Buscar

Aulas 4 e 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Profº Adriano Pinto
AULA 4
Os Procedimentos no Processo Civil. Petição inicial e seus requisitos. Tutelas de Urgência. 
1. OS PROCEDIMENTOS NO PROCESSO CIVIL 
- O CPC divide os procedimentos em:
COMUM: Regra geral caso não haja disposição em contrário. É subdividido em:
ORDINÁRIO (282 e ss, CPC) E 
SUMÁRIO (art. 274 a 281, CPC): os assuntos que são levados são assuntos cuja prova é eminentemente documental e/ou podem ser produzidos em audiência de forma complementar pelo depoimento pessoal das partes, por testemunhas. Não são temas complexos que exijam muita dilação probatória. 
ESPECIAIS: Por lei conforme melhor atendimento ao direito material em cada caso concreto. 
Tudo de acordo com os artigos 270 a 272 do CPC.
* Obs:
1) Nunca confundir achando que Procedimento Comum é um só. Não se esqueça de que existem 2 procedimentos comuns!!!
2) PCO x PCS: Diferenciam-se pelo fato de que no PCS privilegia-se o PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS. No PCO, os atos processuais são mais espaçados (por ex, 15 dias para o réu contestar, a partir da data da juntada do mandado de citação aos autos)
PCS:
Citação >> Defesa apresentada na própria audiência >> Pode-se ter audiência de conciliação, audiência de instrução e julgamento e até mesmo a própria sentença
 O art. 270 é o artigo que explica o CPC, dando uma visão panorâmica
Art. 270.  Este Código regula o processo de:
1) CONHECIMENTO (Livro I): Abrange não só a tutela cognitiva mas também algumas execuções (caso eu tenha uma demanda condenatória ou algumas eventualmente atípicas de conteúdo declaratório) 
2) EXECUÇÃO (Livro II): Execução de títulos extrajudiciais e alguns casos previstos na lei com procedimento semelhante
3) CAUTELAR (Livro III): Quando forem incidentais ou não. 
 Nas 3 tutelas acima, usa-se a petição inicial, sendo que na de execução não se pede a execução porque o direito já foi definido: pede-se apenas o direito (obrigação de dar, fazer, não fazer, pagar quantia certa)
4) PROCEDIMENTOS ESPECIAIS (Livro IV).
 Art. 271: Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei especial.
 Ex: art.890 do CPC >> quando o demandante quer efetuar o pagamento em consignação, a causa submete-se ao PROCEDIMENTO ESPECIAL. Ressalte-se que, no caso de CONSIGNAÇÃO DE VALORES LOCATÍCIOS, segue-se o disposto na Lei de Locações.
 Art. 272: Fala do Princípio da especialidade e, também, do caráter supletivo do procedimento comum ordinário
2. OS PROCEDIMENTOS NO PROCESSO CIVIL
A regra é a utilização do PCO, caso não haja indicação legal de uso do PCS ou mesmo de PCE.
As regras de procedimento são matéria de ordem pública e não podem ser alteradas pelas partes e pode o Juiz se manifestar de ofício.
 ESCOLHA INADEQUADA DE PROCEDIMENTO é MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA, de forma que o juiz pode se manifestar de ofício. Reflete a falta de interesse-adequação
 Obs: Legitimidade das partes, interesse jurídico (interesse-necessidade e interesse-adequação) >> Procedimento é o interesse-adequação
A utilização de PCS ou PCE indica a percepção do legislador da necessidade/possibilidade de tratar o direito material de forma mais adequada e célere.
Assim, temos o PCO como o “pai de todos”, o mais completo, extenso e portanto mais demorado procedimento.
Já o PCS é bem mais simples, curto e portanto mais célere do que o PCO.
Os PCEs podem variar, ora como mais simples/completo e respectivamente mais ou menos céleres, além da especificidade temática.
 O QUE PRECISAMOS SABER DE PROCEDIMENTO:
COMUM se divide em ORDINÁRIO E SUMÁRIO, regra geral do CPC.
ESPECIAIS são utilizados conforme o DIREITO MATERIAL em cada caso, SEMPRE com a ressalva da lei.
O JEC (Lei 9099/95 e Lei 10259/2001) – PROCEDIMENTO ESPECIAL – OPÇÃO e OBRIGATORIEDADE.
 O procedimento da Lei 9099 é muito parecido com o PCS, por isso alguns autores chamam aquele de Procedimento Sumaríssimo. O profº prefere manter a classificação com base na letra do CPC e chamar o procedimento da Lei 9099 (procedimento JEC) como um PROCEDIMENTO ESPECIAL. Trata-se de um procedimento especializado que segue a regra do art. 272 § único. 
3. A PETIÇÃO INICIAL
- É o ato que materializa a provocação do DEMANDANTE em face do PODER JUDICIÁRIO para que este cite o DEMANDADO, formando assim uma relação jurídica entre AUTOR, JUIZ e RÉU.
- Na petição inicial, devem estar presentes os requisitos do art. 282 e 283 do CPC. Vejamos: 
3.1. REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL (art. 282)
I - JUIZ OU TRIBUNAL, a que é dirigida;
 Art. 282 deve ser c/c arts. 94 a 100, CPC
II - QUALIFICAÇÃO DAS PARTES (“nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu”)
 Arts. 1º a 69, CC
III - FATO E OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
 CC, a partir do art. 104 a ss
IV - PEDIDO, com as suas especificações
 Lembrando que estamos na TUTELA COGNITIVA, o pedido pode ser CONDENATÓRIO, DECLARATÓRIO ou CONSTITUTIVO (negativo, positivo ou meramente modificativo), MANDAMENTAL
V - VALOR DA CAUSA
VI - MEIOS DE PROVA (“as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados”)
VII - REQUERIMENTO PARA A CITAÇÃO DO RÉU
Além disso:
Endereço do adv do autor
Outros documentos
* Obs: 
A MULTA DIÁRIA (astreintes) pode ser requerida na petição inicial? Pode ser concedida de ofício?
	O legislador trabalhou com isso no art. 287, CPC
Art. 287. Se o autor pedir que seja imposta ao réu a abstenção da prática de algum ato, tolerar alguma atividade, prestar ato ou entregar coisa, poderá requerer cominação de pena pecuniária para o caso de descumprimento da sentença ou da decisão antecipatória de tutela (arts. 461, § 4o, e 461-A).
A petição inicial é o melhor momento (embora não seja preclusivo) para que se faça o requerimento das chamadas ASTREINTES.
Nesse caso, qual é a grande pegadinha?
	Astreintes não é direito material da parte. Por isso é que, se alguém vem descumprindo um contrato, a outra parte não tem, a partir do momento da ilicitude, direito a uma multa diária ou mensal.
Astreintes não é uma multa prevista em contrato ou no CC. Ela é prevista no CPC e sua aplicabilidade vai depender única e exclusivamente de 3 fatores: o Autor requerer, o Juiz conceder e o comportamento (trata-se de uma forma de regular o comportamento das partes em Juízo, seja Autor, seja Réu). Fala-se muito no réu mas não há problema nenhum de ocorrer uma decisão no processo determinando que o Autor cumpra alguma decisão judicial (interlocutória ou por sentença), podendo-se prever astreintes para ele também.
3.2. DA FALTA DOS PREENCHIMENTOS LEGAIS
 Quando a PI não preenche os requisitos legais, 2 situações podem ocorrer:
a) INDEFERIMENTO LIMINAR
b) EMENDA OU COMPLEMENTAÇÃO
São as regras previstas nos arts 284 e 295 do CPC. 
Se a IRREGULARIDADE for SANÁVEL, deve o Juíz determinar sua adequação
Se a IRREGULARIDADE for INSANÁVEL, do contrário, deve ocorrer o indeferimento e extinção do processo (art. 267, I do CPC). 
* Não confundir! A expressão “LIMINAR” pode direcionar a 2 situações:
1) INDEFERIMENTO LIMINAR do art. 295: em razão da FALHA NA PI
2) SENTENÇA LIMINAR do art. 285-A: julga improcedente um pedido com base em precedentes de jurisprudência e sem mesmo citar o réu. De certa forma, define o direito material que foi levado a juízo
* Obs: Além dos dois acima, uma outra forma de ENCERRAMENTO PREMATURO DO PROCESSO é o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
 Quando a PI preenche os requisitos legais, o Juiz deve:
 ORDENAR A CITAÇÃO DO RÉU (art. 285) ou
 PROFERIR SENTENÇA LIMINAR (art. 285-A)
Uma determina a CONTINUIDADE DO FEITO, enquanto a outra ENCERRA A COGNIÇÃO DE FORMA LIMINAR. 
3.3. DA CAUSA DE PEDIR
 O CPC adota a TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO, isto é, na PI deve o autor indicar:
a) CAUSA DE PEDIR REMOTA (é a relação jurídica material - fatos constitutivos) 
b) CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (é o direito ameaçado ou violado - fundamentos jurídicos que justificam o pedido).
Onde encaixar a CAUSA DE PEDIR? 
Nos FATOS E FUNDAMENTOS, sendo que a CAUSA DE PEDIRPRÓXIMA também deve constar no “PEDIDO”
É CAUSA DE INDEFERIMENTO da PI a AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR, assim como do PEDIDO. São as regras previstas no art. 295, I e II do CPC. 
3.4. DO PEDIDO
- O PEDIDO é um dos importantes requisitos da PI, pois é através de seu conteúdo/comando que o Juiz poderá pronunciar decisões de mérito e sem mérito sobre a pretensão das partes. 
- O PEDIDO é dividido em:
a) IMEDIATO: Tem relação com a provocação do poder judiciário e a prestação jurisdicional pretendida >> É o pedido de socorro que se faz ao J
b) MEDIATO: Envolve o DIREITO MATERIAL em cada caso concreto. 
Regra: O PEDIDO MEDIATO deve ser CERTO E DETERMINADO (art. 286, 1ª parte) 
Exceção: O legislador no próprio art. 286 do CPC (2ª parte) permite a exceção legal nos seguintes casos:
1) Nas AÇÕES UNIVERSAIS, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados. 
 Ex: Pessoa acabou de falecer e o Autor ainda precisa inventariar os bens, não os conhecendo por completo
2) Dificuldade de DETERMINAR de modo definitivo, as CONSEQUÊNCIAS DO ATO OU DO FATO ILÍCITO
 Ex: Acidente que deixou sequelas na vítima, sem possibilidade de poder determinar a extensão do dano
3) Quando a determinação do valor da condenação depender de ATO QUE DEVA SER PRATICADO PELO RÉU 
Ex: Gado a ser escolhido pelo réu
* ATENÇÃO: TODOS OS CASOS EXCEPCIONAIS PODEM GERAR LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA NOS TERMOS DO ART. 475-A do CPC (fazer a devida c/c art. 286). 
Em LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (não é um novo processo, é uma fase, um incidente cognitivo, é um meio tempo entre a FASE COGNITIVA DE DECISÃO e a FASE EXECUTIVA DE CONHECIMENTO), apura-se o valor.
* Obs: Veja que o art. 286, CPC “manda” o leitor ler o CC
 Art. 287 do CPC. 
É a regra geral para a imposição de ASTREINTES, que são medidas coercitivas impostas às partes para fortalecer as decisões judiciais. Pode ser requerida pelas partes ou determinada de ofício pelas partes. 
Obs: Ver também arts 461, 461-A e 932 do CPC.
Importante é termos conciência do caráter público das astreintes e que ela é potencialmente possível, mas só será efetivamente implementada com base no comportamento subjetivo das partes em Juízo. 
3.4.1. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
 A cumulação pode ser:
a) ALTERNATIVA: art. 288, CPC
b) SUCESSIVA: art. 289, CPC
c) SIMPLES: art. 292, CPC - Este artigo permite que eu faça a CUMULAÇÃO DE PEDIDOS mas, literalmente falando, estou CUMULANDO DIREITO DE AÇÃO EM UM ÚNICO PROCESSO (CUMULAÇÃO DE AÇÕES COM PRETENSÕES DISTINTAS). 
OBS: CUMULAÇÃO DE PEDIDO x CUMULAÇÃO DE AÇÃO
Os arts. 288 e 289 falam de UM MESMO FATO, onde a obrigação pode ser cumprida de forma alternativa ou sucessiva. 
No art. 292, o Autor tem 2 ou + contratos distintos, por exemplo, e está cumulando a cobrança dos mesmos.
 Quais são os REQUISITOS DA ADMISSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO?
 Art. 292.  § 1o  São requisitos de admissibilidade da cumulação:
        I – COMPATIBILIDADE ENTRE OS PEDIDOS
        II – JUÍZO COMPETENTE PARA CONHECÊ-LOS
        III – ADEQUAÇÃO DO TIPO DE PROCEDIMENTO para todos os pedidos 
4. TUTELAS DE URGÊNCIA
A regra geral do Direito Processual é formular o pedido na PI e obter uma resposta após o devido processo legal. A essa resposta o CPC dá o nome de sentença (art. 162, § 1º do CPC). É um dos atos do Juiz que já estudamos anteriormente.
No entanto, em determinadas situações A URGÊNCIA MATERIAL OU INSTRUMENTAL faz com que seja possível a concessão de DECISÕES JUDICIAIS ANTECIPATÓRIAS DO EXERCÍCIO DE ALGUM DIREITO MATERIAL ou INSTRUMENTAL. 
	Essa tutela de urgência pode envolver o mérito ou pode envolver apenas o direito a produzir uma prova, o direito a preservar um patrimônio, etc.
4.1. CLASSIFICAÇÃO DAS TUTELAS DE URGÊNCIA
I) Quanto ao DIREITO
a) DE DIREITO MATERIAL (URGÊNCIA MATERIAL) = TUTELA ANTECIPADA DE MÉRITO
Regra geral: Art. 273 - Art. 461 
Regra especial: Art. 928
Pode ser requerida, EM QQ PROCEDIMENTO, na PI (ou em algum outro momento mais à frente) 
b) DE DIREITO PROCESSUAL (URGÊNCIA INSTRUMENTAL) = TUTELA CAUTELAR
Previsão: LIVRO III DO CPC – ART. 670 DO CPC
Se o que eu quero é uma proteção do CPC ou de alguma outra lei processual (por ex, direito a produzir uma prova), a tutela que estou requerendo é a TUTELA CAUTELAR (instrumental).
Se o que eu quero está relacionado ao que está no CC (direito a uma indenização, direito à devolução de um carro), a tutela que estou requerendo é a TUTELA ANTECIPADA DE MÉRITO >> A decisão me dará o DIREITO MATERIAL
* Cuidado com a expressão “LIMINAR”! 
Se essa expressão cair na prova, eu tenho que olhar para o DIREITO MATERIAL do enunciado e entender: essa liminar vai conceder à parte beneficiária algum DIREITO MATERIAL? Se sim, é uma liminar de antecipação de tutela. Mas se não (por ex, pedido para bloquear os bens do devedor), a medida liminar em questão é a CAUTELAR.
II) Quanto ao CARÁTER GENÉRICO
a) GENÉRICA (ou comum)
b) ESPECIAL
4.2. REQUISITOS
a.1) DIREITO MATERIAL GENÉRICO
1) Requerimento da parte
2) Prova inequívoca (verossimilhança da alegação)
3) Perigo de dano irreparável ou de difícil ou incerta reparação
a.2) DIREITO MATERIAL ESPECIAL
- Tem que ver na lei
- Ex: art. 928, CPC >> Aqui, a tutela antecipada específica é chamada de LIMINAR POSSESSÓRIA 
b.1) MEDIDA CAUTELAR TÍPICA
- São consideradas “cautelares nominadas” pela literatura (art. 813 e ss). São as hipóteses previstas em lei
- Arresto, seqüestro, caução, exibição, busca e apreensão, produção antecipada de provas
1) Fumus bonis juris: conjunto de elementos que fazem com que o juiz, pelo menos, fique na dúvida, do que aconteceu. Alguma relação jurídica de natureza patrimonial as partes tiveram 
2) Periculum in mora
- Ex: Tenho uma dívida a ser cobrada de um cliente que não efetua o pagamento >> Não efetuando o pagamento, recorro ao J >> Na PI, faço um PEDIDO CONDENATÓRIO >> Logo após o réu ter sido citado, fico sabendo que ele está se desfazendo de seu patrimônio >> Obviamente, se nada for feito, não serão encontrados bens quando se chegar à fase de execução >> Para se evitar isso, requeiro uma MEDIDA CAUTELAR DE ARRESTO (por exemplo – previsão art. 813 e ss, CPC) >> Bloqueio os bens que encontrar (carro, casa, dinheiro, etc), fazendo com que eles fiquem com uma restrição de circulação de titularidade para que, se for necessário, ao final, na sentença, se o réu não pagar voluntariamente, eu tenha um bem com valor equivalente à minha dívida.
Quais os requisitos?
- Se eu apresentar ao juiz um contrato, com 2 testemunhas, comprovando que eu emprestei dinheiro a esse cliente e, ainda, juntar declaração de compradores de que ele está fazendo um feirão todo final de semana a fim de vender todo seu patrimônio >> Se eu junto esses 2 documentos, eu consigo provar uma RELAÇÃO JURÍDICA MATERIAL (= consigo provar uma CAUSA DE PEDIR REMOTA = comprovante do empréstimo) 
Neste último exemplo, eu tenho muito mais que o fumus bonis júris: eu tenho um direito certo, comprovado. Mas é claro que nem sempre é assim.
Sou juíza e recebo uma PI em que o sujeito anexa à PI a cópia de um e-mail em que o réu agradece ao Autor o recebimento de um TED para sua c/c e uma declaração de uma vizinha afirmando que o Réu está vendendo tudo o que tem para poder voltar à sua terra natal >> Sendo juíza, vou ter certeza de que as partes
b.2) MEDIDA CAUTELAR ATÍPICA
- São as “cautelares inominadas”
- Nada impede que um advogado peça uma medida processual que não esteja prevista em lei. Tenho que olhar o fato jurídico que o meu cliente trouxe e pedir uma cautelar inominada. Para isso, tenho que demonstrar o fato jurídico material >> Portanto, a partir de um FATO, tenho que observar qual é a restrição necessária
- Requisitos: mesmos do anterior
* DICAS IMPORTANTES ! 
GENÉRICA x ESPECÍFICA: É importante sabermos que existe, ao menos em sede de doutrina a idéia de TUTELA ANTECIPADA GENÉRICA (atende todo e qq procedimento - art. 273 do CPC) e TUTELA ANTECIPADA ESPECÍFICA (por ex: art. 928 do CPC – ações possessórias). 
FUNGIBILIDADE LEGAL (art. 273, § 7º, CPC): Por mais que a doutrinafaça diferenciação, o J já entendeu que o que mais importa é dar o direito quando ele, efetivamente, precisa ser dado. Então, se a nomenclatura utilizada foi mal empregada, pouco importa pois a fungibilidade fala mais alto, em razão da urgência a ser sanada.
HIPÓTESES LEGAIS POUCO VENTILADAS (art. 273, II e 273, § 6º, CPC): 
a) MÁ-FÉ PROCESSUAL 
b) PEDIDO INCONTROVERSO 
PODER GERAL DE CAUTELA – LIVRO III: É exclusividade da tutela cautelar. 
 DESAFIO QUE SE ENFRENTA COM A EXPRESSÃO “LIMINAR”
Qual é o desafio que se enfrenta com as expressões “LIMINAR” e “TUTELA ANTECIPADA” nas provas?
 1º mandamento: Entender o CONTEÚDO DA DECISÃO
Esse cuidado se deve ao fato de que não houve, quando na elaboração do CPC, a técnica devida com certas expressões. 
Assim, se o exercício vier com a expressão LIMINAR, pode significar:
a) Art. 928: aqui, tenho DIREITO MATERIAL. Nesse caso, significa uma TUTELA ANTECIPADA com uma nomenclatura antiga
 
  Art. 928.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
   Parágrafo único.  Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
b) Art. 813 (arresto): aqui tenho DIREITO PROCESSUAL CAUTELAR >> Significa uma MEDIDA CAUTELAR com uma expressão que é utilizada até hj, não concedendo o direito material mas apenas uma “ajuda processual” para a eficácia futura / hipotética de uma execução
 2º mandamento: Em seguida, tenho que identificar se os REQUISITOS estão presentes
 3º mandamento: Resolver a questão
 DESAFIO QUE SE ENFRENTA COM A EXPRESSÃO “ANTECIPAÇÃO DE TUTELA”
Procurar saber se se trata de uma antecipação de tutela genérica ou específica
Exemplos: Antecipação de tutela genérica (art. 273) e especial (art. 928)
AULA 5
Tutelas de urgência. Terceiros. Resposta do réu 
I - TUTELAS DE URGÊNCIA
A regra geral do Direito Processual é formular o pedido na PI e obter uma resposta após o devido processo legal. A essa resposta o CPC dá o nome de sentença (art. 162, parágrafo 1º do CPC). É um dos atos do Juiz que já estudamos anteriormente.
No entanto, em determinadas situações a URGÊNCIA MATERIAL OU INSTRUMENTAL faz com que seja necessário e possível a concessão de decisões judiciais antecipatórias do exercício de algum direito MATERIAL ou INSTRUMENTAL. 
A urgência pode ser uma urgência material ou cautelar (= processual).
URGÊNCIA MATERIAL = TUTELA ANTECIPADA DE MÉRITO 
- Principais artigos expoentes no CPC: arts. 273, 461 
- Antecipa-se os EFEITOS DA TUTELA PRETENDIDA
- Exemplo: art. 928 (é uma antecipação de tutela específica da proteção possessória) 
URGÊNCIA INSTRUMENTAL = TUTELA CAUTELAR
LIVRO III DO CPC – ART. 670 DO CPC 
- Visa à PRESERVAÇÃO PREVENTIVA de um bem / pessoa / direito a produção de uma prova
1. URGÊNCIA MATERIAL = TUTELA ANTECIPADA DE MÉRITO
ART. 273 - ART. 461 – ART. 928
PETIÇÃO INICIAL contendo pedido “X”
Sequência dos atos processuais:
1) CITAÇÃO 
2) RESPOSTA DO RÉU >> Pode ser:
a) CONTESTAÇÃO
b) EXCEÇÕES CABÍVEIS
c) RECONVENÇÃO
3) AUDIÊNCIA PRELIMINAR
4) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
5) SENTENÇA
Regra: O pedido “X” é concedido somente na sentença
Mas em determinadas situações previstas em lei, o pedido feito na PI (X) ou alguns pedidos incidentais que eventualmente venham a ser feitos no curso do processo não precisam aguardar o momento da sentença.
Como já dito, a expressão “liminar” não pode significar sinônimo nem de uma tutela cautelar e nem de uma tutela antecipada de mérito. 
* Dúvida: Quando um processo está muito tempo em conclusão, qual a medida que a parte Autora pode tomar?
	Primeiramente, procurar entender o porquê da demora. 
Se a demora for injustificável, peticionar o juízo, a fim de que o juiz se manifeste sobre o excesso de prazo além do legalmente previsto para a devolução do processo.
Em último caso, pode caber uma reclamação à Corregedoria, ao Tribunal ou até mesmo ao CNJ.
	Interessante pergunta porque pode ser que nós tenhamos direito a uma antecipação dos efeitos da tutela e, até mesmo, à sentença. Por exemplo, se são 3 pedidos cumulados, sendo que um dos direitos é incontroverso, o juiz pode deferir aquele que está liberado (art. 273 §3º) e continuar com aqueles outros dois que exigem uma análise mais apurada. Assim, tanto pode sair um pedido de sentença imediata como, também, um pedido de antecipação de tutela sem que ninguém esteja morrendo ou sem que ninguém esteja perdendo seu patrimônio. 
* Dúvida: Caso o juiz não defira a urgência e, em sede de agravo, a 2ª instância defira e com a cognição extensiva do processo o juiz denegue o pedido do Autor, pode este juiz, na sentença de 1º grau, cancelar a urgência dada pela 2ª instância ou não?
	Este é um caso polêmico mas em tese sim.
Isto porque a análise do Tribunal foi feita sobre os fatos até aquele dado momento e, com o passar do tempo, novas provas foram sendo produzidas, novos fatos foram trabalhados (nova realidade)e, entende-se, em um 1º momento, que aquela decisão do Tribunal não precisa mais ser perpetuada. O juiz tem essa autonomia. Pensar de forma diversa seria retirar do juiz a legitimidade para decidir sobre todo o restante do processo. Não podemos confundir a hierarquia do Tribunal com o objeto da análise que ele faz. O Relator, em sede de agravo, quando está no art. 527, III, está olhando para o pedido feito e está verificando se tem alguém morrendo hoje ou alguém ficando insolvente hoje. E eu preciso que essa decisão seja concedida. E ele concede o efeito suspensivo ou o efeito ativo, dependendo do caso concreto. Se depois, no decorrer dos autos, o não assiste razão à parte, ele tem que proferir a sentença normalmente. E ele o fará, fundamentadamente.
	Obs: Já caiu na prova da Defensoria. Essa questão tem essa pegadinha por causa da hierarquia entre TJ e Juiz.
1.1. REQUISITOS DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: 
        I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
        II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. 
        § 1o  Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento. 
        § 2o  Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. 
        § 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A. 
        § 4o  A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
        § 5o  Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. 
        § 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. 
Os requisitos do caput do art. 273 são requisitos fixos: QQ QUE SEJA A MODALIDADE de T.A. do art. 273, PREVALECEM OS REQUISITOS DO CAPUT.
Como assim? Eu posso até ter um tipo de T.A. concedida nos incisos do art. 273, que pode tratar da simples demora processual (como foi a dúvida nº1). 
Então se um processo está sendo postergado pela má atitude da parte e que leva a uma má atitude indireta, sem dolo, do juiz, que não consegue sentenciar, eu posso ter uma T.A. 
E vejam: eu vou olhar para o caput e não vou ver ninguém morrendo porque aqui não há nenhuma menção a periculum in mora (não há nenhuma menção no caput ao requisito de dano irreparável ou de difícil reparação).
Os requisitos do caput são requisitosobjetivos. 
1) REQUERIMENTO DA PARTE
Cabe T.A. de mérito de ofício?
Não, pois está claro no caput do art. 273 que há necessidade de requerimento da parte. Portanto, É VEDADA A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA EX OFFICIO, AINDA QUE SE TRATE DE DIREITO INDISPONÍVEL.
Também poderão fazê-lo, exemplificativamente:
o assistente simples (não se o opondo o assistido) e litisconsorcial
o opoente
o denunciante
o réu quando da reconvenção
o réu nas ações dúplices e de pedidos contrapostos e ainda
o MP na qualidade de parte e de custus legis.
2) PROVA INEQUÍVOCA 
Para o doutrinador CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO, a expressão “prova inequívoca” parece traduzir, em princípio, prova tão robusta que não permita equívocos ou quaisquer dúvidas. Prova inequívoca não é a mesma coisa que (fumus bonis iuris) do processo cautelar. 
O juízo de verossimilhança ou de probabilidade, como é sabido, tem vários graus, que vão desde o mais intenso até o mais tênue. O juízo fundado  em prova inequívoca, uma prova que convença bastante, que não apresente dubiedade, é seguramente mais intenso que o juízo assentado em simples fumaça, que somente permite a visualização de mera silhueta ou contorno sombreado de um direito. 
Se eu apresento um vídeo da CET-Rio que flagra uma colisão entre um veículo e um ônibus de transporte municipal, ese vídeo comprova, de forma inequívoca, de quem foi a responsabilidade pelo acidente? Não. Ele comprova, de forma inequívoca, que houve uma colisão, que houve um nexo de causalidade entre o veículo particular A e o ônibus B. 
[Aluno]: Mas o vídeo demonstra que o veículo ultrapassou o sinal vermelho! (Ou: Demonstra que o veículo estava na contramão!) 
[Profº]: Está claro mesmo? É visível que o sinal estava vermelho para um lado e aberto para o outro? É visível que não haveria nenhum defeito no equipamento? Haveria algum motivo para o motorista estar trafegando na contramão ou vc pode afirmar que era vontade própria do motorista?
Enfim, PROVA INEQUÍVOCA é aquela que demonstra, efetivamente, um FATO.
Ex: O meu cliente é associado do plano de saúde X. Sempre pagou as mensalidades pontualmente >> O plano de saúde, sem motivo, verbalmente, negou a minha internação na UTI, violando o direito à informação, violando o CDC, dentre outros direitos >> A prova inequívoca pode até não servir para a procedencia do pedido mas, nesse momento, ela serve para demonstrar que o direito contratual à internação do meu cliente foi negado.
3) VEROSSIMILHANÇA DA ALEGAÇÃO
É juízo de convencimento a ser feito sobre a realidade fática apresentada pelo autor.
‘aparência de verdade’. “verossimilhança é o mesmo que verossímil (do latim verosimile), que significa semelhante à verdade; que tem aparência de verdade; que não repugna à verdade; ou provável” (J. E. CARREIRA ALVIM).
Portanto: O caput é a espinha dorsal da T.A. Os requisitos do caput não podem faltar. Mas os requisitos dos incisos I e II não precisam estar cumulativamente presentes.
4) PERIGO DE DANO À INTEGRIDADE FÍSICA ou MORAL DA PESSOA NATURAL ou À ECONOMIA (SOLVÊNCIA) DA PESSOA JURÍDICA ou NATURAL (art. 273, I)
 	
5) ABUSO DE DIREITO DE DEFESA OU O MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DO RÉU (art. 273, II)
- Fazer a associação com o art. 14, CPC (MÁ FÉ PROCESSUAL) >> Uso indevido da máquina judiciária
- Ex: Peticionar à toa, fazer alegações infudadas, interpor recursos manifestamente improcedentes
- Aqui, ninguém está morrendo. Aqui, o bem jurídico tutelado é o RESPEITO AO IMPÉRIO DA LEI, RESPEITO AO JUDICIÁRIO
- O dispositivo legal fala em “RÉU” mas pode ser Autor, 3º, etc
- A pegadinha é que aqui a T.A. está sendo deferida, embora não haja ninguém morrendo mas mera má fé procesual.
A T.A. do art. 273 é classificada como uma T.A. GENÉRICA porque SE APLICA A TODO E QQ PROCEDIMENTO (comum ordinário, comum sumário, especial).
	Então, o que seria T.A. ESPECÍFICA?
Art. 928, CPC: Direito material concedido. Parece um instituto novo. Mas 
Art. 928.  Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, SEM OUVIR O RÉU, a expedição do MANDADO LIMINAR de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
        Parágrafo único.  Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Nesse caso, o Juiz determina a expedição de mandado de reintegração / manutenção, sem ouvir o réu, incontinenti (logo em seguida) ao recebimento da petição inicial (isto é, “liminar” concedida entre a petição inicial e a citação do réu).
A expressão “LIMINAR” traduz um decisão judicial antecipatória do DIREITO MATERIAL. Portanto, nada mais é do que uma TUTELA ANTECIPADA. Porém, uma T.A. que não serve para qq um, é uma T.A. que só serve para AQUELE QUE VAI DEMANDAR EM JUÍZO UMA PROTEÇÃO POSSESSÓRIA do seu IMÓVEL. Por isso, é classificada como uma T.A. ESPECÍFICA.
Os requisitos são os mesmos?
Claro que não. Para que seja deferida a expedição do mandado liminar, só preciso demonstrar que o ESBULHO / TURBAÇÃO tenha sido com menos de ano e dia.
	Posso preencher os requisitos do art. 273, porém vai dar mais trabalho.
* Dúvida: Quais as principais diferenças entre a TUTELA CAUTELAR e a TUTELA ANTECIPADA?
TUTELA CAUTELAR: 
 Preservação para poder exercer o processo de conhecimento ou de execução. 
 Pode abranger a PROTEÇÃO DE: 
a) BENS (arresto)
 Ex: MEDIDA CAUTELAR DE ARRESTO >> Sou credor de uma pessoa e fico sabendo que ela está dilapidando seu patrimônio >> Se eu conseguir provar isto, posso pedir uma medida cautelar de arresto (art. 813) para o Juiz arrestar / bloquear 100.000,00 do seu patrimônio, que é a quantia que ela me deve >> Se o devedor não efetuar o pagamento, ficarei com esse patrimônio
b) PESSOAS (busca e apreensão de pessoas, como menores que estejam sendo vítimas de maus tratos) ou 
b) DOCUMENTOS 
 Ex: Perícia a ser feita em um prédio que é objeto de uma ação movida por seu Síndico em face da construtora e esse prédio apresenta defeitos que ameaçam a integridade física dos moradores >> O Síndico alega que não vai consertar por estar em litígio com a construtora e que vai precisar provar os defeitos em juízo >> Síndico mal assessorado juridicamente pois bastava requerer uma CAUTELAR PARA A PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA e o perito iria atestar se os defeitos causam risco ou não, se o prédio foi construído corretamente, etc e, inclusive, poderia atestar a necessidade de interdição ou não >> A prova ficaria congelada, podendo o prédio até ser demolido
TUTELA ANTECIPADA: Relacionado com o direito material. Pode atingir tanto a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA como o DIREITO MATERIAL / ECONÔMICO (obrigação de fazer, de dar ou de pagar quantia certa)
* Dúvida: No caso de uma liminar deferida sem ouvir a parte contrária e houver dano material ao réu, este pode pedir uma caução para proteger o seu bem?
	Pode sim. Inclusive, o juiz deve atentar muito bem para isso pois um dos requisitos para a concessão da T.A. é a possibilidade de reversão da medida.
	
* Obs: O aluno utilizou a expressão “LIMINAR”, que poderá ser empregada em 2 sentidos:
a) LIMINAR CAUTELAR: Caso em que estou conseguindo um instrumento para poder exercer o processo ou 
b) LIMINAR DE DIREITO MATERIAL: Caso em que estou conseguindo o próprio DIREITO MATERIAL
	Tanto em um caso como no outro, se uma parte causar dano à outra e houver a reversão da medida, aquela deverá indenizar. 
No caso das cautelares, isso está claro no art. 811, CPC (responde e responde nos mesmos autos). 
No caso de T.A., o fundamento está no art. 273 §2º: o juiz não deve conceder a T.A se houve receio de perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. Ou, pode conceder mediante uma CAUÇÃO. 
2. URGÊNCIA INSTRUMENTAL = TUTELA CAUTELAR
LIVRO III DO CPC – ART. 670 DO CPC 
DICAS IMPORTANTES ! 
GENÉRICA X ESPECÍFICA - É importante sabermos que existe, ao menos em sede de doutrina a idéia de:
T.A. genérica(art. 273 do CPC) e 
T.A. específica (art. 928 do CPC). 
FUNGIBILIDADE LEGAL - (art. 273, § 7º do CPC) >> Idéia de aproveitamento daquilo que foi feito (= daquilo que, tecnicamente, não era o procedimento / ato / meio mais adequado para se atingir determinado resultado) por aquilo que poderia / deveria ter sido feito corretamente. Contudo, tal fato não cria nenhum gravame para se conhecer o direito que se pretendeu. Não causa prejuízo ao direito de ação e defesa da outra parte e também não viola nenhuma norma de orden pública no proceso.
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. 
 Ex: Um advogado tem dúvidas entre aplicar uma MEDIDA CAUTELAR para sustar os efeitos de uma LICITAÇÃO PÚBLICA ou uma AÇÃO DE ANULAÇÃO DA LICITAÇÃO PÚBLICA com pedido de T.A para que o seu cliente possa participar da licitação em igualdade de condições com os demais participantes >> Qual é o correto? Dependendo do direito, da tese jurídica e da doutrina que o juiz segue, pode-se ter 1 ou outra resposta >> 
a) Se se pretende PRESERVAR para ANULAR depois, o mais correto tecnicamente é a TUTELA CAUTELAR 
b) Se já se está com a AÇÃO PRINCIPAL, e pretende-se ANULAR para, em seguida, o cliente poder PARTICIPAR, pede-se uma T.A. 
O que menos importa é o FORMALISMO pois o Direito Processual debe servir como INSTRUMENTO. Haveria, ainda, uma 3ª via, o MANDADO DE SEGURANÇA. Pesquisando-se a jurisprudencia, será possível constatar decisões nas 3 linhas. O que + importa é o juiz analizar o fato. Se o advogado pediu errado mas estiverem presentes os requisitos, o juiz DEVE (TEM QUE) conceder a medida cabível.
 A fungibilidade pode ocorrer em TODO O SISTEMA PROCESSUAL (em atos processuais no 1º e 2º graus de jurisdição, como no ámbito recursal) e, também, no DIREITO MATERIAL (por ex, estou em dúvida com relação a certo contrato, se é uma locação especial ou um arrendamento).
 Exemplo de fungibilidade recursal: Antigamente, havia uma dúvida em relação ao RECURSO À IMPUGNAÇÃO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: seria agravo ou apelação? >> A Lei 1.060/50 fala em “apelação” mas o correto, tecnicamente, é AGRAVO pois a impugnação não é ação mas mero INCIDENTE. Portanto, não seria resolvida por sentença mas, sim, DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
 Cândido Rangel Dinamarco considera a fungibilidade recursal como uma VIA DE MÃO DUPLA: pode ocorrer tanto quando se requer indevidamente uma T.A. quando o correto é a CAUTELAR, ou quando se requer uma CAUTELAR mas o correto é T.A.
HIPÓTESES LEGAIS POUCO VENTILADAS: MÁ-FÉ PROCESSUAL E PEDIDO INCONTROVERSO - art. 273, II e 273, § 6º do CPC.
 Lembrando que CUMULAÇÃO DE PEDIDOS, AQUI, É, NA VERDADE, CUMULAÇÃO DE AÇÕES: tenho 2 pretensões e vou, em um único processo, exercer ação em face das 2 >> Ex: Quero cobrar 10.000,00 não pagos pelo demandado e também quero a devolução de um quadro não entregue pelo mesmo >> Se o réu, uma vez citado, não atende ao ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA sobre as 2 pretensões, AQUELA QUE NÃO FOI IMPUGNADA TORNAR-SE-Á INCONTROVERSA >> Se o advogado do Autor for “esperto”, requererá T.A. em relação ao PEDIDO INCONTROVERSO >> O que se pretende aqui é evitar que um direito incontroverso fique “morto” debaixo do braço do juiz aguardando ele decidir o restante. Veja que aqui não há ninguém morrendo.
PODER GERAL DE CAUTELA – LIVRO III – EXCLUSIVIDADE DA TUTELA CAUTELAR. 
 Arts. 796 a 798, CPC
 O juiz PREVENTIVAMENTE, TOMA DECISÕES NO PROCESSO, PROVOCADO OU NÃO pelas partes, visando à PROTEÇÃO de PESSOAS ou de MEIOS DE PROVA
 Trata-se da LEGITIMIDADE DO JUIZ PARA ORDENAR PROVIDÊNCIAS ASSECURATÓRIAS previstas expressamente em lei e outras que, embora não especificadas normativamente, sejam NECESSÁRIAS À PROTEÇÃO DO DIREITO PROVÁVEL CONTRA O DANO IMINENTE. As medidas de simples segurança que possuem regulação expressa na lei são consideradas “cautelares nominadas” pela literatura (art. 813 e ss); as demais são conhecidas por “cautelares inominadas”.
Atentos a essa previsão legal, a título de introdução ao tema, podemos dizer que “o poder cautelar geral do juiz” é uma aptidão jurídica da qual está investido o magistrado para ordenar medidas cautelares “nominadas” e “inominadas” se presentes os pressupostos do “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. Valendo-se desse atributo ínsito à jurisdição, o juiz pode, por exemplo, autorizar ou vedar a prática de determinados atos, ordenar a guarda judicial de pessoas e depósito de bens, e impor a prestação de caução (art. 799). [http://istoedireito.blogspot.com/2008/06/o-poder-geral-de-cautela-do-juiz.html]
 Isso viola a imparcialidade do juiz? 
Não. Primeiro porque O JUIZ NÃO ESTÁ CONCEDENDO O DIREITO MATERIAL (se o fizesse, estaría “advogando” para uma das partes). Segundo porque o juiz está trabalhando para que a relação jurídica autor-juiz-réu seja, pelo menos, capaz de ser efetiva. O que o juiz não quer é que, ao final dos 2 anos, período durante o qual correu o processo, o Autor, saindo vencedor no processo, seja frustrado no exercício do seu direito judicialmente reconhecido pelo fato do Réu ter se livrado de seu patrimonio.
	Na nova proposta do CPC, o livro III (que trata da tutela cautelar) tende a ser esvaziado. O que é importante entender no livro III é que as cautelares podem ser:
a) PREVENTIVAS (OU PREPARATÓRIAS): não existe proceso algum tramitando em juízo ou
b) INCIDENTAIS: Aquelas que surgem incidentalmente, quando já se tem um processo em curso. Ex: Há um processo em curso e eu quero requerer, incidentalmente, um ARRESTO
Essa é uma classificação quanto ao MOMENTO 
As cautelares protegem BENS, PESSOAS e MEIOS DE PROVA
Quem causar o dano, tem o dever de REPARAR
As cautelares podem ser TÍPICA (NOMINADAS) ou ATÍPICAS
 Pode-se ter uma TUTELA ANTECIPADA em sede de EXECUÇÃO?
	Processo de cognição: Serve para definir o direito que está juridicamente indefinido.
T.A. cabe em processo de conhecimento em razão da demora até ser proferida a sentença. É como se a T.A. fosse uma execução provisória.
A decisão judicial ao final proferida resolve o direito em litígio. 
Não se fala T.A. em sede de execução porque a execução em si é o cumprimento da decisão judicial. Além disso, toda execução reflete ou gera uma tutela judicial instantânea. 
	
II - TERCEIROS NO CPC
No CPC, a expressão “TERCEIROS” é encontrada em 3 momentos:
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (arts. 56 a 80).
TERCEIRO PREJUDICADO (art. 499): 3º que aparece no momento recursal. É o 3º que tem INTERESSE JURÍDICO na lide. Não teve a oportunidade de realizar a intervenção mas agora pode recorrer porque a legitimação para o recurso é um pouco + extensa do que a legitimidade para a ação. O art. 499 fala da legitimidade para recorrer. 
EMBARGOS DE TERCEIROS (art. 1046): Muito fácil e que cai muito em concursos 
É importante entendermos que apesar de aparecerem em momentos distintos, o TERCEIRO é aquele que ingressa na relação jurídica processual e exerce AÇÃO/RECURSO A SEU FAVOR (tem INTERESSE JURÍDICO).
1. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Vejamos os casos de INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (arts. 56 a 80).
OPOSIÇÃO 
NOMEAÇÃO À AUTORIA
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
CHAMAMENTO AO PROCESSO 
a) OPOSIÇÃO (art. 56, CPC).
- QUEM pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida sentença, oferecer oposição contra ambos >> Distribuo uma AÇÃO AUTÔNOMA que depois será DISTRIBUÍDA POR DEPENDÊNCIA
* ATENÇÃO: Com a legalidade acima, estamos diante de casos concretos que envolvem DIREITO DE PROPRIEDADE!!!!!! 
 Por isso, ao estudar, fazer a correlação CPC-CC >> PROPRIEDADE: direito real (1225, CC c/c art. 56, CPC)
b) NOMEAÇÃO À AUTORIA (art. 62, CPC)
- Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou possuidor. 
* ATENÇÃO: Aqui o legislador foi mais claro e estamos diante de casos concretos queenvolvem DIREITO DE PROPRIEDADADE E POSSE !!!!!!	 
 Por isso, ao estudar, fazer a correlação CPC-CC >> POSSE e PROPRIEDADE 
c) DENUNCIAÇÃO À LIDE: (art. 70 do CPC).
I - ALIENANTE: na ação em que terceiro reinvidica a coisa.
II - PROPRIETÁRIO OU POSSUIDOR INDIRETO: que exerça posse direta da coisa demandada. 
III - OBRIGADO LEGAL: pela lei ou contrato.
* ATENÇÃO: O objetivo é permitir um direito de ação garantista a pessoas envolvidas no direito material mas não listadas originariamente na relação procesual >> É permitir o DIREITO DE REGRESSO para quem não foi inicialmente listado na relação processual
 
d) CHAMAMENTO AO PROCESSO (art. 77, CPC)
I - DEVEDOR: na ação em que o fiador for o réu.
II - OUTROS FIADORES: quando citado apenas um deles. 
III - TODOS DEVEDORES SOLIDÁRIOS
* ATENÇÃO: O TEMA AQUI É RELAÇÃO DEVEDOR -DEVEDOR OU DEVEDOR-GARANTIDOR E AINDA GARANTIDOR-GARANTIDOR. 
Instituição civil tratado: S O L I D A R I E D A D E ! 
Fazer a devida c/c CC-CPC: obrigação, solidariedade e garantia
2. EMBARGOS DE TERCEIROS (art.1046, CPC)
Art. 1.046.  Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.
 “Quem, não sendo parte no processo”: Quem não é parte no processo é TERCEIRO
 O 3º é atingido pela decisão judicial. O rol é exemplificativo
 Ex: Uma decisão judicial decreta a interdição de funcionamento do posto de gasolina X >> A decisão determina que o Oficial lacre o posto todo >> Eu sou uma sociedade ltda que atuo dentro desse posto de gasolina >> Entro com embargos de terceiros e digo que a ação, proposta pela distribuidora de combustível (por ex, Petrobrás), tem a ver tão-somente com o POSTO e não com as outras PJ´s que funcionam dentro daquele local.
 Questão de bem imóveis cai muito em concursos >> Por ex, ganhei um terreno do meu pai mas não realizo a transferência >> Construo uma casa e resido no imóvel por 25 anos >> Uma pessoa que está processando o meu pai quer penhorar o imóvel e desconhece a minha história familiar (porque o que ele tira no RI é o imóvel do meu pai) >> Por isso, eu tenho que aparecer no processo para contar a história, justificar, apresentar documentos, etc.
* ATENÇÃO! Institutos do Direito Civil que trazem questões de relevo para o Processo Civil: ESBULHO – TURBAÇÃO – POSSE - PROPRIEDADE 
3. RESPOSTA DO RÉU NO CPC 
- O réu não é obrigado a responder. A revelia não constitui ato ilícito. Ele tem, sim, o ÔNUS DE RESPONDER, porque, NÃO RESPONDENDO, PODE SOFRER PREJUÍZO. Responde por interesse próprio, não no interesse do autor, nem por interesse público.
- A RESPOSTA DO RÉU é verdadeiro exercício do direito de ação deste. É na verdade, o atendimento possível ao princípio da isonomia processual. Se pensarmos pela ótica do demandado/réu, a sua fala é o seu direito de ação, ainda que por provocação, por reação à provocação do demandante/autor. 
- Partindo da REGRA GERAL DO PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO, o réu pode oferecer com base no art. 297 do CPC:
a) CONTESTAÇÃO 
b) RECONVENÇÃO 
c) EXCEÇÕES: o réu ataca o Juiz / Juízo e, indiretamente, ataca o Autor 
Essas respostas do réu são as previstas pelo CPC. A contestação é a resposta existente em todos os tipos de procedimento (se não houvesse contestação, não haveria como o réu contraditar os termos da P.I), inclusive na ação ou procedimento monitório (que nós temos a nomenclatura de embargos e continuaremos por enquanto come la).
Além disso, há a IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA e IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE. Não são respostas formais do art. 297 mas a oportunidade que o réu tem para se manifestar sobre elas (pelo menos a impugnação ao valor da causa porque o da gratuidade pode ser em um momento posterior) é nesse momento.
Em uma questão de concurso, verificar qual é o PROCEDIMENTO. 
No JEC, por exemplo, não são possíveis todos esses tipos de resposta.
1.1 PRAZO PARA O OFERECIMENTO DE RESPOSTA
- O prazo para o oferecimento de resposta, trate-se de exceção, contestação ou reconvenção, é de 15 dias, no PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. Conta-se:
a) Da data da juntada aos autos do A.R. da carta (art. 241, I);
b) Da data da junta aos autos do MANDADO devidamente cumprido (art. 241, II);
c) Da data da junta aos autos da CARTA DE ORDEM, precatória ou rogatória, devidamente cumprida (art. 241, IV);
d) Do termo final do prazo fixado pelo juiz, para o aperfeiçoamento da citação, no caso de CITAÇÃO POR EDITAL (art. 241, I).
1.2 EXISTÊNCIA DE + DE 1 RÉU
- Havendo vários réus, é a última citação, comprovada nos autos, que importa para o início da contagem do prazo (art. 241, III). O prazo pode ser:
- comum (art. 298), ou
- em dobro: se tiverem diferentes procuradores (art. 191). 
- Se o autor desiste da ação quanto a algum réu ainda não citado, o prazo para os demais oferecerem resposta corre da intimação do despacho que a homologar (art. 298, § único).
1.3. FAZENDA PÚBLICA
O MP, a União, os Estados, o DF, os Municípios, bem como suas autarquias e fundações, têm o prazo de 45 dias para CONTESTAR (art. 188). 
Contestação, no artigo 188, tem o significado de "resposta", abrangendo, pois, CONTESTAÇÃO, EXCEÇÃO e RECONVENÇÃO.
Cuidado porque É SIMPLES O PRAZO PARA A FAZENDA PÚBLICA OPOR EMBARGOS DO DEVEDOR, dado que não constituem contestação, nem recurso, mas AÇÃO. 
1.5. CITAÇÃO
- Importância: É através da citação que o réu toma conhecimento que contra ele existe uma ação e exerce seu direito de defesa (princípio constitucional)
- A citação é uma NORMA PROCESSUAL CONSTITUCIONAL porque revela um princípio processual na Constituição (princípio da Ampla Defesa)
 Obs: Normas Processuais Constitucionais (NPC) x Normas Constitucionais Processuais (NCP)
- NPC: são os princípios de processo na Constituição (ex: ampla defesa)
- NCP: são as garantias processuais constitucionais (ex: mandado de segurança)
- FORMAS DE CITAÇÃO> pode ser:
		 - Por VIA POSTAL	
	 - REAL - Por OFICIAL DE JUSTIÇA
Citação		 
- FICTA - Com HORA CERTA: quando o réu se esconde do oficial de 
		 justiça	
	 	 - Por EDITAL: quando o réu está em local incerto ou não 
			 do	
1.5.1. FEITA A CITAÇÃO
- Realizada a citação em período de férias, ou em feriado, o prazo para a resposta começa a correr no 1º DIA ÚTIL SEGUINTE ao feriado ou ao término das férias.
- Também é de 15 dias o prazo para o reconvindo oferecer contestação, contado da intimação de seu procurador (art. 316), ou da última intimação, no caso de vários reconvindos.
- Apresentada a resposta ou decorrido o prazo para seu oferecimento, a desistência da ação depende do consentimento do réu (art. 267, § 4º).
- Citado, pode o réu: 
Reconhecer a procedência do pedido
Ficar revel ou 
Responder: respondendo, pode, isolada ou conjuntamente, oferecer defesa processual, alegar falta de condição da ação, apresentar defesa de mérito e reconvir.
 Modalidades de resposta:
		 1) Contestar
O réu pode 2) Excepcionar 
		 3) Reconvir
 A CONTESTAÇÃO, a RECONVENÇÃO e a EXCEÇÃO serão objeto, cada uma delas, de PETIÇÕES AUTÔNOMAS: 
A contestação e a reconvenção são JUNTADAS AOS AUTOS e 
A exceção é autuada em apenso aos AUTOS PRINCIPAIS (art. 299).
2. RESPOSTAS DO RÉU
2.1. CONTESTAÇÃO
- É a verdadeira resposta no sentido de contraposição do réu em face do pedido formulado pelo autor. 
- Através da contestação, o réu pode aduzir a sua defesa, respondendo o pedido inicial, contrapondo-se à pretensão do autor. 
- É um ÔNUS (e não uma obrigação) porque o réu sofrerá os efeitos da revelia 
- Regra: até 15 dias para contestar 
 O prazo de defesa é comum a todos os réus, quando houver litisconsórcio passivo (art. 298). Mas será contado em dobro (30 dias), se os litisconsortes estiverem representados por advogados (art. 191).
 O início do prazo de resposta só se verifica após a citaçãodo último litisconsorte (art. 241, II). Porém, se o autor desistir da ação quanto a algum réu ainda não citado, todos os demais deverão ser intimados do despacho que deferir a desistência (art. 298 § único).
- Nessa peça, o contestante deve alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor, e especificar as provas que pretende produzir, (art. 300, CPC). 
- Na contestação o réu deve abordar: PRELIMINARES + MÉRITO
I) Preliminarmente >> Matérias do art. 301 >> Direito procesual
 As matérias do art. 301 são de ORDEM PÚBLICA e, como tal, não sofrem PRECLUSÃO. Com exceção da convenção de arbitragem, podem ser conhecidas de ofício pelo Juiz.
II) Fatos e fundamentos >> Mérito, conf. art. 300 >> Direito material
Portanto, se for perguntado na prova se na contestação cai direito material e procesual, a resposta é sim.
OUVI ATÉ AQUÍ (NA 2ª VEZ)
2.1.1. AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO: REVELIA (art. 319, CPC) 
- REVELIA não é a ausência de qq resposta. Revelia é a ausência de contestação tempestiva ou a simples ausência de contestação. SE O RÉU APRESENTOU RECONVENÇÃO OU EXCEÇÃO TEMPESTIVOS MAS NÃO OFERECEU CONTESTAÇÃO, É REVEL. 
- A INCONTROVÉRSIA ou CONFISSÃO PARCIAL podem gerar deferimento de T.A. (art. 273, § 6º do CPC), se se tratar de DIREITO MATERIAL e for DISPONÍVEL 
- EFEITOS DA REVELIA (art. 320, CPC) = PRESUNÇÃO DA VERACIDADE DOS FATOS 
 Revelia relevante: Proporciona ao juiz encerrar a RJ processual, concedendo tudo o que foi requerido na P.I. É a revelia que é relevante para o encerramento do processo.
 Revelia irrelevante: Uma ou + questões do art. 320 estão presentes
- Efeito material (1) Presunção (relativa) da VERACIDADE DOS FATOS alegados pelo autor (art. 319)
Efeitos da 			 							 
Revelia	- Efeito processual (2) Perda do DIREITO DE INTIMAÇÃO dos atos 
 	 Do processo (art. 322)
				 (3) JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE 
 					 (art. 330, II)
(1) Presunção (relativa) da VERACIDADE DOS FATOS alegados pelo autor (art. 319) 
Quando o réu é revel, há necessariamente presunção de veracidade dos fatos?
Não. Ex: Se o inquilino perde o prazo para propor ação renovatória (isto é, houve decadência do seu direito) e, apesar disso, move essa ação em face do proprietário, este não será obrigado a contestar, uma vez que o juiz pode reconhecer a decadência de ofício.
Assim, mesmo revel, não se presumirão verdadeiros os fatos.
* Atenção porque as seguintes hipóteses NÃO INDUZIRÃO AO EFEITO MATERIAL DA REVELIA:
1.a) Hipóteses do art. 320
O art. 319 traz a regra (presunção relativa da veracidade dos fatos).
O art. 320 traz algumas exceções a essa regra 
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente:
I - Se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação (*)
II - Se o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - Se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a lei considere indispensável à prova do ato
(*) Na verdade, a redação está incorreta. O correto seria: “Se, sendo unitário o litisconsórcio, um dos litisconsortes contestar”. No litisconsórcio unitário, todos os atos se comunicam pois a sentença é uniforme.
* Art. 320, I:
Ex: MP ajuíza ação de bigamia em face de João e de sua 2ª esposa Maria Como o litisconsórcio é unitário, os atos se comunicam Se João não contesta (revel) mas Maria sim, a contestação desta favorecerá aquele Não se aplica aqui a regra do art. 48 (litisconsortes considerados como litigantes distintos), mas sim a sua exceção, que é o art. 509 (o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita).
E se João e Maria contestam, o juiz julga procedente (anula o casamento) mas apenas Maria apela? Os efeitos da decisão do recurso alcançam João pois o litisconsórcio é unitário.
E se Maria contesta mas João reconhece a procedência do pedido do MP, já que quer se separar dela? As teses são contraditórias mas o juiz terá que proferir sentença uniforme.
Ex: Usucapião: a lei diz que o litisconsórcio é necessário
E se o litisconsórcio é simples, um dos réus contesta e o outro fica revel? 
Neste caso, aplica-se o art. 48 (princ. cardial do litisconsórcio). Não se aplica o art. 320, I. Há presunção de veracidade dos fatos quanto ao litisconsorte que não contestou.
* Obs: Litisconsórcio multitudinário 
Art. 46 § único: “O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão”
 Erros:
O juiz DEVE, e não “pode”, em obediência à rapidez na prestação jurisdicional.
“O pedido de limitação” – esta expressão dá a entender que alguém tenha que pedir. Errado. O juiz DEVE fazê-lo de ofício - As partes podem requerer a limitação caso ele não o faça.
Ex: Há 100 litisconsortes e o juiz limita em 5 O que ocorre em relação aos d+, que foram preteridos? Há 2 posições:
Extinção do processo (Alexandre Câmara) Crítica a esse posicionamento: se a ação fosse ajuizada no último dia de prescrição, os preteridos seriam prejudicados.
Hipótese de desmembramento em outros processos na mesma ação (entendimento dominante)
* Art. 320, II: Quando causa versar sobre DIREITOS INDISPONÍVEIS. 
- Neste caso (assim como no anterior), A REVELIA NÃO DISPENSA O AUTOR DE PROVAR A VERACIDADE DE SUAS ALEGAÇÕES. 
- Ex: Ação de investigação de paternidade, em que a revelia do demandado não exime o autor do ônus de provar que o réu é o seu pai.
- DIREITOS INDISPONÍVEIS: Direitos essenciais da personalidade também chamados fundamentais, absolutos, personalíssimos, eis que inerentes da pessoa humana. Entre os direitos fundamentais do ser humano, devem figurar o direito à vida, à liberdade, à honra, à integridade física e psíquica. Conforme, de resto, prescreve o art. 1035, CC, SÓ COM REFERÊNCIA A DIREITOS PATRIMONIAIS DE CARÁTER PRIVADO SE PERMITE TRANSAÇÃO. Conseqüentemente, direitos indisponíveis são todos aqueles que:
não possuem um CONTEÚDO ECONÔMICO determinado 
não admitem RENÚNCIA ou não comportam TRANSAÇÃO.
* Art. 320, III: Se a PETIÇÃO NÃO VIER ACOMPANHADA DE INSTRUMENTO PÚBLICO que a lei considere indispensável à prova do ato jurídico.
1.b) Quando se nomeia CURADOR ESPECIAL (art. 9°, II, CPC) nos casos em que ao réu é revel (citado com hora certa ou por edital), podendo aquele oferecer contestação por negação geral (art. 302, § único) Afasta a produção do efeito material da revelia.
- Ex: Réu que, embora citado através da citação ficta, não comparece à audiência A lei processual garante a esse réu um curador especial (dá-se essa garantia pois entende-se que a citação ficta é frágil, isto é, o réu que não é encontrado para receber a citação não está, necessariamente, de má-fé).
 Fundamento que garante ao réu um curador: art. 9°, II, CPC – Em razão do princípio da ampla defesa, todos têm direito a um mínimo de defesa 
 No RJ, a curadoria é exercida pela DP (em outros Estados, pelo MP ou Procuradoria)
1.c) Quando, revel o réu, seu ASSISTENTE OFERECER CONTESTAÇÃO, atuando como seu “gestor de negócios” (art. 52).
(2) PERDA DO DIREITO DE INTIMAÇÃO DOS ATOS DO PROCESSO (art. 322)
- Apenas enquanto o réu permanecer ausente
- Este efeito processual não exclui a fluência dos prazos processuais, os quais deverão ser todos respeitados.
3) JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (art. 330, II)
- Significa o julgamento imediato do mérito. 
- É efeito que decorre naturalmente da revelia. Produzindo a revelia seu efeito principal, os fatos alegados pelo demandante não precisarão ser provados (art. 334, IV, CPC), o que implicará a desnecessidade de outras atividades processuais destinadas à formação do convencimento judicial. Por esta razão, deverá o juiz, de imediato, proferir sentença de mérito, julgando a pretensão do autor (art. 269, I).
  Art. 330.  O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
I - quando a QUESTÃO DE MÉRITOFOR UNICAMENTE DE DIREITO, ou, sendo de DIREITO E DE FATO, NÃO HOUVER NECESSIDADE DE PRODUZIR PROVA EM AUDIÊNCIA;  
 “Questão unicamente de direito” = questão suscitada nos autos e cuja prova / base legal é muito forte (por ex, a situação fática enquadra-se perfeitamente em uma hipótese prevista em lei), não havendo muito o que discutir e nem mais provas a serem produzidas. Nesse caso, de nada serviria a AIJ. 
II - quando ocorrer a REVELIA (art. 319)
 Não é toda revelia que importa no julgamento antecipado da lide pois, como vimos, existem as hipóteses do art. 320 (revelia irrelevante).
* Não confundir o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (art. 330) com a SENTENÇA LIMINAR (art. 285-A e 295)!
2.1.2. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTESTAÇÃO
- Na contestação o réu deve atender ao princípio da eventualidade e do ônus da impugnação específica (arts. 300 – 303, CPC). 
a) PRINCÍPIO DO ÔNUS DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA (art. 302, CPC)
- O réu tem o ÔNUS DE IMPUGNAR CADA UM DOS FATOS ALEGADOS PELO AUTOR (deve atacar item por item), de forma precisa e específica, sob o risco de se presumirem verdadeiros os fatos não contestados (ou seja, sob pena do pedido autoral restar INCONTROVERSO, o que permitiria a concessão de T.A. ao Autor com fulcro no art. 273 §6º).
Somente NÃO SE OPERA TAL PRESUNÇÃO quando:
I - O fato alegado e não impugnado for daqueles que não admitem confissão (art. 302, I), assim considerados os que se referirem a direitos indisponíveis (art. 351);
II - A 
Obs: O réu pode deixar de impugnar um ou outro fato, caso o “conjunto da obra” mostre 
- Exceção a este princípio: a CONTESTAÇÃO POR NEGATIVA GERAL (por ex, dizer: “é tudo mentira”) é possível apenas para o advogado dativo, curador especial ou membro do MP (é prerrogativa deles, que podem contestar dessa forma, sem que se opere a revelia ou a presunção da veracidade dos fatos) Por meio da contestação por negativa geral, TRANSFERE-SE PARA O AUTOR A OBRIGAÇÃO DE PROVAR TUDO O QUE FOI DITO.
 Se a matéria é de direito, o curador pode contestar normalmente (por ex, em ação de cobrança ajuizada por administradora de cartão de crédito, pode falar da abusividade dos juros cobrados) e contestar por negativa geral quanto aos fatos.
b) PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE (art. 300)
- O réu deve apresentar, em sua contestação, TODA A MATÉRIA DE DEFESA ( = defesa processual + defesa de mérito) 
- Quando o réu argüi uma preliminar, pode deixar de contestar?
 Tecnicamente pode, porém, é recomendável que ele conteste pois pode ocorrer de o juiz superar a preliminar (quer dizer, rejeitá-la) e, caso ele não apresente sua defesa de mérito, considerar-se-á como se não tivesse contestado.
 
- Não ocorrendo os efeitos da revelia, o juiz determinará ao autor que especifique as provas que pretende produzir na audiência (art. 324). Ao réu, restará o direito de alegar em sua defesa, apenas as matérias supervenientes à contestação, uma vez que a perda do prazo de defesa, tem como efeito, a ocorrência da preclusão do direito do réu. 
2.1.3. 
- A Lei 11.277/2006 adicionou o art. 285-A ao CPC, que admite a TOTAL IMPROCEDÊNCIA DO PLEITO AUTORAL LIMINARMENTE (sem a citação do réu), quando a MATÉRIA CONTROVERTIDA FOR UNICAMENTE DE DIREITO, nos casos em que já existir no juízo decisões reiteradas contrárias ao pedido do autor Essa improcedência é COM mérito (para fazer CJ MATERIAL) 
 Tal dispositivo não viola o Princípio da Ampla Defesa (já que favorecerá o réu) mas há discussão quanto à violação do Princípio do Contraditório (= representado pela dialética), prejudicando o autor. O prof° entende que não há violação ao Princ. do Contraditório pois o Princípio da Efetividade do Processo deve se sobrepor (deve haver utilidade na ação).
- Quando o juiz recebe a petição inicial, ele verifica as (1) condições da ação e os (2) pressupostos de existência e validade Há 4 possibilidades:
1) Petição inicial preenchendo todos os requisitos O juiz dá o “cite-se” (art. 285) 
2) Juiz determina a EMENDA (284 c/c 295), sob pena de indeferimento 
3) Indeferimento SEM mérito da petição inicial (art. 295 c/c 297, I) 
4) Indeferimento COM mérito da petição inicial (art. 285-A)
 PRECLUSÃO (= perda do direito de praticar um ato) 
a) TEMPORAL: ocorre quando o CPC institui um prazo à prática de um ato, e a parte queda-se inerte sem cumprir o seu ônus processual.
b) LÓGICA: quando a parte pratica ato incompatível com o que pretendia praticar. 
 Ex: O réu, assim que citado, reconhece o pedido autoral e requer expedição da guia para pagamento das custas. Mas, no dia seguinte, quer contestar Não pode.
c) CONSUMATIVA: ocorre com a perda da faculdade processual, em razão da parte já ter realizado o ato e querer complementar o mesmo. 
 Ex: Se o réu contestou no 5° dia, o ato já está consumado (não poderia emendar a contestação).
 Portanto, preclusão é a PERDA DA FACULDADE DE PRATICAR ALGUM ATO PROCESSUAL, pelo(a):
decurso do prazo (preclusão temporal)
prática de ato incompatível com aquele que se pretendia praticar (preclusão lógica)
falta de um ato anterior que autoriza o posterior (preclusão consumativa).
 PRAZOS – Tipos:
a) PRÓPRIOS 
- São para as partes 
- Conseqüência para a inobservância de prazo próprio: PRECLUSÃO (= Sanção jurídica)	
b) IMPRÓPRIOS
- São para o juiz e seus auxiliares
- Conseqüência para a inobservância: Sanção administrativa
- Exceção: Art. 475, CPC – Haverá conseqüência jurídica em razão de inobservância de prazo impróprio nos casos de reexame necessário. O art. 475 lista hipóteses que, em razão do interesse público, a sentença do juiz só produzirá efeitos depois de examinada pelo Tribunal (equivocadamente chamado de recurso de ofício). Enquanto não examinada, a sentença não tem eficácia. O juiz tem um prazo para remeter os autos para o Tribunal (art. 475 §1°) e, se não o faz, o Presidente avoca (determina que os autos subam). A parte, verificando a inércia do juiz, também pode peticionar diretamente ao Presidente do TJ, dizendo que o juiz da Vara de Fazenda Pública não remeteu o processo.
 TIPOS DE DEFESA
			 a.1) Peremptória
 Tipos	 a) Processual a.2) Dilatória
 de	 		 b.1) Direta
Defesa b) Mérito b.2) Indireta	
a) DEFESA PROCESSUAL
- É a defesa no plano da RELAÇÃO PROCESSUAL 
 Relação processual: rj de ordem pública, que nasce da propositura da ação, aperfeiçoando-se com a citação do demandado, vinculando, assim, autor, juiz e réu
- Objetivo: INVALIDAR A RELAÇÃO PROCESSUAL OU REVELAR IMPERFEIÇÕES FORMAIS QUE PREJUDIQUEM O JULGAMENTO DO MÉRITO. Estas alegações, de caráter prejudicial, devem ser apreciadas e SUA CONSEQÜENTE SOLUÇÃO HÁ DE PRECEDER O JULGAMENTO DO MÉRITO DA DEMANDA. É nas chamadas preliminares que o réu irá argüir todas as objeções de caráter processual que impeçam o exame adequado da lide. 
  
a.1) PEREMPTÓRIA
- É aquela que, uma vez acolhida, leva à EXTINÇÃO DO PROCESSO (vícios + graves)
- Ex: Alegações de perempção, litispendência ou CJ
a.2) DILATÓRIA
- Mesmo quando acolhidas, não provocam a extinção do processo, mas RETARDAM O SEU DESFECHO (há uma paralisação temporária do curso normal do procedimento, enquanto o obstáculo processual não seja removido)
- Ex: Alegação de nulidade da citação, incompetência de juízo, impedimento e suspeição, deficiência de representação da parte. 
- Obs> Incompetência relativa é EXCEÇÃO (matéria de defesa) e não preliminar. Portanto, não pode ser conhecida de ofício. Se o réu não argüi a incompetência relativa por via de exceção, ocorre a prorrogação da competência. 
b) DEFESA DE MÉRITO
- É a defesa no plano do DIREITO MATERIAL
 Relação de direito material: é objeto da controvérsia existente entre as partes (lide ou litígio) e que configura o mérito da causa.
- Quando o réu ataca o FATO JURÍDICO que constitui o mérito da causa 
b.1) DIRETA
- Quando é dirigida contra a própria PRETENSÃO DO AUTOR 
- Exemplo de defesa direta: PRESCRIÇÃO
- Quando se ataca:
1) O próprio FATO ARGÜIDO PELO AUTOR (ex: negativa de se haver celebrado o contrato em quese funda a ação)
2) As CONSEQÜÊNCIAS JURÍDICAS QUE DA CAUSA DEDUZ (ex: afirmação de que a cláusula contratual invocada pelo demandante não tem o sentido que este lhe atribui).
b.2) INDIRETA
- Quando o réu invoca outro FATO NOVO que seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor
- Ex: Prescrição, compensação, alegação de pagamento ou coação.
 Procedimento a observar nas DEFESAS PROCESSUAIS – variável pois podem ser formuladas em:
INCOMPETÊNCIA RELATIVA, IMPEDIMENTO, SUSPEIÇÃO (art. 304): são defesas processuais com procedimento próprio AUTOS APARTADOS 
As demais defesas integram a contestação como PRELIMINARES DA CONTESTAÇÃO (art. 301)
2.1.3. PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO (art. 301)
- A contestação deve abranger, antes da discussão do mérito, as questões tidas como “preliminares”, relacionadas no art. 301: 
  	I - Inexistência ou nulidade da citação		defesa DILATÓRIA
  	II - Incompetência absoluta; 
  	III - Inépcia da petição inicial defesa PEREMPTÓRIA (é acolhível nos casos do art. 295 § único)
  	IV - Perempção 
  	V - Litispendência 	 defesa PEREMPTÓRIA
  	VI - Coisa julgada 
  	VII - Conexão defesa DILATÓRIA
  	VIII - Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização defesa DILATÓRIA
  IX - Convenção de arbitragem defesa PEREMPTÓRIA 
  	XI - Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar defesa 
 DILATÓRIA 
- São questões de ordem FORMAL e, portanto, PROCESSUAL. 
 Isso porque permitem opor ao autor alegações que possam invalidar a relação processual ou revelar imperfeições formais capazes de prejudicar o julgamento do mérito.
- Essas argüições se revestem de caráter PREJUDICIAL, de maneira que seu exame e solução hão de preceder à apreciação do mérito. Por isso é que o art. 301 dispõe que compete ao contestante, antes de discutir o mérito, alegar, se for o caso, as preliminares ali listadas.
- Em sendo acolhidas, o juiz:
(1) INDEFERE a petição inicial ou 
(2) manda EMENDAR
 
A SENTENÇA QUE ACOLHE AS PRELIMINARES é TERMINATIVA (art. 267) Portanto, as hipóteses do art. 269 não são preliminares pois a sentença nesse caso é definitiva
 Portanto: - Art. 267: sentença terminativa Quando o juiz ACOLHE AS PRELIMINARES
 - Art. 269: sentença definitiva (ex: prescrição) Nos casos em que NÃO SE 
 TRATA DE PRELIMINAR 		 
Qual a natureza jurídica da PRESCRIÇÃO? 
É de PREJUDICIAL DE MÉRITO pois impossibilita o reconhecimento do direito do autor.
A prescrição sempre foi tida como MATÉRIA DE DEFESA (isto é, o juiz não podia conhecer de ofício) e, paradoxalmente, podia ser argüida a qualquer momento. Mas com a edição da Lei nº 11.280 / 06, o juiz passou a poder conhecer de ofício (art. 219 § 5° O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição).
- As questões de ordem pública não se submetem à preclusão.
 Questões de ordem pública = são aquelas constantes no art. 301, CPC, exceto inciso IX.
- Se existem preliminares, o advogado do réu não pode deixar de argüi-las Embora possam ser argüidas a qualquer tempo, já que são questões de ordem pública, o momento oportuno para falar das preliminares é a contestação (art. 267 §1° c/c 301). Aquele que retarda as questões de natureza processual suportará a sanção do art. 22, CPC (“será condenado nas custas a partir do saneamento do processo e perderá, ainda que vencedor na causa, o direito a haver do vencido honorários advocatícios”).
RECURSO
- Cabe agravo da decisão que recusa a juntada aos autos da contestação, determina seu desentranhamento, assim como da que rejeita impugnação eventualmente oferecida pelo autor.
2.2. RECONVENÇÃO 
- É a verdadeira AÇÃO DO RÉU em face do autor nos termos dos arts. 315 – 318 do CPC. 
- Finalidade: Permitir ao Réu, no mesmo processo em que já existe, ACIONAR O AUTOR POR TEMÁTICA CONEXA AO MÉRITO. A finalidade é evitar um novo processo e aproveitar o momento processual já existente (princ. economia processual). É uma opção do Réu. 
- Deve haver um mínimo de identidade entre a reconvenção e a ação principal
 Ex: Ação principal de dissolução de sociedade movida por um dos sócios em face da sociedade Sociedade ré promove ação de reconvenção solicitando a dissolução parcial da sociedade com a exclusão desse sócio
* Observações: 
1) NA RECONVENÇÃO UTILIZAMOS A NOMENCLATURA DE RECONVINTE (RÉU) E RECONVINDO (AUTOR). 
2) TEMOS PEDIDO CONTRAPOSTO E NÃO RECONVENÇÃO NO(A):
PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO (art. 278, §1º, CPC) 
Ação de competência dos JEC´s (art. 31, Lei 9.099/95). 
 
 Em regra, também não cabe reconvenção no RITO ESPECIAL, no entanto, pode caber, em algumas hipóteses, pedido contraposto. Exs:
- AÇÃO POSSESSÓRIA (art. 922, CPC) e PRESTAÇÃO DE CONTAS: não cabe reconvenção por absoluta desnecessidade pois, sendo ações dúplices, a contestação do demandado já tem força reconvencional.
- AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO (art. 72 §4°, Lei 8245/91)
- AÇÃO DE DEPÓSITO – Previsão legal: art. 903.
* Obs: O pedido contraposto é formulado na própria contestação
3) Súm. 292 E 258, STF – CABIMENTO DE RECONVENÇÃO EM:
AÇÃO MONITÓRIA 
AÇÃO DECLARATÓRIA. 
4) REAÇÃO DO JUIZ: PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES e OUTROS: (art. 323 – 329 do CPC)
RECONHECER A REVELIA, aplicando ou não seus efeitos. REVELIA RELEVANTE / IRRELAVANTE. 
7) DETERMINAR MANIFESTAÇÃO DO AUTOR: ocorre nas hipóteses dos art. 326 e 327 do CPC, abrindo prazo para RÉPLICA. 
8) EXTINÇÃO DO PROCESSO, nos casos permitidos pelo 267/ 285-A e 269 do CPC, incluíndo o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (art. 330).
9) AUDIÊNCIA PRELIMINAR, nas hipóteses previstas no art 331 do CPC. 
2.2.1. PRESSUPOSTOS DA RECONVENÇÃO
a) LEGITIMIDADE DA PARTE 
- Só o réu é legitimado ativo para ajuizar a reconvenção e só o autor pode ser reconvindo.
> Obs: 
I) Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem (art. 315, § único). No caso de SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL, é o substituído, e não o substituto, que se considera para determinar a legitimidade para a reconvenção. Assim, O RÉU SOMENTE PODE RECONVIR CONTRA O SUBSTITUÍDO, NÃO CONTRA O SUBSTITUTO PROCESSUAL.
 Se alguma das partes na demanda original ali está como LEGITIMADO EXTRAORDINÁRIO, exercendo a substituição processual de outrem só poderá se admitir a reconvenção se nesta demanda a parte figurar, também, como SUBSTITUTA PROCESSUAL. 
 Ex: Se X propõe ação em face de B, estando o autor em juízo, em nome próprio, na defesa de interesse de C (substituição processual), o réu B só poderá reconvir se a demanda reconvencional for dirigida a X na qualidade de substituto processual de C (e, obviamente, se X mantiver, para esta demanda, a legitimidade ad causam extraordinária que tem para a demanda principal).
II) Pela natureza especial do instituto, NÃO SE PODE ADMITIR QUE O RECONVINTE CONSTITUA LITISCONSÓRCIO COM 3° PARA RECONVIR AO AUTOR. 
 Mas, havendo LITISCONSÓRCIO ATIVO (pluralidade de autores), pode o réu reconvir em face de um só deles. O inverso tb é possível.
b) CONEXÃO (art. 315) - Há que se considerar a existência de 2 situações distintas:
b.1) CONEXÃO COM A AÇÃO PRINCIPAL OU 
b.2) CONEXÃO COM O FUNDAMENTO DE DEFESA
b.1) RECONVENÇÃO CONEXA COM A DEMANDA PRINCIPAL
- Trata-se de hipótese de conexão entre 2 demandas, o que ocorrerá toda vez que entre elas houver comunhão de objeto ou de causa de pedir
b.1.1) CONEXÃO PELA CAUSA DE PEDIR (causa petendi)
- Significa que a ação principal e a reconvenção têm como fundamento o MESMO TÍTULO Demandas fundadas no mesmo ato jurídico, na mesma CP remota ou próxima.
- Ex1: Se o autor pede a condenação do réu ao cumprimento de uma obrigação prevista num contrato, pode o réu reconvir pleiteando a anulação do contrato Demandas fundadas na mesma CP remota (o contrato)
- Ex2: Se o autor pleiteia uma indenização por dano causado a um bem seu, poderá o réu reconvir pleiteando indenização a um dano por ele sofrido, alegando que o mesmo se seu naquele mesmo evento danoso Demandasfundadas na mesma CP próxima
- Ex3: Um contraente pede a condenação do réu a cumprir o contrato, mediante entrega do objeto vendido; e o réu reconvém pedindo a condenação do autor a pagar o saldo do preço fixado no mesmo contrato Mesma CP remota (contrato)
b.1.2) RECONVENÇÃO CONEXA COM O PEDIDO (objeto)
- Há identidade do objeto quando os pedidos das 2 partes visam o mesmo fim 
- O que se exige é a identidade do pedido mediato, pois do contrário (identidade de pedidos imediatos) haveria conexão entre todas as demandas condenatórias.
- Ex1: Se um dos cônjuges pleiteia a separação judicial fundado em injúria grave, pode o outro cônjuge reconvir pedindo a separação em razão de adultério Há identidade de pedidos mediatos porque em ambas as demandas se pleiteia a separação
- Ex2: Um contraente pede a rescisão do contrato por inadimplemento do réu e este reconvém pedindo a mesma rescisão, mas por inadimplemento do autor.
b.2) RECONVENÇÃO CONEXA COM OS FUNDAMENTOS DA DEFESA
- Ocorre quando o fato jurídico invocado na contestação para resistir à pretensão ao autor, sirva também para fundamentar um pedido próprio do réu contra aquele
- Ex: A contestação alega ineficácia do contrato por ter sido fruto de coação e a reconvenção pede a sua anulação e a condenação do autor em perdas e danos, pela mesma razão jurídica.
- Ex: Demanda em que o autor pretende a condenação do réu ao pagamento de uma quantia em $, em que o réu contesta alegando compensação entre a dívida exigida pelo autor, e outra, de que ele é credor, e o demandante, devedor. Sendo esta 2ª obrigação de valor superior àquela cujo pagamento o demandante exige na sua demanda, e pretendendo o réu ver o autor condenado a pagar o excesso, deverá reconvir, sendo sua reconvenção cabível porque conexa com o que foi alegado na contestação.
c) COMPETÊNCIA: O juízo da causa principal deve ser competente para apreciar a demanda reconvencional (art. 109)
d) RITO: Deve haver compatibilidade entre os procedimentos aplicáveis (1) à causa principal e à (2) reconvenção
- Só cabe no RITO ORDINÁRIO pois o oferecimento de uma reconvenção cria um certo retardamento para o processo (porque há + de 1 relação jurídica a ser analisada). O rito ordinário é aquele que suporta retardamento. 
- Não é cabível no rito sumário: o art. 275 lista os casos de rito sumário (até 60 sal. min) No entanto, há possibilidade de o réu oferecer o chamado pedido contraposto em ação dúplice (Art. 278 §1°: “É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na inicial). Significa que o réu pode promover ação em face do autor, mas não é a reconvenção porque não precisa cumprir os requisitos dos arts. 282 e 283, e nem exige citação. E se o réu oferecer reconvenção no rito sumário? Tecnicamente, não é correto o juiz receber. 
- Não é cabível nos procedimentos especiais (art. 890 e ss). Mas nestes tb é possível o pedido contraposto em ação dúplice.
- Motivo da necessidade de compatibilidade de ritos: Porque o juiz deve julgar, na mesma sentença, a ação e a reconvenção (art. 318), entendendo-se condicionado o cabimento desta a rito que possibilite a instrução conjunta de ambas. É invocável o disposto no inciso II do artigo 292, assim como em seu parágrafo único. 
 Resumindo: 
- AÇÃO DÚPLICE: é a ação que comporta um pedido contraposto
- PEDIDO CONTRAPOSTO: é uma ação veiculada na própria contestação
 Existe alguma hipótese em que o réu, para reconvir, esteja obrigado a contestar o pedido do autor?
 Sim, em algumas hipóteses em que o rito é especial. 
 Em tese, não cabe reconvenção no rito especial mas para alguns tipos de ação que correm sob esse rito, a lei dispõe que o réu, para poder reconvir, estará obrigado a contestar. FAZENDO-O, O RITO ESPECIAL TRANSFORMA-SE EM ORDINÁRIO, daí cabendo a reconvenção. Cuidado porque não são todas as hipóteses de rito especial mas tão-somente nos casos em que houver previsão legal. Ex: Ação de depósito – Previsão legal: art. 903.
 Não cabe reconvenção para que o juiz declare a improcedência da ação. Nesse caso, falta o requisito do interesse, porque para tal não é necessário pedido reconvencional.
2.2.2. PROCEDIMENTO
- Em peça autônoma, dirigida ao juiz da causa mas em face do autor, no mesmo prazo da contestação (15 dias). 
 O art. 299 dispõe: “A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais”. Assim, SE O RÉU APRESENTA CONTESTAÇÃO NO 5° DIA, NÃO PODERÁ + APRESENTAR RECONVENÇÃO em razão da PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
- A RECONVENÇÃO NÃO SERÁ AUTUADA EM APARTADO, devendo seu trâmite se dar nos autos do processo instaurado pela demanda principal.
- Art. 316. Oferecida a reconvenção, o autor reconvindo será intimado, na pessoa do seu procurador, para contestá-la no prazo de 15 dias.
 “Intimado”: errado RECONVINDO SERÁ CITADO
- A ausência de contestação do autor-reconvindo implicará REVELIA, sendo aplicáveis, aqui, todas as considerações acerca deste tema.
- Art. 317: A DESISTÊNCIA DA AÇÃO, OU A EXISTÊNCIA DE QUALQUER CAUSA QUE A EXTINGA, NÃO OBSTA AO PROSSEGUIMENTO DA RECONVENÇÃO.
 Porque as ações são autônomas (tratamento autônomo à reconvenção em relação à demanda original)
			Contestação		 AIJ
		__________x__________x__________x__________________	 Única sentença
			Reconvenção						(art. 318)
			 ___________x___________
					 
				1° despacho (mesmo despacho porque a rj é a mesma):
				A x B “em réplica”
				B x A “cite-se”
- Art. 318: JULGAR-SE-ÃO NA MESMA SENTENÇA A AÇÃO E A RECONVENÇÃO.
 Mas e se for uma reconvenção que não tenha nenhuma identidade com a ação principal? O juiz deverá indeferir liminarmente a petição inicial reconvencional. A determinação do julgamento na mesma sentença pelo art. 318 só vale quando a reconvenção for cabível.
 PODE O RÉU RECORRER DA SENTENÇA QUE INDEFERIU A RECONVENÇÃO? 
 Sim. Quanto ao tipo de recurso cabível, o tema é controverso: agravo ou apelação?
 A controvérsia se dá em razão da NATUREZA DA DECISÃO que indefere a reconvenção:
1) É uma decisão interlocutória: portanto, o recurso é um agravo - O posicionamento da maioria é que seja um agravo pois quando o juiz indefere a reconvenção, o processo continua íntegro (prof° entende assim).
2) É uma sentença: portanto, o recurso é a apelação - José Carlos Barbosa Moreira entende que é apelação pois, para ele, indeferimento de reconvenção é uma sentença.
JCBM sugere, ainda, a apelação por instrumento (é uma ficção), que consistiria em anexar à apelação cópias do processo. Teria por objetivo evitar que o processo suba ao Tribunal, ficando o feito paralisado.
A corrente (1), que entende que a decisão que indefere a reconvenção é uma decisão interlocutória, justifica que não seria uma apelação pois este seria o recurso cabível contra a decisão que extingue o processo (e não a ação). Na reconvenção, o processo não é extinto, mas tão-somente a ação reconvencional (reconvenção = 1 processo com 2 ações).
 Obs: Tem-se entendido que a apelação manifestamente protelatória é ato atentatório ao exercício da jurisdição (art. 14, V c/c § único). Apesar do art. 17, VII prever tal situação, há utilidade na aplicação do art. 14 § único em razão deste prever a sanção (= multa). 
2.3. EXCEÇÕES
2.3.1. CONCEITO
a) Exceção abrange toda e qq DEFESA QUE TENDA A EXCLUIR DA APRECIAÇÃO JUDICIAL O PEDIDO DO AUTOR, seja no aspecto formal, seja no material (sentido amplo).
b) Exceção é o incidente processual destinado a argüição da incompetência relativa do juízo, e de suspeição ou impedimento de juiz (art. 304) (sentido estrito)
- Embora arroladas entre as respostas do réu (art. 297), a verdade é que eventualmente, também podem ser oferecidas pelo autor (somente nos casos de impedimento e de suspeição), conf. art. 304. 
- Aborda somente defesas processuais, todas dilatórias. 
- Podem ser opostas em razão de INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO – IMPEDIMENTO/SUSPEIÇÃO DO JUIZ, conforme as regras dos

Outros materiais