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JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 1 Dermatologia CLÍNICA As manifestações clínicas variam de acordo com os subtipos: PSORÍASE EM PLACAS (VULGAR ) → Observada em até 90% dos doentes; uma das mais BENIGNAS. → Caracteriza-se por PLACAS ERITEMATOESCAMOSAS (escamas secas, brancas ou prateadas, aderentes e estratificadas), bem delimitadas, com graus variados de infiltração, podendo variar de milímetros até dezenas de centímetros de extensão. → Afeta geralmente de forma SIMÉTRICA: [ordem decrescente] couro cabeludo, com placas bem delimitadas e seus bordos aparecem nos limites do escalpo e na região retroauricular; face extensora dos cotovelos e flexora dos joelhos; região lombossacral e periumbilical no tronco; pavilhão auricular e dorso das mãos. → As ESCAMAS podem ser finas e pouco aderentes, presentes nas variantes atípicas da INFÂNCIA ou, por vezes, extremamente grosseiras e aderentes (PSORÍASE RUPIÁCEA). → Frequentemente acomete também as UNHAS, causando pequenas depressões cupuliformes (unha em dedal ou pits), com onicólise, mancha de óleo (faixa castanha entre onicólise e lúnula) e hiperqueratose subungueal. → Com menor frequência pode atingir dobras flexurais (PSORÍASE INVERTIDA), onde a sudorese mascara a descamação → localizadas nas regiões intertriginosas (axilas, região inguinal, genitália, inframamária e pescoço). → Pode acometer áreas seborreicas (SEBORRÍASE). → Eventualmente, pode atingir mucosas e semimucosas → questiona-se, inclusive, se a língua geográfica, caracterizada por placas esbranquiçadas que tendem a migrar de topografia na superfície lingual, não represente, na realidade, uma variante de PSORÍASE DE TOPOGRAFIA RESTRITA à língua. → PRURIDO e QUEIMAÇÃO são de frequência e intensidade variáveis, na maioria das vezes, as lesões são ASSINTOMÁTICAS. o O PRURIDO está relacionado com a quantidade de MASTÓCITOS presentes no infiltrado inflamatório. → EVOLUÇÃO é crônica, com períodos de exacerbação e de acalmia (lesões anulares são características do quadro de remissão). → Subtipos da psoríase vulgar: o Psoríase vulgar generalizada → as placas são de tamanho maior e acometem diversas áreas do corpo, incluindo couro cabeludo, tronco e membros. o Psoríase girata e anular → na psoríase girata, as placas são confluentes e circinadas; na psoríase anular, as placas apresentam clareamento central e parecem mapas geográficos. PSORÍASE EM GOTAS (GUTATA ) → Mais comum em CRIANÇAS, ADOLESCENTES e ADULTOS JOVENS. → Aparecimento SÚBITO de pápulas eritematodescamativas de 0,5 a 1,0 cm de diâmetro, arredondadas e esparsas, geralmente localizada no tronco superior e na raiz dos membros. → Caracteristicamente, é precedida por uma infecção estreptocócica (56-85% dos casos) do trato respiratório superior e costuma resolver espontaneamente após 2-3 meses (BENIGNA). o Ocasionalmente, as lesões podem persistir e ↑ tamanho = psoríase em placas. PSORÍASE ERITRODÉRMICA → ERITEMA intenso, universal + DESCAMAÇÃO variável → nítido predomínio do eritema sobre a descamação. → Pode ocorrer na evolução natural da doença ou, mais frequentemente, após terapias Psoríase Parte II JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 2 Dermatologia intempestivas, interrupção de corticoide sistêmico ou em pacientes com AIDS. → Pode ocorrer HIPER ou HIPOTERMIA e, em casos de longa duração, ↓ DC e comprometimento da função HEPÁTICA e RENAL [alterações na termorregulação, hemodinâmica e no equilíbrio hidrossalino]. o O eminente risco de choque cardiovascular e mesmo séptico torna esses doentes extremamente GRAVES, demandando imediata internação e pronta intervenção terapêutica associada a medidas de suporte. PSORÍASE PUSTULOSA GENERAL IZADA ( PSOR ÍASE DE VON ZUMBUSCH ) → As PÚSTULAS são múltiplas, pequenas (2-3 mm), apresentando halo eritematoso e que se distribuem simetricamente pelo tronco e extremidades proximais. As placas eritematosas tendem à confluência, gerando grandes áreas de eritema contendo as pústulas. → Pode ser desencadeada em um paciente com psoríase vulgar por interrupção do corticoide sistêmico, hipocalcemia, infecções ou irritantes locais. → Geralmente há comprometimento do estado geral, febre alta, mal-estar, fraqueza, leucocitose neutrofílica, ↑ VHS e hipocalcemia. → A ERUPÇÃO é súbita e generalizada, porém, comumente, persiste por poucas semanas, revertendo ao quadro anterior ou se transformando em psoríase eritrodérmica. LOCAL IZADA Compreende 3 subformas: → Psoríase pustulosa em placas ou anular → não evolui para a forma generalizada. → Acrodermatite contínua de Hallopeau → pústulas ou lagos de pus nos quirodáctilos e, mais raramente, dos pododáctilos, de curso crônico, sem tendência a remissão espontânea. → Pustulose palmoplantar → surtos de pústulas estéreis comprometendo palmas e/ou plantas, simetricamente, sem manifestações sistêmicas. PSORÍASE PALMOPLANTAR → Surge mais comumente em ADULTOS. → Apresenta nítida delimitação e simetria das placas e intensa hiperqueratose, com ou sem FISSURAS, tendendo a poupar o cavo plantar. → Pode ser associada à psoríase vulgar. PSORÍASE UNGUEAL → As alterações ungueais podem preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a ÚNICA manifestação da afecção. → O grau de envolvimento depende da localização do processo psoriásico no aparelho ungueal e da intensidade e tempo de evolução. → Acometimento da prega ungueal proximal (aspecto mais frequente) = depressões cupuliformes, designados de pits ungueais (unhas em dedal). → Acometimento do leito ungueal = onicólise, hiperqueratose subungueal e “manchas de óleo”. → Acometimento da matriz ungueal = onicodistrofia e traqueoníquia. → O envolvimento ungueal aumenta com a idade, com a duração e extensão da doença, e com a presença de artrite psoriásica. → Há casos também de perda ungueal (ANONÍQUIA), especialmente nas formas pustulosas. → O comprometimento pode ser de uma, poucas ou todas as unhas. → Para confirmar o diagnóstico é necessário SEMPRE excluir a onicomicose por exame micológico, mas ambas podem coexistir, uma vez que a psoríase ungueal aumenta a chance de contaminação por dermatófitos. PSORÍASE L INEAR OU ZOSTERIFORME São tipos de difícil diferenciação com os nevos epidérmicos zosteriformes, em especial com o tipo inflamatório. PSORÍASE MÍNIMA Restringe-se a pequenas lesões persistentes ou intermitentes, em geral eritematoescamosas, mas, às vezes, com vesículas e/ou pústulas, que se localizam preferencialmente em um ou vários DÍGITOS. PSORÍASE NA CRIANÇA → ~25-45% dos casos de psoríase podem iniciar antes dos 16 anos, e destes, ~2% antes dos 2 anos. JOSÉ SA NTA NA FA RIA S NE TO - UES B 3 Dermatologia → Antecedentes familiares são muito frequentes e o curso tende a se prolongar até a idade adulta. → A forma CONGÊNITA é rara e habitualmente se expressa na forma de psoríase em placas. → Casos de psoríase eritrodérmica congênita são ainda mais raros, graves, e demandam pronta intervenção. → Na infância pode apresentar características ATÍPICAS → placas eritematosas únicas ou pouco numerosas, ligeiramente descamativas, acometendo ÁREAS INSÓLITAS (região periorbitária, perioral ou genital). → Também é característico da psoríase infantil o acometimento FOLICULAR, mais bem detectado nas lesões dos membros. → No COURO CABELUDO pode ocorrer lesão única em placa ou mesmo na forma de lesões mal delimitadas e descamativas, clinicamente indistinguíveis da dermatite seborreica. → As formas artropáticas são extremamente RARAS na infância. PSORÍASE NO IDOSO → Ocorre, principalmente, nos MMII e noCOURO CABELUDO, de forma leve a moderada, cujo diagnóstico diferencial se faz com dermatite asteatósica e dermatite seborreica. → PRURIDO pode ser severo. o Em casos severos, a terapêutica sistêmica é complicada pelo uso concomitante de outras medicações, doenças associadas e intolerância aos tratamentos propostos. PSORÍASE ARTROPÁTICA → A lesão articular ocorre em 5-20% dos pacientes com psoríase, sendo caracterizada por uma ARTROPATIA CRÔNICA INFLAMATÓRIA SORONEGATIVA (fator reumatoide negativo), relacionada ao HLA-B27 (espondilite e sacroileíte) e HLA-B37 e B38 (artrite periférica). → Em 75% dos casos, surge após o aparecimento das lesões cutâneas, algumas vezes cerca de 10 anos depois; pode preceder o quadro cutâneo em 10% dos casos e ser simultânea em 15% deles. PSORÍASE FOTOSSENSÍVEL → Pacientes com psoríase aguardam pelos meses ensolarados de verão quando, na maioria dos casos, a doença responde à luz ultravioleta de maneira sistemática. Entretanto, em EXCESSO pode trazer malefícios → se o paciente apresenta queimadura solar em uma tentativa de induzir a regressão da doença mais rapidamente = fenômeno de Koebner → lesões gutatas, ou uma placa dolorosa, difusamente inflamada, podem se formar na área queimada. → As placas subsequentemente avançam para as áreas protegidas previamente poupadas. → Alguns pacientes NÃO toleram luz ultravioleta de qualquer intensidade.
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