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Matheus S. V. Ramalho – Teorias Contemporâneas II – 2011.1 
 
Popular Visual Language as Global Communication: The Remediation of 
United Airlines Flight 93 – Cynthia Weber 
 
Introduction 
 Já faz algum tempo que a teoria de RI introduziu a “análise de discurso” em seu estudo 
(na chamada virada lingüística). Mas ela tem suas limitações, escutar, sentir, ver são também 
importantes para o entendimento da política global. Estas manifestações circulam diariamente 
sob a forma digital e fazem parte do dia-a-dia de amadores e especialistas em política 
internacional. Uma das razões para o “maintream” das RI ser tão resistente a essa “linguagem 
visual popular” é o entendimento que a lingüística é política e o visual é popular. Mas é 
importante se entender essa linguagem visual, pois ela também é determinante para a 
construção de agentes, estruturas, instituições, identidades. A autora estudará o caso da 
“remediação” oficial do vôo UAF93. 
The remediations of United Airline Flight 93 
 O referido vôo foi seqüestrado em 11 de setembro de 2001, modificou sua rota para 
Washington, mas caiu no caminho sem deixar sobreviventes. Uma história de heroísmo dos 
passageiros começou a ser adotada como história oficial, e esta será analisada como 
“remediação”. Este termo se refere à representação de um meio [de comunicação] por outro, 
mas o que a torna interessante é o efeito temporal que ela causa, os eventos remediados se 
tornam reais, imediatos, o expectador passa à função de participante. O artigo analisará três 
remediações do vôo UAF93, discursos de Bush a respeito da guerra contra o terror, “The 9/11 
Commission Report”, e o filme United 93. A autora argumenta que, dentre estas remediações, 
só o filme consegue mudar a subjetividade, a temporalidade e a espacialidade dos fatos, 
trazeno da terceira para a primeira pessoa. 
‘Let’s Roll’ 
 No seu discurso ao Congresso, Bush exalta a coragem dos passageiros em salvar vidas 
no chão, especialmente de Todd Beamer, e chama sua mulher, Lisa, até o púlpito. Beamer 
ligou para sua mulher por um telefone GTE, mas foi conectado a uma supervisora do GTE, ele 
relatou o seqüestro do avião, a supervisora contou o que estava acontecendo com os outros 
aviões, a supervisora afirma que ele largou o telefone, deixando a linha aberta e disse “Let’s 
Roll”. O presidente Bush transformou Beamer num símbolo de todos os americanos heróicos 
que se opõem aos terroristas e por isso são exaltados. E a mulher de Beamer, transformada na 
mulher e mãe patriótica, que, apesar da perda pessoal, compreendia a necessidade do 
sacrifício do marido. Tudo isso foi televisionado. Nomeando Beamer, o presidente consegue 
uma aproximação dos fatos com a população, mostrando os heróis que diariamente tomam a 
responsabilidade sobre a não americana. Como Beamer não pode testemunhar por si mesmo, 
Lisa, representa a tentativa pelo imediatismo, uma testemunha, colocada como uma 
sobrevivente, ele faria o 11/9 parecer real e próximo dos americanos. No discurso seguinte, o 
presidente ainda elabora mais Beamer e enriquece o contexto, de forma amostrar Beamer 
como um jovem cristão ansiando por liberdade num gesto otimista e patriótico. E ele é ainda 
Matheus S. V. Ramalho – Teorias Contemporâneas II – 2011.1 
 
melhor lembrado pelo que sobreviveu à queda do avião, o “let’s roll”. A história começa a se 
tornar menos sobre Beamer, e mais sobre qualquer americano que mostra seu espírito “let’s 
roll”, o que o torna supérfluo. Mas com o uso corrente do bordão, como na abertura das 
olimpíadas de Salt Lake City, o discurso vai se esvaziando, muitos começam a se mostrar 
cínicos à expressão. Isso dificulta aproximação com os fatos. 
‘The Battle for United 93’ 
 O “11/9 commission report” é o documento histórico oficial sobre os “ataques 
terroristas conta os EUA”. É publicado em 2004 como resultado de uma investigação 
bipartidária. O objetivo do relatório era o de reconstituir em detalhes e com informações 
críveis, o 11/9, para ser usado como base das recomendações da política nacional de combate 
ao terrorismo. Assim sendo, este relatório não tem função de mostrar um ponto de vista. É 
escrito na terceira pessoa e meticulosamente documentado. Suerpeendentemente se tornou 
um Best-seller instantâneo e foi indicado ao US national book award. Isso porque às vezes o 
relatório parece mais um romance do que um documento do congresso, descrevendo o clima 
ameno e a rotina dos trabalhadores que seguiam para seus postos nas torres gêmeas e no 
pentágono. Estimula a leitura, mesmo os leitores conhecendo o fim, é um texto histórico com 
artifícios literários. A remediação do vôo UAF93 é o tratamento especial concedido a ele, 
nomeando-o “a batalha pelo United 93”. Se baseando nas ligações feitas do vôo, estabelece 
uma timeline estrita, confirma que os passageiros sabiam dos acontecidos com o WTC e se 
revoltaram contra os terroristas, segundo uma ligação eles inclusive decidiram, votaram e 
agiram. O relatório não confirma se as ações foram para salvar as pessoas no chão e conclui 
que os passageiros não invadiram o cockpit e que os seqüestradores resolveram jogar o vôo ao 
chão, assim o plano de atingir um símbolo da América teria sido impedido pelos passageiros 
alarmados e desarmados. O relatório faz com que a experiência se torne mais imaginável aos 
americanos, mas tem um formato que remete a um roteiro, não consegue tanto senso de 
imediatismo e proximidade. 
United 93 
 O filme United 93 tem como base o relatório já citado. Asim como dois documentários 
exibidos na TV, os documentários não atingem o mesmo senso de imediatismo, isso 
justamente pelo meio pelo qual são apresentados a TV, que abre espaço para várias 
interrupções, seja por comerciais, seja para o expectador, fora da tela. Ainda tem narradores e 
entrevistas que retiram a idéia de imediatismo. Estes problemas não são enfrentado pelo 
cinema, o que facilita a idéia de imediatismo. A única coisa que se perde, é que o 
documentário tem caráter mais histórico, enquanto o filme é somente “baseado em fatos 
reais”. Para aproximar o expectador ao fato, o diretor do filme usa um misto de técnicas de 
filme e de documentário. A edição e as câmeras são características de documentário, com 
shots longos e de um ponto de vista unitário. O que reflete na percepção temporal e espacial 
de um único ponto de vista, a trilha sonora constante também ajuda nisto. O formato da cena 
final também é sensível ao expectador e o aproxima daquela realidade virtual. Muitos dos 
atores usados não eram atores profissionais, segundo o diretor, isso também gera veracidade. 
Todo este senso de veracidade, imediatismo e aproximação com o fato leva os expectadores a 
Matheus S. V. Ramalho – Teorias Contemporâneas II – 2011.1 
 
uma posição de sobreviventes. O filme, diferentemente do relatório indica que “a batalha” foi 
parar dentro do cockpit. 
Conclusion 
 Segundo a autora, esta posição que o expectador é levado a ter, a de sobrevivente de 
um fato que ocorreu imediatamente, levanta questão de “o que vamos fazer?”, e existem dói 
problemas com esta remediação do filme. O primeiro é que a realidade que o filme traz é a 
simples corroboração da realidade proposta por Bush e pelo Congresso, essa remediação faz 
com que se encerre os debates acerca da realidade. O outro é que a pergunta mais adequada 
não é “o que vamos fazer?”, mas “o que temos feito?”, já que houve, nestes cinco anos, a 
invasão do Afeganistão e do Iraque, houve os abusos de Abu Ghraib, a suspensão de direitos 
civis e a reeleição do presidente que possibilitou tudo isso. Esse é o perigo da remediação, 
fazendo do passado, o presente, se apaga todo o tempo ocorrido entre os dois. Perde-se a 
idéia da realidade virtual do cinema e passa-se a crer naquilo como realmente verdade. 
Resumo feito por Matheus Ramalho 
IRiscool 2011.2 
 
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