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Direito Constitucional Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais

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Não existe normas constitucionais desprovidas de 
eficácia, mas existem normas constitucionais com 
graus variados de eficácia jurídica e aplicabilidade. As 
normas constitucionais são classificadas, à luz da 
doutrina de José Afonso da Silva, em normas de 
eficácia plena, de eficácia contida e de eficácia 
limitada. 
 
Normas constitucionais de eficácia 
plena 
1. Possui aplicabilidade imediata, direta e integral. 
• Imediata: produzem, ou ao menos possuem 
possibilidade de produzir, todos os efeitos 
visados pelo constituinte (originário e 
derivado). 
• Direta: não dependem de nenhum ato 
normativo posterior para sua inteira 
normatividade. 
• Integral: não podem ser restringidas por 
nenhuma lei superveniente. 
 
Normas constitucionais de eficácia 
contida 
1. São aquelas que possuem aplicabilidade imediata, 
direta, mas não integral, uma vez que podem ter seu 
alcance reduzido por atos do Poder público 
supervenientes. 
2. Restrições impostas pela legislação 
infraconstitucional. Exemplo: art. 5°, XIII: “é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações que a lei estabelecer”. 
3. Restrições impostas pela própria Constituição. 
Exemplo: restrições a direitos fundamentais impostas 
pela decretação de estado de sítio. 
 
Normas constitucionais de eficácia 
limitada 
1. Possui aplicabilidade mediata e indireta, ou seja, não 
produzem imediatamente os seus efeitos e dependem 
de regulamentação posterior que lhe entregue a 
eficácia. Os dispositivos geralmente vêm 
acompanhados de expressões como “a lei regulará” e 
a “lei disporá”. Essas normas se subdividem em: 
2. Normas constitucionais de eficácia limitada 
definidoras de princípios institutivos (organizatórios e 
organizativos). São aquelas que dependem de lei 
posterior para dar corpo a institutos jurídicos e aos 
órgãos ou entidades do Estado previstos na 
Constituição. Ex.: art. 88: “A lei disporá sobre a criação 
e extinção de Ministérios e órgãos da administração 
pública”. 
3. Normas constitucionais de eficácia limitada 
definidoras de princípios programáticos. São as que 
estabelecem programas, metas, objetivos a serem 
desenvolvidos pelo Estado, típicas das Constituições 
dirigentes. Não diz como o Estado deverá agir, mas o 
fim a ser atingido. 
 
Normas constitucionais de eficácia 
absoluta ou supereficazes 
É outra classificação dada pela doutrina nacional e 
trazida por Maria Helena Diniz. São aquelas que não 
podem ser abolidas (cláusulas pétreas – art. 60, §4). 
 
Normas constitucionais de eficácia 
exaurida 
Classificação trazida por Lammêgo Bulos. São normas 
que possuem eficácia até sua aplicação no caso 
concreto (ex.: art. 3° da ADCT). 
 
Eficácia negativa 
As normas constitucionais de eficácia limitada, 
enquanto não regulamentadas, possuem o que se 
denomina eficácia negativa, também chamada de 
eficácia mínima ou eficácia paralisante. Como exemplo 
de eficácia negativa, pode-se citar: 1) impedem a 
recepção das normas infraconstitucionais pré-
constitucionais materialmente incompatíveis, 
revogando-as; 2) impedem que sejam produzidas 
normas ulteriores que contrariem os programas por 
elas estabelecidos; 3) obrigam atuação do Estado, para 
que confira eficácia aos programas estatuídos pelo 
texto constitucional.

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