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A existência tá relacionada com uma certa noção de ordem e como ela vai ser mantida. A preocupaçao dele no fundo é essa. Ele afirma que os regimes tem uma certa repercussão nisso. Por que existe essa demanda por regimes internacionais? E no final das contas, ele vai tentar mostrar o que os Estados ganham com isso, o que eles ganham e porque eles decidem aderir. Baseado nisos, como esses regimes vão se relacionar com a ordem. Ele considera a existência de regimes internacionais. Um conjunto de princípios normas, regras e procedimentos de tomadas de decisão que vão fazer com que as expectativa dos atores em uma determinada área sejam convergentes. Quando você parte da concepção de um sistema anárquico, com atores racionais e maximizadores. Na maioria das vezes, a interação gera uma série de externalidades que ele chama de externalidades negativas e diante disso, por não haver um controle central, vai levar a uma situação de auto-ajuda. Os atores tem um interesse exógeno, é formada fora do processo de interação. Quando dois Estados interagem eles já tem uma bagagem de interesses formados e derivados de uma série de questões. A grande diferença que o Keohane vai falar do seu raciocínio é que pra ele: que tipo de cooperação vai surgir? Todos os problemas do sistema internacional (as caracteristicas) somadas a uma situação de interdependência, atores racionais, interesses exógenos, sistema de auto- ajuda. Ele vai dizer que isso gera uma demanda por cooperação, uma demanda que está condicionada a possibilidade de mitigar os riscos dessa cooperação. Vai existir um interesse dos Estados em cooperar, que eles não conseguiram ganhar sozinhos. Essa cooperação se torna difícil. Diante da interdependência, seria bom pra eles cooperarem para resolverem problemas específicos. (Ex: pasto quantidade de bois). Que tipo de coisas podem mitigar os riscos da cooperação? Os REGIMES. Eles vão ser formas de regular a conduta para um resultado agregado que traga benefícios mútuos. Os regimes vão trabalhar para suprir essa tal demanda da cooperação em um sistema anárquico. Vai existir uma série de demandas para criaçao de regimes. As premissas são iguais do Realismo, mas pro institucionalismo o resultado é a demanda por regimes para levar a cooperação internacional com benefícios mútuos. A existência dos regimes é um fato do sistema e seria uma anomalia que os Realistas não explicam no sistema internacional. A tentativa dele é construir uma forma de analisar (teoria) que de conta de explicar a demanda, de onde existe, de onde vem, para regimes internacionais, como funcinonam, o que eles vão ajudar etc. A demanda por regimes internacionais encontra uma explicação que tá vinculada a tal teoria da estabilidade hegemônica. De acordo com essa teoria, um Estado hegemônica no SI vai acabar arcando com os custos dos regimes internacionais. Os autores dessa teoria vão dizer que o ator hegemônico no SI, por mais que possuam um poder desproporcional em relação aos oturos atores, o que vai acontecer é que eles não podem impor esse poder o tempo todo, ou é muito custozo. Seria mais fácil ele usaar esses recursos de poder para poder criar uma série de regras que sejam vinculantes aos outros Estados, levar os Estados a firmarem esses compromissos. Uma vez que ele usou seus recursos para criar esses regimes e os Estados adotaram, ele não precisaria ficar usando seus recursos toda hora. O Keohane vai dizer que o grande problema é que ela não explica a durabilidade desses regimes em caso da alteração da estrutura de poder no SI. O Keohane vai dizer que no final das contas, mesmo diante do declínio de uma hegemonia ou da alteração da distribuição de poder, isso não leva ao fim e um regime. Ele vai colocar, por que será que isso não acontece? Ele vai colocar isso como uma deficiência da teoria da estabilidade econômica. Ela não explica a durabilidade, especialmente em situações de mudança. Ex: a ONU continua a existir. Como essa teoria não explica bem, o Keohane vai buscar otura forma para analisar essa situação no sistema internacional. E a forma que ele vai encontrar é vinculada a microeconomia. Baseado nessa abordagem ele vai dizer que as relações do SI se assemelham a um esquema de competição no mercado, como se os Estados se comportassem como firmas que vão competir em um determinar mercados, com todos os problemas e tal. Ele vai fazer essa analogia entre o SI e o mercado e a partir disso ele vai usar essa lógica da microeconomia pra explicar a demanda pelos regimes internacionais e o próprio funcionamento deles. Essa lógica da microeconomia vai explicar o que que determina o tamanho, a quantidade de questões, e a força, se os Estados vão respeitar e tal. A partir do momento que os Regimes criam regras, espera-se que os Estados adotem tal comportamento e é mutio menos custozo para a cooperação. Ou seja, um regime facilita a cooperação, porque é muito mais fácil existir um padrão do que cooperação "ad hoc". Por exemplo, é mais fácil eu ter um padrão de como comercializar, as tarifas e tal, do que ter que negociar com cada Estado, pois envolve todo um custo (a exemplo da confiança com aquele Estados; com regimes facilita isso da confiança). No final das contas, ele adota essa abordagem da microeconomia e pensa essa ideia da competição. Ele vai pensar no nível de análise e escolhe o nível sistêmico. Ele vai dizer que os constrangimentos do sistema ou aquela estrutura do sistema é ela que vai determinar os rumos da interação sistêmica. Quando ele adota essa perspectiva, fatores que estão relacionados ao modo de organização do Estado vai ser deixado de fora. Não quer dizer que você vai desconsiderar o peso de um governante, por exemplo de Churchill na Segunda Guerra. Ainda que os grandes líderes podem ter um grande efeito, o tipo de governo, a cultura, possam ter peso na dinâmica internacional, ele deixa de lado essas coisas. Ele se preocupa com a distribuição de poder do sistema. Sendo assim, ele reduz os números de variáveis, sua teoria é parcimoniosa. Ele não tá se preocupando em construir uma representação perfeita da realidade e sim construir um modelo que vai ser no fundo uma simplificação dessa realidade e a partir desse modelo, você tem a indicação de uma série de tendências de comportamento no sistema internacional. Ele não vai ter certeza desse comportamento, ele não é determinista. Nesse modelo, além dos atores serem racionais, as escolhas desses atores são escolhas voluntárias, porque ainda que no SI exista uma grande desigualdade entre os Estados, ele não é hierárquico. A existência de atores mais poderosos pode até gerar uma série de pressões para o comportamento dos outros Estados, mas de forma alguma tira a autonomia dos Estados de terem suas escolhas, ou seja, as escolhas são voluntárias. Ele vai tentar traçar uma diferença que existe entre os regimes internacionais e relações de governo, porque a ideia de relações de governo está associada, normalmente, a uma centralização do poder, o que no sistema internacional não existiria. O que regimes produzem são padrões de comportamento e uma expectativa, uma coordenação de condutas. Ao invés de um governo com a centralização desse poder, o que acontece é um processo de coordenação de condutas no sistema. O Regime tá associado a ordem, a manutenção da ordem. Quando se cria canais de negociação e tal, a necessidade de recorrer a violência, por exemplo, vai ser menor. Além da estabilidade padrão da coordenação de condutas, os regimes vão gerar expectativas de benefícios mútuos e também a ideia de escolhas contínuas, com a possibilidade de comunicação entre esses atores. Esses atores vão atuar fazendo um cálculo e esse cálculo vai resultar em um curso de ação, os regimes vão ser, como dizerm alguns autores, uma variável interveniente. Os interesses são exógenos, mas osregimes estão como uma variável interveniente que intervém no processo da geração de um cálculo para escolha de um curso de ação. A estrutura de payoffs pode ser modificada devido aos regimes. Os regimes conseguem como um resultado: acordos. Se eu tenho uma expectativa de escolha contínua, ampliar uma espécie de durabilidade de comportamento, amplio o horizonte de tempo, se eu ou interagir todos os dias, você conhece mais ou menos as intenções, as variações, os interesses e tal, eu vou poder gerar uma confiança assim como um desconfiança, e mais do que isso é gerada uma expectativa de trocar em rodadas futuras. Os regimes são capazes de transformar uma escolha que era ad hoc em padrões de comportamentos, ampliando o horizonte de tempo. Um regime internacional iria intervir no cálculo, alterando a estrutura de payoffs, no caso do Dilema dos Prisioneiros. Por exemplo, você vai ter 5 minutos para conversar com o outro jogador e vocês podem combinar e tal. Com a comunicação, você pode gerar confiança e pode existir a cooperação. A expectativa é que possa levar a acordos e que possa levar a um equilíbrio melhor. O Keohane vai dizer que o tipo de estrutura que é semelhante a estrutura do mercado, possui falhas de mercado. A primeira delas envolve os custos de transação, os custos de se firmar acordos entre Estados soberanos, sem que haja alguém a cima deles, tem um custo alto. A outra falha é o problema da informação incompleta. É muito difícil em um sistema de Estados soberanos que você consiga as informações completas sobre o interesses desses Estados, sob os possíveis cursos de ações que esses Estados vão tomar. Dessa forma, gera-se incerteza e risco. Além disso, falta um framework para ação (um quadro de referência de como agir). O framework para ação seria uma espécie de Detran em feirões de carros vendidos, você ter um órgão que vai te dar informações, que vai te dizer as coisas do carro que você quer comprar, se tem multa, se foi batido, se os documentos estão em dia etc. Os regimes vão tentar diminuir essas três coisas. Os Estados são obrigados a periodicamente a fornecer informações, como por exemplo para a OMS. No caso da gripe suína, os Estados são obrigados a enviar relatórios periódicos e com isso facilita- se ter informações. É mais fácil do que manter o contato com cada país pra saber. Sendo assim, a informação é mais completa, diminui a incerteza, sendo assim vai diminuir os custos de transação, já que não é preciso ficar entrando em contato com cada Estado para ter essa informação. Você diminui os custos, aumenta a informação, cria um framework, cria links e cria uma sombra do futuro. Esse regime é então estabilizar o comportamento, estabelecer padrões e com isso você gera cooperação e todos os benefícios esperados. Não se pode ignorar que pra isso existir, existe todo um custo por trás disso, tanto econômico (gastos com o orçamento da ONU) quanto político (assinar tratados e adaptar sua legislações interna a eles). Então a adoção dos regimes está atrelado a uma série de coisas: 1. Os benefícios tem que ser maiores ao custos que estão atrelados em "criar" esses regimes. 2. Quanto mais densa é a área, quanto mais link você consegue, mais forte é esse regime. Por exemplo, um regime de comércio que não regula só comércio de carros, mas de várias coisas. Ou seja, é mais denso e então é bom adotar esse regime. 3. Questão do spill-over. Regras de reciprocidade. Em muitos casos vira norma. É a questão de ter vários Estados em um regime e um fora e trazer ele pra dentro do regime que já existe, o que é menos custozo. Ou então, criar um regime parecido com aquele que a maioria está dentro. É o transbordamento do regime. 4. Institucionalização: tá ligado a força e o tamanho do regime. Tem a questão de não mudar os regimes, devido aos custos de se fazer novos costumes. Keohane sabe que nesses regimes alguns Estados vão ter mais benefícios, normalmente os Estados mais fortes, que tentam adaptar esses regimes aos seus interesses. Os regimes podem acabar virando até mesmo um valor. A interdependência não gera harmonia de interesses, muito pelo contrário. Regime está ligado a 4 coisas: princípios, normas, regras e procedimento decisórios. A reciprocidade pode ser um princípio, uma intuição geral de como as coisas devem funcionar. A norma é o padrão de conduta, um princípio como o de reciprocidade pode virar uma norma. A regra é algo mais específico. Ex: a tafica pra exportar giz nao pode ser maior que 5% para aquele conjunto de paíse. Procedimento Decisório: na Assembleia Geral cada um tem direito a um voto e ninguém tem veto. O Keohane vai tentar lidar com certos riscos inerentes a cooperação que vão ser a assimetria de informações, porque além de ser incompleta, ela pode ser assimétrica. Há o risco de o ator não querer respeitá-la e há também o risco de favorecer um acordo irresponsável. Ainda que o regime mitigue esses efeitos, ele não anula esses problemas. Não impede que um determinado ator resolva violar. O estabelecimento do regime gera um custo muito grande em ficar de fora. Na grande maioria dos casos, os Estados vão procurar participar desses regimes já que trazem benefícios mútuos. Os regimes vão regular de duas maneiras: regulação interna é regular as interações entre os membros. A regulação situacional é tentar regular por exemplo uma área específica e tentar regular a relação entre o membro do regime e os não-membros. No final, o Keohane coloca um resumo das premissas que ele apresentou. A primeira é dizer que os regimes facilitam acordos e eles corrigem essas falhas de "mercado". A expectativa de benefícios e o desejo de diminuir essas falhas gera essa demanda pelos regimes internacionais. O terceiro ponto é que quanto maior for a densidade e a efetividade dos regimes pra regular alguma coisa, maior a demanda para entrar e por manter esse regime, mais ou menos estável. Em função disso, o quarto ponto é que as mudanças estruturais não significam o desaparecimento desses regimes (questão da inércia). O quinto ponto é que os Estados percebendo as vantagens que eles tem, eles podem tentar compensar esse declínio. A sexta é que os regimes de controle de uma determina área são diferentes dos que procuram diminuir algum risco pontual na interação. Por fim, a existência de um regime é absolutamente diferente de uma conversa sobre harmonia de interesses, ele gera convergência de expectativas e padrões de comportamentos. O interesse continua sendo exógeno e não se altera. E a segunda coisa é que não gera igualdade entre os Estados. Os regimes não mexem na estrutura do sistema internacional, mudam a estrutura de payoffs. Resumo feito por Victor Miranda IRiscool 2012.1
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