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CCJ0005-WL-PA-07-Ciência Política-Antigo-15872

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			 Plano de Aula: MOVIMENTOS SOCIAIS
			 CIÊNCIA POL�TICA
			
		
		
			Título
			MOVIMENTOS SOCIAIS
			 
			Número de Aulas por Semana
			
				
			
			Número de Semana de Aula
			
				15
			
 
 Tema
		 MOVIMENTOS SOCIAIS
		
		 Objetivos
		 
·        Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurídico-político.
·        Analisar as estruturas e as articulações do discurso político nas chamadas circunstâncias de crise, como a revolução, o golpe de Estado ou a guerra.
Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito.
		
		 Estrutura do Conteúdo
	 
15. As categorias do campo político: movimentos sociais.
 
15.1. Estado de exceção.
 
A contigüidade essencial entre estado de exceção e soberania foi estabelecida por Carl Schmitt em seu livro Politische Theologie (Schmitt, 1922). Embora sua famosa definição do soberano como “aquele que decide sobre os estado de exceção� tenha sido amplamente comentada e discutida, ainda hoje, contudo, falta uma teoria do estado de exceção no direito público, e tanto juristas quanto especialistas em direito público parecem considerar o problema muito mais como uma quæstio facti do que como um genuíno problema jurídico. Não só a legitimidade de tal teoria é negada pelos autores que, retomando a antiga máxima de que necessitas legem non habet, afirmam que o estado de necessidade, sobre o qual se baseia a exceção, não pode ter forma jurídica; mas a própria definição do termo tornou-se difícil por situar-se no limite entre a política e o direito. Segundo opinião generalizada, realmente o estado de exceção constitui um “ponto de desequilíbrio entre direito público e fato político� (Saint-Bonnet, 2001, p.28) que- como a guerra civil, a insurreição e a resistência – situa-se numa franja ambígua e incerta, na intersecção entre o político� (Fontana, 1999, p. 16). A questão dos limites torna-se ainda mais urgente: se são fruto dos períodos de crise política e, como tais, devem ser compreendidas no terreno político e não no jurídico-constitucional (De Martino, 1973, p. 320), as medidas excepcionais encontram-se na situação paradoxal de medidas jurídicas que não podem ser compreendidas no plano do direito, e o estado de exceção apresenta-se como a forma legal daquilo que não pode ter forma legal. Por outro lado, se a exceção é o dispositivo original graças ao qual o direito se refere à vida e a inclui em si por meio de sua própria suspensão, uma teoria do estado de exceção é, então, condição preliminar para se definir a relação que liga e, ao mesmo tempo, abandona o vivente ao direito.
Entre os elementos que tornam difícil uma definição do estado de exceção, encontra-se, certamente, sua estreita relação com a guerra civil, a insurreição e a resistência. Dado que é o oposto do estado normal, a guerra civil se situa numa zona de indecidibilidade quanto ao estado de exceção, que é a resposta imediata do poder estatal aos conflitos internos mais extremos. No decorrer do século XX, pôde-se assistir a um fenômeno paradoxal que foi bem definido como uma “guerra civil legal� (Schnur, 1983).
O significado imediatamente biopolítico do estado de exceção como estrutura original em que o direito inclui em si o vivente por meio de sua própria suspensão aparece claramente na “military order�, promulgada pelo Presidente dos Estados Unidos no dia 13 de novembro de 2001, e que autoriza a “indefinite detention� e o processo perante as “military commissions� (não confundir com os tribunais militares previstos pelo direito da guerra) dos na cidadãos suspeitos de atividades terroristas. Toda esta discussão pode ser encontrada in AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.
 
 
15.2. Desobediência Civil.
 
“A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) prevê, no seu art. 2º ,  entre “os direitos naturais e imprescritível do homem�, a resistência à opressão.
Machado Paupério refere o direito de resistência como resultante natural da insuficiência das sanções jurídicas organizadas, apontando o tríplice aspecto da recusa da obediência dos governos, a oposição às leis injustas, a resistência à opressão e a revolução.
Desde o mundo antigo e nos primeiros séculos do Cristianismo, como doutrina da Igreja e como prática política medieval, na doutrina tomista e na reforma protestante, o direito de resistência vem tratado sob múltiplos aspectos, culminando com Locke, pelo qual cabe ao povo julgar o príncipe ou o legislativo quando agem de modo contrário à confiança que neles depositou: o poder de que cada indivíduo abdica em favor da sociedade, ao nela entrar e permanecer para sempre com a comunidade.
As teorias de Locke exerceram irresistível influência desde então, vindo a inspirar a Declaração dos Direitos de 1789 e, a partir daí, a “idéia de direito� no mundo, sendo consagrada como direito, expressamente, em alguns ordenamentos jurídicos (Constituição alemã, Constituição portuguesa). Canotilho comenta o direito de resistência como “a última ratio do cidadão que se vê ofendido nos seus direitos, liberdades e garantias por atos do Poder Público ou por ações de entidades privadas�.
 
 
15.3. Revolução.
 
Revolução significa uma mudança radical; por exemplo, Revolução Francesa de 1789, Revolução Russa de 1917, no sistema político, que acaba por inverter a pirâmide social do poder político.
 
15.4. Golpes de Estado.
 
O golpe de Estado significa uma mudança na detenção do poder político de caráter pessoal. Ou seja, incorpora o interesse de uma pessoa ou de um pequeno grupo de dentro do próprio poder, que, através de uma manobra política de força, assume a posição de Chefe de Governo, puxando para si, em determinado momento, as atribuições do Poder Legislativo e do Judiciário a fim de legalizar o seu ato. Geralmente, nesta situação, os golpistas têm o apoio dos militares, para que reúnam as forças de facto necessárias a tomada do poder. 
	
	 Aplicação Prática Teórica
 
Caso Concreto 1
 
Tema: Direito de Resistência 
Leia com atenção as considerações abaixo: A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) prevê, no seu art. 2º ,  entre “os direitos naturais e imprescritível do homem�, a resistência à opressão.
Machado Paupério refere o direito de resistência como resultante natural da insuficiência das sanções jurídicas organizadas, apontando o tríplice aspecto da recusa da obediência dos governos, a oposição às leis injustas, a resistência à opressão e a revolução.
 
         Desde o mundo antigo e nos primeiros séculos do Cristianismo, como doutrina da Igreja e como prática política medieval, na doutrina tomista e na reforma protestante, o direito de resistência vem tratado sob múltiplos aspectos, culminando com Locke, pelo qual cabe ao povo julgar o príncipe ou o legislativo quando agem de modo contrário à confiança que neles depositou: o poder de que cada indivíduo abdica em favor da sociedade, ao nela entrar e permanecer para sempre com a comunidade.
 
         As teorias de Locke exerceram irresistível influência desde então, vindo a inspirar a Declaração dos Direitos de 1789 e, a partir daí, a “idéia de direito� no mundo, sendo consagrada como direito, expressamente, em alguns ordenamentos jurídicos (Constituição alemã, Constituição portuguesa). Canotilho comenta o direito de resistência como “a última ratio do cidadão que se vê ofendido nos seus direitos, liberdades e garantias por atos do Poder Público oupor ações de entidades privadas�. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional, 6. ed., Almedina, Coimbra, 1993, p. 663.
   
         À luz das observações acima indique os fundamentos essenciais do direito de resistência.
 
Caso Concreto 2
 
Tema: Direito de Resistência
 
Analise com atenção este texto de Mahatma Ghandi:
                                         
        “Amigos meus que me conhecem têm verificado que eu tenho tanto de um homem moderado quanto de um extremista, que eu sou tão conservador como revolucionário. Assim se explica, talvez, a minha boa sorte de ter amigos entre esse tipos extremos de homens. Essa mescla, creio, corre por conta da minha própria ahimsa�.
 
     Recuso-me a ser escravo de precedentes – afirma – ou a praticar algo que não compreenda nem possa defender com base moral. “Não sacrifiquei princípio algum a fim de obter alguma vantagem política�.
 
    “O que pensais – passais a ser�.
 
    “Tudo o que vive é o teu próximo�.
 
     “O teu inimigo se renderá, não quando sua força esgotar, mas quando o teu coração se negar ao combate�.
 
     “Substituir uma vida egoísta, nervosa, violenta e irracional por uma vida de amor, de fraternidade, de liberdade e de raciocínio� – é a sua palavra de ação.
 
    “A não-violência não pode ser definida como um método passivo ou inativo. É um movimento bem mais ativo que outros que exigem o uso de armas. A verdade e a não-violência são, talvez, as forças mais ativas que o mundo dispõe. A não-violência é o primeiro artigo da minha fé; e é também o último artigo do meu credo�.
 
     Indaga-se:
 
     a) Como se manifestou concretamente o “Movimento de Não Cooperação Não Violenta� liderado por Gandhi no processo de descolonização da �ndia?
 
     b) Este movimento pode ser reconhecido como uma forma de expressão do direito de resistência?

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