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Psicodermatologia - Karen Soares

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PSICODERMATOLOGIA 
Karen Soares – 2021.2 
INTRODUÇÃO 
QUAL A RELEVÂNCIA DESSE TEMA? 
 30 a 40% dos pacientes com doença de pele tem 
comorbidades psiquiátricas. 
 14% dos pacientes que procuram consultas de 
dermatologia e de cirurgia plástica com fins 
estéticos possuem transtorno dismórfico corporal. 
 Doenças primárias da pele podem levar ao 
desencadeamento de doenças psiquiátricas. 
 Doenças psiquiátricas primárias podem ter 
manifestações cutâneas. 
DELIRIO DE INFESTAÇÃO 
CASO CLÍNICO 1 
 Paciente: Dra. Tem um bicho dentro da minha pele. 
Coça e pinica. Eles andam. Eu tento tirar, mas 
aparecem outros. 
 
DEFINIÇÃO 
 Classificada como uma psicose hipocondríaca 
monossintomática. 
 Ideia delirante associada a disestesia. 
 Leva a paciente a escoriações 
- Lesões com crostas 
-Lesões eritematosas (decorrente do processo 
inflamatório ocasionado pelo trauma local). 
- Lesões erosadas 
- Lesões cicatriciais (hipo e hipercrômicas) 
 Pacientes costumam levar tempo para procurar 
ajuda. 
TRATAMENTO 
 Antipsicóticos 
 Encaminhar para o psiquiatra 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Demências 
 Uso de drogas (cocaína) 
TRANSTORNO DE ESCORIAÇÃO OU 
ESCORIAÇÕES NEURÓTICAS 
CASO CLÍNICO 2 
 Paciente: Dr, eu queria tratar essas feridas da 
minha pele. 
 Médico: Há quanto tempo iniciou o quadro? Como 
elas surgem? 
 Paciente: Elas coçam e eu acho muito feio. 
 Médico: Essas lesões aparecem no local onde a sra 
cutuca a pele? 
 Paciente: É sim dr. 
 Médico: A sra. Cutuca até ferir? Consegue parar de 
fazer isso? 
 Paciente: Isso mesmo, dá aquela vontade e eu não 
consigo parar de mexer, ai fica ferido.” 
 
DEFINIÇÃO 
 Presença de exulceração (formato linear) 
 Lesões cicatriciais acrômicas. 
DIAGNÓSTICO 
 O paciente precisa assumir que ele mesmo produz 
essas lesões. 
 Diagnóstico diferencial: dermatite factícia (quando 
o paciente não assume a responsabilidade pela 
causa das lesões). 
TRATAMENTO 
 Encaminhar para o psiquiatra. 
 Antidepressivos. 
 N-acetilcisteína (NAC) 
 Psicoterapia. 
DERMATITE FACTÍCIA 
CASO CLÍNICO 3 
 Paciente: Aparecem essas feridas na minha pele. Já 
fui em vários médicos, mas nenhum conseguiu me 
ajudar até agora. 
 Médico: Quando essas lesões aparecem? 
 Paciente: Há muito tempo! 
 Médico: Mas quando exatamente? E como elas 
aparecem? 
 Paciente: Quando eu vejo, elas aparecem. 
Incomoda, já usei pomadas que outros médicos 
passaram, mas não melhorou. 
 Médico: Elas aparecem, somem e depois voltam? A 
sra sente coceira, dor? Aparece alguma mancha 
antes? 
 Paciente: Essa estava bem, ai apareceu do nada. 
 Médico: A sra cutuca? 
 Paciente: Não, tenho o maior cuidado, nem mexo 
pra ver se elas melhoram. 
 
DEFINIÇÃO 
 Lesões exulceradas, lineares nos MMSS. 
 Lesões exatematosas, bolhosas, com paniculite, 
etc. 
 Lesões provocadas pela própria paciente. 
 O paciente costuma demonstrar um 
desapontamento com os cuidados médicos que 
recebeu até então; pode ter uma história vaga 
(pouco detalhamento sobre o surgimento das 
lesões). 
 Pode ir a vários médicos/ serviços de saúde. 
 O paciente induz o surgimento de lesões na sua 
própria pele, e pode usar de vários meios para 
causas essas lesões. 
 Ficar atento para lesões em formatos geométrico, 
ulceras não relacionadas a doenças comuns. 
 O diagnóstico é bem difícil de ser realizado. 
TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL 
CASO CLÍNICO 4 
 Paciente: Dr tenho muita vergonha do meu rosto. 
 Médico: Por que? O que lhe incomoda? 
 Paciente: Tudo. 
 Médico: Você já fez algum procedimento antes? 
 Paciente: Sim: laser, peeling, rejuvenescimento... 
mas continua muito feio. Olha meu lábio como é 
fino, essas manchas... 
 Médico: Mas isso afeta sua vida? 
 Paciente: Muito! Não quero nem sair de casa. 
 
DEFINIÇÃO 
 Paciente apresenta uma preocupação excessiva e 
desproporcional a sua aparência (nariz, formato do 
lábio, orelhas, região genital, manchas na pele, 
acne). 
 Paciente em intenso sofrimento e com outras 
comorbidades psiquiátricas (depressão). 
 Impacto na qualidade de vida e relações 
interpessoais. 
 Pode desenvolver sintomas delirantes. 
 Cuidado para não submeter a tratamentos 
estéticos desnecessários. 
 
TRATAMENTO 
 Encaminhar para o tratamento psiquiátrico 
adequado. 
TRICOTILOMANIA 
CASO CLÍNICO 5 
 Mae acompanha a filha de 15 anos em consulta. 
 Mae: O problema é a queda de cabelo dela, estou 
muito preocupada, tem umas falhas. 
 Médico: Há quanto tempo você notou essas falhas 
no cabelo? 
 Paciente: Faz um tempo. 
 Médico: Como elas aparecem? Coçam? Há algum 
ferimento antes? 
 Paciente: Não sei dizer. 
 Médico: já fez algum tratamento? 
 Mãe: Já sim, usou remédio para micose e não 
melhorou. 
 
 
ANALISE DO CASO 
 Alopecia areata: é a principal causa de alopecia 
localizada e se trata de uma doença autoimune. 
 Tínea capitis: infecção fúngica que pode acometer 
o couro cabeludo. 
 Alopecia cicatricial: lúpus discoide e líquen plano 
pilar. 
TRICOTILOMANIA: 
 Melhor prognóstico na infância. 
 Pelos em diferentes alturas. 
 Dermatoscopia: não são específicos, mas podem 
nos auxiliar na exclusão de diagnósticos. 
 O paciente pode assumir ou não que arranca o 
cabelo. 
 Tricofagia: cerca de 10% dos pacientes com 
tricotilomania podem ingerir os cabelos que foram 
arrancados. 
 Tricobezoar: quando ocorre impactação do cabelo 
em qualquer ponto do trato digestivo, podendo 
levar a obstruções graves. 
- Pacciente, 16 anos apresentava anorexia, vômitos, perda 
de peso, anemia e massa palpável no abdome superior. 
Bezoar foi removido por gastrotomia anterior. 
 
LÍQUEN SIMPLES CRÔNICO 
CASO CLÍNICO 6 
 Paciente: DR, essa mancha no meu pé coça muito. 
 Médico: Faz quanto tempo? 
 Paciente: Uns 2 anos. 
 Médico: O senhor lembra se começou só com a 
coceira no local ou apareceu alguma coisa na pele 
antes? 
 Paciente: começou coçando. 
 Médico: O sr coça ate ferir? 
 Paciente: isso mesmo, dá aquela vontade de coçar 
e eu não consigo me controlar. 
 Médico: sente alívio quando o senhor coça? É uma 
coceira boa? 
 Paciente: sim. 
 
DEFINIÇÃO 
 Condição bastante frequente e usualmente 
associada a transtornos de ansiedade. 
 A lesão elementar é sempre a liquenificação 
 Paciente costuma assumir que coça cronicamente 
aquele local. 
 Quanto mais liquenificada a lesão, mais prurido, o 
que só faz aumentar a liquenificação por conta da 
coçadura crônica. 
 Insta-se um ciclo vicioso. 
TRATAMENTO 
 Corticoide tópico de alta potência (betametasona) 
ou muito alta (clobetasol). 
 Orientar o paciente sobre a necessidade de reduzir 
e tentar eliminar a coçadura crônica. 
 Pode ser necessário tratamento medicamentoso 
para ansiedade. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
1. Azulay 
2. Kuhn H, Mennella C, Magid M, Stamu-O'Brien C, 
Kroumpouzos G. Psychocutaneous disease: Clinical 
perspectives. J Am Acad Dermatol. 2017;76(5):779-
791. doi:10.1016/j.jaad.2016.11.013.

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