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Disciplina: CCJ0001 - FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Semana Aula: 5
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA
Modelos clássicos da análise e compreensão da sociedade e das instituições sociais e políticas
OBJETIVO
Descrever o contexto histórico da formação das Ciências Sociais, destacando o Iluminismo e o Contratualismo como expressões do 
pensamento burguês. Apresentar o darwinismo social e o positivismo como justificativas ideológicas do neocolonialismo. Demonstrar a 
influência do pensamento comteano na sociedade brasileira. 
TEMA
Contexto histórico da formação das Ciências Sociais
ESTRUTURA DO CONTEÚDO
1 O Iluminismo e o Contratualismo
As ideias de Hobbes, Rousseau e Locke serviram para sustentar a ideia de um contrato social, no qual os indivíduos abriam mão de seus 
direitos naturais em troca da proteção de um soberano. O Iluminismo concebeu novas ideias de vida social e entendeu o conceito de 
nação como forma de organização política. A sociedade de então apresentava necessidades urgentes de um desenvolvimento científico 
que pudesse favorecer o desenvolvimento econômico assim como melhorar as condições de vida, ampliar a expectativa de sobrevivência 
humana a fim de estimular a produção e o consumo. Neste sentido, as ciências sociais surgem visando a compreensão e a reformulação 
da sociedade formada a partir da instalação definitiva do capitalismo e da consolidação da ideologia burguesa
1.1 - Na concepção de Hobbes, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos 
contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se 
protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois 
sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem 
reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e 
conservar. 
1.2. - Na concepção de Rousseau em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a 
Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse 
estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um 
terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, 
agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos. O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de 
Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer 
cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder 
político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos 
renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro ? o soberano ? o 
poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania.
1.3 ? Na concepção de John Locke, o Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal 
finalidade é garantir o direito natural da propriedade. Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a 
nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês acredita que é proprietário graças ao seu próprio 
trabalho, enquanto reis e nobres são parasitas da sociedade. O burguês não se reconhece apenas como superior social e moralmente aos 
nobres, mas também como superior aos pobres. De fato, se Deus fez todos os homens iguais, se a todos deu a missão de trabalhar e a 
todos concedeu o direito à propriedade privada,
2. Revolução Industrial e Neocolonialismo 
O século XIX foi marcado pela Revolução Industrial e pelo Neocolonialismo, cujas conseqüências se projetaram para os séculos XX e XXI. 
No plano político e econômico o termo revolução é usado para expressar um movimento de transformação que, na visão dos seus 
protagonistas, traz transformações significativas, positivas e benéficas para a sociedade. De fato, as revoluções trazem grandes 
transformações e com a revolução industrial não poderia ter sido diferente. Tais transformações já se fizeram presentes na transição do 
feudalismo para o capitalismo. O desenvolvimento industrial se fez acompanhar pelo desenvolvimento científico, que por sua vez 
impulsionou ainda mais a indústria em função de descobertas e invenções. Nos centros urbanos europeus respirava-se desenvolvimento 
e acreditava-se que a tecnologia e a máquina resolveriam todos os problemas do homem. A indústria cresceu e com esse crescimento 
vieram as crises de produção porque a superprodução não era acompanhada pelo consumo. A solução para a crise de consumo foi 
encontrada no neocolonialismo, ou imperialismo do século XIX. Diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, o neocolonialismo 
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:55
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representou nova etapa do capitalismo, do momento em que as nações européias saíram em busca de matérias-primas para sustentar 
as indústrias, de mercados consumidores para os produtos europeus e de mão-de-obra barata. Esse colonialismo se direcionou para a 
África e a Ásia, que foi partilhada entre as nações européias. 
3. O darwinismo social
Foi nesse contexto que se desenvolveu a teoria de Charles Darwin sobre a evolução e adaptação das espécies. O autor colocou em xeque 
as idéias da imutabilidade das espécies. Assim, a formação dos sistemas vivos começou a ser entendida não como criação simultânea, 
mas como decorrência de etapas sucessivas. Na sua obra A origem das espécies, publicada em 1859, em consonância com o espírito da 
época, Darwin defendeu a noção de variação gradual dos seres vivos graças ao acúmulo de modificações pequenas, sucessivas e 
favoráveis, e não por modificações extraordinárias, surgidas repentinamente. Nessa obra Darwin apresentou o núcleo da sua concepção 
evolutiva: a seleção natural, ou a persistência do mais capaz; com o passar dos séculos, a seleção natural eliminaria as espécies antigas e 
produziria novas espécies. Logo as teses de Darwin estavam sendo discutidas em todo o meio científico e o próprio liberalismo 
econômico adotou o pressuposto da competição. Ao defender a propriedade privada, o liberalismo postula que todo homem compete 
em igualdade no acesso à propriedade privada. Aquele que não a conquista, não o faz porque é vicioso ou preguiçoso. É claro que essa 
tese, presente em nossas mentes até hoje, interessava e interessa à manutenção do domínio da classe burguesa. Se o liberalismo 
apropriou-se do conceito de competição, de Charles Darwin, não foi o único. Logo surgiu o Darwinismo Social. Segundo o Darwinismo 
Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem 
de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a 
competição gera a sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedades e indivíduos mais fortes e 
evoluídos. As expressões: ?luta pela existência? e ?sobrevivência do mais capaz?, tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal 
e justificaram o lugar ocupado pelos bem sucedidos nos negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e 
inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, conseqüentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos 
não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens. É claroque o Darwinismo Social serviu para justificar a ação 
imperialista das nações europeias. Foi nesse cenário de constantes conflitos sociais, políticos, econômicos e religiosos, cenário marcado 
pela industrialização e pelo cientificismo, que a Antropologia e a Sociologia produziram suas primeiras explicações. 
4 O Positivismo
O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX. O tema central de sua obra é a Lei 
dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento; a 
classificação e a hierarquização das ciências, da mais simples à mais complexa, já que para ele a ordem é necessária ao progresso; e a 
reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas principalmente a restabelecer a ordem na sociedade 
capitalista industrial. Comte devotou-se a Sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava 
que sua principal contribuição foi a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual: o teológico, o 
metafísico e o positivo. No primeiro estágio, o universo era explicado em termos de deuses, demônios e seres mitológicos. No segundo 
estágio, a realidade era explicada em termos de abstrações como a essência, existência, substância e acidente. De acordo com Comte, o 
estágio metafísico estava só terminando, dando lugar ao científico ou estágio positivo. Neste estágio final, explicações somente 
poderiam ser baseadas em leis científicas descobertas através da experimentação, observação ou lógica. 
Os traços mais marcantes do Positivismo são certamente a excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos, a exaltação do 
homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade.
Essa corrente filosófica foi muito influente no pensamento da época. Prova disso é o lema da bandeira brasileira - "ordem e progresso" -, 
um dos principais preceitos do Positivismo, que afirma que, para que haja progresso, é preciso que a sociedade esteja organizada.
Bibliografia basica
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e revista. São Paulo, Moderna, 2005. Capítulo 2 - A 
ilustração e a sociedade contratual (pp. 42-54); Capítulo 4 - A emergência do pensamento social em bases científicas (pp. 64-80);
PROCEDIMENTO DE ENSINO
Aula teórica: Exposição oral com o auxílio de métodos áudios-visuais. Debate em grupo sobre temas correlatos à aula. Resolução de 
exercícios apresentados, bem como de exemplos, exercícios e estudos de caso escolhidos pelo professor, de forma a privilegiar, sempre 
que possível, as especificidades regionais. Sugestão de atividade extraclasse: Pesquisar a letra da canção ?Positivismo, de Noel Rosa, e 
identificar as expressões dessa corrente de pensamento referidas pelo compositor popular em sua criação artística.
RECURSO FÍSICO
· Quadro e pincel;
· Áudio-visual e/ou artigos de jornal/revista.
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:55
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APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA
Questão discursiva:
Leia o caso concreto e responda as perguntas apresentadas:
O ganhador do prêmio Nobel de Medicina James Watson, pioneiro no trabalho de deciframento do genoma humano, causou espanto ao 
reacender com força total uma polêmica que parecia definitivamente superada pelos próprios geneticistas. O pesquisador americano, de 
79 anos, declarou ao jornal "The Sunday Times" ser pessimista sobre a África porque as políticas ocidentais para os países africanos 
eram, erroneamente, baseadas na presunção de que os negros seriam tão inteligentes quanto os brancos quando, na verdade "testes" 
sugerem o contrário. Watson não apresentou argumentos científicos para embasar suas idéias nem especificou que "testes" seriam 
esses. Afirmou apenas que os genes responsáveis pelas diferenças na inteligência humana devem ser descobertos dentro de 10 a 15 
anos. Essas afirmações constam em um livro que será publicado na semana que vem, e no qual Watson escreve que não há motivo 
algum para crer que "as capacidades intelectuais de povos separados em sua evolução tiveram que evoluir de modo idêntico". Para o 
geneticista Sergio Pena, professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, há uma relação genealógica entre 
todas as populações do mundo, incluindo a européia, e a África. A Humanidade moderna emergiu na África há menos de 200 mil anos e 
só nos últimos 60 mil anos saiu deste continente para habitar os outros: - Do ponto de vista evolucionário, somos todos africanos, 
vivendo na África ou em exílio recente de lá. Não faz sentido haver diferenças biológicas entre africanos e povos de outros continentes. 
Na opinião do geneticista, nos últimos 500 anos a África tem sido vítima de um imperialismo europeu impiedoso e selvagem, que criou 
dissensões entre grupos étnicos e manteve o continente economicamente de joelhos. (O Globo, 19/10/2007).
1-O cientista James Watson estaria inspirado nas concepções no darwinismo social para explicar as diferenças de evolução entre os 
povos e raças? Justifique.
2- É correto, do ponto de vista socioantropológico, afirmar que as características biológicas determinariam a superioridade de uns povos 
e inferioridade de outros? Explique. 
Questão de múltipla escolha: 
Na questão abaixo, aparecem duas afirmativas ligadas pela expressão UMA VEZ QUE.
O Positivismo de Augusto Comte ?...compreende não só uma corrente de pensamento , mas também, e simultaneamente, uma 
determinada concepção da história e uma proposta de reforma da sociedade e da religião?.
UMA VEZ QUE
Pela lei dos três estados, o autor imaginava ser possível uma classificação das sociedades em suas especificidades históricas e culturais.
Marque sua resposta de acordo com o código.
A) Se as duas afirmativas forem verdadeiras e a segunda explicar a primeira.
B) Se as duas afirmativas forem verdadeiras e a segunda não explicar a primeira.
C) Se as duas afirmativas forem falsas.
D) Se a primeira afirmativa for verdadeira e a segunda for falsa
E) Se a primeira afirmativa for falsa e a segunda verdadeira
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:55
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