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Resumo - Feudalismo

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1 
 
FEUDALISMO 
 
 
A crise do mundo romano e as invasões bárbaras 
marcaram o fim do Império Romano do Ocidente e o 
advento da Idade Média. Das invasões resultou uma fusão 
de elementos romanos e germânicos, que condicionou 
o futuro da Europa Ocidental nos séculos seguintes, dando 
origem ao Feudalismo. 
 
O processo de formação do Feudalismo passou, 
pois, pela crise e ruralização do Império Romano nos 
séculos IV e V, pela constituição dos Reinos Romano-
Germânicos nos séculos VI e VII, pela organização do 
Império Carolíngio nos séculos VIII e IX, para se firmar em 
fins do século IX e princípios do século X. Antes de 
analisarmos tal processo, porém, vejamos duas 
civilizações que trilharam caminhos diversos da Europa 
feudal: a bizantina e a árabe. 
 
 
 
SUSERANIA E VASSALAGEM: A DEPENDÊNCIA PESSOAL 
 
Com o objetivo de obter a centralização política e o 
apoio da nobreza nas guerras, Carlos Magno incentivou e 
alterou o vínculo da vassalagem, comum entre os francos 
desde a época merovíngia. A doação do “benefício” (terra) 
em troca do juramento de fidelidade e serviços prestados 
ao rei passou a ser acompanhada do poder de comandar, 
punir, aplicar a justiça e cobrar impostos sobre a população 
local, de forma que o beneficiado passava a assumir 
funções do rei em suas terras. O juramento vassálico 
passou a ser feito mais no interesse em obter a terra 
(feudo), do que na lealdade ao soberano. A posse da terra 
tornou-se o verdadeiro fundamento da relação entre o rei 
e seus vassalos. 
 
A fusão da vassalagem com o benefício constituiu a 
base do sistema feudal e teve como consequência, o 
enfraquecimento do reino e do poder do rei. Os nobres 
mais importantes – duques, condes e marqueses – 
recebiam o feudo diretamente do rei, tornando-se seus 
vassalos diretos. Por sua vez, podiam repassar parte dele 
a outros nobres menores – viscondes, barões e cavaleiros 
– criando uma escala hierárquica de suserania e 
vassalagem que abrangia toda a aristocracia. 
 
 
 
HOMENAGEM E INVESTIDURA 
 
A prestação da vassalagem era feita através de uma 
cerimônia denominada “homenagem”, na qual o futuro 
vassalo se ajoelhava diante do senhor ou suserano, 
colocando suas mãos unidas entre as dele e tornando-se, 
por este ato, seu servidor fiel. Seguia-se o juramento de 
fidelidade, feito sobre a bíblia ou uma relíquia sagrada, 
selada por um beijo entre as partes. A “investidura” era o 
ato pelo qual o suserano entregava ao vassalo um 
punhado de terra, folhas, etc., simbolizando o feudo. A 
quebra do juramento de fidelidade implicava na perda do 
benefício. 
 
 
“(...) aos sete dos idos de abril, quinta-feira, as 
homenagens foram rendidas ao conde; e isto foi realizado 
segundo as formas determinadas para emprestar fé e 
fidelidade na ordem seguinte. Em primeiro lugar, fizeram 
homenagem desta maneira: o conde perguntou ao futuro 
vassalo se queria tornar-se seu homem sem reservas e 
este respondeu: ‘eu o quero’; estando então suas mãos 
apertadas nas mãos do conde, eles se uniram por um 
beijo. 
 
Em segundo lugar, aquele que havia feito 
homenagem hipotecou sua fé no porta voz do conde, 
nestes termos: ‘eu prometo em minha fé ser fiel ao conde 
Guilherme e de lhe guardar contra todos inteiramente 
minha homenagem, de boa fé e sem engano’; em terceiro 
lugar, ele jurou isso sobre as relíquias dos santos. Em 
seguida, com o bastão que tinha à mão, o conde lhes deu 
a investidura, a ele e a todos que vinham de lhe fazer 
homenagem, de lhe prometer fidelidade, e também de lhe 
prestar juramento.” 
 
(Galbert de Bruges, Histoire du meurtre de charles le bom 
conte de flandre”. Citado por Pinsky, J. (org.) Modo de produção 
feudal. São Paulo, Global, 1982, p. 64.) 
 
 
 
A FRAGMENTAÇÃO DO PODER 
 
O Império Carolíngio estava dividido em torno de 
250 condados, territórios administrados pelos condes, 
representantes e vassalos diretos do rei, responsáveis pela 
aplicação da justiça, pela arrecadação das taxas e pela 
manutenção da ordem. O conde podia nomear auxiliares – 
os viscondes – que exerciam o poder na sua ausência. 
 
Os territórios localizados nas fronteiras eram 
denominados marcas e seus titulares – os marqueses – 
gozavam de autoridade civil e militar. Existiam ainda os 
reinos e os ducados, áreas tradicionalmente 
independentes, anexadas ao império nas últimas 
campanhas de Carlos Magno e com tendências 
separatistas. Seus titulares, os príncipes e os duques, 
tinham bastante autonomia local, mas deviam fidelidade e 
tributos ao soberano carolíngio. A Frísia, o Saxe, a Baviera 
eram reinos e a Lombardia, a Bretanha e a Gasconha eram 
ducados. 
 
Carlos magno morreu em 814. Foi sucedido por seu 
filho Luís, o piedoso, que governou até 840, tendendo 
mais para uma postura cristã e para manter a paz e a 
justiça. Com isso, as guerras de conquista diminuíram, 
assim como os lucros obtidos com as pilhagens, de forma 
que o rei tinha que remunerar os vassalos com suas 
próprias terras, base de seu poder, enfraquecendo a 
monarquia. Após a morte de Luís, seguiu-se um período 
de lutas sucessórias entre seus três herdeiros, pois os 
francos desconheciam o principio da primogenitura. Em 
843, sob a inspiração da igreja, foi feito o Tratato de 
Verdun, que deu origem a três reinos: Lotário I recebeu a 
Lotaríngia (Países Baixo, Suiça e norte da Itália); Luís, o 
germânico ficou com a Germânia (parte oriental) e Carlos 
II com a França. 
 
 
 
2 
 
No final do século X havia na França cerca de 50 
divisões políticas, destacando-se os condados e ducados 
de Flandres, da Normandia, da Aquitânia, de Toulouse, da 
Ile-de-France, de onde se originaram os reis capetos, 
dinastia que governou a frança de 987 a 1328. 
 
Na Germânia (Alemanha), a dinastia carolíngia 
extinguiu-se em 911. Otão I, da Saxônia, foi eleito rei pelos 
seus pares, apoiado pelo papa. Surgia um novo reino que 
resultava da reunião da Itália, da Alemanha e da Borgonha, 
passando a se chamar Sacro Império Romano Germânico. 
Entretanto, o poder do rei era fraco em todas as três 
regiões, devido ao poderio militar dos nobres em seus 
principados e ducados e à influência da Igreja. 
 
A monarquia carolíngia, ao esforçar-se para 
conseguir a centralização política, chegou a um resultado 
oposto, parcelando o poder dos reis, processo acelerado 
pelas invasões de vikings, muçulmanos e húngaros 
ocorridas na Europa, nos séculos IX e X. Na prática, o 
monarca transformou-se em suserano de seus vassalos, 
aos quais estava muito unido por laços de fidelidade, em 
troca de terras e privilégios políticos. A ligação entre 
benefício e vassalagem se tornou tão forte, que os nobres 
obedeciam ao rei, não por serem súditos, mas por serem 
vassalos beneficiados com a posse do feudo. 
 
 
 
ALTA IDADE MÉDIA X BAIXA IDADE MÉDIA 
 
ALTA IDADE MÉDIA 
 
* formação do feudalismo 
* decadência do comércio 
* ruralização econômica 
* fortalecimento do poder local exercido pelos 
senhores feudais 
* ascensão da igreja e da cultura teocêntrica 
* Europa invadida por povos bárbaros; mais tarde, 
por árabes, Vikings, etc. 
 
 
BAIXA IDADE MÉDIA 
 
* renascimento comercial e urbano 
* decadência do feudalismo 
* decadência do poder local e fortalecimento do poder 
nacional, representado pelo rei 
* efervescência cultural urbana 
* Europa invasora, conquistadora, com as Cruzadas e 
outras investidas 
 
 
O FEUDALISMO 
 
O sistema feudal existiu na Europa entre os 
séculos IX e XI, quando predominou a economia rural, o 
trabalho servil, a mentalidade católica e uma forma de 
organização política descentralizada. 
 
 
O Feudalismo pode ser visto enquanto um sistema de 
produção a partir do século IX, definido após um longo 
processode formação, reunindo principalmente elementos 
de origem germânica e de origem romana. Essa estrutura 
foi marcante na Europa Ocidental e responsável pela 
consolidação de conceitos e valores que se perpetuarão. 
Muitos vêem nesse momento o desenvolvimento da 
“Europa Cristã”. 
 
 
 
A ECONOMIA 
 
A economia feudal possuía base agrária, ou seja, 
a agricultura era a atividade responsável por gerar a 
riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo, outras 
atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido 
de complementar a primeira e suprir necessidades básicas 
e imediatas de parcela da sociedade. A pecuária, a 
mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio 
eram atividades que existiam, de forma secundária. Como 
a agricultura era a atividade mais importante, a terra era o 
meio de produção fundamental. Ter terra significava a 
possibilidade de possuir riquezas ( como na maioria das 
sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a 
caráter estamental da sociedade. Os proprietários rurais 
eram denominados Senhores Feudais, enquanto que os 
trabalhadores camponeses eram denominados servos. 
O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo 
é algo complexo, pois ele podia apresentar muitas 
variações, desde vastas regiões onde encontramos vilas e 
cidades em seu interior, como grandes “fazendas” ou 
mesmo pequenas porções de terra. Para tentarmos 
perceber o desenvolvimento socioeconômico do período, o 
melhor é imaginarmos o feudo como uma grande 
propriedade rural. O território do feudo era dividido 
normalmente em três partes: O Domínio, terra comum e 
manso servil 
 
O Domínio é a parte da terra reservada 
exclusivamente ao senhor feudal e trabalhada pelo servo. 
A produção deste território destina-se apenas ao senhor 
feudal. Normalmente o servo trabalha para o senhor 
feudal, nessa porção de terra ou mesmo no castelo, por um 
período de 3 dias, sendo essa obrigação denominada 
corvéia. 
 
Terra comum e a parte da terra de uso comum. 
Matas e pastos que podem ser utilizadas tanto pelo senhor 
feudal como pelos servos. É o local de onde retiram-se 
lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os 
animais. 
 
Manso servil era a parte destinada aos servos. O 
manso é dividido em lotes (glebas) e cada servo tem direito 
a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a um servo 
não é contínuo, ou seja, as terras de vários servos são 
subdivididas e umas intercaladas nas outras. De toda a 
produção do servo em seu lote, metade da produção 
destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma 
obrigação denominada talha. 
 
Esse sistema se caracteriza pela exploração do 
trabalho servil, responsável por toda a produção. O servo 
não é considerado um escravo, porém não é um 
http://historianet.zip.net/main/conteudos.asp?conteudo=154
 
 
3 
 
trabalhados livre. O que determina a condição servil é seu 
vínculo com a terra, ou seja, o servo esta preso a terra. Ao 
receber um lote de terra para viver e trabalhar, e ao receber 
(teoricamente) proteção, o servo esta forçado a trabalhar 
sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo 
abandonar a terra. Essa relação, definiu-se lentamente 
desde a crise do Império Romano com a formação do 
colonato. 
 
Além da corvéia e da talha, obrigações mais 
importantes devidas pelo servo ao senhor, existiam outras 
obrigações que eram responsáveis por retirar dos servo 
praticamente tudo o que produzia. 
 
Tradicionalmente a economia foi considerada 
natural, de subsistência e desmonetarizada. Natural por 
que baseava-se em trocas diretas, produtos por produto e 
diretamente entre os produtores, não havendo portanto um 
grupo de intermediários (comerciantes); de subsistência 
por que produzia em quantidade e variedade pequena, 
além de não contar com a mentalidade de lucro, que 
exigiria a produção de excedentes; desmonetarizada por 
não se utilizar de qualquer tipo de moeda, sendo que havia 
a troca de produto por produto. 
 
Apesar de podermos enxergar essa situação 
básica, cabem algumas considerações: o comércio 
sempre existiu, apesar de irregular e de intensidade muito 
variável. Algumas mercadorias eram necessárias em todos 
os feudos mas encontradas apenas em algumas regiões, 
como o sal ou mesmo o ferro. Além desse comércio de 
produtos considerados fundamentais, havia o comércio 
com o oriente, de especiarias ou mesmo de tecidos, 
consumidos por uma parcela da nobreza (senhores 
feudais) e pelo alto clero. Apesar de bastante restrito, esse 
comércio já era realizado pelos venezianos. 
 
Mesmo o servo participava de um pequeno 
comércio, ao levar produtos excedentes agrícolas para a 
feira da cidade, onde obtinha artesanato urbano, 
promovendo uma tímida integração entre campo e cidade. 
“ A pequena produtividade fazia com que qualquer 
acidente natural (chuvas em excesso ou em falta, pragas) 
ou humano (guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) 
provocasse períodos de escassez” (1) Nesse sentido havia 
uma tendência a auto suficiência, uma preocupação por 
parte dos senhores feudais em possuir uma estrutura que 
pudesse prove-lo nessas situações. 
 
 
 
A SOCIEDADE 
 
A sociedade feudal era composta por duas classes 
sociais básicas: senhores e servos. A estrutura social 
praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que 
a condição de um indivíduo era determinada pelo 
nascimento, ou seja, quem nasce servo será sempre 
servo. Utilizando os conceitos predominantes hoje, 
podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência e 
etc, eram características que não podiam alterar a 
condição social de um homem. 
 
O senhor era o proprietário dos meios de 
produção, enquanto os servos representavam a grande 
massa de camponeses que produziam a riqueza social. 
Porém podiam existir outras situações: a mais importante 
era o clérigo. Afinal o clero é uma classe social ou não? 
O clero possuía grande importância no mundo feudal, 
cumprindo um papel específico em termos de religião, de 
formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel 
do clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, 
pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros 
da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma 
classe social, pois seus membros ou são de origem 
senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero). 
 
 
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta 
sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de Laon: 
“na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros 
trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o 
trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual 
por sua vez presta seu apoio aos outros” Para o bispo, o 
conjunto de servos é “uma raça de infelizes que nada podem 
obter sem sofrimento”. Percebe-se o discurso da Igreja como 
uma tentativa de interpretar a situação social e ao mesmo 
tempo justifica-la, preservando-a. Nesta sociedade, cada 
camada tem sua função e portanto deve obedece-la como 
vontade divina. 
 
Na camada superior, “os guerreiros” pode-se 
perceber uma diferença entre nobres e cavaleiros. Os 
primeiros descendem das principais famílias do período 
carolíngeo, enquanto que os demais se tornaram 
proprietários rurais a partir da concessão de extensões de 
terras oferecidas pelos nobres. Essa relação era bastante 
comum, fortalecia os laços entre os membros da elite, mesmo 
por que os cavaleiros se tornavam vassalos e ao mesmo 
tempo procuravam imitar o comportamento da nobreza 
tradicional, adotando sua moral e seus valores. Com o passar 
do tempo a diferenciação entre nobres e cavaleiros foi 
desaparecendo; preservou-se no entanto a relação de 
suserania e vassalagem. 
 
A relação de suserania e vassalagem é bastante 
complexa. Sua origem remonta ao Reino Franco, 
principalmente durante o reinado de Carlos Magno e 
baseia-se na concessão do feudo (beneficium). 
 
Surgem os dois primeiros problemas: Quem esta 
envolvido nesta relação? e, o que é feudo? 
 
Esta relação é eventual, pode existir ou não, 
dependendo da vontade ou da necessidadedas partes, 
que são sempre dois senhores feudais; ou seja, é uma 
relação social que envolve membros da mesma camada 
social, a elite medieval. O termo feudo originariamente 
significava “benefício”, algo concedido a outro, e que 
normalmente era terra, daí sua utilização como sinônimo 
da “propriedade senhorial”. Suserano é o senhor que 
concede o benefício, enquanto que vassalo é o senhor que 
recebe o benefício. Esta relação, na verdade bastante 
complexa, tornou-se fundamental durante a Idade Média e 
serviu para preservar os privilégios da elite e materializava-
se a partir de três atos: a homenagem , a investidura e o 
juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era um 
grande proprietário rural e que pretende aumentar seu 
exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um 
homem que necessita de terras e camponeses. 
 
 
4 
 
O PODER 
 
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder 
centralizada. Não existe a noção de Estado ou mesmo de 
nação. Portanto consideramos o poder como localizado, ou 
seja, existente em cada feudo. Apesar da autonomia na 
administração da justiça em cada feudo, existiam dois 
elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a 
própria ordem vassálica, onde o vassalo deve fidelidade a seu 
suserano; o segundo é a influência da Igreja Católica, única 
instituição centralizada, que ditava as normas de 
comportamento social na época, fazendo com que as leis 
obedecessem aos costumes e à “ vontade de Deus”. Dessa 
forma a vida quase não possuía variação de um feudo para 
outro. 
 
É importante visualizar a figura do rei durante o 
feudalismo, como suserano-mor, no entanto sem poder 
efetivo devido a própria relação de suserania e a tendência 
á auto-suficiência econômica. 
 
(1) Franco Jr, Hilário, O feudalismo, Ed. Brasiliense, col. Tudo é 
História 
 
 
 
O DOMÍNIO E O COLONATO: O SISTEMA SENHORIAL 
 
Na integração da herança romano-germânica, 
formou-se uma nova sociedade em que se fundiram a 
grande e a pequena propriedade, o camponês livre e o 
trabalhador escravo, emergindo o domínio e o colonato. 
O domínio ou senhorio tornou-se o modelo da 
propriedade rural do mundo romano-germânico, 
principalmente na Gália, sofrendo algumas variações de 
região para região. Pertencia aos grandes senhores de 
origem romana ou bárbara e à igreja. Com área variável 
(entre 200 e 2000 hectares), constituia-se de parte 
interligadas: a reserva senhorial, os lotes (manso) 
destinados aos camponeses e os bosques, prados, 
baldios e pastagens, de uso comum. 
 
A reserva senhorial (ou manso senhorial), de uso 
exclusivo do senhor, consistia na melhor e na maior parte 
das terras do domínio. Era formada pela casa senhorial, 
cercada de celeiros, estábulos, fornos, oficinas artesanais, 
chiqueiros, moinho, capela, pomar e horta. Possuía 
também terras aráveis para o plantio de vinhas e cereais, 
além de prados e bosques, onde era praticada a caça. 
 
Os mansos ou tenências eram lotes de 12 a 15 
hectares, situados no interior do domínio, arrendados aos 
servos, devendo seu cultivo suprir as necessidades de 
cada família. As casas dos camponeses agrupavam-se 
num determinado local do domínio, formando uma aldeia. 
 
O colono tinha de prestar determinado número de 
jornadas de trabalho gratuitas (corvéias) para o senhor, a 
quem cabia a proteção e a garantia de terra para o cultivo. 
As corvéias consistiam em lavrar, plantar, colher e 
transportar gêneros alimentícios nas terras da reserva 
senhorial e executar serviços gerais como consertos e 
manutenção da propriedade. O camponês era também 
obrigado a entregar ovos, galinhas, ovelhas ou leitões 
como uma renda “in natura” devida ao senhor, além de 
moedas de prata pelo uso do pasto e de benfeitorias 
senhoriais como o moinho. 
 
O colonato, que atingia praticamente todos os 
camponeses, significou ao mesmo tempo um aviltamento 
da condição do homem livre agora submetido ao senhor e 
uma melhoria na situação do escravo que recebia um lote 
de terra para cultivar. A partir do século IX, ambos tiveram 
sua condição nivelada, passando a ser chamados de 
servos da terra. 
 
O proprietário do domínio (senhor leigo ou 
eclesiástico), através das corvéias (trabalho gratuito), 
apoderava-se de grande parte do trabalho do camponês. 
Essa forma de exploração tornou-se a base do sistema 
senhorial. 
 
 
 
 
AS INVASÕES DE MULÇUMANOS, VIKINGS E HÚNGAROS 
 
A Europa Ocidental enfrentou nova onda invasões 
nos séculos IX e X, o que contribuiu para reforçar a 
ruralização e diminuir ainda mais o poder dos monarcas 
carolíngios, cujo império, a partir do século X, não existia 
mais. 
 
Os habitantes do litoral e das ilhas do mar 
mediterrâneo e os navios que por aí circulavam se 
tornaram alvo dos constantes atos de pirataria dos árabes 
muçulmanos que, provenientes do norte da África, haviam 
se fixado na Espanha desde 711. Conquistaram a Córsega 
e a Sicília e pilharam os principais centros italianos durante 
todo o século IX como Palermo, Messina, Siracusa, Roma, 
Florença. 
 
Vindos da Escandinávia, ao norte, chegaram os 
vikings ou normandos, irrompendo nas costas da 
Inglaterra, da Irlanda, da França e da Espanha. Também 
durante o século IX, pilharam ricas abadias e cidades como 
Rouen, Nantes, Hamburgo, Paris, chegando até Lisboa e 
Sevilha. Hábeis navegantes, com seus barcos velozes 
passavam do mar para os rios menos profundos, 
explorando ao máximo as vias fluviais. 
 
 
A PIRATARIA NORMANDA 
 
“(...) anos de 852-862 – o número dos navios 
aumenta. A multidão dos normandos não deixa de crescer; 
por toda parte os cristãos são vítimas de massacres, 
pilhagens, devastações, incêndios cujos testemunhos 
subsistirão enquanto durar o mundo. Tomam todas as 
cidades que atravessam sem que alguém lhes resista; 
tomaram as de Bordéus, Périgueux, Limoges, Angoulême 
e Tolosa. Tours, Angers, como Órleans são destruídas; 
muitas cinzas de santos são roubadas. Assim se realiza, 
pouco mais ou menos, a ameaça que o senhor proferiu 
pela boca do seu profeta: ‘um flagelo vindo do norte se 
espraiará sobre os habitantes da terra.’ Alguns anos 
depois, um número incalculável de navios normandos sobe 
o rio Sena. O mal aumenta nessa região. A cidade de Roen 
é invadida, pilhada, incendiada; as de Paris, Beauvais e 
Meaux são tomadas; a praça forte de Melun é devastada; 
 
 
5 
 
Chartres é ocupada; Evreux é pilhada, assim como Baveux 
e todas as outras cidades são invadidas sucessivamente. 
Quase não há localidade ou mosteiro que seja respeitado, 
todos os habitantes fogem e raros são os que ousam dizer: 
‘Restai, restai, lutai pelo vosso país, pelos vossos filhos, 
pela vossa família!’ (Freitas, p.134) 
 
A Europa cristã foi também saqueada pelos 
húngaros, que vindos do leste, como os hunos, a partir de 
899 atacaram as regiões da Germânia, da França, do norte 
da Itália, tendo sido finalmente derrotados pelo rei Ótão, da 
Saxônia (na Germânia). 
 
Os invasores buscavam ouro, prata e jóias, 
entesourados principalmente nos mosteiros e nas igrejas. 
O resgate de prisioneiros era também uma forma de obter 
riqueza. Os senhorios e as aldeias perderam parte de seus 
camponeses, levados como escravos. Muitos servos, 
fugindo dos ataques, estabeleceram-se em outros 
domínios, ao serviço de novos senhores que os 
explorassem menos. 
 
A defesa da Europa coube aos nobres guerreiros 
que com suas armaduras e espadas defendiam 
propriedades e camponeses. Surgiram fortificações em 
torno das aldeias, dos mosteiros e dos castelos. No 
decorrer do século X, a Europa contava com uma eficiente 
rede de castelos fortificados. Tolhido o ímpeto dos 
invasores, sedentarizados e convertidos ao cristianismo, 
normandos e húngaros passaram ajudar os antigos 
inimigos a se defenderem dos muçulmanos no 
mediterrâneo e dos mongóis a leste dos Bálcãs. 
 
 
 
SACERDOTES, GUERREIROS E CAMPONESES 
 
“A sociedade está dividida em três ordens. Além 
da eclesiástica, a lei reconhece outras duas condições:a 
do nobre e a do servo que não são regidas pela mesma lei. 
Os nobres são os guerreiros, os protetores das igrejas, 
defendem a todo o povo e ao mesmo tempo se protegem 
a eles mesmos. A outra classe é a dos servos. Essa classe 
de desgraçados não possui nada sem sofrimento; fornece 
provisões e roupas a todos pois os homens livres não 
podem valer-se sem eles. Assim, pois, a cidade de deus 
que é tomada como una, na verdade é tripla. Alguns 
rezam, outros lutam e outros trabalham. As três ordens 
vivem juntas e não podem ser separadas.” 
 
(Adalberon, “Carmen ad rotbertum regem francorum”, 
citado por Pinsky, J., op. Cit. P.71.) 
 
 
A sociedade feudal era formada pela aristocracia 
proprietária de terras (composta pelo alto clero e pela 
nobreza) e pela massa de camponeses (servos e vilões 
não proprietários). 
 
O clero ocupa papel relevante na sociedade 
feudal. Os sacerdotes destacavam-se como servidores de 
deus, detentores da cultura e administradores das grandes 
propriedades da igreja, além de sua marcante ação 
assistencial aos desvalidos. A igreja procurava legitimar o 
modo de agir da aristocracia, afirmando que deus tinha 
distribuído tarefas específicas a cada homem e que, 
portanto, uns deviam rezar pela salvação de todos (o 
clero), outros deviam lutar para proteger o povo de deus (a 
nobreza) e os outros deviam alimentar com seu trabalho, 
aqueles que oravam e guerreavam (os camponeses). 
 
Os nobres (reis, duques, marqueses, viscondes, 
barões e cavaleiros) habitavam os castelos, que eram, ao 
mesmo tempo, residência e núcleo de defesa contra os 
ataques de inimigos. 
 
 “O castelo é sinal de segurança, de poderio e de 
prestígio. No século XI erguem-se as torres e vence a 
preocupação da defesa. Em seguida, precisam-se os 
encantos da habitação. Continuando bem defendidos, os 
castelos passam a dar mais lugar aos alojamentos e criam 
edifícios de habitação dentro das muralhas. Mas a vida 
ainda se concentra na sala grande. O mobiliário é diminuto. 
As mesas em geral são desmontáveis e uma vez 
concluídas as refeições, são retiradas. O móvel normal é a 
arca ou baú, onde são arrumadas as roupas ou a baixela. 
Esta é de um supremo luxo, resplandece e é também uma 
reserva econômica.” 
 
 (Le Goff, J. p.125.) 
 
 
“O castelo é, principalmente, um local fortificado, 
uma fortaleza; na origem, era de madeira; os seus 
principais elementos eram uma paliçada e uma torre de 
dois andares, a cave e uma grande sala, em que se entrava 
por uma escada de mão. Era construído sobre uma 
elevação do terreno, a ‘motte’. O castelo passa a ser a 
base visível e concreta dos poderes do castelão, cuja 
bandeira ondula na torre de mensagem. 
 
(Le Goff, J. V.2, p. 275) 
 
 
O senhor feudal procurava cercar-se em seu castelo 
de uma corte numerosa, com dezenas de comensais entre 
vassalos, parentes, amigos, cavaleiros, além de criados 
domésticos e artesãos especializados (ferreiros, carpinteiros, 
tecelões, prateiros, ourives, curtidores, cervejeiros). Sua 
hospitalidade pressupunha adegas e celeiros sempre cheios, 
mesmo em épocas de colheitas baixas. Para isso, os grandes 
senhores possuíam vários domínios, administrados em sua 
ausência pelos intendentes, encarregados de fiscalizar a 
produção dos camponeses. 
 
Os nobres gastavam seus rendimentos em Joias e 
banquetes e ocupavam seu tempo em treinamentos no uso 
de armas (espada, lança e escudo), em torneios, duelos e 
caçadas, utilizando cães e cavalos amestrados, símbolo de 
pompa e riqueza. A necessidade de melhores 
equipamentos, armaduras e cotas de malhas contribuíram 
para o progresso da metalurgia. 
 
Caravanas e mensageiros a serviço do senhor 
feudal percorriam constantemente os caminhos precários 
da época, mobilizando bois, cavalos, carroças, barcos e 
homens para transportar os artigos de que os nobres 
necessitavam. Os torneios e as festas atraíam grande 
número de artífices e mercadores para as redondezas dos 
castelos, interessados em novos negócios. 
 
 
6 
 
As despesas da nobreza eram asseguradas pelos 
tributos arrancados aos servos; quando isso não bastava, 
os senhores recorriam a empréstimos, inicialmente junto 
às igrejas e posteriormente junto aos judeus, nessa época 
os únicos isentos da condenação da usura que recaía 
sobre os cristãos. 
 
Os camponeses, anteriormente colonos e 
escravos, transformaram-se em servos da gleba (presos a 
terra) ou vilões (livres), dependentes do senhor que 
detinha o poder de proteger, de julgar, de punir e de 
arrecadar impostos, tendo em vista a fragmentação do 
poder público. Estavam submetidos a uma série de 
encargos e sujeições considerados infamantes, como as 
corvéias, as banalidades, o direito de consórcio e a 
impossibilidade de abandonar o domínio sem autorização. 
 
As corvéias consistiam na obrigação de prestar ao 
senhor serviços gratuitos de tipo variado como: trabalho na 
lavoura, construção de cercas e pontes, entrega de pilhas 
de lenha, durante determinados dias da mesma. As 
banalidades eram taxas cobradas pelo uso do moinho do 
senhor para moer cereais, do forno para assar o pão e o 
lagar para pisar as uvas para o vinho. 
 
Os servos não possuíam a plena posse de seu lote 
ou manso e, portanto, não podiam transmiti-lo livremente 
por herança. Ao morrer um camponês, seu filho pagava 
uma taxa de sucessão para continuar em seu lugar. A 
condição de servo impunha também a autorização do 
senhor para contrair matrimônio. Se o futuro cônjuge 
pertencesse a outra aldeia ou domínio, o senhor exigia 
uma compensação em dinheiro para permitir o casamento. 
 
 
 
OS DIREITOS SENHORIAIS EM VERSON 
 
“Em São João (24 de junho), os camponeses de 
Verson na Normandia devem ceifar os prados do senhor e 
levar os frutos ao castelo. Depois, devem cuidar dos 
fossos. Em agosto, colheita do trigo que devem levar à 
granja. Eles próprios não podem recolher os seus feixes 
senão depois que o senhor tirou antecipadamente a sua 
parte. Em setembro, devem a ‘porcagem’: um porco em 
oito e dos mais bonitos. Em São Diniz (9 de outubro) 
pagam o ‘censo’, depois o direito de fechar o seu campo. 
No começo do inverno, corvéia sobre a terra senhorial, 
para prepará-la, semear e passar a grade. Em Santo André 
(30 de novembro) paga-se uma espécie de bolo. Pelo 
natal, ‘galinhas boas e finas’. 
 
Depois, uma certa quantidade de cevada e trigo. 
Se o camponês vender a sua terra, a décima terceira parte 
do preço de venda pertence ao senhor. No domingo de 
ramos, deve ele a ‘carneiragem’ – um certo número de 
carneiros – e uma nova corvéia de trabalho. Depois deve 
ir para a forja, ferrar os cavalos; no bosque, cortar as 
árvores para o senhor e fazer a corvéia do carreto. Ainda 
mais: o moleiro do castelo, para moer o grão do camponês, 
cobra um alqueire de grão e uma certa quantidade de 
farinha; no forno, é preciso pagar também, e o ‘forneiro jura 
que, se não tiver o seu pagamento, o pão do camponês 
ficará mal cozido e mal ‘virado’”. 
 
(Luchaise, “La société française au temps de Philippe 
Auguste.” Citado por Alba, André. A idade média. S.p., 
ed. Mestre Jou, 1967, p.33/34.) 
 
 
Para a nobreza, o servo comparava-se a um 
animal selvagem, de uma feiúra repugnante e sempre de 
mau humor. Era ridicularizado em poemas que se referiam 
a ele como “vilão”, “rústico”, “gatuno”, “diabo”, “ladrão”, 
apresentando-o ainda como um viciado, maldito e 
miserável. Dessa maneira, o camponês medieval, além de 
explorado pelas corvéias e impostos, era desprezado e 
visto como uma figura que apenas se parecia com uma 
pessoa humana. 
 
Naquela época, as terras cultivadas não eram 
muito extensas e os campos não tinham proteção contra a 
má colheita provocada por seca, inundação ou passagem 
de soldados. Por isso, a população camponesa 
alimentava-se mal, vivendo à beira da fome ou morrendo 
com as epidemias tão comuns na Idade Média e que 
atingiam principalmente a camada mais pobre. 
 
A exploração dos servos pelos nobres esbarrava 
numa forte resistênciade muitos deles, que não recolhiam 
os tributos devidos, incendiavam as colheitas, fugiam para 
as florestas ou uniam-se a bandos de foras da lei. Revoltas 
camponesas, mesmo duramente reprimidas, não foram 
raras e caracterizavam as relações de conflito entre a 
nobreza e o campesinato durante a época feudal. 
 
 
OS REINOS ROMANO-GERMÂNICOS 
 
Ao longo do século V, os reis bárbaros se 
apoderaram das províncias ocupadas, dividindo o Império 
Romano do Ocidente em diversos reinos: o reino dos 
vândalos na África do Norte, o reino dos suevos em 
Portugal, o reino visigodo na Espanha, o reino dos francos 
no norte da França, o reino dos borgúndios no centro da 
França. Em 476, Odoacro, rei dos Hérulos, derrotou 
Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente e ocupou 
Roma. Logo em seguida, foi vencido pelos ostrogodos de 
Teodorico, que fundou um reino na Itália e parte dos 
Bálcãs, em 493. 
 
Os bárbaros eram camponeses e soldados e como 
já foi dito, faltava-lhes a noção de estado. Conservando 
suas armas, seus hábitos, sua língua, sua religião 
politeísta e seus reis, adaptaram-se a progressiva 
ruralização do Império. Na verdade, foram eles próprios 
propulsores dessa ruralização ao espalharem o medo e a 
insegurança nas terras do antigo império, agora 
desprovido do poder central. Porém, com a acomodação 
das forças, introduziram alguns de seus costumes, como 
a noção de fidelidade pessoal entre o rei (chefe do bando 
armado) e seu séquito de guerreiros. Nos reinos bárbaros 
que se formaram, a noção de bem público não existia, pois 
entre eles o reino era considerado uma propriedade 
particular do rei, que recompensava seus fiéis seguidores 
com terras e produtos dos saques. 
 
Os primeiros “estados” bárbaros não tiveram vida 
muita longa, com a exceção dos francos, que subjugando 
os borgúndios, iniciaram uma expansão que daria origem 
 
 
7 
 
ao império de Carlos Magno. Na África e na Itália, os 
bizantinos (do Império Romano do Oriente) dominaram os 
vândalos e os ostrogodos. Na Espanha, os visigodos foram 
vencidos pelos muçulmanos (vindo do norte da África) que 
aí ficaram de 711 até o século XV. Os anglo-saxões 
conquistaram a Inglaterra e os lombardos desceram sobre 
a Itália, dando uma nova configuração ao mapa da 
Europa. 
 
Os nobres, francos e lombardos, ao se 
estabeleceram na Gália e na Itália, apropriavam-se de 1/3 
ou de 2/3 das propriedades pertencentes aos romanos, 
baseados no princípio da “hospitalidade”. Lotes de terra 
eram repartidos entre os membros pobres da tribo, como 
colonos ou pequenos proprietários. Em pouco tempo, 
estava consolidada uma aristocracia romano-germânica, 
com um campesinato dependente também da mesma 
origem. 
 
As invasões germânicas contribuíram também para 
alterar a situação dos escravos que ainda existiam. A 
expansão dos ideais cristãos, a mortalidade, as fugas e o 
colonato levaram os senhores a considerar mais 
conveniente entregar aos escravos remanescentes um lote 
de terra para cultivo, com a obrigação do pagamento de 
uma renda “in natura” de gêneros variados, sendo-lhes 
permitido constituir família. 
 
O estabelecimento dos reinos bárbaros levou a 
Igreja Católica Romana a procurar uma base de apoio que 
garantisse sua sobrevivência e facilitasse a missão de 
converter os germanos ao verdadeiro cristianismo. Isso foi 
conseguido a partir de uma aliança com o Reino Franco, 
facilitada pela conversão do rei Clóvis, responsável pela 
unificação de todas as tribos francas e fundador da dinastia 
Merovíngia, no início do século VI. 
 
A conversão dos francos ao cristianismo tornou a 
Igreja protegida pelo estado. Seu patrimônio foi ampliado 
com novas doações de terras concedidas pelos reis 
merovíngios, gozando de privilégios como a “imunidade”, 
isto é, a isenção de impostos e de justiça do rei. A Gália 
tornou-se centro de irradiação do cristianismo e os francos 
muito se utilizaram dos bispos e do alto clero católico para 
a organização e a administração de seu reino. 
 
Além de religião, a língua latina constituiu-se 
também em um grande fator de aproximação entre 
romanos e bárbaros, por ser a língua administrativa, na 
qual as leis eram redigidas. Progressivamente, verificava-
se um processo de fusão de elementos tanto romanos 
quanto germânicos, dando origem a uma nova Europa. O 
mundo romano forneceu a tradição dos latifúndios, do 
colonato e da vinculação dos camponeses à terra, 
enquanto os germanos contribuíram com a noção de 
fidelidade pessoal e a inexistência da noção de coisa 
pública, sendo reino considerado patrimônio pessoal do 
rei, que dele podia dispor como quisesse. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
01. (UFPE) A crise do sistema feudal acelerou-se no 
século XIV. Esta crise manifestou-se de várias 
maneiras. Assinale a alternativa incorreta. 
 
a) Devido à forma de exploração utilizada durante toda a 
Idade Media houve esgotamento do solo e 
consequentemente a produção agrícola diminuiu. 
b) A queda da produção agrícola teve como consequência 
imediata a subida dos preços. 
c) Com a falta de produtos os mercados tendiam a fechar 
nas cidades e a fome atingiu também a população do 
campo. 
d) Neste período a peste negra assolava em toda a 
Europa causando a morte da população. 
e) Com a diminuição da taxa de crescimento populacional 
os preços tenderam a baixar e os senhores feudais e 
nobres mantiveram seu padrão econômico. 
 
 
 
02. (CEFET - MG) A peste negra, que dizimou grande 
parte da população européia no século XIV, 
provocando escassez de mão-de-obra e alimentos, e 
sendo uma das causas da decadência do feudalismo, 
pode ser descrita como: 
 
a) a peste bubônica, transmitida por ratos infectados. 
b) uma seca violenta que devastou as lavouras. 
c) Nuvens de gafanhotos provenientes do norte da África. 
d) a cólera, trazida pelos cruzados quando retornavam da 
terra santa. 
e) fungos que surgiram pelo excesso de umidade, 
atacando as plantações de cereais. 
 
 
 
03. (Fatec-SP) Dentre as causas da desagregação da 
ordem econômica feudal, é possível mencionar: 
 
a) a capitalização intensa realizada pelos artesãos 
medievais e a criação de grandes unidades industriais, 
que acabaram subvertendo a economia feudal. 
b) o desinteresse da nobreza e do clero pela manutenção 
do Feudalismo, pois esses setores se beneficiariam 
com o advento da sociedade baseada no lucro. 
c) o surgimento das corporações de oficio e a substituição 
do “justo preço”, que restringia as possibilidades de 
lucro, pelo preço de mercado. 
d) o revivescimento do comércio e a consequente 
circulação monetária, que abalaram a auto-suficiência 
da economia senhorial. 
e) a substituição gradativa do trabalho escravo pelo 
trabalho assalariado dentro do feudo, o que criou 
condições para a constituição de um sistema de 
mercado dentro da própria unidade feudal. 
 
 
 
04. (UFMG) Todas as alternativas apresentam fatos que 
podem ser associados à decadência do feudalismo, 
EXCETO: 
 
 
8 
 
a) a ocorrência da fome e da Peste Negra que dizimaram 
a Europa na primeira metade do século XIV. 
b) o aumento do número de cidades tanto de origem rural 
como surgidas de acampamentos de mercadores. 
c) o desenvolvimento da cavalaria, quase empenhou nas 
Cruzadas e difundiu pelo mundo os valores cristãos. 
d) o desenvolvimento das atividades comerciais nos mares 
Mediterrâneo, Negro, do Norte e Báltico. 
e) uma série de insurreições e perturbações sociais que 
ocorreram na Europa Ocidental e atingiram a cidade e 
o campo. 
 
 
 
05. (PUC-MG) Durante a Baixa Idade Média (séc. XI - 
XV), o modo de produção feudal conheceu o seu 
apogeu, mas também foi nesse período que as 
contradições inerentes a esse sistema avolumaram-se, 
determinando a sua superação. São fatores 
responsáveis pela desarticulação das estruturas 
feudais, EXCETO: 
 
a) brusca queda da produtividade na agricultura, devido 
resistência dos senhores feudais a técnicas agrícolas 
avançadas.b) desenvolvimento da atividade mercantil tanto a nível 
inter-regional quanto a longa distância. 
c) crescente urbanização, conduzindo a uma gradual 
especialização da economia, caracterizada pela cisão 
entre campo e cidade. 
d) surgimento da burguesia como um novo segmento 
social que foi se definindo no rígido contexto da 
hierarquizada sociedade feudal. 
e) organização de expedições militares cristãs contra 
muçulmanos no Oriente Médio, pondo fim ao domínio 
secular dos árabes sobre o Mediterrâneo. 
 
 
 
06. (PUC-MG) Nos séculos XIV-XV, a sociedade feudal 
experimentou uma grave crise geral, que abalou 
profundamente as estruturas que sustentavam essa 
sociedade, abrindo espaços para a criação de relações 
capitalistas no interior das sociedades europeias. Os 
efeitos da depressão dos séculos XIV-XV sobre a 
sociedade europeia foram os seguintes, EXCETO: 
 
a) a expansão marítima dos séculos XV e XVI, rompendo 
os estreitos limites do comércio medieval. 
b) a centralização do poder nas mãos do rei, em 
contrapartida ao poder pulverizado dos senhores 
feudais. 
c) o surgimento de uma nova cultura mais urbana e laica, 
em oposição à rural-religiosa do feudalismo. 
d) a busca de urna nova espiritualidade, possibilitando a 
ruptura da unidade cristã através da Reforma. 
e) a ocupação do poder político pela burguesia, sustentada 
no crescente enriquecimento dessa classe. 
 
 
 
07. (MACKENZIE-SP) A desintegração do Modo de 
Produção Feudal na Baixa Idade Média foi, em grande 
parte, consequência: 
 
a) do crescimento do prestígio da Igreja, que era o 
sustentáculo ideológico do sistema. 
b) do sucesso militar do movimento das Cruzadas, e da 
bem sucedida expansão da sociedade feudal pelo 
Oriente. 
c) das transformações das relações servis de produção em 
assalariadas, do comércio e da economia monetária, 
que aceleraram as contradições internas do sistema. 
d) do crescimento da população europeia no século XIV e 
da grande oferta de mão-de-obra barata que este fato 
gerou economicamente. 
e) da consolidação do localismo político, fruto direto da 
Guerra dos Cem anos que favoreceu a nobreza feudal. 
 
 
 
08. No século XIV. “o peso das infelicidades”, numa 
crise de grandes proporções. atinge a Europa 
Ocidental, abalando profundamente os pilares do 
feudalismo. São efeitos dessa crise, EXCETO: 
 
a) ampliação do poder temporal do Papado num mundo 
caótico e vazio de autoridades leigas. 
b) redução da produção agrícola devido à dizimação da 
população rural atingida pela peste negra, 
c) enfraquecimento do poder aristocrático como 
decorrência da queda dos rendimentos senhoriais. 
d) expansão do comercio a longa distância, para suprir as 
carências da sociedade europeia. 
e) revoltas populares nos campos e cidades como e 
consequência do aprofundamento da exploração. 
 
 
 
09. São condições gerais da Europa Ocidental no 
decorrer da crise do feudalismo. EXCETO: 
 
a) A, transformação de relações servis em contratuais em 
algumas áreas coexistindo com o recrudescimento da 
servidão em outras. 
b) A melhoria dos padrões técnicos. Principalmente no 
cultivo da terra, e a procura de novas regiões para as 
atividades agrícolas. 
e) A crise de retração no desenvolvimento das forças 
produtivas durante o século XIV, ligadas a diminuição 
da população. 
d) As revoltas camponesas, forma de protesto dos servos 
contra a pressão, sobre eles exercida pela nobreza, em 
função do declínio das rendas senhoriais. 
e) A decadência das atividades comerciais e da vida 
urbana, devido à escassez monetária e à condenação 
da usura feita pela Igreja. 
 
 
 
10. “A destruição do feudalismo depende, em última 
analise, da própria situação interna do sistema” - Karl 
Marx 
 Com relação às razões que levaram o modo de 
produção feudal ao desaparecimento, essa frase de 
Marx possibilita a seguinte interpretação: 
 
a) A expansão marítima e o mercantilismo foram os fatores 
fundamentais da crise feudal. 
 
 
9 
 
h) O feudalismo foi golpeado de forma decisiva com a 
criação dos Estados Nacionais, dando inicio à 
modernidade. 
e) O Renascimento cultural pode ser caracterizado como 
sendo o elemento chave para explicar a crise feudal do 
século XIV. 
d) A superexploração do trabalho servil foi o motor da crise 
do feudalismo. abrindo caminho para a sua lenta 
derrocada. 
e) A Reforma religiosa, especialmente a anglicana, 
destruiu o feudalismo, ao atacar os fundamentos 
hierárquicos da Igreja Católica. 
 
 
11. (UNIBH) “O Feudalismo europeu ocidental entrou 
num período de crise aguda no século XIV e daí por 
diante se desintegrou, com maior ou menor rapidez, 
em diferentes regiões”. (SWEEZY, Paul et al. A 
transição do feudalismo para o capitalismo – um 
debate.) 
 
As razões fundamentais dessa crise foram, EXCETO, 
 
a) a superexploração do trabalho dos servos pelos nobres, 
que exigiam deles um maior tempo de trabalho. 
b) as revoltas camponesas e urbanas atribuídas à miséria 
que passou a caracterizar a vida de camponeses e 
trabalhadores. 
c) o esgotamento das forças produtivas acentuado pela 
crise demográfica derivada da Peste Negra. 
d) a descoberta de novas minas de ouro e prata em 
territórios alemães, gerando a disputa entre várias 
nações pelo seu domínio. 
 
 
 
12. (UNIBH) - Leia o texto abaixo, com atenção. Suas 
afirmações podem ser falsas ou verdadeiras. 
 
 “A formação dos Estados Nacionais, embora 
ocorrendo de forma diversificada nas diversas regiões 
da Europa, não implicou a superação do modo de 
produção feudal. No entanto, [eles] constituíram mais 
um elemento da nova ordem que se construía na 
Europa Ocidental, nos séculos XV-XVI”. 
 
O texto acima pode ser considerado 
 
a) totalmente correto. 
b) totalmente falso. 
c) parcialmente correto, já que a formação dos Estados 
Nacionais implicou a superação do feudalismo. 
d) parcialmente correto, já que não havia uma “nova 
ordem” sendo constituída na Europa no período citado. 
 
 
 
13. (FUVEST) A peste, a fome e a guerra constituíram 
os elementos mais visíveis e terríveis do que se 
conhece como a crise do século XIV. Como 
consequência dessa crise, ocorrida na Baixa Idade 
Média, 
 
a) o movimento de reforma do cristianismo foi interrompido 
por mais de um século, antes de reaparecer com Lutero 
e iniciar a modernidade; 
b) o campesinato, que estava em vias de conquistar a 
liberdade, voltou novamente a cair, por mais de um 
século, na servidão feudal; 
c) o processo de centralização e concentração do poder 
político intensificou-se até se tornar absoluto, no início 
da modernidade; 
d) o feudalismo entrou em colapso no campo, mas 
manteve sua dominação sobre a economia urbana até 
o fim do Antigo Regime; 
e) entre as classes sociais, a nobreza foi a menos 
prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu com 
a burguesia. 
 
 
 
14. (PUCMG) Entre os séculos XII e XIV, ocorreram 
intensas mudanças na vida da população da Europa 
Ocidental, quebrando a “pureza” do feudalismo. 
Dentre elas, destacam-se, EXCETO: 
 
a) enriquecimento da classe mercantil, que supera o poder 
político da aristocracia feudal. 
b) intensificação das relações monetárias, rompendo a 
base natural da economia feudal. 
c) crescimento da atividade comercial, devido ao aumento 
do volume dos excedentes. 
d) aumento da produção agrícola, provocando a queda da 
taxa de mortalidade. 
e) formação das corporações de ofício, defendendo o 
trabalho artesanal nas novas cidades. 
 
 
 
17. (PUCMG) No período da transição do feudalismo ao 
capitalismo, a burguesia europeia no geral: 
 
a) favorece o declínio das velhas relações feudais. 
b) assume uma posição nitidamente revolucionária. 
c) coloca-se frontalmente contra a Igreja Católica. 
d) alia-se ao campesinato contra o poder da realeza. 
e) “abre fogo” contra os monopólios coloniais. 
 
 
 
18. (PUCRS) Dentre as causas da crise do sistema 
feudal, podem-se apontar as seguintes: 
 
a) a reabertura do mar Mediterrâneo, o desenvolvimento 
de umaeconomia comercial e o fortalecimento do poder 
real. 
b) o desenvolvimento de uma economia comercial, o 
enfraquecimento do poder da Igreja e o fortalecimento 
do regime servil de trabalho. 
c) a aliança da burguesia com os senhores feudais, o 
combate aos privilégios da nobreza e a cisão entre a 
Igreja e o Estado. 
d) o fortalecimento do poder real, o combate aos privilégios 
da nobreza e o fim da sociedade estamental. 
e) a reabertura do mar Mediterrâneo, a retração do 
comércio e as lutas entre católicos e evangélicos. 
 
 
 
10 
 
19. (UFLA) “Há um consenso entre os historiadores 
que a partir de meados da Baixa Idade Média, teria se 
iniciado o processo de crise do sistema feudal, então 
predominante na Europa Ocidental." 
 
São características da crise feudal, EXCETO 
 
a) constantes invasões de povos bárbaros na Europa, que 
teriam aumentado a partir do século V; 
b) expansão predatória da exploração de terras, que teria 
contribuído para o desgaste de sua fertilidade; 
c) intenso desmatamento, que teria gerado a alternância 
de períodos chuvosos e secos e alterações climáticas e 
ecológicas; 
d) diminuição da produção agrícola associada ao 
encarecimento dos produtos e ao esgotamento das 
minas de ouro e prata da Europa; 
e) aumento do número de nobres e de suas necessidades 
de consumo, que teria aumentado consideravelmente o 
grau de exploração sobre a massa camponesa. 
 
 
 
21. (UNIFOR) "Deixai os que outrora estavam 
acostumados a se bater contra os fiéis em guerras 
particulares, lutar contra os infiéis (...). Deixai os que 
até aqui foram ladrões tornarem-se soldados. Deixai 
aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e 
parentes lutarem agora contra os bárbaros, como 
devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a 
baixos salários, receber agora a recompensa eterna. 
(...) uma vez que a terra que habitais, fechada de todos 
os lados pelo mar e circundada por picos de 
montanhas, é demasiado pequena para a vossa grande 
população: a sua riqueza também não abunda, mal 
fornece o alimento necessário aos seus cultivadores 
(...). Tomai o caminho do Santo Sepulcro; arrebatai-o 
àquela raça perversa e submetei-o a vós mesmos." 
 
O texto é um trecho do Sermão do Papa Urbano II, 
convocando os cristãos a organizarem a Cruzada. De 
acordo com as palavras do papa pode-se deduzir que 
as Cruzadas, além da libertação do Santo Sepulcro, 
visavam 
 
a) conter o crescimento populacional na Europa e a 
invasão muçulmana, na Península Ibérica. 
b) anular o interesse da Igreja na união da cristandade e o 
crescimento da produção agrícola. 
c) aliviar as tensões internas da cristandade e expandir o 
seu território. 
d) incentivar os cristãos a lutarem contra os infiéis e a 
estimular o interesse do clero pelo comércio oriental. 
e) glorificar o esforço da Igreja em combater as guerras 
entre os nobres e a consequente diminuição 
da população. 
 
 
 
22. (Cesgranrio) Entre os séculos XV e XVIII, a 
transição do feudalismo para o capitalismo, no mundo 
ocidental, engloba um conjunto de transformações 
econômicas e sociais, entre as quais identificamos 
corretamente a(o): 
 
a) fragmentação da propriedade fundiária senhorial e 
monárquica. 
b) substituição da produção das manufaturas pelo sistema 
de corporações de ofícios. 
c) supremacia das rotas terrestres e mediterrâneas no 
comércio com o oriente. 
d) fortalecimento dos laços de servidão e vassalagem. 
e) desenvolvimento da vida urbana através das atividades 
comerciais. 
 
 
 
23. (Ufrs) Entre os fatores que explicam o 
renascimento do comércio, a partir do século XI na 
Europa ocidental, podemos apontar: 
 
I - A invasão da Europa por diversos povos bárbaros 
que estimularam as trocas comerciais. 
II - Uma renovação das práticas agrícolas com a 
difusão de instrumentos de trabalho como o arado 
de ferro, a foice e a enxada. 
III - O movimento das cruzadas que, ao reabrir o 
Mediterrâneo, intensificou os contatos com o 
Oriente. 
 
Quais estão corretos? 
 
a) Apenas I 
b) Apenas I e II 
c) Apenas I e III 
d) Apenas II e III 
e) I, II e III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO 
 
01 – E 02 – A 03 – D 
04 – C 05 – A 06 – E 
07 – C 08 – A 09 – E 
10 – D 11 – D 12 – A 
13 – C 14 – A 15 – A 
16 – A 17 – A 18 – C 
19 – E 20 – D

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