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SUS Integralidade aula 2

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A INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE NO ÂMBITO DO SUS 
 Autor:Flávia Barbosa 
CRISE DO SETOR SAÚDE 
 
DIMENSÕES DA CRISE DA SAÚDE PÚBLICA 
 
INTEGRALIDADE NO BRASIL 
· Suas origens remontam à própria história do Movimento de Reforma Sanitária 
Brasileira; 
· Funciona como uma “imagem-objetivo”: forma de indicar características desejáveis do sistema de saúde e das práticas (MATTOS, 2004). 
 
INTEGRALIDADE 
· "atenção integral, com prioridade para as ações preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais" (BRASIL, 1988); 
· "conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema" (BRASIL, 1990); 
· Princípio “finalístico”: a integralidade como base de conformação do SUS e se estabelece como valor que orienta as ações e as políticas de saúde do país. (TEIXEIRA, 2011) 
 
OS SENTIDOS DA INTEGRALIDADE 
1) Traço da boa medicina: Resposta não reducionista; Reconhece as necessidades; Técnicas de prevenção (MATTOS, 2005). 
2) Modo de organizar as práticas: Horizontalização de programas; Aplicação de protocolos de diagnóstico, identificação de risco e atividades coletivas (MATTOS, 2005). 
3) Respostas governamentais a problemas de saúde: Políticas desenhadas para dar resposta aos problemas de saúde (MATTOS, 2005). 
 
INTEGRALIDADE NO ÂMBITO DO SUS 
· ‘Invisibilidade’ da integralidade na trajetória do sistema e de suas práticas (MATTOS, 2004); 
· O modelo praticado na saúde ainda consiste em uma prática fragmentada, centrada na produção de atos isolados (MACHADO et al., 2007); 
· Superar esse cenário, significa adotar um novo referencial, assentado no compromisso ético com a vida, com a promoção e a recuperação da saúde (MACHADO et al., 2007). 
INTEGRALIDADE NO ÂMBITO DO SUS 
· Transversalidade da integralidade o As várias tecnologias em saúde estão distribuídas em ampla gama de serviços; o A melhoria das condições de vida é tarefa para um esforço intersetorial. (FRACOLLI et al., 2011) 
 
INTEGRALIDADE NO ÂMBITO DO SUS 
· Surge como base para vencer desafios na consolidação do SUS e garantir a assistência integral à saúde como direito e dever dos cidadãos, profissionais e gestores; 
· Pressupõe acesso a bens e serviços, formulação, gestão e controle participativo nas políticas públicas, bem como a interação usuário/profissional com respeito à integridade e à dignidade da condição humana em situações de saúde, doença e morte. 
(VIEGAS; PENNA, 2013). 
 
COMO MATERIALIZAR A INTEGRALIDADE? 
· Políticas + Serviços + Práticas 
· Revisar os modelos tecno-assistenciais; 
· Operar mudanças na produção do cuidado, a partir da Atenção Primária e todos os outros níveis assistenciais (FRANCO, MAGALHÃES JR., 2004); 
· Repensar dos processos de trabalho, da gestão, do planejamento e, sobretudo, da construção de novos saberes e práticas em saúde para as transformações no cotidiano; Integralidade enquanto ação social que resulta da interação democrática entre os atores no cotidiano de suas práticas, na oferta do cuidado de saúde, nos diferentes níveis de atenção do sistema (PINHEIRO, 2009). 
· Considerar o homem como ser biopsicosocioespiritual 
 
COMO MATERIALIZAR A INTEGRALIDADE? 
Através das REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
· Pontos da RAS se diferenciam pelas densidades tecnológicas, mas se relacionam horizontalmente; 
· Atenção Primária à Saúde (APS) como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede. 
 
A PRÁTICA DA INTEGRALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
· É o ponto de entrada para a atenção à saúde individual (BRASIL, 2010); 
· Lócus da responsabilidade continuada pelos pacientes (BRASIL, 2010); 
· Melhor posição para interpretar os problemas apresentados no contexto histórico e meio social do usuário (STARFIELD, 2002); 
· Na APS deve-se fazer arranjos para que os usuários recebam todo tipo de serviços de atenção à saúde, ainda que alguns não possam ser oferecidos eficientemente dentro delas (STARFIELD, 2002); 
· Reconhecer as necessidades relacionadas à saúde dos usuários e disponibilizar recursos para abordá-las; 
· Reorganizar a APS com vistas à integralidade implica no encaminhamento de demandas para outros pontos da RAS; 
· O sistema de referência e contra referência deve ser eficiente para que o usuário não se perca pelo caminho e faça um trajeto na rede de cuidados com respostas integrais e equânimes (VIEGAS; PENNA, 2013). 
 
LINHAS DE CUIDADO: inovação nas propostas assistenciais do SUS 
· Unifica ações preventivas, curativas e de reabilitação, proporcionando acesso a todos os recursos tecnológicos que necessita, desde visitas até os de alta complexidade (MATTOS, 2004); 
· É um itinerário no qual o usuário irá percorrer por dentro da rede de saúde onde suas necessidades serão resolvidas de forma integral e sem obstáculos (FRANCO, MAGALHÃES JR, 2004). 
 
A PRÁTICA DA INTEGRALIDADE NA APS 
PROJETO TERAPÊUTICO 
· Conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com Apoio Matricial se necessário. 
· A partir das opiniões de todos os integrantes da equipe, entende-se o sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e define-se propostas de ações; 
· Busca a singularidade como elemento central de articulação; 
· Possibilita a mudança na produção e gestão do cuidado na ESF; 
· Desafia a organização tradicional do processo de trabalho em saúde (articulação dos profissionais e a utilização das reuniões de equipe como um espaço coletivo sistemático de encontro, reflexão, discussão, compartilhamento e corresponsabilização das ações, com a horizontalização dos poderes e conhecimentos) (CAMPOS, 2003). 
 
DESAFIOS PARA A INTEGRALIDADE 
· Parte dos reducionismos produzidos nos serviços de saúde se devem a uma certa incapacidade dos profissionais estabelecerem relação com os sujeitos-usuários, em qualquer âmbito de produção de ações de saúde. 
· Para a construção de práticas de saúde integrais, é necessário que se rompa com o padrão de relação sujeito– objeto e se instaure uma relação sujeito–sujeito nos serviços de saúde e na formulação de políticas públicas. 
 
DESAFIOS PARA A INTEGRALIDADE – QUAIS OS CAMINHOS? 
· Conceber integralidade como sinônimo de holístico nos remete a uma interpretação ampliada dos profissionais sobre um dos princípios que regulamentam o SUS. 
· Pressupõe trabalhadores capazes de reconstruir a história de vida dos usuários para além do diagnóstico e do sintoma, tornando-os ativos no processo do cuidado. 
· Formação do trabalhador do SUS pautada pela integralidade com o objetivo transformar as práticas profissionais e a organização do trabalho (BRASIL, 2004). 
· É necessário migrar de um ensino disciplinar no qual o conhecimento é assimilado em partes para um ensino integral no qual o aluno é sujeito de sua aprendizagem (LINARD; CASTRO; CRUZ, 2011). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
· Em que pesem os avanços do SUS, a integralidade ainda é um princípio que não se concretizou plenamente (MATTOS, 2003); 
· A luta pela integralidade implica repensar aspectos importantes da organização do processo de trabalho, gestão, planejamento e construção de novos saberes e práticas de saúde; 
· Uma mudança no modelo de atenção à saúde envolve não apenas priorizar a atenção primária mas, principalmente, concentrar-se no usuário-cidadão como um ser integral. 
 
REFERÊNCIAS 
1. BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de Setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, p.68, 22 set.2017.Seção 1. 
2. BRASIL. Portaria nº 4. 279 de 30 de dezembro de 2010. Gabinete do Ministro. 
Ministério da Saúde. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficialda União, Seção 1. Brasília, n.251, p.88, 30 dez. 2010. 
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de 
Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 64 p. : il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde). 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 198/GM/MS, de 13 de Fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Brasília, Ministério da Saúde, 2004. 
5. BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de1990. Dispõe sobre as condições para a promoção proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providencias. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm> Acesso em: 09 out. 2017. 
6. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. 
7. CAMPOS, G. W. S. Saúde Paideia. 1ª ed. São Paulo: Hucitec, 2003. 
8. FRACOLLI, L. A. et al. Conceito e prática da integralidade na Atenção Básica: a percepção das enfermeiras. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v.45,n. 5,Outubro 
	2011. 	Disponível 	em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080- 
62342011000500015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 out. 2017. 
9. FRANCO, T. B., MAGALHÃES JR., H. M. Integralidade na assistência à saúde: a organização das linhas do cuidado. In: MERHY, E. E. O Trabalho em Saúde: olhando e 
experienciando o SUS no cotidiano. São Paulo: HUCITEC, 2004. 
10. LINARD, A. G.; CASTRO, M. M.; CRUZ, A. K. L. Integralidade da assistência na compreensão dos profissionais da estratégia saúde da família. Rev. Gaúcha Enferm.(Online), PortoAlegre, v.32, n. 3, Setembro.2011. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198314472011000300 016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 out. 2017. 
11. MACHADO, M. F. A. S. et al. Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS: uma revisão conceitual. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.12, n. 2, Abril 2007. Disponível 
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232007000200 009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 out. 2017. 
12. MATTOS, R. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. In: PINHEIRO, R. & MATTOS, R. (Orgs.). Os Sentidos da Integralidade na Atenção e no Cuidado em Saúde. 4.ed. Rio de Janeiro: Cepesc/IMS/Uerj/Abrasco, 2005. 
13. MATTOS, R. A. A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, Outubro 2004 . Disponível em:<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2004000500037&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 out. 2017. 
14. MATTOS, R. A. Integralidade e a formulação de políticas específicas de saúde. In: PINHEIRO, R.; MATTOS, R. A., organizadores. Construção da integralidade: cotidiano, saberes e práticas em saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO; 2003. p. 45-59. 
15. MATTOS, R. A. Os sentidos da integralidade: algumas reflexões acerca de valores que merecem ser defendidos. Os sentidos da integralidade. Pinheiro, R. e Mattos, R.A. (org). RJ: UERJ, IMS, ABRASCO, 2001. 
16. MENDES, E. V. Uma agenda para saúde. São Paulo: Hucitec, 1996, 300p. 
17. PINHEIRO, R. Integralidade em Saúde. Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009. 
18. STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Ed. Conselho. Brasília. Ministério da Saúde, UNESCO, 2002.726p. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_primaria_p2.pdf>. Acesso em: 09 out. 2017. 
19. TEIXEIRA, C. F. Os princípios do Sistema único de Saúde. Texto de apoio elaborado para subsidiar o dabate nas Conferências Municipal e Estadual de Saúde. Salvador-BA, 2011. 
20. VIEGAS, S. M. F.; PENNA, C. M. M. O SUS é universal, mas vivemos de cotas. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.18, n. 1, Janeiro. 2013. Disponível em: http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413. Acesso em: 09 out. 
2017.

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