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Guerra e Revolução segundo Lenin

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Resumo: War and Revolution – Vladimir Lenin 
 
Lenin coloca em seu discurso que a coisa mais importante que normalmente passa 
despercebida na questão da guerra é a questão do caráter de classe que a guerra possui. É 
importante considerar o que causou a guerra, que classes estão fazendo esta guerra e quais as 
condições histórico-econômicas que propiciaram o surgimento dela. 
Do ponto de vista dos Marxistas, as principais questões de qualquer discussão 
concernente à guerra são qual o motivo dela ocorrer e quais as classes que atuam e dirigem-na. 
Lenin, como um Marxista, diz não pertencer à categoria de pessoas que são opositores de todo 
tipo de guerra. A meta dos Marxistas seria a de obter uma sociedade sob um sistema socialista 
que, pela eliminação da divisão do ser humano em classes e pela eliminação de toda forma de 
exploração de homem sobre homem e nação sobre nação, iria desse modo acabar em grande 
medida, com a possibilidade de a guerra acontecer. Ele coloca que, para que isso ocorra, é 
necessário que encontremos as condições sob as quais a luta de classes dentro de cada país 
suprima a guerra entre diferentes nações (que, por sua vez seria condicionada pela própria luta 
de classes). Desse modo, ele se posiciona a favor de um tipo de guerra, que seria a guerra 
revolucionária (guerras que surgem da luta de classes, guerras geradas por classes 
revolucionárias e guerras que são de significância revolucionária direta). Para Lenin, existem 
guerras e guerras, devemos saber das condições históricas, das classes dirigentes e os fins de 
cada guerra. 
Lenin concorda com a máxima de Clausewitz de que a guerra é uma continuação da 
política por outros meios. Para Lenin, todas as guerras são inseparáveis dos sistemas políticos 
que as produzem. A política na qual cada estado (e a classe dirigente de cada estado) seguiu 
durante um longo tempo precedente à guerra é inevitavelmente a mesma ao longo da guerra 
(apenas a forma de ação é modificada). 
Para o russo, existe uma conexão histórica e econômica muito próxima entre cada tipo 
de guerra e (1) a política precedente a ela em cada país e (2) a classe que governava esse país e 
que obteve seus fins por meios ditos “pacíficos” (aqui fazendo referência à força bruta requerida 
para garantir a “paz” nas colônias). 
Para se entender a Primeira Guerra, Lenin diz que precisamos fazer uma análise geral 
das políticas das potências européias como um todo. Devemos tomar a política do inteiro 
sistema de estados europeus em suas inter-relações econômicas e políticas, se quisermos 
entender como a Primeira Guerra surgiu e cresceu deste sistema. 
Sobre a guerra, ele diz que temos duas ligas, dois grupos de potências capitalistas. Essas 
potências seriam Grã-Bretanha, França, EUA e Alemanha, que por décadas teriam seguido uma 
política de rivalidade econômica incessante objetivando atingir a supremacia mundial, 
subjugando as nações pequenas e fazendo muitos lucros com capital bancário que prendeu todo 
o mundo em sua rede de influências. O ponto principal de Lenin, que ele ressalta mais uma vez 
é que, na guerra, deve se levar em conta a política precedente de um determinado estado, de um 
determinado sistema de estados e das determinadas classes envolvidas. 
As políticas mostram algo de enorme importância: a rivalidade econômica contínua 
entre as duas grandes economias capitalistas do mundo. De um lado temos a Grã-Bretanha, 
detentora de grande parte do mundo, que é o primeiro país em quesito riqueza e a criou não 
tanto por meio do esforço de seus trabalhadores, mas pela exploração de inúmeras colônias e 
pelo poder de seus bancos no mundo. Do outro existe um grupo anglo-francês de capitalistas, 
que introduziu os primórdios da produção capitalista controlada pelo estado, combinando o 
poder colossal do capitalismo com o do estado em um único mecanismo. A guerra, para Lenin, 
é o resultado de políticas de classes (as classes dirigentes, claro) dos dois grandes gigantes 
capitalistas que, muito tempo antes da guerra, já tinham se estendido pelo mundo inteiro e o 
haviam envolvido em uma rede de exploração financeira e o dividido economicamente. Estes 
grupos estão fadados a se chocarem porque uma nova divisão desta supremacia, do ponto de 
vista do capitalismo, havia se tornado inevitável. A própria Grã-Bretanha já havia firmado sua 
supremacia ao longo dos anos superando Holanda e França. Mas em 1871 surge um novo 
predador, a Alemanha que em pouco tempo conseguiu se desenvolver a um ritmo ainda mais 
acelerado que o britânico. 
Lenin argumenta que é uma falácia dizer que a Primeira Guerra estava ocorrendo por 
interesses nacionais e questões nacionais enquanto que o mais próximo da verdade seria o tipo 
de afirmação cínica de multimilionários americanos, que diziam que a guerra estava ocorrendo 
na Europa por uma questão de dominação mundial e supremacia econômica por meio de dólares 
e bancos. 
Vladimir Lenin ressalta que a Primeira Guerra é a continuação da política de conquistas, 
matança de nacionalidades inteiras e de atrocidades inacreditáveis de alemães e britânicos na 
África e de britânicos e russos na Pérsia. Ele também critica a política de anexações das grandes 
potências e os tratados secretos. 
No que diz respeito aos EUA, Lenin diz que os capitalistas americanos usaram esta 
guerra como uma desculpa para que eles dessem um passo maior no esforço de construir um 
exército forte para, no futuro, avançar sobre os direitos das nações pequenas (inclusive ele cita o 
expansionismo americano sobre o México e sobre o preparo americano para uma futura guerra 
com o Japão). 
Na última questão, de como acabar com a guerra, ele coloca que a guerra que os 
capitalistas de todos os países estão fazendo não pode ter seu fim sem uma revolução de 
trabalhadores contra estes mesmos capitalistas. Porém, Lenin alerta que faltam as condições 
apropriadas em diversos países europeus para que a revolução ocorra. Nesses países, nos quais a 
classe dirigente é muito mais organizada, os melhores homens desta classe estão à frente dos 
governos. Mas no futuro os trabalhadores vencerão em todos os países. Lenin diz que não há um 
modo fácil de acabar com a terrível guerra que se passa na Europa e afirma novamente a sua 
solução: a guerra que governos capitalistas começaram só pode ser acabada por meio de uma 
revolução dos trabalhadores. “Nothing but a worker’s revolution in several countries can defeat 
this war. The war is not a game, it is an appalling thing taking toll of millions of lives, and it is 
not to be ended easily”. 
Por fim, Vladimir Lenin alerta que, quando o poder na Rússia passar para os Soviets, os 
capitalistas se virarão contra eles (os governos de Japão, França, Grã-Bretanha, por exemplo). 
Ele coloca: “The capitalists Will be against, but the workers Will be for us. That will be the end 
of the war which de capitalists started. There you have the answer to the question of how to end 
the war”. 
 
Resumo feito por Luis Henrique Reis 
IRiscool 2011.2

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