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DOENÇAS TUBULO-INTERSTICIAIS Patologias que afetam os túbulos renais e onde se alojam. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O INTRODUÇÃO • Principal função túbulo-intersticial → REAB- SORÇÃO: Os glomérulos filtram MUITA coisa, dos 140L/dia filtrados, apenas 2L vão ser urina todos os dias, 138L (95%) serão reabsorvidos! • EAS “rico”: Nas doenças túbulo-interticiais, há muitos achados no exame de urina (hematúria, proteinúria, piúria, glicosúria, DHE, entre outros). AS DOENÇAS TÚBULO-INTERSTICIAIS • Necrose Tubular Aguda (NTA) • Nefrite Intersticial Aguda • Necrose de Papila • Distúrbios Específicos dos Túbulos NECROSE TUBULAR AGUDA • Segunda causa mais comum de injúria renal aguda em hospitalizados: Só perde para a IRA pré-renal. • Principal causa em doentes críticos: 50% dos casos DEFINIÇÃO: Perda do epitélio tubular em diversos pontos do parênquima renal, bilateralmente. Acomete mais o túbulo proximal MECANISMO DE LESÃO • Algum fator agride as estruturas tubulares: Isquemia causada pela agressão. • Descamação do epitélio tubular: A isquemia reduz os fatores de adesão e o epitélio descama. • Obstrução do lúmen tubular pelas células • Reduz a filtração e a reabsorção: Do lugar da lesão pra baixo fica “entupido”, fazendo com que os túbulos não consigam reabsorver e o glomérulo entenda que não é pra filtrar. • Insuficiência renal oligúrica: Essa lesão não permite que a urina saia adequadamente e impede que o glomérulo filtre bem (insuficiência. *Nas causas nefrotóxicas, o epitélio pode não desca- mar, apenas sofrendo perda de função: O que faz o paciente manifestar uma IRA não-oligúrica. É comum em algumas drogas (explicadas logo logo). ETIOLOGIA • Causa isquêmica: Choque (qualquer tipo), uso de contraste iodado (pode induzir vasoconstrição renal importante e consequente isquemia). • Causa tóxica: Agressão direta ao túbulo! Várias drogas, mioglobina (rabdomiólise), contraste. o Principais drogas: Aminoglicosídeo (gentamicina, amicacina), Anfoterecina B. MECANISMO DAS PRINCIPAIS ETIOLOGIAS • CHOQUE: Qualquer tipo, pois a definição de choque é uma má perfusão tecidual generalizada. O sistema nervoso simpático se exacerba, fazendo vasoconstrição periférica, levando a hipoperfusão renal e NTA quando prolongada (>60 min). • SEPSE e SIRS: Isquemia renal por vasodilatação sistêmica e vasoconstrição renal. O corpo desvia o sangue para fora dos rins! E a lesão endotelial bloqueia a síntese de NO e prostaglandinas. • NTA NO PÓS-OP: Principalmente em 3 cirurgias, a cirurgia cardíaca, ressecção de aneurisma de aorta abdominal e cirurgia hepatobiliar, que levam à depleção volêmica! • DROGAS QUE LESAM DIRETAMENTE O EPITÉLIO TUBULAR: Causam NTA não oligúrica. Os principais são os aminoglicosídeos, seguidos de Anfo B, aciclovir, foscarnet, cisplatina, metotrexato... o Aminoglicosídeos: NTA não-oligúrica com hipocalemia + hipomagnesemia. o Anfo B: Hipocalemia, hipomagnesemia, d. insipidus nefrogênico e acidose TR tipo I. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • DROGAS QUE LESAM A MICROVASCULATURA RENAL: Causam NTA oligúrica. Os principais exemplos são o contraste, ciclosporina e tacroli- mus. Parecem muito com a IRA pré-renal. • RABDOMIÓLISE: Por efeitos diretos e indiretos da mioglobina nos túbulos. Comum nos traumas maciços e choque elétrico. • ENVENENAMENTO: Loxosceles (aranha), Crotalus e Jararaca (cobras) provocam NTA. FISIOPATO: COMO A NTA PROMOVE QUEDA NA TFG 1. Feedback tubuloglomerular: Como há lesão proximal, os túbulos não conseguem absorver o sódio direito, esse sódio passa pela mácula densa em excesso, estimulando a vasoconstrição af. 2. Plugs obstrutivos: Pela descamação do epitélio, gera um bloqueio do fluxo e da filtração. 3. Vazamento de fluido do lúmen para o interstício: Retornando parte das escórias pro plasma. QUADRO CLÍNICO • NTA isquêmica → IRA oligúrica: Paciente urina pouco! Os sintomas serão abordados em outro resumo específico! • Diferenciar IRA oligúrica da NTA e IRA pré-renal: É a parte mais crucial do quadro! COMO DIFERENCIAR IRA PRÉ-RENAL DE NTA? • Na IRA pré-renal, o túbulo reabsorve! E isso vai refletir no EAS. • Há alterações importantes no EAS, as mais importantes serão listadas no quadro abaixo: Pré-Renal NTA NaUR < 20 mEq/L > 40 mEq/L Fração de Excreção (FE)Na < 1% > 1% OsmolaridadeUR > 500 mOsm < 350 mOsm Relação ureia/creatinina > 40 < 20 Cilindros Hialinos Epiteliais / Granulosos PARA TER UMA LISTA MAIS COMPLETA, ABAIXO: TRATAMENTO • Tratar a causa-base! Se for uma droga, evita o uso. • Suporte: O túbulo já necrosou, recupera em 7-21 dias. Manter o paciente euvolêmico, se o paciente apresenta sinais urêmicos, tem que dialisar. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, nutrir. • Diuréticos → Furosemida: Controverso, fazer uma prova terapêutica com ela (160-200 mg EV) e avaliar a diurese, se responder, fazer 20-40 mg/h. • Rabdomiólise: Hidratar bem o paciente! É a grande medida que deve ser tomada nos pacientes vítimas de trauma maciço ou choque elétrico importante. PREVENÇÃO: O IDEAL! CONTRASTE IODADO: Se o paciente tem DM, função renal previamente debilitada (TFG < 60 ml/min) devem ser submetidos à profilaxia com: • Escolher um bom contraste: Iso ou hiposmolar. • Hidratação: O mais importante! • N-acetilcisteína e HCO3? Não tem grande evidên- cia na literatura. CURSO CLÍNICO: No paciente hipotenso há uma baixa perfusão glomerular e, assim, o rim não consegue filtrar adequadamente. Por isso, antes de desenvolver uma NTA isquêmica, o paciente tem uma insuficiência pré-renal! *RABDOMIÓLISE E SÍNDROME DE LISE TUMORAL: Não serão abordadas nesse resumo com detalhes pois já temos resumo desse tema, revise antes de continuar! NEFRITE INTERSTICIAL AGUDA (NIA) DEFINIÇÃO: Infiltrado inflamatório mononuclear em todo interstício renal, sobretudo no córtex. MECANISMO DE LESÃO • Recrutamento de leucócitos para o interstício renal: Muitos, que vão secretar fatores inflamat. • Edema intersticial: Inflamou, inchou. • Compressão tubular: O interstício tá inchado, deixa o túbulo fino por compressão extrínseca. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Insuficiência renal oligúrica: Ele tem menos fluxo urinário pois o túbulo tá comprimido, urina menos. ETIOLOGIA → DIVERSA! • Principal causa: Alergia medicamentosa! (B- lactâmicos (principal), sulfa, AINEs, rifampicina). • Formas clínicas: Farmacoinduzida (principal), induzida por infecções e induzida por doenças sistêmicas. QUADRO CLÍNICO • Insuficiência renal oligúrica: Pela compressão ao túbulo pelo edema intersticial. • Introdução recente de um medicamento: Lembre que a principal etiologia de NIA é nefrotoxicidade farmacoinduzida! LABORATÓRIO • Insuficiência renal: Aumenta ureia e creatinina, cai TFG, aquele laboratório típico de insuficiência. • Hematúria não dismórfica: Não é glomerulopatia! • Proteinúria subnefrótica • Eosinofilia e Eosinofilúria: Aumenta IgE! *Biópsia renal: Padrão-ouro! Em geral, não fazemos pois o diagnóstico fica claro com a história clínica e o laboratório compatível. FORMAS CLÍNICA ESPECÍFICAS NIA FARMACOINDUZIDA (ALERGIA) • IRA oligúrica • Febre e rash cutâneo • Eosinofilia: Aumento de IgE sérica. • Hematúria não dismórfica • Oiúria (eosinofilúria) V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O NIA ASSOCIADA ÀS INFECÇÕES • Pielonefrite bacteriana: Causaclássica de NIA! Por infecção direta do parênquima renal. NIA ASSOCIADA A DOENÇAS SISTÊMICAS • Lúpus (Nefrite Lúpica) • Granulomatose de Wegener • Sarcoidose • Rejeição de transplante renal TRATAMENTO • Eliminar a causa-base: Principalmente suspender o medicamento alergênico. • Corticoide (prednisona 1 mg/kg/d), se necessário: Tratar casos mais graves ou refratários. NECROSE DE PAPILA • Para relembrar → A papila é uma estrutura má perfundida: É a última estrutura renal a ser perfun- dida, é fácil de fazer necrose, é a primeira a sofrer. ETIOLOGIA (atrapalham a perfusão da papila): • Pielonefrite: Pelo processo infeccioso. • Hemoglobinopatia S: Anemia falciforme • Obstrução Urinária: Aumenta a pressão em cima da papila e aí sofre isquemia e necrosa. • Diabetes: Doença vascular importante! • Analgésicos: Paracetamol, principalmente. QUADRO CLÍNICO • Lembra muito nefrolitíase! O cálculo renal é um corpo sólido que cai no meio do trato urinário, assim como quando há necrose de papila, que ela cai na pelve renal. • Dor lombar: Parece muito com a dor do cálculo. • Hematúria não dismórfica • Proteinúria subnefrótica • Febre: O local onde ficava a papila fica inflamado e chama leucócitos. DIAGNÓSTICO • Identificação do tecido papilar necrótico: Às vezes o paciente guarda o achado e leva. A presença do item confirma o quadro. • Urografia Excretora: Dá contraste pro doente e quando ele tiver excretando, faz exame de imagem e apresenta sinais típicos de sombras em anel (opacidade de parte do rim, mostra a área que não foi perfundida pelo constraste. TRATAMENTO → Tratar a causa! Evitar que outras papilas necrosem. FORMAS EVOLUTIVAS DA NECROSE DE PAPILA • Fulminante: Necrose difusa bilateral, câncer em parentes do primeiro grau chamam nossa atenção. • Indisioso: Episódios sintomáticos recorrentes DISTÚRBIOS TUBULARES ESPECÍFICOS REVISÃO DA FISIOLOGIA RENAL → O QUE FAZ CADA TÚBULO RENAL? • Túbulo Contorcido Proximal: A maior parte da reabsorção é ele quem faz! Reabsorve principalmente Sódio e água, glicose, ácido úrico, fosfato, bicarbonato e aminoácidos. • Alça de Henle: A principal função da alça é o controle da osmolaridade urinária! Ele concentra a medula e deixa a urina hiposmolar (pelo mecanis- mo de contracorrente). • Túbulo Contorcido Distal: Reabsorve Na+ ou Ca2+, além da atuação no feedback tubuloglomerular (região da mácula densa). • Túbulo Coletor: Realiza funções distintas no córtex e na medula, sempre na reabsorção/secreção. o Córtex: Ação da Aldosterona! Ou seja, reabsorve sódio e secreta K+ e H+. V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O o Medula: Ação do ADH! Tem como função principal reabsorver água pela expressão de aquaporinas, que vai para a medula hiperosmolar e concentra a urina. *Notem a importância da alça de Henle: Se ela não fizesse o mecanismo de contracorrente, o ADH não iria conseguir atuar na medula do túbulo coletor. DISTÚRBIOS DO TÚBULO PROXIMAL GLICOSÚRIA RENAL • O normal é que a glicose seja toda absorvida no túbulo contorcido proximal. • Glicosúria SEM HIPERGLICEMIA: Haja vista que a principal causa de glicosúria é o DM. • Condição herdada e, geralmente, completamente assintomática: Não tem sintomas de hipoglicemia e resistência insulínica. • Não há tratamento específico AMINOACIDÚRIA RENAL • Geralmente acompanhada de síndrome de má absorção intestinal: Mostra a importância deles para sobreviver. CISTINÚRIA (AMINOACIDÚRIA BÁSICA) • Perda urinária de cistina e de todos os aminoáci- dos básicos: Por isso é chamada de aminoac. bás. • Pode precipitar cálculos: Cálculos amaralados de cistina. • Avaliação laboratorial: EAS revela cristais hexagonais típicos, excreção total da cistina alta. • Tratamento: Aumento da ingesta hídrica e alcalinização da urina e abstinência de metionina. DOENÇA DE HARTNUP (AMINOACIDÚRIA NEUTRA) • Incapacidade de reabsorção de aminoácidos neutros: Como tirosina, alanina, serina, leucina. • Quadro clínico → Pelagra: Há deficiência de niacina (vitamina B3), o que leva a um quadro de rash crostoso avermelhado, distúrbios psiquiátri- cos e diarreia. • Diagnóstico: Cromatografia da urina! • Tratamento: Suplementação de nicotinamida (vitamina B3). FOSFATÚRIA RENAL • Genética! A principal síndrome é chamada de raquitismo hipofosfatêmico ligado ao X. • Hipofosfatemia crônica: Leva ao raquitismo na criança ou osteomalácia no adulto. • Quadro clínico: Retardo no crescimento, deformi- dades ósseas (rosário raquítico), escoliose torácica e alargamento das epífises. • Tratamento: Reposição de fosfato neutro 1-4 g/d + vitamina D 0,75 ug/d. ACIDOSE TUBULAR RENAL PROXIMAL (TIPO II) • Defeito no néfron em reabsorver bicarbonato • Acidose metabólica: Perdeu bicarbonato (básico), desenvolve uma acidose (bicarb entre 15-20). • Hipocalêmica e hiperclorêmica com ânion-gap normal! Porque não há chegada de nenhum ânion novo para aumentar o gap. • Diagnóstico: Afastar causas secundárias (diarreia crônica, uso abusivo de laxativos), depois dosar potássio e bicarbonato. A única acidose tubular que cursa com hipocalemia e bicarbonatúria é a tipo II. • Tratamento: Reposição de bases. Com preferência para o citrato de potássio em dose alta (10 mEq/kg /dia), o citrato de potássio evita agrave na hipocalemia, por isso é a escolha. SÍNDROME DE FANCONI • Distúrbio generalizado das funções reabsortivas do néfron proximal: Presença simultânea de glico- súria, amunoacidúria, acidose tubular II, fosfatúria e uricosúria. • Quadro clínico: Decorre das alterações reabsorvidas, como doença óssea associada à hipofosfatemia (osteomalácia), anorexia, náuseas, vômitos, poliúria, polidipsia. • Deficiência relativa de vitamina D • Etiologia: Inúmeras, mas quando pensamos em síndrome de Fanconi em adultos, temos que pensar em mieloma múltiplo, seguido de doença de Wilson e intoxicação por metais pesados (em especial a intoxicação por chumbo). V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O • Tratamento: Causa base! Por exemplo, se o paciente tem uma síndrome completa com osteomalácia, repor o fosfato e vitamina D. DISTÚRBIOS DA ALÇA DE HENLE • Distúrbios no carreador Na-K-2Cl: 1) Síndrome de Bartter e 2) Uso de diuréticos de alça. O carreador Na-K-2Cl é responsável pelo mecanismo de contracorrente na alça de henle! SÍNDROME DE BARTTER • Disfunção hereditária (autossômica recessiva) da porção ascendente espessa da alça de Henle • Mais comum em crianças < 6 anos QUADRO CLÍNICO • Retardo do crescimento • Poliúria e polidipsia: O paciente não concentra a medula renal! Não há ação adequada do ADH. • Hiperaldosteronismo → Hipocalemia + Alcalose: Porque o corpo precisa reabsorver o excesso de sódio e água que o ADH não tá reabsorvendo. • Hipercalciúria e hipercalcemia: O paciente não consegue absorver sódio via túbulo coletor, absorve na mácula densa no lugar de cálcio. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Abuso de diuréticos de alça: Gera achados iguais à Síndrome de Bartter, só que o paciente tem histórico de uso de Furosemida. • Depleção de magnésio: Apenas a hipomagnesemia está presente, incomum em Bartter. TRATAMENTO • Espironolactona: Drogas anti-aldosterona, visa reduzir os efeitos do hiperaldosteronismo. • AINE: Em dose alta, visa inibir a síntese de prostaglandinas renais. DISTÚRBIOS DO TÚBULO DISTAL SÍNDROME DE GITELMAN • Distúrbio no carreador de Na-Cl/NCC: Responsá- vel por absorver sódio ou cálcio nos rins. • Crianças > 6 anos e adolescentes mais acometidos QUADRO CLÍNICO • Hipocalciúria: O sódio não consegue ser reabsorvi- do, entãoo cálcio consegue! • Hiperaldosteronismo → Hipocalemia + Alcalose: Como forma do corpo reabsorver o sódio que o túbulo contorcido distal não conseguiu. • Hipermagnesiúria e hipomagnesemia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Diuréticos tiazídicos: Tem ação semelhante, inibindo a ação do mesmo carreador, a diferença é que nela temos histórico do uso de diuréticos. • Síndrome de Bartter: Alguns consideram uma variante da síndrome, mas em Gitelman é mais brando que a Bartter. DISTÚRBIOS DO TÚBULO COLETOR TÚBULO COLETOR CORTICAL ACIDOSE TUBULAR RENAL TIPO 1 • Defeito no carreador de H+-ATPase: dificultando a secreção de H+ pela célula intercalada, prejudican- do a acidificação urinária. QUADRO CLÍNICO • Acidose metabólica: Pela retenção de H+. • Hipocalemia: O potássio é liberado em troca do sódio e não tem competição com o H+. • Nefrocalcinose → Nefrolitíase: A acidose crônica leva ao estímulo do calcitriol, aumentando a calcemia e também a calciúria. DIAGNÓSTICO → Teste do cloreto de amônio: Admi- nistração de NH4Cl (ácido fraco) e medindo o pH urinário, se ele der acima de 5,3, o teste é positivo. TRATAMENTO • Correção da acidose: Reposição de álcali melhora todos os problemas da síndrome! o Bicarbonato de sódio ou citrato de potássio: Potássio é preferível, pela hipocalemia do paciente. • Procurar causa secundária: Nos adultos, a principal é a síndrome de Sjogren! (Olhar tabela abaixo). V I N I C I U S D A S I L V A S A N T O S - M E D I C I N A - U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D E P E R N A M B U C O *PH urinário em uma acidose metabólica hipocalêmi- ca nós devemos pensar em ATR tipo I! ACIDOSE TUBULAR RENAL TIPO 4 • Damos esse nome às acidoses secundárias a um quadro de hipoaldosteronismo: Vários tipos! QUADRO CLÍNICO • Hiponatremia: Nefropatia perdedora de sal. • Acidose metabólica hipercalêmica • Hipercalemia desproporcional à queda do clearance de creatinina: Entre 40-60 ml/min. TRATAMENTO: Corrigir a causa-base! Se a causa for uma doença de Addison, tem que corrigir a infecção de base, se o problema for a parada abrupta de corticoide, dentre outros fatores. TÚBULO COLETOR MEDULAR DIABETES INSIPIDUS NEFROGÊNICO • Doença caracterizada por túbulo coletor resisten- te ao ADH: O que incapacita o néfron de concentrar a urina, puxar sódio e água. QUADRO CLÍNICO • Poliúria: Urina muito porque o ADH não tá concentrando a urina nos túbulos. • Hipostenúria: Osmolaridade urinária baixa, menor que a do plasma. • Polidipsia: Sintomas da falta do ADH atuando nos nossos rins. TRATAMENTO • Diminuição da ingesta de sal e proteínas: Geralmente é o suficiente para resolver. • Diuréticos tiazídicos: Como assim? A hipovolemia induzida pelos diuréticos vai ativar o SRAA, que vai ser responsável pelo melhor retorno volêmico. *ACIDOSE TUBULAR RENAL TIPO III: É controverso na literatura! Se cair em alguma prova, só lembre que é um distúrbio autossômico recessivo, que envolve problemas na reabsorção e secreção proximal e distal. (Doença mista entre os tipos I e II).
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