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[Pensar Criminalista]_ Entendendo a provisoriedade das prisões cautelares

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jusbrasil.com.br
3 de Novembro de 2021
[Pensar Criminalista]: Entendendo a provisoriedade das
prisões cautelares
As cautelares prisionais têm como característica basilar a
provisoriedade, já que fundadas em uma cognição superficial,
sendo concedidas apenas em caráter emergencial.
São três as cautelares prisionais do nosso sistema:
prisão em flagrante (art. 301 a 310, do CPP)
prisão preventiva (art. 311 a 316, do CPP)
prisão temporária (Lei 7.960/1989)
Temos ainda a prisão domiciliar, disciplinada nos arts. 317 a 318-B, do
CPP, que apesar de não ser uma cautelar prisional autônoma, trata-se
de uma forma alternativa de cumprimento da preventiva ou da prisão-
pena.
Seguindo. Para Aury Lopes, “(...) a provisoriedade está relacionada ao
fator tempo, de modo que toda prisão cautelar deve(ria) ser
temporária, de breve duração” (LOPES JUNIOR, 2020). Assim sendo,
há possibilidade da revogabilidade da prisão cautelar, vez que
a falta de uma cognição completa e profunda permite ao juiz emitir
provimentos com base apenas em um juízo de probabilidade e
verossimilhança.
A falta de certeza, portanto, justifica a necessidade de que esse
provimento não tenha caráter definitivo, vez que pode ser necessária
a sua adaptação ao provimento processual definitivo ou face
às mudanças vislumbradas nas circunstâncias de fato ao
longo da marcha processual. Ainda segundo Aury,
nas prisões cautelares, a provisionalidade é um princípio
básico, pois são elas, acima de tudo, situacionais, na medida
em que tutelam uma situação fática. Uma vez desaparecido o
suporte fático legitimador da medida e corporificado no
fumus commissi delicti e/ou no periculum libertatis, deve
cessar a prisão. O desaparecimento de qualquer uma das “
fumaças” impõe a imediata soltura do imputado, uma vez que
é exigida a presença concomitante de ambas (requisito e
fundamento) para manutenção da prisão. (LOPES JUNIOR,
2017)
Importa destacar que as cautelares penais servem de
instrumento para o processo, garantindo a proteção da
efetividade do processo em face do tempo necessário para o
natural desenrolar. Por isso, Mendonça nos ensina que
(...) as medidas cautelares possuem vigência limitada no
tempo, durando um período determinado ou, no máximo, até
o trânsito em julgado de uma sentença condenatória. Com o
final do processo ou serão convertidas em medidas
definitivas, em caso de condenação, ou serão revogadas, em
caso de absolvição. (MENDONÇA, 2011)
Ainda sobre o caráter provisório das cautelares é de lembrar que no
momento de seu deferimento estamos diante de réus que são
presumidamente inocentes, por força de mandamento
constitucional (art. 5º, LVII). Por isso, não há razões para, naquele
momento, impor sanções definitivas ao réu.
Visando essa provisoriedade cautelar é que, por exemplo, o Pacote
Anticrime (Lei 13.964/2019) inseriu no art. 316, do CPP, um parágrafo
único para firmar a expressa necessidade de reavaliação da
manutenção da prisão preventiva a cada 90 dias.
Até mais pessoal!
____________________
Referências:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm >
________. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
Código de Processo Penal. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm >
________. Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989. Dispõe
sobre prisão temporária. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7960.htm >
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7960.htm
________. Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019.
Aperfeiçoa a legislação penal e processual penal. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/L13964.htm >
LOPES JUNIOR, Aury. Direito processual penal. 17. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.
________. Prisões cautelares. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MENDONÇA, Andrey Borges de. Prisão e outras medidas
cautelares pessoais. São Paulo: Método, 2011.
____________________
Quem sou?
Advogada, especialista em Direito Penal, Processo Penal e
Direito Tributário. Apaixonada pela produção de conteúdo
jurídico online. Entusiasta na confecção de materiais
jurídicos práticos para estudantes e profissionais do Direito.
Também estou no LinkedIn. Você pode me encontrar por lá:
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-
cavalcantegfigueiredo
Disponível em: https://annapaulacavalcante.jusbrasil.com.br/artigos/1308376536/pensar-
criminalista-entendendo-a-provisoriedade-das-prisoes-cautelares
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13964.htm
https://processo.stj.jus.br/jurisprudencia/externo/informativo/?aplicacao=informativo.ea
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcantegfigueiredo

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