determinar em nada as condutas que se situam em sua área de influência, ela pode mesmo só ter exceções, nem por isso define modalidade da experiência que acompanha essas condutas e não pode deixar de ser pensada e reconhecida, sobretudo quando é transgredida, como regra das condutas culturais que se pretendem legÃtimas. Em suma, a existência daquilo que chamo legitimidade cultural consiste em que todo indivÃduo, queira ele ou não, admita ou não, está colocado no campo de aplicação de um sistema de regras que permitem qualificar e hierarquizar seu comportamento do ponto de vista da cultura.? BOURDIEU, Pierre. Campo Intelectual e Projeto Criador. In: Problemas do Estruturalismo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968, p. 128. Aplicação Prática Teórica Caso Concreto: Tema: Espaço social da palavra e complexidade do campo polÃticoLeia, atentamente, o trecho do texto ?A experiência dos CIEPs, abaixo: Controvérsias em torno da legitimidade de uma ?Escola Nova? de Adelia Maria Miglievich Ribeiro e Paulo Sérgio Ribeiro da Silva Jr, e responda: 1) Qual o espaço social da palavra polÃtica ele se refere? 2) A qual tipo de discurso polÃtico ele se refere? Justifique as suas respostas. "Não é de pouca monta a complexidade do debate da educação integral mobilizado pela experiência recente dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPs) uma vez considerada que a relação entre educação e polÃtica não é apoiada em fáceis consensos. Faz-se necessário redobrar a vigilância epistemológica ao tentarmos ponderar, por exemplo, a singularidade do perÃodo de implantação dos CIEPs e o fato incontornável de sua identidade institucional ser atribuÃda ao intelectual e polÃtico Darcy Ribeiro (1922-1997) e ao brizolismo. Isto nos exige, para além do exame do projeto polÃtico-pedagógico basilar dos CIEPs que buscou o ideário da escola para todos tendo, entre outros Ãcones, a ascendência de AnÃsio Teixeira, a atenção à s reconfigurações no campo polÃtico, mais especificamente na polÃtica educacional no Estado do Rio de Janeiro. De um lado, tais reconfigurações levavam ao extremo as posturas quer de devoção quer de aversão à personalidade pública de Brizola numa conjuntura em que sua popularidade significava o fortalecimento de uma corrida eleitoral que tinha como meta a presidência da república; de outro, há de se considerar o impacto de qualquer inovação polÃtica num campo onde práticas já estão estabelecidas e institucionalizadas. Não por acaso, a burocracia e a chamada legalidade foram os principais entraves à implementação mesma dos CIEPs que traduziam uma nova forma de se fazer educação básica de qualidade. Dito de outro modo, um estudo com pretensões de avaliação desta polÃtica pública seria inocente se não buscasse olhar a realidade em seus diversos e mesmo antagônicos ângulos. Como pressuposto dessa pesquisa, que se encontra em fase inicial, entendemos o sistema educacional como relevante estrutura social a contrariar os imperativos do mercado mundial, posto que oferta meios de socialização dos indivÃduos e de aperfeiçoamento de suas competências que interferem diretamente na possibilidade de sua inclusão na esfera pública como cidadãos. A escola é, em nossa percepção, em que pesem todos os atuais constrangimentos, espaço polÃtico de materialização do ideário da promoção igualdade de oportunidade garantida aos indivÃduos nos governos democráticos, na mesma medida que pode se tornar o seu oposto, a confirmação da desesperança para gerações de crianças e de jovens em qualquer sociedade dita moderna. Também, e não menos importante, vemos também na escola a esfera pública numa de suas facetas, nela sendo possÃvel trazer reflexões a dar visibilidade a inúmeros sujeitos e práticas sociais pré-reflexivas que uma vez tematizadas podem apontar para potencialidades emancipatórias. Deste modo, participamos do debate da educação integral na tentativa de questionar os mecanismos de naturalização dos atos de distinção legitimados em polÃticas educacionais, examinando o alcance do sistema educacional na (re)distribuição dos bens econômicos, culturais e do tempo livre mediante lutas pela conservação e pela transformação dos padrões de distribuição e reconhecimento existentes na sociedade maior. Esboçamos ainda os seguintes traços: o carisma ?darcyniano? e as implicações da sua representação polÃtica; a co-determinação envolvendo essa representação polÃtica e o dilema ?distribuição-reconhecimento? abordado por Nancy Frazer (2001)". Atividade ExtraClasse Obrigatória: TÃ�TULO DA ATIVIDADE EXTRACLASSE OBRIGATÓRIA: As Relações entre o Estado e o Direito. OBJETIVO: Compreender as várias relações e interseções entre os fenômenos polÃticos e jurÃdicos. COMPETÊNCIAS/HABILIDADES: · Capacidade de análise crÃtica dos fenômenos polÃticos e jurÃdicos. · Habilidade de pesquisar em diversas fontes, com a utilização da internet como ferramenta. · Capacidade de redigir textos em linguagem coerente e adequada. · Compreensão da interdisciplinariedade do fenômeno jurÃdico e das transformações sociais. · Visão atualizada de mundo e consciência dos problemas de seu tempo. DESENVOLVIMENTO: A atividade extraclasse obrigatória da disciplina Ciência PolÃtica será realizada em 4 (quatro) etapas, abaixo elencadas. Os arquivos produzidos em cada etapa deverão ser armazenados para reaproveitamento na etapa final. · 1ª etapa) Assistir o vÃdeo GERMINAL www.youtube.com/watch?v=eNORsDsZxSE e debater o tema com os colegas de classe e professores. NOTA: a discussão pode ocorrer em sala de aula, nos corredores da universidade, em encontros informais etc. Para auxiliar o aluno que tenha dificuldade nesta etapa, sugere-se a leitura do resumo crÃtico encontrado no sÃtio: http://mundodospensantes.webnode.com.br/news/resumo-critico-do-filme-germinal-x-realismo-naturalismo-por-charles-quirino/ Após, o estudante deverá elaborar uma resenha crÃtica, traçando um paralelo entre a realidade fática apresentada no vÃdeo e a realidade brasileira. · 2ª etapa) Pesquisar na internet o tema: CAPITALISMO E RELAÇÕES TRABALHISTAS. Deve ser lembrado que o filme indicado na primeira etapa pode auxiliar o aluno com diversos exemplos de questões como “mais valiaâ€�, “autonomia da vontadeâ€�, “seguridade socialâ€�, “pobrezaâ€� etc. Após, ler: AGUIAR, Renan. Estado e Direito. In: FERREIRA, Lier Pires. GUANABARA, Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo. (orgs.) Curso de Teoria Geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Ao final, elaborar um resumo deste capÃtulo. · 3ª etapa) Pesquisar textos sobre as relações do Estado de Direito e o liberalismo polÃtico e econômico. Produzir um quadro comparativo, com argumentos favoráveis e desfavoráveis, quanto ao modelo de sociedade proposto pela ideologia do liberalismo polÃtico e econômico. · 4ª etapa) Elaborar apresentações orais que tenham como temática as relações entre o Estado, o Direito e o Sistema de produção econômico. O aluno não pode esquecer que esta etapa deverá ser produzida em grupos de até 6 (seis) estudantes. Os grupos terão em torno 10 minutos para as apresentações. PRODUTO/RESULTADO: 1ª etapa) Resenha. 2ª etapa) Resumo. 3ª etapa) Quadro comparativo. 4ª etapa) Apresentação oral.
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