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 Plano de Aula: MOVIMENTOS SOCIAIS CIÊNCIA POLÃ�TICA TÃtulo MOVIMENTOS SOCIAIS Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 15 Tema MOVIMENTOS SOCIAIS Objetivos ·       Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurÃdico-polÃtico. ·       Analisar as estruturas e as articulações do discurso polÃtico nas chamadas circunstâncias de crise, como a revolução, o golpe de Estado ou a guerra. Estimular a utilização de raciocÃnio jurÃdico-polÃtico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crÃtica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito. Estrutura do Conteúdo 15. As categorias do campo polÃtico: movimentos sociais.  15.1. Estado de exceção.  A contigüidade essencial entre estado de exceção e soberania foi estabelecida por Carl Schmitt em seu livro Politische Theologie (Schmitt, 1922). Embora sua famosa definição do soberano como “aquele que decide sobre os estado de exceçãoâ€� tenha sido amplamente comentada e discutida, ainda hoje, contudo, falta uma teoria do estado de exceção no direito público, e tanto juristas quanto especialistas em direito público parecem considerar o problema muito mais como uma quæstio facti do que como um genuÃno problema jurÃdico. Não só a legitimidade de tal teoria é negada pelos autores que, retomando a antiga máxima de que necessitas legem non habet, afirmam que o estado de necessidade, sobre o qual se baseia a exceção, não pode ter forma jurÃdica; mas a própria definição do termo tornou-se difÃcil por situar-se no limite entre a polÃtica e o direito. Segundo opinião generalizada, realmente o estado de exceção constitui um “ponto de desequilÃbrio entre direito público e fato polÃticoâ€� (Saint-Bonnet, 2001, p.28) que- como a guerra civil, a insurreição e a resistência – situa-se numa franja ambÃgua e incerta, na intersecção entre o polÃticoâ€� (Fontana, 1999, p. 16). A questão dos limites torna-se ainda mais urgente: se são fruto dos perÃodos de crise polÃtica e, como tais, devem ser compreendidas no terreno polÃtico e não no jurÃdico-constitucional (De Martino, 1973, p. 320), as medidas excepcionais encontram-se na situação paradoxal de medidas jurÃdicas que não podem ser compreendidas no plano do direito, e o estado de exceção apresenta-se como a forma legal daquilo que não pode ter forma legal. Por outro lado, se a exceção é o dispositivo original graças ao qual o direito se refere à vida e a inclui em si por meio de sua própria suspensão, uma teoria do estado de exceção é, então, condição preliminar para se definir a relação que liga e, ao mesmo tempo, abandona o vivente ao direito. Entre os elementos que tornam difÃcil uma definição do estado de exceção, encontra-se, certamente, sua estreita relação com a guerra civil, a insurreição e a resistência. Dado que é o oposto do estado normal, a guerra civil se situa numa zona de indecidibilidade quanto ao estado de exceção, que é a resposta imediata do poder estatal aos conflitos internos mais extremos. No decorrer do século XX, pôde-se assistir a um fenômeno paradoxal que foi bem definido como uma “guerra civil legalâ€� (Schnur, 1983). O significado imediatamente biopolÃtico do estado de exceção como estrutura original em que o direito inclui em si o vivente por meio de sua própria suspensão aparece claramente na “military orderâ€�, promulgada pelo Presidente dos Estados Unidos no dia 13 de novembro de 2001, e que autoriza a “indefinite detentionâ€� e o processo perante as “military commissionsâ€� (não confundir com os tribunais militares previstos pelo direito da guerra) dos na cidadãos suspeitos de atividades terroristas. Toda esta discussão pode ser encontrada in AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.   15.2. Desobediência Civil.  “A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) prevê, no seu art. 2º , entre “os direitos naturais e imprescritÃvel do homemâ€�, a resistência à opressão. Machado Paupério refere o direito de resistência como resultante natural da insuficiência das sanções jurÃdicas organizadas, apontando o trÃplice aspecto da recusa da obediência dos governos, a oposição à s leis injustas, a resistência à opressão e a revolução. Desde o mundo antigo e nos primeiros séculos do Cristianismo, como doutrina da Igreja e como prática polÃtica medieval, na doutrina tomista e na reforma protestante, o direito de resistência vem tratado sob múltiplos aspectos, culminando com Locke, pelo qual cabe ao povo julgar o prÃncipe ou o legislativo quando agem de modo contrário à confiança que neles depositou: o poder de que cada indivÃduo abdica em favor da sociedade, ao nela entrar e permanecer para sempre com a comunidade. As teorias de Locke exerceram irresistÃvel influência desde então, vindo a inspirar a Declaração dos Direitos de 1789 e, a partir daÃ, a “idéia de direitoâ€� no mundo, sendo consagrada como direito, expressamente, em alguns ordenamentos jurÃdicos (Constituição alemã, Constituição portuguesa). Canotilho comenta o direito de resistência como “a última ratio do cidadão que se vê ofendido nos seus direitos, liberdades e garantias por atos do Poder Público ou por ações de entidades privadasâ€�.   15.3. Revolução.  Revolução significa uma mudança radical; por exemplo, Revolução Francesa de 1789, Revolução Russa de 1917, no sistema polÃtico, que acaba por inverter a pirâmide social do poder polÃtico.  15.4. Golpes de Estado.  O golpe de Estado significa uma mudança na detenção do poder polÃtico de caráter pessoal. Ou seja, incorpora o interesse de uma pessoa ou de um pequeno grupo de dentro do próprio poder, que, através de uma manobra polÃtica de força, assume a posição de Chefe de Governo, puxando para si, em determinado momento, as atribuições do Poder Legislativo e do Judiciário a fim de legalizar o seu ato. Geralmente, nesta situação, os golpistas têm o apoio dos militares, para que reúnam as forças de facto necessárias a tomada do poder. Aplicação Prática Teórica Caso Concreto 1  Tema: Direito de Resistência Leia com atenção as considerações abaixo: A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) prevê, no seu art. 2º , entre “os direitos naturais e imprescritÃvel do homemâ€�, a resistência à opressão. Machado Paupério refere o direito de resistência como resultante natural da insuficiência das sanções jurÃdicas organizadas, apontando o trÃplice aspecto da recusa da obediência dos governos, a oposição à s leis injustas, a resistência à opressão e a revolução.          Desde o mundo antigo e nos primeiros séculos do Cristianismo, como doutrina da Igreja e como prática polÃtica medieval, na doutrina tomista e na reforma protestante, o direito de resistência vem tratado sob múltiplos aspectos, culminando com Locke, pelo qual cabe ao povo julgar o prÃncipe ou o legislativo quando agem de modo contrário à confiança que neles depositou: o poder de que cada indivÃduo abdica em favor da sociedade, ao nela entrar e permanecer para sempre com a comunidade.          As teorias de Locke exerceram irresistÃvel influência desde então, vindo a inspirar a Declaração dos Direitos de 1789 e, a partir daÃ, a “idéia de direitoâ€� no mundo, sendo consagrada como direito, expressamente, em alguns ordenamentos jurÃdicos (Constituição alemã, Constituição portuguesa). Canotilho comenta o direito de resistência como “a última ratio do cidadão que se vê ofendido nos seus direitos, liberdades e garantias por atos do Poder Público oupor ações de entidades privadasâ€�. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional, 6. ed., Almedina, Coimbra, 1993, p. 663.           À luz das observações acima indique os fundamentos essenciais do direito de resistência.  Caso Concreto 2  Tema: Direito de Resistência  Analise com atenção este texto de Mahatma Ghandi:                                                “Amigos meus que me conhecem têm verificado que eu tenho tanto de um homem moderado quanto de um extremista, que eu sou tão conservador como revolucionário. Assim se explica, talvez, a minha boa sorte de ter amigos entre esse tipos extremos de homens. Essa mescla, creio, corre por conta da minha própria ahimsaâ€�.      Recuso-me a ser escravo de precedentes – afirma – ou a praticar algo que não compreenda nem possa defender com base moral. “Não sacrifiquei princÃpio algum a fim de obter alguma vantagem polÃticaâ€�.     “O que pensais – passais a serâ€�.     “Tudo o que vive é o teu próximoâ€�.      “O teu inimigo se renderá, não quando sua força esgotar, mas quando o teu coração se negar ao combateâ€�.      “Substituir uma vida egoÃsta, nervosa, violenta e irracional por uma vida de amor, de fraternidade, de liberdade e de raciocÃnioâ€� – é a sua palavra de ação.     “A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso de armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas que o mundo dispõe. A não-violência é o primeiro artigo da minha fé; e é também o último artigo do meu credoâ€�.      Indaga-se:      a) Como se manifestou concretamente o “Movimento de Não Cooperação Não Violentaâ€� liderado por Gandhi no processo de descolonização da Ã�ndia?      b) Este movimento pode ser reconhecido como uma forma de expressão do direito de resistência?
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