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INTEGRAÇÃO BÁSICO-CLÍNICA 2021/1 CASO CLÍNICO 10 – NASCIMENTO DO PRIMEIRO FILHO Grupo: Alice Morschbacher Costa, Gustavo Conde Moura Pereira, João Pedro dos Santos da Paixão, Magno Eduardo Barbosa Ferreira, Rebeca Pessanha Paes Rangel. 1. CASO CLÍNICO: NASCIMENTO DO PRIMEIRO FILHO Identificação: Amanda Santos da Luz, 21 anos, sexo feminino, casada, técnica de enfermagem, residente em São Pedro, Vitória-ES. Amanda deu entrada na Maternidade Pró-Matre para realização de cesariana do seu primeiro filho. A médica havia indicado a cirurgia, pois uma ultrassonografia (US) realizada durante a gestação, foi identificado que havia malformação fetal na mão direita do feto, agenesia renal direita, luxação congênita do quadril esquerdo, alterações morfológicas do membro inferior esquerdo e pé torto congênito bilateral e fenda palatina. Após o nascimento da criança, Amanda manteve um breve contato com o filho, pois este foi encaminhado para realização de uma cirurgia de emergência com o cirurgião pediátrico. Logo após o término da cesariana, a médica ginecologista procurou o esposo de Amanda (Afonso) para relatar o fato ocorrido. Ela explicou que o recém-nascido apresentou algumas alterações ao nascimento, com um grave comprometimento da circulação na coxa e na perna devido a um problema que ocorreu na bolsa de líquido que envolve o bebe”, que poderiam levar a amputação do membro inferior. Explicou também sobre a necessidade de outras cirurgias posteriores, principalmente para correção da fenda palatina. Afonso ficou muito preocupado e informou que “sempre orientei ela para trabalhar menos, deve ter sido isso o que causou o problema. Pode ser também uma queda que ela sofreu na escada de casa no começo da gestação”. A ginecologista orientou a aguardar uma posição do cirurgião pediátrico sobre a criança, e que antes do fim do plantão passaria na enfermaria para falar com Amanda. Afonso relatou a médica que ficou muito agradecido com a atenção recebida, e que “não sabia que no SUS o atendimento era tão bom”. Diagnóstico: Síndrome da banda amniótica 2. TERMOS DESCONHECIDOS: ● Luxação congênita: é uma patologia caracterizada pela perda de contato e consequentemente de encaixe da cabeça do osso fêmur com o acetábulo (estrutura óssea do quadril) durante o nascimento. 3. PALAVRAS-CHAVE Amanda; 21 anos; sexo feminino; primigesta; complicações com o âmnio; defeitos congênitos; cesariana; comprometimento da circulação no membro inferior; cirurgia de emergência. 4. RESUMO DO CASO A paciente Amanda de 21 anos deu entrada na Maternidade Pró-Matre para a realização da cesariana de seu primeiro filho, após identificação de malformação fetal na mão direita do feto, agenesia renal direita, luxação congênita do quadril esquerdo, alterações morfológicas do membro inferior esquerdo e pé torto congênito bilateral e fenda palatina através de uma ultrassonografia.Após o nascimento a mãe teve pouco contato com o bebê por conta de uma cirurgia de emergência com o cirurgião pediátrico. Logo após o término da cesariana, a médica ginecologista explicou para o pai da criança que o recém-nascido apresentou algumas alterações ao nascimento, que poderiam levar a amputação do membro inferior. Explicou também sobre a necessidade de outras cirurgias posteriores, principalmente para correção da fenda palatina. Além disso, a ginecologista orientou ao marido de Amanda que aguardasse a posição do cirurgião pediátrico sobre a criança, e que antes do fim do plantão retornaria à enfermaria para informar a mãe. 5. QUESTÕES NORTEADORAS ANATOMIA 1) Descreva sobre a estrutura do palato duro. O palato duro tem formato de abóbada (côncavo); o espaço é ocupado principalmente pela língua quando está em repouso. Os dois terços anteriores do palato têm um esqueleto ósseo formado pelos processos palatinos da maxila e as lâminas horizontais dos palatinos. A fossa incisiva é uma depressão na linha mediana do palato ósseo posterior aos dentes incisivos centrais, na qual se abrem os canais incisivos. Os nervos nasopalatinos partem do nariz através de um número variável de canais e forames incisivos que se abrem na fossa incisiva 2) Descreva a função do palato mole O palato mole é importante na deglutição. Durante a deglutição, primeiro o palato mole é tensionado para permitir que a língua seja pressionada contra ele, levando o bolo alimentar para a parte posterior da boca. Em seguida, o palato mole é elevado posterior e superiormente contra a parede da faringe, impedindo, assim, a entrada de alimento na cavidade nasal. 3) Cite os músculos do palato mole, com suas inervações e ações Tensor do véu palatino: - Inervação: N. pterigóideo medial - Ação: tensiona o palato mole e abre o óstio da tuba auditiva durante a deglutição e o bocejo. Levantador do véu palatino: - Inervação: Ramo faríngeo do nervo vago - Ação: eleva o palato mole durante a deglutição e o bocejo. Palatoglosso: - Inervação: Ramo faríngeo do nervo vago - Ação: eleva a parte posterior da língua e leva o palato mole sobre a língua. Palatofaríngeo: - Inervação: Ramo faríngeo do nervo vago - Ação: tensiona o palato mole e traciona as paredes da faringe em direção superior, anterior e medial durante a deglutição. Músculo da úvula: - Inervação: Ramo faríngeo do nervo vago - Ação: encurta a úvula e a traciona superiormente. HISTOLOGIA e CITOLOGIA 4) Onde a ocitocina é produzida. Como ocorre sua liberação. É produzida pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior (neurohipófise), durante o parto e a lactação, a liberação da ocitocina pode ser modulada por sua própria molécula em um mecanismo de retroalimentação positiva, ou seja, quanto mais ocitocina é liberada, há mais estímulo para sua produção e liberação no eixo hipotalâmico-hipofisário. No entanto, sua secreção é complexa, devido a vasta inervação da região paraventricular, por isso, existem outros mecanismos que a estimulam, como, os neurotransmissores noradrenalina, acetilcolina, serotonina, dopamina, entre outros. Há ainda os estímulos externos pelo toque, calor, olfato, sons e iluminação; e os psicológicos de interações sociais positivas, ambiente acolhedor, empatia e estímulos sexuais. 5) Explique seu mecanismo de ação e sua indicação neste caso. A ação da ocitocina no trabalho de parto é desencadeada pela pressão que o feto faz sobre o cérvix, quando se encaixa no final da gestação. Essa pressão ativa sinais que chegam ao hipotálamo, estimulando a liberação da ocitocina, que causa contrações. As contrações, por sua vez, aumentam a pressão, que aumenta sua liberação, até que se forma um ciclo vicioso e as contrações atingem o grau suficiente para a expulsão do feto. O mesmo acontece nas mamas após a sucção durante a amamentação, o que provoca a descida do leite. No caso, como a paciente realizou uma cesariana a aplicação de ocitocina promove contração da musculatura lisa uterina, reduzindo a perda sanguínea no local de descolamento placentário. Por isso, sua utilização tanto profilática quanto terapêutica, se justifica por diminuir a incidência de hemorragia após o parto.Além disso , a ocitocina também atua na lactação. EMBRIOLOGIA 6) O que é a síndrome da banda amniótica? Descreva o que acontece na síndrome. As bandas amnióticas se formam quando o âmnio rompe e delamina durante a gestação. As bandas cercam partes do corpo do embrião e produzem defeitos congênitos, como a ausência de uma mão, https://www.infoescola.com/anatomia-humana/olfato/ https://www.infoescola.com/anatomia-humana/olfato/ sulcos profundos em um membro, constrição digital, defeitos no couro cabeludo e defeitos craniofaciais e viscerais. Isso constitui a síndrome da banda amniótica (SBA), ou complexo de ruptura da banda amniótica, cuja incidência é de aproximadamente 1 em cada 1.200 nascidos vivos. O diagnóstico pré-natal de SBA por ultrassonografia é possível. Parecem existir duas possíveis causas desses defeitos: causas exógenas, que resultam da delaminação do âmnio devido à ruptura ou rasgo, levando a uma banda amniótica em círculo, e causasendógenas, que resultam do rompimento vascular. 7) Existiria uma correlação entre o pé torto, a luxação de quadril com a síndrome? Onde o oligodrâmnio participa desta história? Na síndrome da banda amniótica um grande espectro de deformidades clínicas pode ser encontrado. E a luxação de quadril e o pé torto congênito estão incluídos nesse espectro (NOGUEIRA, Francisco Carlos Salles et al. Síndrome da banda amniótica: relato de caso. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 46, p. 56-62, 2011.). A etiologia da síndrome da banda amniótica ainda é discutida e uma das teorias mais aceitas supõe que a síndrome ocorreria devido a uma sequência de malformações que resultaria da rotura do âmnio, sem alteração do córion. Após a rotura prematura do âmnio, haveria uma separação corioamniótica, fazendo com que o líquido amniótico e o feto emergissem para o interior da cavidade coriônica, através de cordões mesoblásticos fibrosos que se desenvolveriam a partir do córion descoberto. Na sequência, ocorreria oligodrâmnio temporário e compressão intrauterina dos membros com subseqüente isquemia, levando a constrição, fusão das partes fetais e até mesmo amputação por cordões de membranas amnióticas. (Macedo EM, Martins VPA, Neto EAC, Pires TBO, Lenzi MRE, Neves KS, et al. Síndrome das bandas amnióticas. - Revista de Pediatria SOPERJ. 2008;9(2):0). 8) Qual a diferença entre – uma malformação, uma perturbação e uma deformação? (capítulo 20 Moore Básico) As definições de “malformação”, “perturbação” e de “deformação” pertencem ao grupo de defeitos congênitos, que consistem em distúrbios do desenvolvimento presentes no nascimento. Individualmente, as classificações são definidas da seguinte maneira: ● Malformação: defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão ou região mais extensa do corpo causado por um processo intrinsecamente anormal ao desenvolvimento. ● Perturbação: ou “alteração grave”, é um defeito morfológico de um órgão, parte de um órgão ou região mais extensa do corpo causado por uma falha extrínseca ou uma interferência em um processo originalmente normal do desenvolvimento. ● Deformação: forma, formato ou posição anormal de parte do corpo causados por uma força mecânica. MEDICINA SOCIAL 9) De acordo com a Política Nacional de Humanização (PNH), como entendemos a Humanização do SUS? Segundo a PNH, de modo geral, a humanização do SUS é definida pela valorização dos usuários, trabalhadores e dos gestores no processo de produção de saúde. Em uma visão detalhada, essa valorização é alcançada por meio de: fomento da autonomia e do protagonismo dos sujeitos; aumento da corresponsabilidade; estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva; identificação das necessidades sociais de saúde e mudança no modelo de atenção e de gestão com foco nessas necessidades; e, por fim, compromisso com ambiência, melhoria das condições de trabalho e de atendimento. Assim, a Política Nacional de Humanização busca a valorização dos sujeitos que compõem o serviço de saúde e, com esse fim, propõe, para a atuação desses indivíduos, princípios norteadores, estratégias, diretrizes de implantação e parâmetros para o acompanhamento desse processo. 10) Na prática, como se estrutura a PNH do SUS (Humaniza SUS)? A estruturação da PNH se dá através de: ● Princípios: fatores que causam o movimento da PNH como agente transformadora dos modelos de atenção e gestão, no plano das políticas públicas de saúde. São 3: ○ Transversalidade: aumento e transformação da relação inter e intragrupos e entre os sujeitos incluídos no âmbito da promoção da saúde. ○ Indissociabilidade gestão-atenção: o modo de gestão deve ser inseparável do modo de atenção à saúde adotado; ○ Protagonismo e corresponsabilidade: incentivo à corresponsabilização e autonomia dos sujeitos no processo de produção de saúde ● Métodos: são os modos de condução dessa política. Se dá pela inclusão dos sujeitos, das coletividades e dos fenômenos que desestabilizam os modelos tradicionais de gestão e atenção. ● Diretrizes: orientações gerais da política. Exemplos disso são o acolhimento, co-gestão e a defesa dos direitos do usuário. ● Dispositivos: arranjos de processos de trabalho que consolidam as práticas de promoção de saúde. Exemplos: Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST), Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP), Colegiado Gestor, Projeto Memória do SUS que dá certo, Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva. 11) Quais os parâmetros utilizados para implementação de ações de Humanização nos serviços de Urgência e Emergência? Podem ser estabelecidas, dentro dos protocolos gerais da PNH, outras diretrizes específicas para os atendimentos de UE, sendo as quais: ● Demanda e acolhimento de casos com classificação de risco, referenciando os demais casos para os outros níveis de assistência; ● Resolução dos casos de urgência e emergência com a provisão da estrutura hospitalar e a transferência segura dos pacientes conforme as necessidades e a partir da garantia da referência e contrarreferência; ● Implementação de protocolos clínicos, evitando intervenções desnecessárias em casos e respeitando a individualidade do paciente; ● Continuidade do cuidado após o atendimento, por meio da integração com o restante das redes de assistência; ● Incentivo a atividades de valorização dos trabalhadores de saúde e que garantam a promoção de sua saúde; ● Definição de metas e de eixos avaliativos nos processos de trabalho. 6. REFERÊNCIAS 1. Política Nacional de Humanização. Documento-base para Gestores e Trabalhadores do SUS, nº2. Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 51 p. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizaSUS_politica_nacional_humanizacao.pdf > Acesso em: 03 set.
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