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Norman Angell (1874-1967) - inglês Obra: A Grande Ilusão (1912) Argumento central: a guerra não traz benefícios materias, vantagens econômicas para as sociedades dos Estados ditos avançados, civilizados. O principal intuito dele é problematizar a sabedoria convencional, o senso comum, prevalecente no ambiente do pré primeira guerra mundial. Essa sabedoria nos dizia que a guerra era lucrativa. Ou seja, essa soberania nos falava em termos de interesses e que aquele que vencesse uma guerra se sairia bem, economicamente poderoso. Pensamento da época: A guerra é lucrativa para uma nação, compensa materialmente. Essa é a ideia que Angell quer criticar, ele não concorda com isso. A principal preocupação dele é desfazer esse senso comum. Ele fala do poder que a imprensa tinha em manipular a opinião pública, que ele ia contra. No contexto pré-Primeira Guerra Mundial já existia um movimento a favor da guerra. Uma corrida armamentista com nova tecnologia, formação de alianças. Existiam duas visões favoráveis a guerra (ele não era favorável), as duas eram: uma idealista e uma realista. Ele diz que os pacifistas estavam situados nos idealista. Eles condenavam a guerra a priori. Porque a guerra era desumana, causava mortes. Esse não é o argumento do Angell. Ele vai dizer que existiu um autor, oficial da marinha britânica que exerceu uma enorme influência (Alfred Mahan). A ideia dele é que um fator decisivo do poder de um Estado era o seu poder naval. Pois, segundo Mahan, aquele que controla os mares, controla as rotas comerciais, pode controlar territórios e ensse sentido pode se desenvolver. Também há influência de Darwin, aquele que tivesse maior poderia naval, conseguiria impor a sua vontade e reduziria o seu rival menos poderoso. Ideia da "seleção natural". Angell não concordava com isso. (CONFIRMAR) Sabedoria convencional é aquilo de que a guerra é lucrativa. Essa visão do Normal Angell de tentar desfazer a ilusão também ia contra os pacifistas, porque segundo Normal os pacifistas eram imbuidos de considerações altruistras, morais. E portanto seus argumentos nao eram pautados pela logica dos realistas, dos interesses. Ele vai dizer qeu os pacifistas mais radicais defendiam um desarmamento geral. Mas, o Normal Angell não defendia isso. Ele dizia que esses pacifistas, na verdade não tinha um conhecimento geral da realidade, baseado na lógica do dilema da segurança. Pro Normal Angell o dilema da segurança estava operando de fato entre Inglaterra e Alemanha (um se armava e o outro desconfiado se armava também, aquele que se descuidasse da sua defesa corria o risco de ser eliminado). Norman Angell diz que a sobrevivência é o interesse principal das nações. Pra ele, esse argumento pacifista não era convincente, não atraia as audiências europeias. Ele se centrava num argumento de ordem moral. Ou seja, o que ele diz é que os pacifistas eles partiam da mesma ontologia (visão de mundo) dos realistas, eles acreditavam que a guerra trazia lucro, eles não negavam que a guerra trazia lucro das nações, ams mesmo assim ela devia ser evitada, porque ela é desumana, acarreta mortes, a guerra é imoral. Independentemente do lucro, a guerra deve ser evitada a todo custo. Norman Angell classifica os pacifistas como uma minoria sonhadora, sonhaadores doutrinários. Partem de um mundo que não existe. Esse argumento dos pacifistas não tinha apelo, não tinha entrada na Europa. Os homens europeus estavam dispostos a morrerem e se sacrificarem por algumas causas, inclusive vistas como materialmente mais secundárias que a guerra? Ele fala que o homem viril se arrisca em atividades profissionais cotidianas em nome de alguma recompensa material (ex. trabalho nas minas, ferrovias), essas mortes acidentais tem comparação com as mortes em uma guerra. Ou seja, os dois são lucrativos e os dois correm risco de vida. WTF TUDO ISSO? (ex é da guerra franco prussiana). O argumento do Angell é do tempo dele não pode ser considerado em todos os tempos. A tese dele não é um tese válida para todos os tempos históricos, como seria por exemplo o realismo. Ele diz que houve outros tempos históricos que a guerra valia economicamente, por exemplo no período mercantilista. A riqueza era muito mais tangível, se baseava em metais preciosos (ouro). O acúmulo desses metais trazia o lucro e pronto. Ele diz que teve uma mudança, que tem a ver com o desenvolvimento do sistema capitalista. Pra Normal Angell existem conflitos de interesses, só que eles tem de esr resolvidos não mais pela força, mas sim por uma lógica cooperativa. Fator da Interdependência: Angell é considerado um dos precurssores da teoria da interdependência, por colocar essa situação de integração de interdependência que aflora com o desenvolvimento da comunicaçao dos transportes, que vai colocando a divisão internacional do trabalho muito mais desenvolvida. O escopo do pensamento do Angell é limitado geograficamente, essa situação de interdependência, quem tá inserido nesse circuito comercial e financeira, não são todos os povos e sociedades do mundo, esse argumento se limita as sociedades ditas civilizadas, desenvolvidas e capitalistas. Ele vai falar que nessa fase do capitalismo desenvolvido a riqueza vai se tornando mais intangível, ela vai se basear em um sistema de contratos, de créditos, que o elemento fundamental de ordem pscicológica é a confiança, que os títulos, as ações, os bonus vão conferir. O elemento central nesse sistema interdependente vai ser a confiança que seus contratos inspiram. Ele fala que quem perceberia mais a mensagem dele seriam os capitalistas (investidores, comerciantes, financiadores). Eles nao deixariam de investir em um país que não detivesse uma capacidade militar grande. Ex dos países: Holanda, Suiça, Dinamarca, Suécia, Bélgica. Você não pode confiscar a propriedade privada alheia. Ele vai dizer que se a Inglaterra acaba com a Alemanha, ele tá acabando com seu próprio consumidor. Ele tá dizendo que os capitalistas tinham uma certa noção disso. Poder político não garante poder econômico. Essa é a diferença do Angell pros realistas. Pros realistas o poder é uno, é unificado. Aquele que tem poder militar é aquele que tem poder econômico, cultural etc. Pros liberais, exemplo os da interdependência na década de 70, vão colocar o poder como não-fungível, não tem como você definir a priori que o poder militar que eu tenho vai necessariamente se traduzir em poder econômico. Pro Angell, o poder militar não necessariamente vai garantir poder econômico. Pro Angell você pode se desenvolver economicamente sem precisar ter poderio militar. Já pros realistas (Carr) você precisa primeiro se preocupar com seu poderio militar (sua sobrevivência, porque vivemos em um sistema anárquico, perigoso), pra depois garantir seu desenvolvimento, só a partir da sua segurança que você pode se preocupar com seu desenvolvimento econômico e ele só pode ser buscado dessa forma também. (analogia ao canhão e a manteiga). O foco do Norman Angell são os indivíduos e não os Estados. São os interesses econômicos individuais que transcendem as fronteiras. Crítica Waltz (1979): ele fala que o Normal Angell tá trabalhando com a categoria do indivíduo, tá falando de interesses econômicos cosmopolitas, individuais e não necessariamente tá colocando em foco o Estado. Ele tá falando de poder relativo. O poder relativo é em relação aos outros e o absoluto é em relação a você mesmo. Ele quer ativar a racionalidade humana, mostrar quais são os interesses humanos. A crescente aplicação da razao humana nos assuntos internacionais, o desarmamento e a paz seriam possíveis. Uma reforma dos indivíduos. Indenizações: será que por Angell o recebimento de indenizações em função na vitória em uma guerra traria bem estar, vantagens materiais pra aquela nação receptora? O casoda guerra franco-prussiana em que a França tem que pagar indenizações para a Alemanha. Ele vai dizer que essas indenizações não contribuiram para melhoria do beme star da Alemanha. Em primeiro lugar ele diz que a guerra incitou um clima de tensão e de insegurança, não só na Alemanha, mas no resto da Europa, isso significa que após a guerra franco-prussiana a Alemnha teve que incorporar uma série de soldados, o número de componentes do exército alemão cresceu consideravelmente. O que ele vai dizer é que a Alemanha gastou o equivalente pelas indenizações pagas pela França só para manter os exércitos. Um dos efeitos da guerra vai ser o aumento de exército improdutivos por toda a Europa, elevando portanto o orçamento das nações ao setor militar. Angell vai falar que o fato da França ter sido punida com a guerra franco-prussiana teve um impacto nos outros países europeus, reduzindo o poder de compra das outras sociedades europeias e na medida que isso acontece isso segundo Angell incide negativamente no mercado alemão (a capacidade de exportação alemã diminuiu). Ele está então corroborando a visão a cerca da interdependencia economica entre as nações civilizadas economicas. Nesta situação ele tenta mostrar que tanto o vencedor quanto vencido eles tem interesses que se entrelaçam, o bem estar de uma afeta o bem estar da outra e da Europa como um todo. Numa era de interdependencia economica, as nações não são autosuficientes. O pagamento das indenizações francesas para Alemanha poderiam ser de duas formas: na forma de capital, podendo gerar uma inflação no país; na forma de produtos, o mercado interno vai enfraquecer. Norman Angell é contra as indenizações cobradas da Alemanha no pós 1 guerra, por isso. Visão do Norman Angell a cerca do Imperialismo: pode ser considera etnocêntrica; existe uma associação entre a Inglaterra e suas colônias que não é só material, mas também de cunho; para ele, as principais colonias da gra-bretanha eram naçòes independentes ligadas a metrópole, se a Grã-Bretanha perdesse colônias como o Canadá, a perda seria muito mais espiritual do que econômica, devido aos laços de ordem espiritual. Ele diz que a Grã-Bretanha poderia lucrar com a independência de algumas colônias, já que a metrópole não teria mais gastos com proteção etc. Mas, a perda seria moral, ou seja, a Grã-Bretanha (Mãe) perdendo suas colônias (filhas). Existem duas formas de utilização do poder para além do território, em posses ultramarinas: uma delas é a função do exército (conquistar outros espaços e subjulgar outros povos) e a outra seria a de polícia (preservar a ordem pública). Ele faz uma analogia com a própria Inglaterra. Se existe uma perturbação no norte da Inglaterra isso vai incidir sobre Londres, daí a força policial deve agir para manter a ordem lá, e o mesmo deve acontecer no resto do mundo. Ele diz que nesses espaços não-civilizados (chamados por Stuart Mill de bárbaros), a Índia, Argélia, Egito. Ele diz que nesses países não impera a ordem então é necessário que as metrópoles cumpram o papel de policial para manter a ordem. Ele defende o imperialismo e a intervenção. Para você chegar a se autodeterminar é necessário que as naçoes civilizadas antes estabeleçam a ordem lá. Ele divide o mundo entre civilizados e não-civlizados. Será que a Grã-Bretanha deve se sentir ameaçada nas ações imperialistas alemãs na Ásia menor? Ele diz que não. Que seria vantajoso. É melhor uma Ásia menor organizada pela eficiência alemã do que organizada a la turca (ou seja, desorganizada), porque caso a Alemanha crie, os britânicos teriam um novo mercado alemão naquela região. Em qual situação o imperialismo é benéfico é frutífero? Quando voltado para espaços não civilizados, para impor a ordem pública, desempenhando funções policiais, a fim desses espaços pudessem vir no futuro a integrar o sistema comercial liberal. Então ele apoio inclusive o uso da força para abertura de novos mercados. Ele parte de uma natureza humana egoista que tem interesses. O homem é razão e paixão. E o gosto pela violência pode fazer com que ele não perceba seus reais interesse, e ele atribui um valor a educação, como meio de mostrar qual é o real interesse dos individuos. Angell parte da ideia que existem conflito de interesses e que estes confiltos tem que ser resolvidos pela cooperação e não pela via militar, isso em prol das nações europeias, critica os pacifistas por apoiarem um desarmaneto geral e até mesmo unilateral. No pós 1 guerra mundial o Angell vai ser um crítico do isolacionismo americano e pelo fato dos EUA não terem entrado na Liga das Nações. Porque na medida em que Wilson não consegue aprovação do Congresso pra entrada dos EUA na Liga, a Liga vai carecer de um grande poder coercitivo. Nesse sentido ela vai falhar. A liga das nações falharia porque ela não espelhava a distribuição de poder do sistema internacional (sem os EUA nela), esta é uma visão realista. Angell no pós SGM: os EUA deveriam se aproximar da URSS em prol da estabilidade do sistema internacional, isto tudo em função dos interesses norte-americanos, seria benéfico que eles transcedessem os interesses ideológicos e se aproximassem da URSS. O Carr critíca os idealistas em 1939, Wilson e Angell, mas não percebe que o argumento do Angell tem um pouco do realismo. Resumo feito por Victor Miranda IRischool 2011.2
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