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Relatório do filme O contador de histórias

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RELATÓRIO DO FILME: “O CONTADOR DE HISTÓRIAS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Pessoa – PB 
2021 
 
CLAUDIA PEREIRA LIMA 
MATRICULA: 20180144499 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO FILME: “O CONTADOR DE HISTÓRIAS” 
 
 
 
 
 
 
Relatório do filme: “O contador de Histórias” 
para fins de avaliação da disciplina de 
Política de Proteção a Criança e ao 
Adolescente, do curso de Serviço Social, da 
Universidade Federal da Paraíba. 
 
 
 
João Pessoa – PB 
2021 
 
Filme: O contador de Histórias 
Diretor: Luiz Villaça 
Produção: Francisco Ramalho Jr., Denise Fraga 
Roteiro: Maurício Arruda, José Roberto Torero, Mariana Veríssimo, e Luiz 
Villaça 
Gênero: Drama (baseado em fatos reais) 
Duração: 1 hora e 46 minutos. 
 
SINOPSE 
O contador de histórias se passa na década de 1970, em Belo Horizonte, e conta 
a história de vida de Roberto Carlos Ramos, um menino de treze anos que se 
torna interno da FEBEM e nesse ponto já é considerado irrecuperável. Aos seis 
anos de idade, sua mãe, ao assistir uma propaganda do governo sobre a 
instituição, acredita que lá o filho teria condições melhores de vida e poderia se 
tornar “doutor”. Chegando lá, Roberto vê que as coisas não eram tão boas 
quanto a mãe pensava e precisa aprender a sobreviver nesse novo lugar, ele 
então utiliza-se de estratégias como fingir doenças para conseguir coisas como: 
mais comida e atenção. Ao completar sete anos, Roberto é transferido para “o 
outro lado da FEBEM” onde passa a conviver com garotos mais velhos, dos sete 
aos quatorze anos (sob regras são mais rígidas e convivência mais difícil). Para 
ser aceito pela “turma” ele precisa se ajustar mais uma vez: aprende a falar 
palavrões, descobre o mundo das drogas e passa a fugir, chegando a fugir mais 
de cem vezes. É já aos treze anos que ele conhece a Margarete Duvas, uma 
pedagoga francesa, que está no Brasil para fazer uma pesquisa e deseja 
conhecer a história dele. Ela, desde o início o trata com respeito, coisa com a 
qual ele não está acostumado. Aos poucos Margarete vai conquistando sua 
confiança, o adota e o ensina a ler, e o incentiva a dar asas a imaginação (que 
ele demonstra ser muito fértil durante todo o filme). Depois de um tempo, 
Margarete volta à França e o leva com ela, ele estuda, se torna um pedagogo, e 
após cerca de doze anos ele volta ao Brasil, reencontra a mãe, de quem cuida 
até a morte e se torna estagiário da FEBEM. Roberto ainda consegue adotar 
outras muitas crianças também consideradas irrecuperáveis 
 
INTRODUÇÃO 
Nos dias correntes contamos com uma legislação relativa a infância e a 
adolescência que adota a perspectiva da proteção integral e tem como princípios 
basilares a prioridade absoluta, a não discriminação e a dignidade, o que 
representa um marco e conquista importante na história da proteção a infância, 
apesar dos desafios que ainda se colocam. No entanto, para que se tenha 
chegado ao contexto do presente momento houve uma longa trajetória, e o filme 
nos apresenta, através da história de Roberto Carlos, como se tratava a questão 
da infância e da adolescência (infância e adolescência pobre) nesse período 
histórico específico, e levanta uma importante reflexão acerca dessas questões. 
Sendo assim, o presente trabalho visa refletir à cerca do tema, e vai buscar 
identificar as características do tratamento a infância e a adolescência da época 
e as violações de direitos sofridas pelo protagonista, relacionando os aspectos 
observados aos conteúdos ministrados em aula e ao material utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
O filme vai iniciar com uma cena bastante forte, na qual Roberto Carlos deita nos 
trilhos de um trem enquanto a voz do narrador diz a seguinte frase: “nesse dia 
eu decidi morrer”. Mais a frente descobrimos que esse acontecimento se passa 
após ser violado sexualmente por uma “turma” a qual ele desejava fazer parte 
após uma de suas fugas. 
É após esse acontecimento que o menino invade a casa da pedagoga, 
completamente transtornado e se tranca no banheiro. Ela por sua vez, apesar 
de mandá-lo ir embora de início, logo se compadece, e como o trata com respeito 
e carinho, acaba o conquistando. A partir desse ponto Roberto não volta mais 
para a FEBEM e permanece aos cuidados dela, a principio para ajuda-la em sua 
pesquisa, mas que acaba se transformando em algo mais. Dessa relação que 
se desenvolve entre os dois, pode-se observar o quanto ele apenas precisava 
de cuidado, carinho e de ter sua dignidade respeitada para que pudesse de fato 
ser criança. Em vários momentos observa-se Margarete orientando-o a não 
brigar, a não cheirar ou fumar nenhuma droga, a não roubar; sempre com muito 
respeito e cuidado. 
Enquanto conta sua história a Margarete, se consegue identificar que a FEBEM 
na verdade não propiciava segurança e as condições para que os internos 
pudessem se desenvolver com autonomia e dignidade, respeitando-se sua 
individualidade. E enquanto Roberto diz que não sabia porque havia fugido 
tantas vezes da instituição, já que lá ele possuía “de tudo”: companheirismo, 
comida da melhor qualidade, natação, orientação pedagógica, quarto privativo; 
as cenas que passam não são exatamente condizentes, muito pelo contrário, 
observa-se Roberto sendo violentado fisicamente pelos colegas, seja com 
batidas ou tendo sua cabeça submersa em água, observa-se ele sendo 
repreendido e castigado fisicamente pelos orientadores, e observa-se ainda, ele 
sendo colocado na “solitária”. O garoto tem de tal modo sua dignidade violada 
que precisou ser ensinado a andar de cabeça erguida e se surpreende quando 
ouve um “Por favor” dirigido a si, pois nunca o haviam dito essas palavras. 
São várias as violações as quais Roberto Carlos é submetido: violência física, 
violação sexual, psicológica (quando não pode nem ao menos chorar em sua 
primeira noite na instituição), ausência das condições de vida necessárias ao 
seu desenvolvimento que em primeiro lugar fez com que sua mãe o entregasse 
a instituição, teve seus vínculos com a família enfraquecidos, entre outras. 
Todas essas violações e essa forma especifica de lidar com as crianças e os 
adolescentes em situação de vulnerabilidade, que na época, sob a vigência do 
Código de Menores de 1927, eram categorizados como “Menores abandonados 
e desvalidos” ou “Delinquentes” são reflexos exatamente da forma como a 
infância era vista e a preocupação com o crescimento da criminalidade infantil e 
a insegurança pública. 
De acordo com Rizzini, a partir da passagem para a República, o lema que se 
tinha era o de salvar o menor, e o Código de menores de1927 era baseado no 
protecionismo, na vigilância e na correção, ou seja, a questão da infância na 
época era basicamente baseada na judicialização e na assistência, e tinha um 
caráter arbitrário e repressor, o que é observável no decorrer do filme. 
 
CONCLUSÃO 
Dessa forma, podemos concluir a ineficácia desse sistema, e a negligência do 
Estado, que no princípio, negou, assim como nega hoje, de muitas formas, o 
direito a uma vida digna a grande parte da população. Na ausência de boas 
condições de vida para dar ao filho, a mãe de Ricardo abre mão de permanecer 
com seu filho na esperança de vê-lo em uma vida melhor e nesse processo ele 
se vê sendo violado de diversas formas, enquanto não tem resguardado o seu 
direito de simplesmente ser criança. 
E apesar de todas as circunstâncias o empurrar cada vez mais em direção a 
criminalidade, o filme mostra que bastou um olhar atento, carinhoso e respeitoso 
para que ele pudesse mostrar o seu potencial, no entanto, Roberto Carlos 
Ramos, apesar de ter conseguido construir um caminho diferente do que estava 
posto para si é na verdade uma exceção dentre tantas outras histórias que não 
tiveram ou tem um “final” positivo. 
 
 
REFERÊNCIA 
RIZZINI, Irene. A arte de governar crianças: a história das políticas sociais,da legislação e da assistência à infância no Brasil. Cortez Editora, 2009.

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