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Atividades de Academia Professor Dr. Flávio Ricardo Guilherme Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP G956a Guilherme, Flávio Ricardo Atividades de academia / Flávio Ricardo Guilherme. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 109 p. : il. Color. 1. Educação física. 2. Academias de ginástica. 3. Atletas – Treinamento. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD : 23 ed. 796.023 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTOR Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme ● Graduado em Educação Física pela UNESPAR/FAFIPA ● Especialização em Personal Trainer: Atividade Física, Saúde, Bem Estar e Qua- lidade de Vida pela UNESPAR/ FAFIPA ● Mestrado em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado UEM/UEL. ● Doutorado em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado UEM/UEL. ● Pós- Doutorado em andamento pela Universidade de Barcelona (UB), Espanha. ● Revisor do Family Medicine & Primary Care Review e BMJ Open. ● Editor-Adjunto da Editora Edufatecie. ● Vice-Diretor de Ensino da Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (UNIFATECIE). ● Diretor de Pesquisa da Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (UNIFATECIE). ● Editor-Chefe da Revista Brasileira de Educação Física, Saúde e Desempenho (RBESDE). ● Professor no curso de Educação Física na Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (UNIFATECIE). ● Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Educação Física, Saúde e Desem- penho (GPESDE). ● CEO do HIIT Club 180. ● Fisiologista do Exercício na Clínica de Avaliação Nutricional Esportiva (CANE) em Maringá, Paraná CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/1281270433816299 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Na atualidade, grande parte das pessoas têm um dia a dia extremamente agitado e estressante, tendo a necessidade, muitas vezes, de conciliar os afazeres domésticos e os deveres familiares, de manter as exigências do trabalho e dedicar-se aos estudos. É natural, então, que se sintam cansadas, estressadas e, até mesmo, exaustas. Diante dessa situação, pessoas que possuem um bom condicionamento físico têm um diferencial, já que seus corpos possuem maior capacidade de enfrentar desafios e estímulos estressantes e responder de forma adequada a eles. Mas como conseguir um condicionamento físico adequado? Pois bem, para isso, diferente do que se pensa tradicionalmente, existem prá- ticas que podem ser bastante prazerosas para quem faz, como musculação, zumba, body combat, Pilates, Crossfit, yoga, entre tantas outras opções. Para essas práticas, é fundamental o devido acompanhamento profissional de Educação Física. Este, por sua vez, pode atuar tanto no âmbito da saúde, onde trabalha prescrevendo exercícios que ocorre na promoção, na prevenção e na recuperação da saúde, ou, ainda, no âmbito do desempenho esportivo, por meio do qual o profissional de educação física prescreve exercícios que aumentam o desempenho físico de seus alunos. Desta forma, fica visível a importância do conhecimento técnico sobre todas essas práticas de condicionamento físico. Por isso, todos esses conhecimentos são considerados aqui nesta disciplina. Confira nossas unidades. Na unidade I vamos conhecer sobre a “Introdução às ginásticas de academia”. A palavra ginástica, em grego, tem o significado de arte de exercitar o corpo. Esse exercitar, ao longo do tempo, estava sujeito a diferentes objetivos, do militarismo ao higienismo e à própria estética. A ginástica sofreu muita influência de diferentes escolas e sistemas até chegar ao que se conhece hoje como as diferentes modalidades da ginástica de academia. Já na unidade II você irá saber mais sobre as “Práticas rítmicas de e combate de academia”. As práticas rítmicas, no transcorrer do tempo, tiveram diversas funções como a comunicação e as interações sociais, os rituais religiosos como adoração aos deuses ou cura dos enfermos e a expressão dos sentimentos. O ritmo, presente, por exemplo, nas danças, é o que estabelece a harmonia, o equilíbrio e a ordem aos movimentos, expres- sando nos gestos as suas reações e sua força, impondo cadência e sentido de espaço. Na academia, as aulas de práticas rítmicas são mediadas pelos compassos das músicas e compostas de exercícios coreografados, que visam a obter condicionamento físico e força/ resistência muscular, criando um ambiente para o desenvolvimento físico e mental. As práticas de combate, desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, estavam pre- sentes como uma forma de preparação para a guerra, uma vez que os atletas olímpicos, em sua maioria, eram soldados. Na atualidade, as práticas de combate, sejam as lutas ou as artes marciais, não estão somente vinculadas à autodefesa e ao condicionamento físico, mas também ao desenvolvimento pessoal, considerando aspectos filosóficos e holísticos. Na sequência, na unidade III falaremos a respeito da “Ginástica aeróbica, step- -training e jump” e “Treinamento funcional, ciclismo indoor e pump”. A literatura sugere que baixos níveis de atividade física têm relação inversa com a incidência de doenças crônicas não transmissíveis, de modo que seu aumento está relacionado a uma menor chance de desenvolver essas doenças. Estabelecida a importância da manutenção e do aumento dos níveis de atividade física, a ginástica aeróbica (GA), tanto no contexto das academias quanto a esportista (GAE), o jump e o step-training surgem como importantes ferramentas para alcançar esse objetivo. No que diz respeito ao Treinamento funcional, ciclismo indoor e pump, à crescente violência e/ou à falta de estrutura e condições ideais para a prática de atividades físicas ao ar livre, é cada vez maior o número de pessoas que recorrem às academias para se exercitarem. Os espaços privados vêm conquistando um público cada vez maior e diversificado, que, normalmente, tem necessidade de praticar atividades com estímulos variados e que fuja da mesmice. Desse modo, atividades como treinamento funcional, ciclismo indoor e pump estão conquistando cada vez mais adeptos. Em nossa unidade IV, vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com o “CrossFit”. Ao longo das décadas, diversas modalidadesde exercício foram criadas e experimentadas, a fim de melhorar a eficiência e a eficácia dos exercícios. Nos últimos anos uma atenção especial foi direcionada aos exercícios de alta intensidade. Dentre eles, o crossfit ganhou destaque especial por sua característica de treinamento baseado nos preceitos do treina- mento intervalado de alta intensidade. Ele mescla exercícios de musculação, levantamento de peso olímpico, pliometria, calistenia e ginástica em sequências de exercício curtas e intensas, que visam a ser funcionais para o desenvolvimento de força, potência, flexibilida- de e aptidão cardiorrespiratória. Bons Estudos! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 Introdução às Ginásticas de Academia UNIDADE II ................................................................................................... 20 Práticas Rítmicas e Combate de Academia UNIDADE III .................................................................................................. 46 Treinamento Funcional, Ciclismo Indoor, Pump, Ginástica Aeróbica, Step-Training e Jump UNIDADE IV .................................................................................................. 74 Crossfit 4 Plano de Estudo: ● Origem das ginásticas de academia; ● Evolução dos programas de treinamento ao longo do tempo; ● Principais métodos de ginástica de academia. Objetivos da Aprendizagem: ● Identificar a origem das ginásticas de academia; ● Descrever a evolução dos programas de treinamento ao longo do tempo; ● Definir os principais métodos de ginástica de academia. UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia Professor Dr. Flávio Ricardo Guilherme 5UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia INTRODUÇÃO No início, a ginástica, uma das primeiras formas de o homem contextualizar o corpo, a mente, a expressão, os sentimentos, a cultura, as crenças, entre outros aspectos, tinham conotações associadas ao exercício, militarismo, rigidez, etc. Com o passar dos anos, essa ideia foi se transformando para convergir ao conceito de modalidade esportiva, amplamente difundido nas academias como conhecemos hoje. Neste capítulo, você estudará sobre a origem das ginásticas de academia, a evolução dos programas de treinamento ao longo do tempo e os principais métodos de ginástica de academia. 6UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 1. ORIGEM DAS GINÁSTICAS DE ACADEMIA Desde sua origem, a ginástica teve como perspectiva a melhora ou a manutenção da saúde evidenciando o movimento corporal como o centro de tudo. Em grego, o termo “ginástica” significa arte de exercitar o corpo nu, algo que faz parte da história do homem. Na Pré-História, o homem lutava e fugia, colocando o corpo em constante movimento, embora também precisasse ser observador, atento e construir estratégias. Esses movi- mentos básicos — correr, nadar, lutar, cavalgar, atirar, arremessar, etc. — continuaram a ter uma grande importância para o ser humano, e não como meio de subsistência, mas para estimulação da saúde física, rituais religiosos, preparação para guerra, entre outros fins (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). Na Grécia, nasceu o ideal de beleza humana, em que a ginástica era utilizada como uma espécie de preparadora para esse tipo de corpo. Já em Roma, o exercício físico tinha como objetivo principal a preparação militar (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). Por muito tempo, a ginástica foi empregada como sinônimo de exercício, tendo sido praticada por diferentes povos com diversas abordagens (OLIVEI- RA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). A ginástica ou o exercício foi estruturado a partir do século XVIII em quatro grandes escolas (alemã, sueca, francesa e inglesa), que espalharam as suas estruturas e métodos para outros locais e formando o que conhecemos hoje sobre exercícios. E, apesar de estruturadas em ideais distintos, as escolas apresentavam finalidades em comum, como a de promover a melhora da saúde 7UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia e estimular o desenvolvimento da vontade, coragem, força e energia, além da moral do indivíduo. Não podemos esquecer de que a preparação para o indivíduo que conseguisse estar apto à guerra servia de base para tudo (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). 1.1 Escola alemã Caracterizava-se por ser estruturada na ideia de ginástica natural, formada por corrida, saltos, arremessos e lutas, composta por trabalhos manuais e jogos sociais. Por fim, definia-se pela utilização de aparatos como barra de suspensão e por exercícios mi- litares com uma finalidade pedagógica (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). 1.2 Escola sueca Misturava a literatura com o exercício, fazendo com que os praticantes exaltassem a força e a coragem para a defesa do seu povo. Dividida em quatro estruturas — militar, médi- ca, pedagógica e estética —, tem como base a utilização de aparelhos como o espaldar e o banco sueco (Figura 1) (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980) FIGURA 1. BANCO SUECO Fonte: Grupo B2 Sports. Disponível em: https://www.b2sport.es/material-deportivo/ banco-sueco-de-3000-x-230-x-300-mm-n405/. Acesso em: 03 jul. 2021. 1.3 Escola francesa Estruturava-se em uma escola militar, com a principal ideia de melhorar o potencial dos jovens. Para a sua realização, eram utilizados aros, escadas de corda, máquinas para quantificar a força e trapézio, e a ginástica/exercício tinha como objetivo a parte médica higienista. Entre suas práticas, podemos destacar a medição, a experimentação e a com- paração (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). 8UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 1.4 Escola inglesa Escola pouco difundida, tinha como ideia os jogos coletivos como promotores da educação, e, como prática, o trabalho com organização, regras, técnicas e padrões de conduta (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). No Brasil, as escolas que mais foram utilizadas como base para a formação do indivíduo foram a sueca e, posteriormente, a francesa, que acabou ganhando um destaque principal. A ginástica calistênica (com objetivos educativos e higiênicos) chegou ao Brasil aproximadamente em 1893 nas proximidades da Associação Cristã de Moços (ACM) no Rio de Janeiro (OLIVEI- RA; NUNO-MURA, 2012; LIZ et al., 2010; MARINHO, 1980). Inicialmente, a ginástica promovida no país tinha um caráter mais relacionado ao militarismo, sobretudo nas décadas de 1930 e 1940. Com o passar do tempo, seus objeti- vos foram modificados, e a ginástica começou a tomar um rumo em direção às academias, que, preliminarmente, se assemelhavam a uma ginástica localizada. Sua estrutura de movimentos e fundamentação teórica tinha como base a musculação, além da utilização de movimentos calistênicos ao longo da aula. A ginástica estava passando por um perío- do de manutenção sem grandes estímulos. Contudo, na década de 1970, com as ideias revolucionárias do médico norte-americano Kennety Cooper, houve um grande aumento do número de academias no Brasil. Cooper difundia que todos os indivíduos poderiam realizar algum tipo de exercício, tendo sido um defensor da atividade aeróbia, pelo fato de estimular melhoras cardíacas, pulmonares e vasculares. Nessa época, a ginástica enfati- zava manter e melhorar a qualidade de vida dos praticantes por promover uma vida mais ativa e saudável. Com essa ideia, as academias de ginástica começaram a ser vistas como centros de condicionamento físico que, paralelamente, propiciavam um local adequado com profissionais habilitados para a prática de programas de exercício/ginástica. Por fim, entre o final da década de 1970 e o início da de 1980, com a grande con- tribuição do médico Cooper para a prática da atividade física, a ginásticaaeróbica passou a ganhar grande notoriedade, com a promessa de um gasto energético muito elevado, próximo a valores de 500 kcal por hora (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010, BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008, AYOUB, 2004; MARINHO, 1980). Diante desse cená- rio, podemos observar que o significado da ginástica no início se confundiu muito com o de exercício, dissociando-se dessa ideia posteriormente. As aulas de ginástica foram influenciadas localmente pelas principais escolas que formaram a cultura do exercício em diferentes países. No Brasil, o divisor para a sedimentação da ginástica se deu na década de 1980 (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010, BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; AYOUB, 2004; MARINHO, 1980). 9UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 2. EVOLUÇÃO DOS PROGRAMAS DE TREINAMENTO AO LONGO DO TEMPO Ao longo das décadas, a ginástica teve diferentes objetivos, como a de um ideal militar, higienista, postural, etc. Ainda, nos anos iniciais, suas principais finalidades estavam diretamente relacionadas às escolas que formavam as ideais dessa prática. Nas décadas de 1980 e 1990, tanto a qualidade de vida quanto a estética eram os principais objetivos dos seus praticantes (Quadro 1) (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; AYOUB, 2004; MARINHO, 1980). QUADRO 1. OBJETIVOS DAS AULAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA DE 1930 ATÉ 1990 Fonte: Adaptado de Silveira e Novaes, 1996. 10UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia Próximo ao final da década de 1980, a dança e a ginástica aeróbica chegaram ao seu auge, ganhando força por se tratar de práticas dinâmicas que quebravam a monotonia do treinamento de força. A ginástica aeróbica estruturava-se na ideia do movimento como expressão corporal, trabalhando ao mesmo tempo a corporeidade, a cultura religiosa, a ludicidade e a experiência de vida (OLIVEIRA; NUNOMURA, 2012; LIZ et al., 2010, BALBI- NOTTI; CAPOZZOLI, 2008, AYOUB, 2004; MARINHO, 1980). As modalidades de ginástica aeróbica ganharam diferenciações em relação às aulas de maior e menor impacto em seus praticantes. Na ginástica, eram comuns os pe- quenos saltos, que, ao longo do tempo, acabavam aumentando as chances de lesões. Uma das maneiras encontradas para amenizar esse movimento foi a realização de passadas suaves — em conjunto, sempre um pé deveria estar no chão, prevenindo-se que o indivíduo realizasse os saltos (FURTADO, 2009; TOLEDO; PIRES, 2008; COELHO FILHO, 2000). À época, a musculação também já estava bem sedimentada, embora muitas pessoas não gostassem dessa modalidade, achando-a monótona, repetitiva e um esporte apenas de homens. E a ginástica surgiu para oferecer uma nova modalidade de exercício para os indivíduos que não gostavam de musculação, já que aulas eram coletivas e dinâmicas, e, apesar de sistematizadas, toda aula era diferente da anterior, além do fato de a música servir como um grande estímulo para a prática (FURTADO, 2009; TOLEDO; PIRES, 2008; COELHO FILHO, 2000). Com o tempo, as academias ficaram abarrotadas de indivíduos praticando diferentes modalidades da ginástica, o que acabou abrindo um grande mercado no qual profissionais da administração deram início à formação de grandes corporações. Observando a grande procura por diferentes estímulos, esses empresários criaram modelos que propiciavam diversificação e padronização das aulas de ginástica (FURTADO, 2009; TOLEDO; PIRES, 2008; COELHO FILHO, 2000). Uma das principais empresas formadas na década de 1980 foi a Body System, que surgiu na Nova Zelândia como um sistema revolucionário de pre- parar aulas coletivas e que tinha como grande característica as aulas pré-coreografadas (aulas prontas). Ao longo de 60 a 90 semanas, os alunos basicamente faziam a mesma aula com as mesmas músicas do Norte ao Sul do Brasil. A Body System acabou se tornando um su- cesso, tendo sido criadas diferentes aulas com a terminologia body, apresentadas a seguir com seu respectivo significado (NOSSA..., 2020; BRAUNER, 2007; GOMES; CHAGAS; MASCARENHAS, 2010). Todas as modalidades estão disponíveis em formatos de 55, 45 ou 30 minutos, e algumas academias as fornecem como um treino virtual. 11UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 2.1 Body AttackTM Aula coletiva estruturada em um programa de alta intensidade que mescla movi- mentos simples com exercícios de força e estabilização, combinando movimentos derivados do esporte, como corrida, saltos e exercícios de força. 2.2 Body BalanceTM Programa fundamentado em movimentos de ioga, tai-chi e pilates, com a ideia de promover equilíbrio e leveza. Estimula a concentração, a respiração, o equilíbrio e a flexibilidade. Seus movimentos são lentos, ritmados e exigem toda a amplitude articular. 2.3 Body CombatTM Une alguns estilos de artes marciais com a ginástica. Trata-se de uma aula sem contato e com movimentos simplificados: a ideia é que você libere o estresse com um adversário imaginário. 2.4 Body JamTM Programa de ritmos incluindo pop, dance e suas variações, constituindo uma com- binação de música e dança. Trata-se de uma modalidade atualizada rapidamente para as músicas serem sempre as mais atuais. 2.5 Body PumpTM Evidencia o treinamento de força e a resistência com a utilização de barras e ani- lhas. São utilizados mesclados pesos leves e moderados com muita variação no número de repetições. 2.6 Body StepTM Programa voltado a movimentos de subir, descer e girar em cima de um step. Subir escada é um movimento básico treinado no dia a dia. Essa modalidade exigirá tanto do sis- tema cardiorrespiratório quanto da resistência muscular localizada de membros inferiores. 2.7 RPMTM Programa realizado em cima de uma bicicleta pedalando no ritmo da música. Ba- sicamente, trata-se de uma aula de ciclismo indoor, em que você controla a intensidade aumentando ou diminuindo a resistência da bicicleta, como também aumentando ou dimi- nuindo a cadência da pedalada. 12UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 2.8 Power JumpTM A aula é integralmente realizada em um minitrampolim com movimentos sincroni- zados com a música. Utiliza coreografias simples, proporcionando um trabalho direcionado ao sistema cardiorrespiratório e equilíbrio. Antes, os cursos para professores de educação física eram caros, o que dificultava seu licenciamento para ministrar esse tipo de aula. Eram realizados alguns eventos para a troca a cada 60 ou 90 dias dos novos programas de cada modalidade, e somente pro- fessores cadastrados poderiam dar aula. Ainda, os profissionais que ministravam as aulas deveriam realizar sempre a aula integralmente, independentemente da quantidade de aulas dadas. O tempo de fala, as brincadeiras, o descanso e os ajustes necessários eram pre- viamente fixados e não podiam ser modificados. Praticamente todas as academias tinham vínculo com esse sistema, cobrando preços diferenciados pelas aulas e pela possibilidade de realizar todas as atividades nas academias (Figura 2) (NOSSA..., 2020, BRAUNER, 2007; GOMES; CHAGAS; MASCARENHAS, 2010). FIGURA 2. DIVULGAÇÃO NA MÍDIA DO SISTEMA BODY SYSTEM Fonte: Portal da Academia Fiquei em Forma. Disponível em: https://www.fiqueinforma.com/ body-systems-vantagens-e-desvantagens/. Acesso em: 03 jul. 2021. Pelo que foi exposto, podemos verificar que, na década de 1990, a modalidade ginástica de academia adquiriu o seu lugar no mundo fitness. A academia era sinônimo de musculação, prática vista como monótona e direcionada apenas a homens. Com a chegada das aulas de ginástica aeróbica e os programas da Body System, colocou-se um fim nesse estereótipo, e as aulas de ginástica se tornaram um ramo altamente rentável para empre- sários e donos de academia. 13UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 3. PRINCIPAIS MÉTODOS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA Analisando dos anos 1980 até os dias atuais, foram criados diferentes métodos de aulas da modalidade ginásticade academia; alguns serão apresentados a seguir e dis- cutidos brevemente. A ginástica localizada basicamente é uma musculação com música, em que o movimento pode ou não ser ritmado com a música. A parte principal da aula é estruturada com caneleiras, anilhas, barras e halteres. O número de alunos varia de acordo com o tamanho da sala, e os alunos iniciantes realizam a mesma aula, embora com cargas menores em comparação a alunos intermediários e avançados. A aula, que varia de 30 minutos a 1 hora, é composta por aquecimento, parte principal com exercícios localizados e uma volta à calma (LIMA et al., 2010), como mostrado na Figura 3. FIGURA 3. ALUNOS REALIZANDO UMA AULA DE GINÁSTICA LOCALIZADA COM ANILHAS E BARRAS Fonte: Chriss Sports Academia. Disponível em: http://www.chrissports.com.br/aulas-de-danca/aulas-de-ginasti- ca/aula-de-ginastica-localizada/onde-encontrar-aula-de-ginastica-localizada-campinas. Acesso em: 03 jul. 2021. 14UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia O step ou step training acabou ganhando notoriedade no final da década de 1980 e início de 1990. Basicamente, trata-se de uma modalidade em que o praticante sobe e desce de uma caixa com a altura regulável realizando os movimentos com base no ritmo da música. Um dos seus introdutores foi a professora Gim Muller, que observou que, com a utilização do step, a sobrecarga no joelho diminuía em comparação às aulas de aeróbica. A aula é constituída por exercícios aeróbicos de baixo impacto, com os principais objetivos de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, melhorar a coordenação motora, promover um gasto energético elevado e aumentar a força e a potência em membros inferiores. O número depende muito do tamanho do local no qual se realiza a aula. Alunos iniciantes fazem a mesma aula, mas com velocidade menor e, em algumas partes da aula, sem utilizar o step em comparação aos intermediários e avançados. A aula varia de 30 minutos a 1 hora, sendo composta por aquecimento, parte principal e volta à calma (ZAZÁ; MENZEL; CHAGAS, 2010). A aula de bike compreende uma aula de ciclismo realizada em grupo praticada com uma bicicleta desenhada especialmente para a modalidade que pode ser ajustada à resistência e à cadência do movimento conforme o nível do praticante. A ideia inicial da bike indoor foi criada em 1990 por um ciclista sul-africano chamado Johnny Goldberg, que desenvolveu um equipamento com o qual o ciclista pudesse treinar em casa. Com o tempo, acabou sendo comercializado para as academias do mundo todo. Essa modalidade utiliza a música como indicador de ritmo, tem como objetivo a melhora do condicionamento cardiovascular e sua prática permite simulações de subida e descida como se fosse uma competição. A aula varia de 40 a 60 minutos, sendo composta por aquecimento, parte principal e volta à calma (MARQUES; BONATTO, 2006 apud ZAWADZKI, 2007, p. 32). A aula de ritmos, como o próprio nome sugere, é composta por coreografias que empregam a música como referência, variando os ritmos de samba, pagode, funk, axé e sertanejo. Trata-se de uma modalidade bastante procurada por promover um melhor condicionamento físico, com exercícios próprios do treino cardiovascular misturados com os diferentes ritmos de música. Os passos das danças ensinadas são fáceis de acompanhar e proporcionam uma série de benefícios para o corpo. E a música auxilia nos movimentos coordenativos da atividade, por meio de suas informações temporais. A aula de ritmos exige movimentos sincronizados e percepção rítmica, pois a re- gulação do movimento se dá pela música (ARTAXO; MONTEIRO, 2007). O zumba fitness representa uma modalidade de dança com ginástica de origem latina, que faz uma mistura de músicas latinas com pop norte-americano e europeu, combinando o treinamento aeróbi- co e um intervalo de resistência para promover uma maior demanda energética. Seis anos 15UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia depois de sua criação em 2001 por Alberto Perlman e Alberto Aghion, a partir da empresa Zumba Fitness LCC, o programa já contava com 10 mil instrutores, estava disponibilizado em mais de 30 países e já havia vendido mais de três milhões de DVD. Os alunos têm a liberdade de seguir o ritmo da música e se divertir, sem haver um movimento certo ou errado, ao som dos ritmos-base, o que tornava um programa de fácil realização indepen- dentemente da idade ou da habilidade (PESSOA et al., 2018). O jump ou mini trampolim é uma aula em que são realizados movimentos aeróbicos ou anaeróbicos com membros inferiores superiores e no ritmo proposto pela música suge- rida pelo professor (14 BENEFÍCIOS, 2017, on-line). A aula de jump é direcionada a alunos de ambos os sexos e com idade superior a 14 anos, mas não é uma atividade aberta a qualquer população: algumas patologias e lesões tornam imprópria ou impossível a prática da modalidade, como labirintite, osteoporose, lesões ligamentares de joelho e tornozelo e hérnia de disco. Trata-se de um programa de ginástica em grupo, em que cada participan- te utiliza um mini trampolim como equipamento para realizar um trabalho cardiovascular caracterizado por movimentos pré-coreografados simples e de fácil execução. Na aula, é propiciada uma variedade de estímulos por uma sequência de exercícios simples e de fácil execução e períodos de recuperação entre uma música e outra (GROSSL, 2007 apud NEVES, 2011, p.20). 16UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia SAIBA MAIS A ginástica é uma forma de o ser humano contextualizar o corpo, a mente, a expressão, os sentimentos, a cultura e as crenças, entre outros. Esse exercício, em comparação com a musculação, tende a ser menos monótono. Quando comparada com a muscula- ção, as mulheres tendem a aderir mais à ginástica, por ser uma atividade coletiva, com música e grande variação do tipo de aula. Fonte: o autor, 2021. REFLITA “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objeti- vo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” Fonte: José de Alencar. 17UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta Unidade, pudemos aprender um pouco sobre a modalidade ginástica de academia, como se originou, suas perspectivas ao longo do tempo, bem como as principais escolas de gímnicas na história, destacando-se: a alemã, sueca, francesa e inglesa. Nesta unidade você estudou ainda como ocorreu a expansão e popularização da ginástica, onde o sistema Body System teve papel fundamental, ao inserir diferentes modalidades nesse segmento. Por fim você viu quais são os principais e atuais métodos de ginásticas de academia. 18UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia LEITURA COMPLEMENTAR O artigo mencionado abaixo aborda uma análise dos processos de gestão e tendên- cias de inovação inerentes ao desenvolvimento da “Indústria do Fitness”, de forma especial ao sistema de franquias, bem como avalia as implicações deste sistema para o trabalho do professor de educação física. Fonte: GOMES, I. R.; CHAGAS, R. A.; MASCARENHAS, F. A indústria do Fitness, a mercantilização das práticas corporais e o trabalho do professor de Educação Física: o caso Body Systems. Movimento — Revista de Educação Física da UFRGS, Porto Alegre, v. 16, n. 4, p. 169–189, out./dez, 2010. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/14561/10850. Acesso em: 04 ago. 2021. 19UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Musculação e Ginástica de Academia Autores: Lafaiete Luiz de Oliveira Júnior. Editora: Sagah. Sinopse: O livro traz conceitos e informações essenciais para entendimento e aplicação das atividades de academia. FILME/VÍDEO Título: Body Combat Invincible Ano: 2019 Sinopse: Les Mills traz para você um treino cardiovascular gra- tuito de 45 minutos! Nenhum equipamento necessário. Vá para onocaute hoje em seu treino final, com 7 faixas de magia inspirada em artes marciais mistas, incluindo uma amostra de Muay Thai. O BODYCOMBAT é uma mistura cheia de energia de movimentos de artes marciais que o deixam em forma, rápido e forte - e o deixam com uma sensação forte e poderosa. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xbABGepKT2o https://www.youtube.com/watch?v=xbABGepKT2o 20 Plano de Estudo: ● Benefícios das práticas rítmicas de academia; ● Características específicas das aulas rítmicas de academia; ● Estruturação de uma aula de prática rítmica de academia; ● Benefícios das práticas de condicionamento baseadas em combate; ● Características das diversas modalidades de combate de academia; ● Produzindo uma aula prática de combate de academia. Objetivos da Aprendizagem: ● Identificar os benefícios das práticas rítmicas de academia; ● Descrever as características específicas das aulas rítmicas de academia; ● Elaborar uma aula de prática rítmica de academia; ● Reconhecer os benefícios das práticas de condicionamento baseadas em combate; ● Descrever as características das diversas modalidades de combate de academia; ● Produzir uma aula prática de combate de academia. ● Compreender cultura organizacional de uma empresa da hospitalidade; ● Ampliar o conhecimento sobre os departamentos hoteleiros. UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia Professor Dr. Flávio Ricardo Guilherme 21UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 21UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia INTRODUÇÃO Algumas das expressões artísticas mais antigas, a dança e os movimentos rítmicos estiveram presentes em todas as civilizações e sociedades e, com o passar do tempo, desempenharam um papel importante na vida das pessoas. Os movimentos rítmicos são práticas físicas para aqueles que pretendem ter uma melhor qualidade de vida, pois bene- ficiam o condicionamento físico e, consequentemente, a saúde física e mental. A procura pela dança em academias de ginástica cresce a cada dia, por pessoas de todas as idades e de ambos os sexos. Os benefícios estão para além das questões meramente físicas, como o condicionamento físico e o controle e equilíbrio postural, visto que atingem também questões psicológicas, como o aumento da autoestima, a diminuição do estresse e a inte- ração entre as pessoas, trazendo benefícios para o bem-estar e, consequentemente, para a saúde dos praticantes. Além disso, para as pessoas, o tempo parece escasso para uma grande quantidade de tarefas a serem executadas no seu dia a dia. Em geral, as escolhas recaem sobre os compromissos com o trabalho e com a rotina doméstica. Com isso, há uma redução da atividade física intencional e regular, uma das principais mudanças dos hábitos de vida das pessoas, causando uma natural piora na saúde e na qualidade de vida. As consequências da diminuição da atividade física envolvem maior incidência de obesidade e doenças car- diovasculares, bem como aspectos da saúde mental, como a diminuição da autoestima e da sociabilidade e o aumento da depressão, da ansiedade e do estresse. Dados dos relatórios do American College of Sports Medicine (ACSM) demonstram que uma prática regular de exercícios físicos está relacionada com uma melhor qualidade de vida e menor mortalidade na população adulta. Os programas e as campanhas de promoção da atividade física têm levado as pessoas a se conscientizarem dos benefícios do exercício físico e a buscarem meios de uma prática regular, seja em academias ou em dispositivos públicos. Assim, as práticas de combate em academia têm sido uma alternativa para fidelizar e conscientizar os praticantes, aliando exercícios físicos a uma atividade divertida e prazerosa. 22UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 22UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 1. OS BENEFÍCIOS DAS PRÁTICAS RÍTMICAS DE ACADEMIA As práticas rítmicas, enquanto atividade física, trazem uma enorme quantidade de benefícios aos praticantes, perpassando pelas dimensões da aptidão física relacionadas à saúde. Além disso, a união entre os exercícios de academia e as coreografias das danças permite ao praticante um estímulo adicional na execução das atividades propostas. Como em toda atividade física regular, a composição corporal dos praticantes é consideravelmente alte- rada, ocorrendo um déficit calórico em virtude dos exercícios de moderada a alta intensidade e, consequentemente, o emagrecimento. Essas práticas, além da diminuição da gordura corporal, estimulam o aumento da massa magra em pequenas proporções, mas o suficiente para promover mudanças na funcionalidade do indivíduo, principalmente em pessoas mais fragilizadas. No entanto, é importante destacar que não se espera uma grande hipertrofia, já que, para que ela ocorra, deve-se buscar por exercícios específicos para esse fim. A função cardiorrespiratória é constantemente trabalhada nas aulas de práticas rítmicas, por ser uma atividade altamente aeróbica. Saltos, giros, pequenas corridas e des- locamentos laterais estimulam o condicionamento cardiovascular, ao passo que exercícios respiratórios aproveitam o máximo da capacidade do diafragma, diminuindo, assim, o risco cardiovascular e o sedentarismo. Outro benefício das modalidades rítmicas é a tonificação muscular, que ocorre por meio de exercícios localizados de membros superiores e inferio- res, glúteos e abdome, trabalhos ora na forma de exercícios isotônicos, como agachamento e flexões, ora coordenados com as coreografias da prática. Além disso, a implementação de halteres e caneleiras faz a sobrecarga de trabalho permitir a hipertrofia muscular. 23UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 23UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia A flexibilidade é tratada nas aulas de práticas rítmicas no ponto de equilíbrio mus- cular. Os exercícios de fortalecimento muscular, com ou sem implementos, juntamente a exercícios de alongamento muscular, são realizados com grande amplitude, trabalhando força e elasticidade ao mesmo tempo. O praticante começa aprendendo a executar exer- cícios básicos, com coreografias de baixa complexidade, e, com o passar das sessões de treinamento, há um aumento da complexidade, que exige cada vez mais agilidade e coor- denação motora. Assim, por mais que os exercícios sejam difíceis de executar, o praticante realiza os movimentos de forma mais consistente sem mostrar esforço. Apesar de todos os benefícios que a atividade física produz no corpo e na mente das pessoas, diversos fatores contribuem para que as pessoas procurem por uma acade- mia de ginástica, como metas, intenções e interesses, que despontam como motivadores para a prática da atividade física. Nesse quesito, a disciplina por parte do praticante é fundamental, emergindo uma interação de ordem pessoal (fatores intrínsecos) associada a outras motivações externas ao praticante (fatores extrínsecos) Uma das principais motivações para a procura por atividades rítmicas é a diminui- ção do estresse causado pela rotina diária. As pessoas utilizam as atividades físicas como meio para relaxar ou até mesmo para um certo “esquecimento”, devido ao poder dessas atividades de liberação das endorfinas no cérebro, trazendo melhorias na qualidade do sono e no controle do estresse. Outra característica das práticas rítmicas é promover a socialização entre as pes- soas, bem como uma sensação de aceitação e pertencimento a um grupo, melhorando a autoestima. Uma propriedade comum das atividades físicas são as relações de amizade entre os praticantes. A presença de música é uma especificidade das práticas rítmicas de academia. A sua utilização tem efeito benéfico em contextos de atividade física e esportes. De acordo com Terry e Karageorghis (2006) e Murrock e Higgins (2009), os benefícios das práticas rítmicas de academia são: melhora do humor; ativação do sistema nervoso durante a atividade e o relaxamentopós-atividade; redução da percepção da dor e da fadiga, especialmente durante o exercício aeróbico; aumento do desempenho por meio da sincronização da música com o movimento; e melhora da habilidade motora, principalmente quando o ritmo é coordenado com os padrões de movimentos necessários. Além disso, os exercícios que são componentes das coreografias, juntamente à música, se apresentam imbuídos de uma dimensão estética que especifica e torna peculiar as práticas rítmicas de academia. A escolha dos exercícios que vão compor a aula, atre- lada a uma sequência coreografada, implica uma busca pela beleza e as elegâncias dos 24UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 24UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia movimentos e uma harmonia, que é compatibilizada pela música. Um elemento constituinte da música é a presença do ritmo, que se manifesta junto às pessoas antes mesmo do nascimento, já que ele está associado ao movimento da natureza, como as marés e os ventos, e às ações motoras do homem, como os batimentos cardíacos, a respiração, a fala e a locomoção. Ritmo e movimento humano se desenvolveram, concomitantemente, no tempo e no espaço e estão ligados às percepções temporal, espacial e proprioceptiva (TIBEAU, 2006). Assim, faz-se necessário entender que o ritmo é interno ao ser humano, mas pode ser alterado a partir de estímulos externos, sendo percursor de processos mentais, afetivos e emocionais. Aulas e treinamentos com um acompanhamento musical adequado possuem a capacidade de alterar positivamente o estado de ânimo de seus praticantes. Karageor- ghis et al. (2009) enfatizam que a música, quando sincronizada com os exercícios físicos, provoca um aumento da capacidade para o trabalho corporal ou mental, sobretudo para a diminuição dos sintomas de fadiga, aumentando, assim, a resistência durante uma ativida- de cansativa. Ouvir uma música é uma experiência sensorial que induz reações físicas que estão conectadas ao cérebro. Quando é intencional para a realização de atividades físicas, escutar uma música pode induzir a experiência de flow, um estado de profundo envolvimen- to com a tarefa que está sendo realizada. As pessoas que se encontram nesse estado se tornam mais conscientes e focadas no que realizam (CSIKSZENTMIHALYI, 1996; TERRY; KARAGEORGHIS, 2006). Com todos os benefícios das práticas rítmicas, é imprescindível que o praticante escolha, entre as opções, a que melhor se adapte aos seus interesses e objetivos. A seguir, serão apresentadas as características específicas das modalidades rítmicas de academia. 25UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 25UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 2. CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DAS AULAS RÍTMICAS DE ACADEMIA As práticas rítmicas de academia possuem suas próprias características, além de características em comum, como a música e os exercícios coreografados. O objetivo dessas práticas é a promoção da saúde por meio da melhoria da aptidão física e de um estado de relaxamento e baixo nível de estresse. Exercícios de moderada a alta intensidade, aumento da capacidade cardiorrespiratória, tonificação muscular, união da dança com coreografias elaboradas e diversos ritmos musicais são características presentes em todas as modali- dades rítmicas. As relações pessoais entre os praticantes que fazem uma “higiene mental” e uma motivação constante pelos desafios das coreografias são, também, características comuns dessas atividades rítmicas. A Figura 1, a seguir, apresenta as características co- muns às práticas rítmicas de academia. FIGURA 1. CARACTERÍSTICA COMUNS ÀS PRÁTICAS RÍTMICAS DE ACADEMIA Fonte: Oliveira Junior et al., 2019. 26UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 26UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia A seguir, serão apresentadas as principais modalidades de práticas rítmicas em academia. 2.1 Aula de ritmos É uma aula com exercícios aeróbicos com danças e variações de ritmos mundiais, nacionais e regionais, como, por exemplo, axé, funk, reggaeton, forró, sertanejo, pop, samba, entre outros. O praticante realiza coreografias com duração de 45 a 60 minutos, beneficiando a melhora da função cardiopulmonar e tonificando os músculos e a coorde- nação motora de uma forma dinâmica no acompanhamento das coreografias. Essa aula é indicada para quem quer dançar suas músicas favoritas e atuais. 2.2 Zumba É uma modalidade de atividade física com origem no desenvolvimento da ginástica aeróbica, combinando dança com ginástica, mas com a incorporação de músicas latinas, como, por exemplo, salsa e merengue. A zumba foi criada, por volta de 1990, pelo profes- sor de aeróbica e personal trainer colombiano Beto Perez. Essa prática surgiu de forma ocasional quando ele improvisou em uma de suas aulas movimentos de danças latinas, uma vez que tinha esquecido o material que utilizaria na aula. Beto percebeu, então, que esse tipo de aula era muito eficiente, tanto no sentido de melhora do condicionamento físico quanto na motivação dos praticantes. Ao melhorar a rotina de treino, ele lançou o formato de aula, introduzido nos Estados Unidos em 1999 e, atualmente, presente em mais de 150 países. Nessa modalidade, enquanto as coreografias de dança aumentam o trabalho cardiopulmonar, as variações de exercícios fitness possibilitam o treino muscular. Com isso, a soma da coreografia com os exercícios localizados aumenta o grau de resistência mus- cular, utilizando tanto o substrato energético via aeróbica como anaeróbica por meio dos movimentos sequenciados e repetitivos. Em virtude de sua origem latina, a zumba focaliza coreografias com muitos movimentos de quadril em grande amplitude. 2.3 Body jam e sh ́bam Tanto o body jam como o sh ́bam são modalidades rítmicas do sistema body system de aulas pré-coreografadas que surgiram na rede de academias Les Mills, na Nova Zelândia, na década de 1980, e começaram a ser introduzidas no Brasil em 1997. Em 2001, surgiu o body jam, que, inicialmente, possuía uma ideia de músicas latinas, como a zumba, com ritmos fortes e animados, mas, ao longo do tempo, mudou suas características para um bloco coreográfico diferente, com estilo de música de “balada”, com passos incrementadas e novos desafios. 27UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 27UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia No body jam, a aula é formada por dois momentos de alta intensidade, que são formados, cada um, por cinco fases, com sequências de exercícios coreografados em cada uma delas. Os estilos musicais vão do techno, hip--hop, house, jazz até o eletro, e são ob- servadas coreografias realizadas com movimentos mais intensos e “agressivos”, realizados durante uma aula com duração entre 45 e 60 minutos. A empresa, ao perceber a diminuição da clientela, procurou inovar com uma aula mais light, utilizando músicas pop e atuais e coreografias mais simples. Assim surgiu o sh ́bam, que é uma gíria do mundo dos dançarinos profissionais que significa algo como “uau”. A modalidade agitou as academias e trouxe intensidade com alto gasto calórico. As aulas de body jam e sh ́bam são compostas por coreografias pré-produzidas e, a cada 3 meses, são lançadas novas coreografias de aulas, trabalhando sempre com músicas vibrantes e atuais. No entanto, se, por um lado, a padronização de aulas potencializa a fidelização do praticante, por outro, essa característica não permite a individualização e a criatividade por parte do professor. 2.4 Batucalê O batucalê surgiu no Rio Grande do Sul com o professor José Anchieta, que, na trajetória de sua carreira, juntou o esporte e a dança, com o objetivo de aproximar um assunto importante em sua história de vida, a questão racial. É uma modalidade de raiz afro-brasileira, com diversos aspectos dessa cultura, como, por exemplo, o candomblé e o samba. Os praticantes dançam em ritmo agitado ao som de um tambor e reproduzem movimentos deluta. O diferencial está no fato de que os praticantes usam luvas acústicas para ajudar no ritmo da música. Os passos da coreografia são marcados com os chocalhos nas mãos e, assim, é criado um som a partir dos movimentos coreografados. 2.5 Walking dance A caminhada é um exercício fácil que não requer espaço ou materiais exclusivos, porém, com o passar do tempo, o praticante se rende à monotonia, pelo fato de ela ser sempre no mesmo modo ou lugar. O walking dance combina a caminhada comum sobre a esteira ergométrica com passos de dança. Os movimentos são de baixo impacto e recomen- dados para iniciantes, sempre com músicas dançantes. Os passos podem incluir pequenos saltos, troca de passos em cima da esteira, coordenação dos passos com movimentação de braços, pequenos giros, além de o praticante utilizar as laterais da esteira para mudar o ritmo da caminhada. 28UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 28UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 2.6 Kangoo jump A modalidade kangoo jump inova ao introduzir botas especiais para a prática das atividades rítmicas. Denis Naville, um engenheiro suíço, aperfeiçoou o conceito existente de botas, com o propósito original de auxiliar na reabilitação de articulações e problemas na coluna vertebral, adicionando conforto, design, qualidade e desempenho. A bota é se- melhante à utilizada pelos patinadores rollers, mas, em vez de rodas, existe uma espécie de mola, que pesa 1,6 kg. O praticante inicia as aulas aprendendo a calçar a bota, ficar em pé, se equilibrar e executar os primeiros movimentos. Ao realizar os movimentos que proporcionam as fases de flutuação e rebote — o ato de saltar com os dois pés simultâneos ou alternados, há uma grande contratação muscular, principalmente dos membros inferiores e da pelve e do abdo- me. Os movimentos são os mesmos de outras modalidades, como saltos e deslocamentos laterais. Por isso, o praticante deve estar muito preparado fisicamente para a sequência de movimentos. 2.7 Jump As aulas de jump são realizadas com um minitrampolim elástico, onde são executa- dos os movimentos. Com duração entre 30 e 40 minutos, os exercícios simulam coreografias dançantes, corridas, polichinelos, agachamentos e sequência de saltos ao som de músicas. 2.8 FitDance Em 2013, o dançarino baiano Fábio Duarte criou um canal de dança para o You- Tube, o FitDance. O canal reúne diversas técnicas de dança, com coreografias simples e de fácil assimilação, que se vinculam aos exercícios nas academias, tendo como pano de fundo ritmos brasileiros, como o axé e o funk carioca. O criador da modalidade menciona que o principal objetivo do FitDance é tornar a vida das pessoas mais divertida por meio da dança e tem como metodologia o que chamou de 5 “D”: dinâmico, dançante, divertido, democrático e desafiador. Uma peculiaridade é que os praticantes podem acompanhar as novidades pelas redes sociais e pelo canal do YouTube, onde são diariamente divulgadas novas coreografias de ritmos nacionais e internacionais. Isso permite uma interação de praticantes e professores com a modalidade, visto que eles podem, inclusive, sugerir novas músicas e coreografias. 29UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 29UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 2.9 Ballet fitness Modalidade criada no Brasil pela bailarina Betina Dantas, o ballet fitness intercala movimentos de balé clássico com exercícios típicos de academia. Ao contrário das outras modalidades rítmicas, a proposta aqui é utilizar exercícios funcionais para trabalhar a resis- tência e a força muscular de membros superiores e inferiores por meio de movimentos de agachamento, flexão e abdo- minais. Dessa forma, o ballet fitness utiliza cargas e repetições para trabalhar os grupos musculares, com objetivos similares aos treinos de resistência. O uso das técnicas do balé clássico permite ao praticante melhorar a flexibilidade, o equilíbrio e o controle postural. Além disso, remete a uma memória afetiva daquelas que praticaram o balé na infância, con- duzindo a uma elevação da autoestima e a exercícios como os quais estão familiarizados. 30UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 30UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 3. ESTRUTURAÇÃO DE UM PLANO DE AULA DE PRÁTICA RÍTMICA DE ACADEMIA O planejamento e a preparação das aulas de prática rítmica devem sempre levar em consideração o nível de aptidão física da turma, bem como estabelecer uma relação de individualidade e exclusividade com os alunos. De modo geral, as aulas podem ser divi- didas em três partes: aquecimento, parte principal e relaxamento/volta à calma. A escolha dos exercícios para cada grupamento muscular deve estar relacionada às condições físicas dos praticantes, apresentando uma relação de casualidade contínua e replicável entre os exercícios multiarticulares, o tipo de contração muscular (isotônica ou isométrica) e os equipamentos utilizados (step, halteres, caneleiras, etc.), quando for o caso. Os princípios do treinamento físico listados a seguir devem estar presentes no plano de aula de prática rítmica em academia. ● Individualidade biológica: o praticante reage de uma forma particular com o mesmo exercício, intensidade, duração e frequência. ● Sobrecarga: o praticante precisa ser submetido a exigências cada vez maiores, como, por exemplo, maior intensidade, maior tempo ou maior frequência. ● Continuidade: a atividade física deve ser contínua e sem interrupção. ● Especificidade: cada atividade física tem suas próprias características. ● Reversibilidade: a inatividade fará o organismo retornar a níveis de pré-treina- mento. Como visto, as práticas rítmicas de academia devem ser uma experiência divertida e prazerosa, e o praticante deve ser levado a perceber os benefícios adquiridos e estimula- dos, vivenciando um estilo de vida ativo e saudável. 31UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 31UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 4. BENEFÍCIOS DAS PRÁTICAS DE CONDICIONAMENTO BASEADAS EM COMBATE Uma das formas de atividade física presentes nas academias são as lutas e as práticas de combate, originalmente criadas como método de defesa pessoal (FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2011). As lutas, as artes marciais e as modalidades adaptadas de combate são, ao mesmo tempo, uma prática para atletas de diferentes níveis e uma opção para aquelas pessoas interessadas em uma atividade física prazerosa, que proporciona ganhos para a saúde física e mental, além de ser uma forma de socialização entre os praticantes (DOURIS et al., 2004; GARBER et al., 2011). As pessoas procuram por essas práticas com a intenção de obter benefícios para sua saúde, a fim de obter uma melhora da aptidão física (JONES; MACKAY; PETERS, 2006). Segundo Robergs, R. e Roberts, S. (2002), a aptidão física é entendida como um estado de funcionamento corporal que se caracteriza por uma capacidade de tolerar de- terminada atividade. Um meio eficiente para aumentar o nível de condicionamento físico é a participação em um programa de exercícios físicos planejado, intencional e rotineiro. A aptidão física relacionada com a saúde e o condicionamento físico está mediada por alguns componentes (composição corporal, aptidão aeróbica, força e resistência muscular e flexibilidade), e cada um deles estão interrelacionados (ACSM, 2000). A Figura 2, a seguir, apresenta uma relação dos diferentes componentes e suas dimensões da aptidão física com a melhora da saúde física e mental. Na dimensão mor- fológica, por meio de atividade física regular, há uma melhora na composição corporal 32UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 32UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia dos praticantes, resultando em emagrecimento, devido ao déficit calórico ocasionado pelos exercícios de moderada a alta intensidade. A distribuição da gordura corporal também é alterada, com aumento da massa magrae, consequentemente, da massa muscular, decor- rente dos exercícios específicos para esse fim. FIGURA 2. ORGANOGRAMA QUE RELACIONA A APTIDÃO FÍSICA COM A SAÚDE Fonte: Adaptada de Guedes, D. e Guedes, J., 1995. Em geral, as práticas de combate estão relacionadas com ganhos na função cardiorrespiratória (dimensão funcional-motora) e têm como fundamentos a frequência, a intensidade, a duração e o tipo de atividade de natureza aeróbica. Independentemente da prática de combate, o trabalho com a função cardiorrespiratória está presente em maior ou menor grau. Por exemplo, modalidades como aero kickboxing ou body combat estão relacionadas com a resistência cardiopulmonar, uma vez utilizam uma grande quantidade de exercícios aeróbicos de moderada a alta intensidade por um longo período de tempo, como golpes de braço e pernas juntamente a saltos e marchas. A consequência desse processo é a diminuição do risco cardiovascular e a eliminação do sedentarismo. Ainda na dimensão funcional-motora, especificamente na função músculo esquelé- tica, as práticas de combate oferecem ganhos utilizando exercícios para a obtenção de força e resistência muscular, com base no princípio da sobrecarga, aumentando a resistência ao movimento, manipulando a frequência ou a duração de uma determinada atividade e de- senvolvendo exercícios dinâmicos ou estáticos. No caso do treinamento de força, exige-se cargas maiores, com menor número de repetições. Já para o treinamento de resistência, exige-se cargas mais leves, com um grande número de repetições. Nas modalidades de combate, esses exercícios são encontrados nos movimentos de socos e chutes, utilizando ou não halteres ou caneleiras, bem como nos exercícios de agachamentos e flexões. 33UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 33UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia Em contrapartida, o kung fu, que envolve a prática do kati, por exemplo, busca o aperfeiçoamento da força e da resistência muscular, além da flexibilidade, em detrimento do trabalho de alta intensidade das práticas cardiorrespiratórias. É uma prática que visa à perfeição, utilizando golpes com movimentos rápidos e precisos, em uma luta imaginá- ria. A flexibilidade e a coordenação motora estão presentes em todas as modalidades de combate, por meio de movimentos de grande amplitude nos golpes de braço e perna e na organização de movimentos dos membros superiores e inferiores. Na dimensão comporta- mental, em se tratando da saúde mental e da qualidade de vida, as práticas de combate, por seu efeito no sistema nervoso central, com a liberação de endorfinas, possibilitam que os praticantes tenham momentos de descontração incorporados com os exercícios físicos. Em geral, relaciona-se saúde com qualidade de vida, que, de uma forma mais ampla, está associada com a condição e o estilo de vida das pessoas. Minayo, Hartz e Buss (2000) acrescentam que as ideias de desenvolvimento sustentável e de direitos hu- manos e sociais quanto à saúde, que resultam em padrões de conforto estabelecidos em cada sociedade, são, também, elementos da qualidade de vida. Com isso, os sintomas de estresse e depressão são minimizados, além do fato de que os praticantes são instigados involuntariamente a manter relações sociais e de amizade com os outros, melhorando a sua sociabilização. 34UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 34UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 5. AS CARACTERÍSTICAS DAS MODALIDADES DE COMBATE DE ACADEMIA As modalidades de combate que estão presentes nas academias podem ser classificadas como: lutas, artes marciais e modalidades adaptadas fitness. Todas essas modalidades têm características próprias, mas o seu objetivo comum é a promoção da saúde por meio da melhoria da aptidão física. Exercícios de moderada a alta intensidade promovem aumento da função cardiorrespiratória, tonificação muscular, com aumento na hipertrofia, bem como a interação entre as pessoas, exercitando a sociabilização. Em relação às modalidades adaptadas fitness, a união das técnicas das lutas e artes marciais com música e coreografias fazem dessas modalidades um fator motivacio- nal, com a apresentação de desafios contínuos e com o aumento da complexidade dos exercícios coreografados. 5.1 Lutas Na história da humanidade, as lutas representavam uma forma de o homem estar preparado para os perigos iminentes ou situações de risco, auxiliando-o na autodefesa contra os inimigos. Dessa forma, as lutas podem ser consideradas como um sentido de defesa pessoal, consistindo em um conjunto de técnicas na tentativa de neutralizar um ata- que ou simplesmente minimizar seus efeitos. Na academia, existem aulas exclusivamente preparadas para o ensino das técnicas e dos movimentos usados nas lutas. 35UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 35UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 5.5.1 Boxe O boxe, a mais conhecida das lutas, consiste basicamente em uma diversidade de técnicas e tipos de socos para derrotar um oponente. Braços, cintura escapular (ombros) e tronco (costas e abdômen) são as únicas armas de combate do boxe, não sendo permitido o uso de movimentos com outras partes do corpo, como os chutes. Contudo, as pernas são utilizadas continuamente em movimentos para se esquivar dos ataques do oponente. Com isso, uma postura correta e o fortalecimento da região lombar são alguns dos principais benefícios dessa atividade. Entre as lutas, o boxe é uma das mais eficientes para a tonificação dos músculos, pois gera uma grande queima calórica. O uso de protetores bucais e de luvas é extremamente recomendável. Treinos funcionais podem ser adaptados do boxe, combinando a intensidade com mais repetições ou com a variação dos exercícios propostos. 5.5.2 Krav maga De origem militar, o krav maga é uma modalidade de combate israelense que tem como objetivo a defesa pessoal. Ao contrário das outras lutas, cujos golpes são regrados, o krav maga se baseia em situações reais de perigo, uma vez que as técnicas ensinadas visam a neutralizar um ataque e ferir o oponente, facilitando, assim, uma fuga mais rápida. A intensidade das aulas com exercícios de coordenação entre todos os membros traz bene- fícios que vão desde a melhora do condicionamento físico, da força e resistência muscular e da flexibilidade até o aumento da autoestima. Nas artes marciais, o krav maga utiliza o sistema de mudança de faixa, permitindo que os praticantes se sintam motivados para evoluir de forma constante. 5.5.3 MMA O MMA é uma sigla que significa mixed martial arts, artes marciais mistas, em português. Essa prática foi popularizada por atletas como Anderson Silva e Amanda Nunes, por meio de suas vitórias em competições internacionais e da cobertura dos meios de comunicação em massa. Combinando técnicas de outras modalidades, como judô, muay thai, taekwondo e jiu-jítsu, suas características comtemplam combates em pé e lutas de solo. O MMA não é recomendado para todas as pessoas, uma vez que é uma luta intensa e, muitas vezes, violenta. No entanto, é possível fazer adaptações nos exercícios para que as aulas transcorram de forma a atender ao público em geral, minimizando o risco de lesão. 36UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 36UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 5.5.4 Artes marciais Envolvendo movimentos corporais precisos, técnicas de concentração e respira- ção, com um arcabouço filosófico, as artes marciais são um conjunto de lutas criadas e desenvolvidas no mundo oriental. As artes marciais mais conhecidas são: judô, taekwondo, karatê, jiu-jítsu, muay thai e kung fu. Assim como as outras, essas lutas surgiram de técnicas de defesa voltadas para o combate individual e se popularizaram como uma atividade física ou esportiva e, muitas vezes, como uma filosofia de vida. Os benefícios de quem pratica artes marciais vão além do bem-estar físico, melhorandoa saúde mental e emocional. Dependendo da arte marcial escolhida, em virtude de suas peculiaridades, os objetivos dos praticantes são específicos. Uma característica marcante dessas modalidades é a mudança de faixa, cujo intuito é a evolução contínua dos praticantes, além de ter um significado de hierarquia, respeito, disciplina e um corpo de conhecimentos adquiridos. 5.5.5 Judô O judô é a mais conhecida das artes marciais, sendo popular no mundo inteiro. Criado no Japão por Jigoro Kano, o judô fundamenta-se na autodefesa, perceptível nos movimentos realizados, empregando técnicas de golpes para o desequilíbrio e a imobi- lização do oponente, a fim de conquistar o ippon (golpe perfeito). O equilíbrio corporal é fundamental para a prática do judô, visto que beneficia a força e a resistência muscular. O judô pode ser praticado em qualquer faixa etária e por ambos os sexos. 5.5.6 Jiu-jítsu Também de origem japonesa, o objetivo do jiu-jítsu é derrubar e imobilizar o opo- nente, utilizando principalmente técnicas de solo e golpes de torções e alavancas. Extrema- mente técnico, o jiu-jítsu não utiliza a força para a imobilização, o que o torna uma excelente atividade e ferramenta de defesa pessoal para as mulheres. Os benefícios dessa luta são melhora da coordenação motora, da resistência muscular e da flexibilidade. 5.5.7 Karatê O karatê é uma modalidade de combate japonesa, baseada em lutas chine-sas, desenvolvida como uma técnica de defesa e ataque. As técnicas de luta envolvem socos (com a mão fechada e aberta), chutes e golpes de joelho. Existe uma grande variação de estilos e técnicas específicas do karatê, como shotokan-ryu, wado-ryu, shorin-ryu e shito- -ryu, dependendo do mestre que ensina essa prática. Uma das principais características do karatê é a capacidade cardiopulmonar, visto que os exercícios de respiração são elementos 37UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 37UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia essenciais da prática. O controle emocional e a redução do estresse são outros benefícios do karatê. Além disso, há desafios constantes e a motivação para a troca de faixas. É uma atividade perfeita para a melhora da concentração e o desenvolvimento do respeito ao outro. 5.5.8 Muay thai Arte marcial tailandesa que tem no combate em pé uma de suas características. No muay thai, os golpes de ataque ao oponente podem ser por meio dos pés, das pernas, dos cotovelos e das mãos. No início das aulas, são executados uma série de alongamentos para preparar o corpo para os chutes e movimentos rápidos. A capacidade cardiopulmonar e a força e a resistência muscular, principalmente do abdome e dos glúteos, são requeridas aos praticantes. 5.5.9 Taekwondo O fortalecimento dos membros inferiores é o objetivo dos praticantes do taekwondo, uma vez que são as principais armas dessa luta. As pernas são o fator principal tanto de ataque, canalizando sua força para atingir o oponente, como para o equilíbrio e a susten- tação do corpo. Os chutes altos, na tentativa de atingir a cabeça do oponente, fazem o praticante de taekwondo ter uma grande amplitude de movimentos, com benefícios para a flexibilidade e o fortalecimento de pernas e glúteos. 5.5.10 Capoeira A capoeira, uma expressão cultural brasileira que surgiu na época da escravidão, trazida pelos africanos, é considerada tanto uma dança como uma arte marcial. Com mo- vimentos característicos de pernas e braços, ela combina ritmo, harmonia e precisão e faz uso de música. Os praticantes simulam golpes de ataque e defesa com as pernas e os pés, e, com isso, os membros inferiores são fortalecidos. Os braços são utilizados como meios de equilíbrio para os golpes. 5.6 Modalidades adaptadas de combate As modalidades adaptadas de combate aliam o treinamento funcional com as técni- cas das lutas e das artes marciais. Essas modalidades surgiram com o objetivo de ser uma alternativa adicional na academia, pois não exigem o confronto entre os participantes, logo, não existe o risco de uma lesão advinda de um adversário. Outra característica é que, ao contrário das modalidades tradicionais de luta, as modalidades adaptadas de combate não exigem o aprimoramento técnico, pois não é uma prioridade, o que facilita a assimilação 38UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 38UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia dos exercícios. Os exercícios funcionais têm como objetivo condicionar o corpo de maneira global, utilizando um repertório de movimentos motores fundamentais, como correr, saltar, saltitar, lançar, pular, entre outros, para se atingir um nível excelente de aptidão física. Todos os movimentos das modalidades são pensados para a melhoria do condicionamento físico dos praticantes. 5.6.1 Aero kickboxing Adaptação do kickboxing que surgiu nos Estados Unidos, no início da década de 1990, com o advento da ginástica aeróbica, como uma forma de proporcionar aos prati- cantes uma atividade que garantisse o desenvolvimento das aptidões físicas relacionadas com a saúde, incorporando os exercícios aeróbicos com as técnicas do kickboxing. Os movimentos são ritmados pela música, o que acrescenta diversão ao treino. É uma modali- dade intensa, com poucos intervalos de descanso, o que faz o praticante sempre estar em movimento. 5.6.2 Body combat Com origem no ano 2000, na Nova Zelândia, pela academia Les Mills, o body combat faz parte do sistema body system, que abrange programas de exercícios e treinamento físico e aulas baseadas em coreografias. É um tipo de atividade que combina diversas artes marciais, sendo totalmente sem contato e sem movimentos complexos, trabalhando todos os grupos musculares. A versatilidade dessa modalidade permite ao praticante fazer o jogo da capoeira, os chutes do karatê e os socos do boxe, por exemplo, como meio de exercitar o corpo. Assim como o aero kickboxing, os movimentos do body combat são combinados com o ritmo de uma música, com a realização de coreografias preestabelecidas pelo pro- grama. No entanto, se, de um lado, as coreografias preestabelecidas são uma forma de padronização dos exercícios, reduzindo o grau de variabilidade, de outro, elas não permitem a individualização dos exercícios de acordo com o nível de condicionamento do praticante. 5.6.3 Combat Similar ao body combat, o combat é uma modalidade alternativa aos tradicionais exercícios aeróbicos, como a esteira ergométrica. Essa modalidade mescla diferentes artes marciais, com o objetivo de melhorar a aptidão física. Posições de ataque e defesa, movi- mentos amplos em velocidade e golpes precisos ajudam a fortalecer os grupos musculares de uma forma eficiente. 39UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 39UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 5.6.4 Funcional fight O funcional fight, criado pelo ex-lutador de MMA Eduardo Munra, é uma mistura de MMA com treinamento funcional. No início, os alunos de Eduardo achavam as aulas de lutas em geral monótonas, mas demonstravam muito interesse pelas suas aulas de funcional fight, que utilizavam uma variação dos exercícios nos treinos. O treinamento funcional visa ao trabalho com os movimentos multiarticulares básicos (empurrar, agachar, pular, sentar e levantar), e não com grupos musculares isoladamente. Nessa modalidade, os exercícios são diversificados, trabalhando tanto exercícios isométricos como isotônicos, além de utilizarem implementos, como cones, bolas, elásticos, entre outros. Nas aulas de funcional fight, não há contato físico entre os praticantes, e os exercícios, adaptados das artes marciais, procuram dar dinamismo, com um desafio constante para alcançar os objetivos propostos. 40UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 40UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia 6. PRODUZINDO UMA AULA PRÁTICA DE COMBATE DE ACADEMIA O planejamento e a preparação das aulas de prática de combate devemsempre levar em consideração o nível de aptidão física da turma e, na medida do possível, esta- belecer uma relação de individualidade com os alunos. De modo geral, as aulas podem ser divididas em três partes: aquecimento, parte principal e relaxamento/volta à calma. A escolha dos exercícios para cada grupamento muscular deve estar relacionada com as condições físicas dos praticantes, apresentando uma relação de casualidade contínua e replicável entre os exercícios multiarticulares, o tipo de contração muscular (isotônica ou isométrica) e os equipamentos utilizados (cordas, pesos livres, etc.), quando for o caso. O desempenho da força e da potência muscular é altamente dependente do me- tabolismo energético anaeróbio (MCARDLE; KATCH, F.; KATCH, V., 2008). A maior parte da restituição dos depósitos energéticos nos músculos ocorre em até 3 minutos, de modo que os intervalos de recuperação entre as séries de exercícios devem ser, inicialmente, de 2 a 3 minutos. Com o passar das sessões de treinamento e da adaptação aos exercícios, esse intervalo deve ser menor, mudando para 1 a 2 minutos (ACSM, 2000). Para Bompa e Cornacchia (2000), no início do programa de treinamento, deve-se utilizar cargas leves e moderadas, permitindo, assim, uma melhor familiarização, adaptação e aprendizado aos praticantes iniciantes. 41UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 41UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia Como visto, as práticas de combate de academia são modalidades que surgem como uma alternativa às práticas comuns de musculação, que, apesar de serem extre- mamente eficientes para a saúde, podem ser aulas monótonas e de difícil motivação para determinados alunos. As práticas de combate são caracterizadas por aulas de grande motivação, devido ao seu caráter social e integrativo entre os alunos da turma, que reali- zam aulas dinâmicas e variadas, com coreografias ritmadas por diversas músicas, o que, certamente, contribui para a motivação e a adesão dos praticantes. Do ponto de vista do professor, de forma geral, ao produzir uma aula de prática de combate, a atividade deve ser uma experiência divertida e prazerosa, a fim de que o praticante perceba os benefícios adquiridos e seja estimulado a vivenciar um estilo de vida ativo e saudável. SAIBA MAIS Na contemporaneidade, as questões de preconceito de gênero, principalmente das mu- lheres, têm atraído a atenção da sociedade. Neste artigo, as pesquisadoras têm como objetivo analisar as representações de feminilidade de lutadoras de boxe e de MMA, procurando entender como os processos de construção da identidade se dão em um ambiente considerado predominantemente masculino. Fonte: FERNANDES, V.; MOURÃO, L.; GOELLNER, S. V.; GRESPAN, C. L. Mulheres em combate : re- presentações de feminilidade em lutadoras de boxe e MMA. Rev. educ. fis. UEM. 26 (3), 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/refuem/a/nBPXjnxwb9FRV7h4BDLjxVR/?lang=pt REFLITA “Não crie limites para si mesmo. Você deve ir tão longe quanto sua mente permitir. O que você mais quer pode ser conquistado.” Mary Kay Ash. https://www.scielo.br/j/refuem/a/nBPXjnxwb9FRV7h4BDLjxVR/?lang=pt 42UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 42UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia Mary Kay Ash foi uma empresária americana que fundou a Mary Kay Cosmetics. Sua história é sinônimo de persistência. Mary trabalhou na Stanley Home Products e, após muito esforço e dedicação, ela não recebeu a merecida promoção, pois um homem, que ela disse que treinou, recebeu. Então, ela saiu da empresa e decidiu que escreveria um livro para ajudar mulheres que queriam entrar no mundo dos negócios. O livro acabou se tornando um plano de negócios que resultou na Mary Kay Cosmetics, uma das maiores empresas de cosméticos do mundo. 43UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 43UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, pudemos aprender um pouco sobre as práticas rítmicas de acade- mia, bem como seus benefícios e características específicas. Além disso, viu como elaborar uma aula prática rítmica de academia. Aprendeu também sobre a importância e os bene- fícios da atividade física, especificamente das práticas de combate. Além disso, conheceu as características das diversas modalidades de combate na academia e viu o modo de produção de uma aula de combate. Vale ressaltar que cada modalidade possui caracterís- ticas próprias, mas o seu objetivo comum é a promoção da saúde por meio da melhoria da aptidão física, tais como a função cardiorrespiratória, tonificação muscular, com aumento na hipertrofia, bem como a interação entre as pessoas, exercitando a sociabilização. 44UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 44UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia LEITURA COMPLEMENTAR Essa revisão sistemática atual, buscou analisar os efeitos da música sobre o exer- cício físico e o esporte. Será que é interessante treinar com música? Aproveite a leitura. Fonte: TERRY, P.C,; KARAGEORGHIS, C.I.; CURRAN, M.L.; MARTIN, O.V.; PARSONS-SMITH, R.L. Effects of music in exercise and sport: A meta-analytic review. Psychol Bull, 146(2):91-117, 2020. Dispo- nível em: https://content.apa.org/fulltext/2019-75018-001.pdf. Acesso em: 03 Jul. 2021. https://content.apa.org/fulltext/2019-75018-001.pdf https://content.apa.org/fulltext/2019-75018-001.pdf 45UNIDADE I Introdução às Ginásticas de Academia 45UNIDADE II Práticas Rítmicas e Combate de Academia MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Musculação e Ginástica de Academia Autores: Lafaiete Luiz de Oliveira Júnior. Editora: Sagah. Sinopse: O livro traz conceitos e informações essenciais para entendimento e aplicação das atividades de academia. FILME/VÍDEO Título: Ballet Fitness - Betina Dantas Ano: 2016 Sinopse: No vídeo, você verá um exemplo de componentes da aula de balé fitness com Betina Dantas, a criadora da modalidade. Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ws7d1Kx8g4g https://www.youtube.com/watch?v=Ws7d1Kx8g4g 46 Plano de Estudo: ● Treinamento Funcional; ● Ciclismo Indoor; ● Pump; ● Ginástica aeróbica; ● Step-training/ Body Step; ● Jump. Objetivos da Aprendizagem: ● Caracterizar o treinamento funcional; ● Definir os elementos de uma aula de ciclismo indoor; ● Descrever a organização de uma aula de pump; ● Caracterizar a ginástica aeróbica; ● Definir os componentes de uma aula de step-training; ● Analisar os elementos existentes em uma aula de jump. UNIDADE III Treinamento Funcional, Ciclismo Indoor, Pump, Ginástica Aeróbica, Step- Training e Jump Professor Dr. Flávio Ricardo Guilherme 47UNIDADE III Treinamento Funcional, Ciclismo Indoor, Pump, Ginástica Aeróbica, Step Training e Jump INTRODUÇÃO As modalidades treinamento funcional, ciclismo indoor e pump estão em alta nas academias e, a cada ano, atraem um grande público, cada vez mais diversificado. Devido à importância dessas modalidades no campo de trabalho do profissional de educação física, faz-se necessário discutir formas de elaboração de aulas e analisar aspectos importantes que devem ser levados em consideração ao elaborar o planejamento de cada modalidade e os benefícios atrelados à sua prática. Nesta Unidade, você estudará sobre as modalidades trei- namento funcional, ciclismo indoor ou spinning e pump. Além disso, conhecerá os elementos de uma aula de ciclismo indoor e verá como é feita a organização de uma aula de pump. No que diz respeito a ginástica aeróbica você conhecerá os benefícios, as formas de elaboração de uma aula e as características da ginástica aeróbica (no contexto das academias e clubes de esportes), do jump e do step-training. 48UNIDADE III Treinamento Funcional, Ciclismo Indoor, Pump, Ginástica Aeróbica, Step Training e Jump 1. TREINAMENTO FUNCIONAL O papel social do profissional de educação física vem sofrendo diversas mudanças ao longo dos anos
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