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II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 2 Livro de Resumos do II Simpósio Fluminense de Zoologia 4 a 8 de outubro de 2021 Universidade Federal Fluminense Niterói, Rio de Janeiro - Brasil II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 3 Sumário Comissão Organizadora ...............................................................................................................5 Apresentação ................................................................................................................................9 Programação .............................................................................................................................. 11 Minicursos ................................................................................................................................. 16 Palestras ..................................................................................................................................... 28 Trabalhos ................................................................................................................................... 36 Linha temática:Educação Ambiental, Ensino E Divulgação Científica .................................. 36 Linha temática: Invertebrados ................................................................................................ 54 Linha temática: Panarthropoda ............................................................................................... 62 Linha temática: Cordados ....................................................................................................... 85 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 4 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 5 Comissão Organizadora Coordenadora Profª Drª. Cinthya Simone Gomes Santos Comissão de Invertebrados Carlos Martins Sigmaringa Gabriel Marques Dias Rodrigo Wanderley de Magalhães Samantha Nossar Galiza Sulamita Campos Murray Comissão de Panartrópodes Ana Luísa Fonseca de Oliveira Dayana Rodrigues Silva Gabrielle Pereira da Fonseca Carvalho Lohan dos Santos Silva Maria Júlia de Castro Soares Comissão de Cordados Beatriz Teixeira Monteiro Juliane do Nascimento Ferreira Maria Emília Neves de Bairros Maria Júlia de Castro Soares Renan Pereira da Silva Lobato Comissão Colaboradora Daniel François do Nascimento Silva Luiza Reis de Souza Matheus Vianna de Sousa II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 6 Monitores Alice Lima Continentino Amanda Aparecida Romero Alvarenga Bernardo Rodrigues Ferraz Breno Torres da Silva Bruna da Silva Breta Camila Da Silva Carli Gabriel Mascarenhas de Almeida Júlia de Lacerda Ruiz Lucas Sousa de Azevedo Lys Almeida e Albuquerque Paulo Borges Mathias Costa Pedro Augusto de Souza Wolf Tarik Taddeo de Oliveira Teperino Zuleide Queiroz Borges Comissão científica Aléxia Antonia Lessa da Costa Alysson Rodrigo Fonseca e Silva Arthur Monteiro Gomes Bárbara Proença do Nascimento Cinthya Simone Gomes Santos Clara Buck Pereira do Eirado Silva Daniel François do Nascimento Silva Elysiane de Barros Marinho Filippe Henrique Piveta Schulz II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 7 Ivyn Karla Lima de Sousa Juliana Kirchmeyer Pires Luiza Reis de Souza Marcela Adriany da Silva de Andrade Rafael Nascimento de Carvalho Rodrigo Soares Pessanha D'Almeida Editorial Daniel François do Nascimento Silva Lohan dos Santos Silva Luiza Reis de Souza Matheus Vianna de Sousa Sulamita Campos Murray Design Rodrigo Wanderley de Magalhães Informações e contato Site na internet: https://www.even3.com.br/sfzoo/ E-mail: sfzoologia@gmail.com II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 8 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 9 Apresentação O Simpósio Fluminense de Zoologia (SFZoo - UFF) é uma iniciativa da Liga Acadêmica de Diversidade Animal (LADA), que visa disseminar ciência com base em tópicos relacionados às áreas de zoologia, ecologia, paleontologia e saúde, entre outros, uma vez proposta e contempladas, temáticas associadas aos organismos metazoários. O evento possui como finalidade a apresentação e divulgação da atual produção científica em relação aos diferentes animais encontrados no planeta, promovendo o debate e a troca de ideias a respeito desse grupo tão fundamental de organismos. Nos tempos atuais, de desastres ambientais e mudanças climáticas globais, a realização do SFZoo – UFF para a integração científica é de grande relevância, assim como a criação de uma consciência a respeito da importância e conservação animal. Por meio de palestras e apresentações feitas pelos congressistas, o evento espera oportunizar a divulgação e troca, produzindo novos caminhos e pesquisas nas diferentes áreas do estudo animal. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 10 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 11 Programação Terça feira - 5 de outubro de 2021 12h30-12h40 - Solenidade de abertura 13h00-14h15 – Palestra 1 Dr. José Albertino Rafael (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA) “A repatriação de dados de coleções zoológicas” 14h45-16h00 – Palestra 2 Dr. Luiz A. Rocha (California Academy of Sciences) "Exploração, ciência, e conservação de ecossistemas coralinos mesofóticos" 16h30-17h45 – Palestra 3 Dra. Fabiana Rodrigues Costa Nunes (Universidade Federal do ABC – UFABC) "Pterossauros: os arcossauros voadores do Mesozóico" 18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 12 Quarta feira - 6 de outubro de 2021 13h00-14h15 – Palestra 4 Msc. Barbara Proença do Nascimento (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) "Poeira com asas: os desafios da taxonomia de mosquitos galhadores." 14h45-16h00 – Palestra 5 Dr. Fábio Bettini Pitombo (Universidade Federal Fluminense – UFF) "Por que Cracas?" 16h30-17h45 – Palestra 6 Dra. Cinthya Simone Gomes Santos (Universidade Federal Fluminense – UFF) "Tem minhoca no mar?!" 18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 13 Quinta feira - 7 de outubro de 2021 13h00-14h15 – Palestra 7 Dra. Michela Borges (Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP) "A importância das coleções científicas zoológicas na conservação da Biodiversidade" 14h45-16h00 – Palestra 8 Dra. Mara Kiefer (Universidade Federal Fluminense – UFF) “Herpetofauna da Mata Atlântica fluminense: conhecer para amar, conservar e esperançar” 16h30-18h00 – Mesa Redonda 1: Planos de ação e perspectivas da Conservação para os próximos anos Carlos Eduardo Fragoso - (Onçafari) "Onçafari: conservação integrada de onças-pintadas e lobos-guarás no Brasil." Dra. Karina Groch (Projeto Franca Austral - ProFRANCA) "Projeto ProFRANCA – A Favor da Conservação da Baleia-Franca-Austral" Dr. Fernando Fernandez - (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) "Refaunação: restauração de faunas e de interações ecológicas como estratégia de conservação para o século 21" 18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 14 Sexta feira - 8 de outubro de 2021 13h00-14h15– Palestra 9 Dra. Laura Leal (Universidade Federal de São Paulo - Unifesp) "Síndrome do impostor e mulheres cientistas: o que isso tem a ver?" 14h45-16h00 – Palestra 10 Dr. Dalton de Souza Amorim (Universidade de São Paulo - USP) "Diversidade biológica, pensamento em árvore e ensino de Zoologia no Ensino Fundamental e Médio" 16h30-18h00 – Mesa Redonda 2: Etnozoologia e Ciência cidadã: papeis, funções e relações com a sociedade. Dra. Camilah Antunes Zappes - (Universidade Federal Fluminense - UFF) " Etnozoologia de animais marinhos" Dr. Eraldo Medeiros Costa-Neto - (Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS) " Etnozoologia e Patrimônio Biocultural" Dr. Alexandre Schiavetti - (Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC) "Etnozoologia e Ciência-cidadã como abordagens para a conservação do ambiente marinho" 18h00-18h30 – Cerimônia de encerramento II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 15 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 16 ANIMAIS PEÇONHENTOS & VENENOSOS: POR QUE ELES SÃO TÃO IMPORTANTES? Neuza Rejane Wille Lima¹* ¹Universidade Federal Fluminense *rejane_lima@id.uff.br Vivemos num planeta que é habitado por uma série de animais peçonhentos ou venenosos em mares, rios e biomas terrestres, estabelecendo inúmeras relações biológicas. Porém suas características biológicas ainda são pouco conhecidas pela maioria das pessoas, possibilitando a ocorrência de acidentes e a perda de informações genéticas e farmacológicas relevantes. A incidência de acidentes envolvendo os animais peçonhentos ou venenosos depende dos seus comportamentos, distribuição e capacidade de tolerar a presença do Homem e de outros animais. Isso explica por que, nos biomas brasileiros, as espécies do grupo da jararaca causam muito mais acidentes (cerca de 85%) do que as cascavéis, surucucus ou cobras coral. Por outro lado, informações bioquímicas de um peptídeo produzido por Bothrops jararaca (Wied-Neuwied, 1824) é utilizado pela indústria farmacêutica para tratar a pressão alta – o Captopril. Apesar de muitos estudos, ainda hoje, não se sabe sobre todos os perigos envolvendo as toxinas produzidas pelos animais, nem todas as suas aplicabilidades terapêuticas. Fugindo a regra, sabe-se que a peçonha da armadeira Phoneutria Perty, 1833 pode tratar disfunção erétil e as toxinas produzidas por esponjas marinhas que habitam o litoral brasileiro que são potentes antibióticos naturais. No oceano Índico, o búzio cone-de-mármore Conus marmoreus Linnaeus, 1758 utiliza o veneno para pescar o seu alimento e uma gota desse veneno é capaz de matar 20 homens. O potencial desse veneno para tratar a epilepsia encontra-se em teste, pois ele é capaz de paralisar as contrações musculares como nenhum outro. Substâncias dessa espécie está em uso desde 2004 como anestésico para dores crônicas. A saliva do Mostro-de-gila Heloderma suspectum (Cope, 1869) que vive no sudoeste dos E.U.A. e noroeste do México contém veneno, sendo utilizada para tratamento da diabetes tipo 2. Espécies do gênero Nycticebus É. Geoffroy, 1812 ("slow loris") do Subcontinente indiano e Sudeste asiático são primatas que produzem substâncias na dobra do braço que se tornam veneno quando misturadas à sua saliva. Elas são exemplos de espécies em extinção devido tráfico ilegal. A bufotenina (5-MeO-DMT) produzida nas glândulas parótidas de Bufo alvarius Girard in' Baird, 1859, o sapo do Colorado do sudeste dos Estados Unidos e norte do México, além de tóxica é usada no tratamento da depressão pode levar as pessoas a um estado mental cujo ego desapare por completo. Toxinas de origem animal também têm relevância culinária, religiosa ou recreativa. A substância altamente tóxica, a tetrodoxina (TTX), é usada no preparo do sashimi Fugu no Japão e como ingredientes por sacerdotes de Vudoo, no Haiti, para criar os Zumbis. Essa toxina presente na pele de um baiacu foi fonte de substância alucinógenas para jovens golfinhos-nariz-de- garrafa Tursiops truncatus (Montagu, 1821) que compartilhavam um indivíduo desse grupo na Austrália, aplicando leves mordidas. Na Nova Guiné há pelo menos três aves do gênero Pitohui Lesson, 1831 que são venenosas porque acumulam a homobatracotoxina quando se alimentam de besouros da família Melyridae Leach, 1815. Esses besouros também são fontes de nutrientes e toxina para os sapos da família Dendrobatidae, nativos das florestas tropicais das Américas Central e do Sul, como o sapinho amarelo da Colômbia Phyllobates terribilis Myers, Daly & Malkin, 1978. O curso de justifica porque os animais peçonhentos e venenosos são, geralmente, temidos em todo mundo e por isso são considerados inimigos que devem ser exterminados. Porém, esses animais são II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 17 relevantes no equilíbrio das cadeias tróficas e fontes de substâncias de importância farmacológica ou social, envolvendo a religião, a culinária e atividades recreativas entre Homens ou golfinhos nariz de garrafa. Todas essas informações devem ser do conhecimento de um Biólogo. O objetivo do curso é discutir as relevâncias zoológicas, ecológicas, evolutivas e dos animais peçonhentos e venenosos (Poríferos a Mamíferos) e a importância farmacológicas de suas toxinas produzidas ou adquiridas pela alimentação ou por associações simbióticas ou comensais com bactérias. O ESTUDO DOS BICHOS-PAU: CONHECIMENTO ATUAL E PERSPECTIVAS Victor Morais Ghirotto¹²* e Edgar Blois Crispino¹² ¹Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo ²Projeto Phasma *victorghirotto@hotmail.com Os bichos-pau são insetos fitófagos pertencentes à ordem mesodiversa Phasmatodea. Embora sejam insetos grandes, carismáticos e popularmente conhecidos, a pesquisa científica com estes animais é escassa, principalmente no Brasil, onde não há pesquisadores estabelecidos especializados no grupo. A região Neotropical é a segunda área de maior diversidade da ordem. Estudos recentes com bichos- pau no mundo e no país mostram o grande potencial de pesquisa com estes animais, desde taxonomia e morfologia, até evolução, ecologia, comportamento e bioquímica; em resumo, são um rico nicho científico ainda a ser explorado. Como se estuda bichos-pau, o que se pode descobrir, quais são os desafios e perspectivas para a ciência em relação a estes insetos? Neste curso introduzimos e apresentamos os bichos-pau, e focamos nos estudos que existem com estes animais, além de apresentar um panorama geral e específico para o país no estudo científico da ordem. A ordem Phasmatodea apresenta imenso potencial científico, havendo muito a se descobrir sobre sua morfologia, taxonomia, sistemática, evolução, ecologia, comportamento, e até estudos aplicados como a bioquímica das secreções repugnatórias. Os ministrantes são membros do grupo Projeto Phasma, que busca estabelecer uma linha de pesquisa com estes animais no Brasil. Assim, procuramos apresentar a experiência reunida pelo Projeto e seus membros, para disseminar o conhecimento a respeito destes insetos, mostrar metodologias e desafios que inclusive podem ser extrapoladas para outras áreas da Zoologia, e possivelmente inspirar futuros pesquisadores a trabalharem com a ordem ou a levarem em conta os bichos-pau em seus estudos. HERPETOFAUNA URBANA: AS CIDADES TAMBÉM PODEM SER DOS ANFÍBIOS E RÉPTEIS? Miguel Relvas Ugalde¹* II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 18 ¹Universidade Federal Fluminense *mrugalde@id.uff.br Nos últimos anos a população mundial superou a marca dos 50% de habitantes em zona urbana pela primeira vez na história da humanidade, e a tendência é que essa proporção aumente cada vez mais. As cidades têm expandido suas fronteiras edimensões, se tornando a causa de grandes impactos para as paisagens naturais e a biodiversidade. Entre os grupos da fauna atingidas por essa transformação os anfíbios e répteis compõem parcela de significativa importância em relação a conservação da biodiversidade e a interações humano-animal. Tais organismos podem ser de importância médica, farmacológica, além de serem fundamentais nas cadeias tróficas e nas demais interações ecológicas que participam, trazendo benefícios à sociedade e ao desenvolvimento regional em que se inserem. Na década da restauração, o movimento para que as paisagens voltem a cumprir papeis diversos, priorizando a retomada de serviços ecossistêmicos e a conectividade entre hábitats, é preciso um olhar acolhedor também para áreas urbanizadas como potencializadoras de processos ecológicos e da manutenção de populações animais e vegetais. Nesse sentido, a herpetofauna se torna objeto de estudo perfeito nessa conjuntura devido à sua dependência a água, por serem sensíveis a temperatura e apresentarem baixa vagilidade entre outras atributos que podem reduzir a capacidade adaptativa desses organismos em lugares como as cidades. O curso leva em consideração conceitos fundamentais de diversas disciplinas e principalmente a interseção entre elas. Utilizando desde a zoologia para descrever o objeto de estudo, passando pela ecologia de populações, ecologia de comunidades, ecologia da paisagem e biologia da conservação para caracterizar o problema tratado, além de comentar sobre urbanismo e governança para possíveis soluções socioambientais relacionadas às discussões desenvolvidas. O presente curso pretende caracterizar a relação da herpetofauna com ambientes alterados do tipo urbano e periurbano, apresentando um assunto com potencial de estudo e atuação na área da ecologia, biologia da conservação, paisagismo e urbanismo, utilizando estudos de casos e as questões socioambientais envolvidas. Dessa perspectiva, além de passar informações fundamentais sobre a herpetofauna que habita áreas urbanas, objetiva-se lançar um olhar diferenciado para as nossas cidades e para os anfíbios e répteis a nossa volta. ARANEAE: BIOLOGIA, SISTEMÁTICA E CUIDADO PARENTAL Carla Raissa Cardoso Figueredo¹, Laryssa Stefany de Azevedo Santos¹* e Yasmin Rita Alves Aguiar de Paula¹ ¹Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão * laryssastefanysantos@gmail.com As aranhas pertencem ao filo Arthropoda e constituem a segunda ordem mais diversa da classe Arachnida: Araneae. Assim como os demais aracnídeos, esses artrópodes possuem oito pernas, entretanto, se diferenciam dos demais por possuírem fiandeiras na região posterior do abdômen, além de glândulas de veneno na região das quelíceras e os pedipalpos do macho serem modificados para II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 19 cópula. Aranhas possuem uma ampla distribuição na Terra, possivelmente em função de sua grande capacidade de dispersão. Além disso, são os principais predadores de outros invertebrados, o que lhes confere uma grande importância biológica. Estes animais são vistos por grande parte da população como perigosos e asquerosos devido a sua aparência e, na maioria das vezes, negligenciam sua importância biológica. Para tanto, se faz necessária a desmistificação dessa visão tão popularizada acerca das aranhas. O objetivo deste minicurso é realizar a introdução teórica sobre o grupo Araneae, com o intuito de apresentar em suma a biologia, a sistemática e o cuidado parental em aranhas. Este será de caráter teórico, realizado em dois momentos: No primeiro momento, pela manhã, será introduzido os conceitos e características básicas do grupo Araneae, bem como sua diversidade e importância. No segundo momento, pela tarde, será abordado sobre o cuidado parental e decorrerá ao término da atividade. DIVERSIDADE E HISTÓRIA EVOLUTIVA DOS INSETOS Wellington Donizet Ferreira¹* ¹Universidade Federal de Lavras * wellingtondonizet@gmail.com Os insetos apresentam uma história evolutiva que se estende por mais de 400 milhões de anos. Todavia, esta história só começou a ser elucidada com mais clareza nos últimos 20 anos com a proposição de hipóteses filogenéticas baseadas em dados filogenômicos e tempos estimados para as principais grandes transições evolutivas. Entre estas transições estão: (i) a terrestralização do grupo; (ii) a origem do voo; (iii) a co-diversificação com plantas com flores; (iv) a conquista de hábitats de água doce; e, (v) a origem da eussocialidade. Nenhum outro grupo de animais apresenta uma riqueza de espécies descritas tão grande e domínio tão predominante em ecossistemas terrestres e de água doce quanto os insetos. As razões que explicam esse padrão de riqueza dependem de um entendimento não só das novidades evolutivas chave que surgiram no grupo como de acontecimentos históricos tão antigos quanto a própria origem e diversificação das principais linhagens de animais. No Brasil, cursos de Ciências Biológicas e mesmo programas de pós-graduação em Zoologia ou Entomologia carecem de disciplinas em que o estudo de grupos de animais seja dado em um contexto evolutivo e filogenético. Geralmente, os cursos focam em aspectos da classificação, morfologia, fisiologia e comportamento dos grupos, negligenciando a história evolutiva e as relações de parentesco entre os principais táxons. Estudantes de Ciências Biológicas ou que estudam Zoologia/Entomologia saem destes cursos com uma visão fragmentada e com conceitos pouco conectados destes temas com outras disciplinas. Há pouco ou nenhum diálogo com campos como Paleontologia, Embriologia, Biologia Molecular e Botânica. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 20 O presente curso busca preencher essa lacuna, traduzindo, ou melhor interpretando, o que há de mais recente sobre a história evolutiva dos insetos de um modo contextualizado, dinâmico e interativo. A vantagem do curso, além do conteúdo atualizado, são oito horas de aprendizagem ativa que darão um impulso para os participantes descobrirem por si próprios mais sobre os insetos. O objetivo desse curso é apresentar a história evolutiva dos insetos, como parte da história evolutiva de todos animais, reforçando aspectos da diversificação do grupo no tempo e espaço, em uma abordagem filogenética. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA BÁSICA ATRAVÉS DA LINGUAGEM R Iuri Morais do Amaral¹ e Luiza Reis de Souza¹* ¹Universidade Federal Fluminense *luiza.reisdesouza@gmail.com A estatística é a ciência que usa da probabilidade para explicar a frequência de ocorrência de eventos, sendo uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão diante da incerteza, permitindo que dados biológicos sejam sintetizados e interpretados pelo pesquisador. Ela é fundamental a várias áreas da biologia e da medicina, inclusive à ecologia, formando mesmo uma área específica: a bioestatística. A estatística hoje está dividida em três áreas: inferencial, robusta e computacional. Essa última surgiu na segunda metade do século XX e funciona como uma combinação das duas primeiras através do uso de computadores, e a invenção dos computadores pessoais permitiu que estatística se tornasse mais acessível e poderosa, fazendo com que difíceis cálculos possam ser feitos em segundos por qualquer pessoa usando, como por exemplo, a linguagem de programação R, uma linguagem orientada a objetos com programação dinâmica e voltada à manipulação, análise e visualização de dados, sendo de fácil uso e entendimento, além de ser gratuito. O R permite não apenas a realização de rotinas estatísticas como também a geração de gráficos, que são aceitos pela maioria dos periódicos científicos para publicação, e seu uso é disseminado nas ciências biológicas. O presente minicurso objetiva a capacitação em estatística e na linguagemde programação R, buscando a autonomia dos alunos em determinar quais testes utilizar e como aplicá-los em seus dados de pesquisa, e também entender o que está sendo feito em termos de estatística nas publicações de colegas. É inegável a importância atual da estatística, consistindo em uma ferramenta essencial na produção e disseminação do conhecimento, e o R é uma linguagem amplamente utilizada pela ciência, além de possuir fácil entendimento. O curso usará exemplos zoológicos e possuirá atividades com dados também de zoologia. CHONDRICHTHYES: ESTUDOS SOBRE DENTIÇÃO E SUAS FUNÇÕES Karina Costa Rego Silva¹* ¹Universidade Federal de Rio Grande II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 21 * karinaregosilvabio@gmail.com Os vertebrados foram nomeados no século XVIII por Linnaeus, que incluiu neste grupo todos os vertebrados com mandíbula sendo chamados mais tarde de Gnathostomata (mandibulados), tiveram uma irradiação em duas linhagens principais de evolução, os Chondrichthyes que compreendem os tubarões, raias e quimeras e os Teleostomi abrangendo os Osteichthyes e os tetrápodes. Os peixes cartilaginosos (Chondrichthyes) são divididos em Holocephalii que são representados pelas quimeras, e os Elasmobranchii reunindo os tubarões e raias. Os Chondrichthyes (peixes cartilagionoso) possuem um esqueleto composto de cartilagem, sendo essa característica uma das principais diferenças entre eles e os Osteichthyes (peixes ósseos). Os dentes em elasmobrânquios (tubarões e raias) são do tipo polifiodonte, ou seja, possuem mais de uma dentição ao longo da vida, se desenvolvem em fileiras e são substituídos em intervalos regulares ao longo de suas vidas, como na maioria dos elasmobrânquios, ou na forma de grandes placas pavimentadas como no caso das Myliobatiformes. A dentição dos elasmobrânquios varia de acordo com o tipo de alimentação e no caso das raias, dependendo da espécie, modifica na época reprodutiva. Já as quimeras (holocephalii) não apresentam os numerosos dentes afiados e substituíveis, apresentam apenas três pares de grandes placas permanentes de dentes mastigatórios. O tema foi escolhido por ser uma área da zoologia que desperta interesse, tanto para leigos quanto para pesquisadores. Possui grande importância pelo fato de serem animais que estão sendo abordados em assuntos como pesca, ataques a humanos e gastronomia. O assunto em foco apresenta vantagens que expõe as diferenças entre peixes cartilaginosos em relação aos peixes ósseos; identificar e diferenciar tubarões, raias e quimeras, morfologicamente. O objetivo do curso é apresentar características gerais de peixes cartilaginosos, os tipos de dentições que elasmobrânquios possuem e explicar algumas de suas funções. TÉCNICAS DE COLETA, FIXAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE COLEÓPTEROS EM COLEÇÕES ZOOLÓGICAS Natanael Charles da Silva¹* e Edison Cardoso Pinheiro Júnior² ¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte ²Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará * natanaelcharles@gmail.com Os insetos constituem o grupo biológico mais diversificado e abundante da natureza, estimando-se que existam mais de 400.000 espécies descritas no Brasil e muitas outras ainda a serem descobertas. Dentro do grupo dos insetos, a ordem Coleóptera (besouros), destaca-se por sua diversidade e suas qualidades bioindicadoras, além de serem considerados “espécies-chaves”, pois a sua ausência e/ou perda de sua função ecológica poderia gerar um colapso no ecossistema. Desta forma, o uso de técnicas corretas e de acordo com as condições éticas estabelecidas para captura, fixação e armazenamento destes indivíduos em coleções zoológicas configura como uma forma de conservação, preservação e disseminação de conhecimento, visto que as coleções são depósitos de II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 22 amostras biológicas em meio líquido e/ou seco, através de técnicas específicas com o objetivo de preservar estes espécimes que serão utilizados para finalidades didáticas e/ou científicas. Através do minicurso, objetivamos compartilhar com os participantes técnicas de coleta mais indicadas para a captura de coleópteros, como armadilhas do tipo “Pitfall traps”, puçá entomológico e busca ativa. Demonstrando através de imagens e vídeos de coletas reais como são construídas e utilizadas cada uma delas. Além disso, iremos demonstrar formas de fixação dos espécimes pós coleta, seguindo as descrições de Triplehorn e Johnson (2011) para produção e uso de câmera mortífera, além de técnicas de alfinetagem e montagem de coleópteros para armazenamento em coleções zoológicas com finalidade didática e/ou científica, seguindo as recomendações de Rafael et al. (2012). DESCOBRINDO O MUNDO DAS VESPAS PARASITOIDES: DA ECOLOGIA À MORFOLOGIA Bárbara Ibelli Victorino¹*, Giulia Yurie Iza de Campos¹ e Thalita da Silva Lima¹ ¹ Universidade Federal de São Carlos * thalitalima23@gmail.com Os insetos compõem um dos maiores e mais diversos grupos de animais do mundo. Presentes em praticamente todos os ambientes, apresentam grande adaptabilidade e importância ecológica e econômica. São os seres em maior abundância no planeta terra, com cerca de 750.000 espécies descritas, sendo três vezes maior que todos os outros grupos de animais juntos. Os himenópteros (do grego hymen = membrana e pteron = asa) recebem esse nome por apresentarem dois pares de asas membranosas. São popularmente conhecidos como abelhas, marimbondos, vespas e formigas. Estima-se que haja entre 110 mil e 130 mil espécies deste grupo no mundo e cerca de 10 mil no Brasil, contudo, autores indicam que há uma riqueza maior, e este número pode chegar a 70 mil. Vespas parasitoides são aquelas que passam uma parte significativa do seu ciclo, sobre ou no interior do corpo de um hospedeiro, numa relação que leva à morte deste, em consequência do parasitismo. Devido a esse fato, muitas espécies são utilizadas para fins agrícolas como agentes de controle populacional de “insetos pragas” ou ainda, como bioindicadores ambientais. O objetivo do minicurso “Descobrindo o Mundo das Vespas Parasitoides (...)” é divulgar informações científicas a respeito desse grupo tão rico, representante de uma grande parcela dos insetos, mas que ainda permanece pouco estudado. Queremos levar até os alunos, conhecimentos taxonômicos sobre vespas parasitoides e sua importância para biodiversidade do planeta; como elas podem servir de ferramenta no controle de pragas agrícolas, suas relações ecológicas, importância econômica, curiosidades do grupo e desmistificar qualquer informação folclórica ou equivocada sobre vespas, pois sabemos que muitas vezes esses insetos são negligenciados ou tidos como “vilões” pela sociedade. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 23 TAXONOMIA E BIOLOGIA DE ANELÍDEOS MARINHOS Antônio João Malafaia Peixoto¹*, Natália Ranauro Amaral² e Vinícius da Rocha Miranda³ ¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro ² Universidade de São Paulo ³ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro * antjmp@gmail.com Os anelídeos marinhos são animais segmentados que habitam diferentes ambientes desde a zona entremarés até o mar profundo. Geralmente são encontrados no ambiente bentônico, associados à substratos consolidados e inconsolidados. Embora muitas espécies sejam componentes da epifauna e também da infauna, há representantes que vivem associados a outros organismos como comensais e até mesmo parasitas. No ambiente bentônico, é o grupo com a maior riqueza de espécies e abundância de espécimes, tanto como componentes da macrofauna como da meiofauna. Alguns grupos são planctônicos, sendo componentes importantes de comunidades pelágicas. Os anelídeos marinhos possuem uma grande diversidade de espécies, de morfologiae de modos de vida. Além disso, são encontrados com grande frequência e abundância, sendo com frequência o grupo dominante no ambiente. Por conta disso, são muito utilizados em estudos de ecologia, ecotoxicologia, biogeografia e como organismo modelo em estudos de desenvolvimento e bioensaios. Para a realização desses estudos, em uma etapa anterior, é necessária a correta identificação dos organismos, havendo dessa forma a necessidade de treinamento para compreensão da morfologia e identificação de táxons do grupo. Entretanto, de forma geral, a importância e taxonomia morfológica do grupo são subexploradas ao longo da formação básica dos alunos, usualmente restrita à uma apresentação geral do filo. Além disso, existem oportunidades de estudos no Brasil, uma vez que muitas famílias que possuem alta diversidade apresentam um número reduzido de taxonomistas, enquanto outras famílias simplesmente carecem de especialistas. Essa proposta de minicurso tem por objetivo expor e discutir as características do grupo: morfologia, formas de vida, adaptações morfológicas e fisiológicas e a biologia reprodutiva. O objetivo inclui ainda explicar as características morfológicas mais importantes na identificação das diversas famílias e gêneros de anelídeos marinhos. INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) E ELABORAÇÃO DE MAPAS PARA PUBLICAÇÕES ZOOLÓGICAS Lucas Silva de Medeiros¹* II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 24 ¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte *lucasmedeiros0@hotmail.com Mapas são importantes elementos visuais em trabalhos da zoologia e suas subáreas. Eles são fundamentais em descrições de novas espécies, novas ocorrências de um táxon em uma nova região, pesquisas sobre ecologia, biogeografia e conservação, em razão de transmitirem, graficamente, de maneiras simples e eficaz, a área de ocorrência de um táxon. Além disso, fornecem importantes informações adicionais de uma determinada região como: topografia, altitude, batimetria, aspectos geográficos e geológicos além das delimitações de biomas, bacias hidrográficas, unidades de conservação, além de outras características pré-determinadas pelo autor e/ou dependendo do objetivo e hipótese do trabalho em questão. O processo de criação de um mapa não é simples e, devido ao seu importante papel nas publicações biológicas é necessário ao pesquisador/aluno o domínio básico de conceitos SIG e um senso estético, muitas vezes em falta em diversos trabalhos. O minicurso será teórico-prático, tendo como objetivos: (1) capacitar os participantes a interpretarem as ferramentas de Sistema de Informação Geográfica (SIG) de software livre e gratuito QGIS Project e a versão gratuita do software Google Earth; (2) Tendo por base os conceitos aprendidos no primeiro objetivo, elaborar um mapa de distribuição geográfica a partir de dados próprios ou previamente disponilizados. ETNOZOOLOGIA NAS ESCOLAS: CONHECER PARA CONSERVAR Joyce Carina Barbosa Brito¹ e Rayane Karoline Silva dos Santos¹* ¹Universidade Federal Rural de Pernambuco *rayane.k.s.santos96@gmail.com A Etnobiologia é um campo científico interdisciplinar que estuda as interações humanas com o meio ambiente, a partir dessas interações, povos e comunidades tradicionais em contato com diversos recursos, apresentam um complexo sistema de conhecimentos, crenças e práticas sobre a natureza que é denominado como conhecimento ecológico localCEL. Este conhecimento é dinâmico, abordá- los em sala de aula e promover o seu diálogo com os conhecimentos científicos, permite uma educação diversa, multicultural, inclusiva e libertadora que trabalha a relação homem-animal- ambiente. A partir dessa articulação o aluno é capaz de conhecer a fauna local e associá-la aos conhecimentos adquiridos no ambiente escolar, promovendo uma apropriação da importância e do valor da fauna local, influenciando na preservação do ambiente e de seus recursos. O aluno em formação, que domina ou tem conhecimento da relevância de se promover esse diálogo, pode usar o conhecimento local em auxílio da conservação ambiental, tanto em sala de aula como em suas pesquisas acadêmicas. Sabendo disso, essa atividade tem como objetivo apresentar a relevância do diálogo entre o conhecimento ecológico associado à fauna local com o conhecimento científico em sala de aula. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 25 Esperamos que ao final desse minicurso, o aluno esteja apto, mesmo que de forma geral, sobre a importância da articulação entre a área de educação com as ciências etnobiológicas, para que tenha o intuito de se qualificar ainda mais neste quesito, e promova essa troca em sala de aula e em suas pesquisas. USO DE METODOLOGIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA Grazielle Ribeiro de Queiroz¹, Kamila Santos Barros¹ e Maisa Teixeira Alves¹* ¹Universidade do Estado da Bahia *maisateixeiraalves@gmail.com As metodologias de ensino alternativas são maneiras criadas pelos professores para explicar os conteúdos, buscando facilitar a aprendizagem, a partir da interação do aluno e da utilização de tecnologias. São consideradas relevantes para o ensino, pois contribuem motivando e envolvendo os discentes. No entanto, existem diversos fatores que impedem o uso dessas metodologias por parte dos professores, entre elas destacamos a falta de preparo, a ausência de suporte técnico e o alto custo dos materiais. Diante dessas dificuldades, a presente proposta visa demostrar e desenvolver atividades através de recursos digitais e tecnológicos gratuitos e de materiais didáticos aplicados ao ensino de zoologia. A proposta é voltada tanto ao ensino remoto quanto ao presencial. É válido ressaltar também, que a utilização de metodologias alternativas substitui o uso de exemplares biológicos, assim, evitando práticas de eutanásia e causar sofrimento ou dor aos animais, mas ao mesmo tempo manter a qualidade do ensino. O minicurso seguirá uma abordagem teórica seguida de prática, para apresentar ferramentas alternativas para o ensino de zoologia, como sites, aplicativos e programas. A prática tem como objetivo fazer com que os inscritos visitem e explorem os sites, e, assim, saibam como utilizar estes recursos em sala de aula. MORCEGOS DO BRASIL: BIOLOGIA, ECOLOGIA, DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO Maria Stela Marrelli Caldas Leite Lucas¹*, Priscila Stéfani Monteiro Alves² e Elizabete Captivo Lourenço² ¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ²Universidade do Estado do Rio de Janeiro *mariamsmcll@gmail.com II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 26 Os morcegos têm sido vítimas de mitos e preconceitos devido a seus hábitos noturnos e por conta de algumas espécies serem hematófagas. No entanto, são fundamentais para a manutenção do equilíbrio do meio ambiente: cerca de 70% das espécies de morcegos são insetívoras, atuando como controladores populacionais de insetos, incluindo pragas agrícolas e insetos vetores de infecções que causam doenças aos seres humanos. Aproximadamente 21% dos morcegos possuem o hábito frugívoro e 4% o hábito nectarívoro sendo essenciais na dinâmica vegetacional, pois atuam como dispersores de sementes e polinizadores, respectivamente. No Brasil, correspondem cerca de 25% das espécies de mamíferos, sendo componentes fundamentais na manutenção e regeneração de florestas tropicais além de biomas exclusivos do Brasil como a Caatinga. Mesmo muito antes do início da pandemia da COVID-19, os morcegos são associados às doenças e a seres malignos. No entanto, diversas espécies de morcegos coexistem com os seres humanos em paisagens urbanas e agrícolas, desenvolvendo serviços ecossistêmicos que são desconhecidos pela maior parte da sociedade civil e acadêmica. Inclusive, nós humanos, causamos diversas ameaçasa esses animais com o desmatamento, poluições, usinas eólicas etc. Esses animas atuam no reflorestamento, controle de populações e pragas e ainda na produção da tequila. Sendo assim, os morcegos são ótimos animais modelos para entender a relação entre meio ambiente e alterações antrópicas. O objetivo geral do curso é desmistificar os morcegos, apresentando aspectos da diversidade, biologia e ecologia dos morcegos, apontando os serviços ecossistêmicos prestados, além de abordar temas relacionados às questões de saúde pública, histórias de vida, evolução e conservação. Todo o curso visa a capacitação dos profissionais da área, assim abordaremos, também, métodos de captura e coleta e manejo. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 27 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 28 Dia 1 (05/10) – História Natural 13h-14h15: A REPATRIAÇÃO DE DADOS DE COLEÇÕES ZOOLÓGICAS Palestrante: Dr. José Albertino Rafael Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia A repatriação visa a obtenção de dados e imagens de espécimes da fauna brasileira e demais informações a eles associadas, depositados em museus estrangeiros para servir de documentação junto ao Sistema de Informações sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr) e ao Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB), dando visibilidade a fauna nativa sendo beneficiários todos os interessados em pesquisas sobre biodiversidade. A repatriação é muito importante porque nos séculos passados muitos naturalistas, visitantes ou residentes no Brasil, coletavam as amostras animais e as remetiam aos museus no exterior. Grande parte desses espécimes foi utilizada na descrição de novos táxons ou integra o conjunto de amostras que serviram de base para as descrições de mais de 50% das espécies brasileiras. Suas informações estão restritas às descrições antigas, a maioria incompletas, sem dados suficientes para o seu reconhecimento atual. A repatriação atende um compromisso do governo brasileiro assumido por ocasião da Convenção em Biodiversidade em 1992, na qual já havia no “Clearing House Mechanim - CHM”, a definição da importância da repatriação da informação da biodiversidade para os países de origem. 14h45 - 16h: EXPLORAÇÃO, CIÊNCIA E CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS CORALINOS MESOFÓTICOS Palestrante: Dr. Luiz A. Rocha California Academy of Science 16h30 - 17h45: II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 29 PTEROSSAUROS: OS ARCOSSAUROS VOADORES DO MESOZÓICO Palestrante: Dra. Fabiana Rodrigues Costa Nunes Universidade Federal do ABC Os pterossauros constituem um grupo de répteis arcossauros voadores que dominaram os ares durante o Mesozóico, tendo sido os primeiros vertebrados a desenvolver o voo ativo e desaparecendo há 65 milhões de anos com grande parte dos dinossauros, na grande extinção do Cretáceo-Paleogeno (K/Pg). Nesta palestra vamos discutir sobre os aspectos gerais deste intrigante grupo de anatomia tão peculiar, avançando sobre os estudos mais modernos que nos desvendam um pouco mais sobre a ecologia destes répteis alados. Dia 2 (06/10) – Sistemática, Taxonomia e Filogenia 13h - 14h15: POEIRA COM ASAS: OS DESAFIOS DA TAXONOMIA DE MOSQUITOS GALHADORES Palestrante: Dra. Barbara Proença Nessa palestra falarei sobre alguns desafios da taxonomia de mosquitos galhadores para o conhecimento da biodiversidade desse grupo no Brasil. 14h45 - 16h: POR QUE CRACAS? Palestrante: Dr. Fábio B. Pitombo Universidade Federal Fluminense “Por que Cracas?” é uma pergunta que escuto com bastante frequência, e nem sempre é fácil respondê-la. O estudo das cracas é conhecido principalmente por conta de um de seus especialistas mais famosos, Charles Darwin, e até hoje ainda se discute os motivos pelos quais ele se dedicou a esse grupo. Embora não sejam um dos organismos mais carismáticos, as cracas despertam interesses diversos que vão desde a tentativa de encontrar a fórmula do seu cimento para uso medicinal à descoberta de como eliminá-las dos cascos de navios. Mas o que mais me interessa é a relação da biogeografia e sua história evolutiva. Para realizar tal abordagem percebi a necessidade de realizar estudos taxonômicos do grupo e, de certa forma, compreender os motivos que levaram Darwin a se dedicar ao estudo das cracas. Vou apresentar as ferramentas necessárias para realizar tal estudo, além de mostrar a diversidade de formas que o grupo apresenta e os desafios encontrados. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 30 16h30 - 17h45: TEM MINHOCA NO MAR?! Palestrante: Cinthya S. G. Santos Universidade Federal Fluminense Os anelídeos poliquetas, ou minhocas-do-mar, compõe um grupo de organismos marinhos, em sua maioria, mas também inclui algumas espécies de água doce. Atualmente, há cerca de 12.000 espécies consideradas válidas e distribuídas em cerca de 95 famílias. Representam um dos 3 grupos de invertebrados bênticos mais importantes, em termos de riqueza e densidade, nos fundos marinhos, sejam fundos consolidados (costões rochosos, recifes) ou inconsolidados (praias, estuários, lagunas etc). Embora sejam essencialmente bênticos, há algumas famílias pelágicas. São encontrados desde os ambientes entremarés até altas profundidades, desde os trópicos até os mares polares. Em termos de tamanho existem desde espécies intersticiais, com alguns milímetros apenas, até algumas espécies que podem atingir alguns metros, no entanto, a maioria apresenta alguns centímetros. Apresentam ainda uma grande plasticidade biológica em termos de hábitos alimentares e reprodutivos, além de uma ampla variedade morfológica. Nos fundos marinhos tem papel importante na ciclagem de nutrientes e podem compor cerca de 80% da dieta de algumas espécies de interesse comercial. Em alguns países são explorados comercialmente como iscas e alimento para espécies na maricultura. Além disso, há espécies consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental nos ambientes marinhos. Na costa brasileira, temos atualmente cerca de 1400 espécies registradas e grupos locais de pesquisa consolidados que tem contribuindo significativamente para aumentar o conhecimento sobre o grupo nas últimas duas décadas, que no entanto, ainda permanece pouco conhecido. Dia 3 (07/10) – Ecologia e Conservação 13h - 14h15: A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES CIENTÍFICAS ZOOLÓGICAS NA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE Palestrante: Dra. Michela Borges Universidade Estadual de Campinas A palestra abordará temas acerca da Biodiversidade e a importância dos museus e coleções científicas zoológicas na conservação desta. Histórico, importância e tipos de coleções zoológicas. Formas de curadoria. Panorama atual sobre as coleções zoológicas no Brasil. Diferentes tipos de acervos e registros. Política e manejo de coleções. Políticas públicas acerca da conservação ex situ da biodiversidade brasileira. Taxonomia e curadoria. Os Museus de Ciências, os de Zoologia em específico, desempenham um papel crucial no processo de conservação da Biodiversidade pois, além II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 31 de manter acervos para estudos/pesquisas, atuam também na conscientização da sociedade, por meio de atividades educativas e de extensão. Ou seja, representam uma “ponte” entre a Ciência e a Sociedade. 14h45 - 16h: HERPETOFAUNA DA MATA ATLÂNTICA FLUMINENSE: CONHECER PARA AMAR, CONSERVAR E ESPERANÇAR Palestrante: Dra. Mara C. Kiefer Universidade Federal Fluminense A Mata Atlântica é o bioma brasileiro com a menor porcentagem de remanescentes de áreas naturais. Inserido totalmente neste bioma, o estado do Rio de Janeiro possuiuma das maiores porções de remanescentes de Mata Atlântica do país. Sua elevada diversidade biológica e endemismo permitem considerá-lo como região estratégica para a conservação do bioma. A herpetofauna constitui um dos componentes mais representativos desta diversidade, refletindo o que acontece com o Brasil em nível mundial. Várias espécies de anfíbios e de répteis, inclusive, são muito sensíveis às alterações antrópicas e podem atuar como importantes indicadoras da qualidade do hábitat. Assim, conhecer a diversidade da herpetofauna e suas principais ameaças, atuais e futuras, são passos fundamentais para a proposição de estratégias de manejo e conservação. Conhecer para amar, conservar e esperançar. 16h30 - 18h: Mesa redonda: PLANOS DE AÇÃO E PERSPECTIVAS DA CONSERVAÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS I. ONÇAFARI: Conservação integrada de onças-pintadas e lobo-guarás no Brasil. Palestrante: Edu Fragoso Onçafari O Onçafari foi fundado em 2011 e desde então atua com enfoque maior na conservação das onças- pintadas e lobos-guarás. Essas espécies foram escolhidas pela função ecológica que exercem nos ecossistemas e também por atuarem como espécies-bandeira e guarda-chuva, que elevam os esforços conservacionistas para uma escala ainda mais ampla. O Onçafari está em constante adaptação para lidar com a complexidade de se proteger a vida selvagem, de modo promover uma coexistência mais equilibrada entre a conservação da biodiversidade e as necessidades humanas. Para isso, possui seis frentes integradas de atuação nas diferentes bases espalhadas pelo Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, que são Ecoturismo, Ciência, Social, Educação Ambiental, Reintrodução e Florestas. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 32 II. Projeto PROFRANCA - A favor da conservação da baleia-franca-austral Palestrante: Dra. Karina Groch ProFRANCA / Instituto Australis A Baleia-Franca-Austral é a única espécie de baleia ainda ameaçada de extinção que se reproduz na costa brasileira. A principal área de concentração é o litoral sul do Brasil, principalmente o litoral centro-sul de Santa Catarina, em uma região protegida pela Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. O Projeto ProFRANCA – Projeto Franca Austral – tem como objetivo geral conservar a baleia-franca-austral tanto através da continuidade de pesquisas realizadas a longo prazo, como pela execução de metodologias inovadoras aplicadas para descobertas de novas informações biológicas sobre a espécie. A sensibilização e responsabilidade ambiental também estão presentes através de ações de mobilização social, educação ambiental, capacitações e atividades escolares, contribuindo para a formação de cidadãos ativos na valorização do meio ambiente e na construção de uma sociedade mais equilibrada e sustentável. O ProFRANCA é realizado pelo instituto Australis e conta com Patrocínio Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. III. Refaunação: restauração de faunas e de interações ecológicas como estratégias de conservação para o século XXI Palestrante: Dr. Fernando Fernandez Universidade Federal do Rio de Janeiro A refaunação, proposta por Oliveria-Santos e Fernandez em 2010, é a reconstrução de faunas utilizando sequências de reintroduções de espécies nativas que tenham sido extintas localmente. Tem sido considerada um tipo dentro da categoria maior e vaga de ações ativas de conservação conhecidas por "rewilding". O sonho possível da refaunação é exemplificado com o nosso trabalho da restauração da fauna do Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, e tem imenso potencial para a conservação nos trópicos no século 21. Dia 4 (08/10) – Zoologia e Sociedade 13h - 14h15: SÍNDROME DO IMPOSTOR E MULHERES CIENTISTAS: O QUE ISSO TEM A VER? Palestrante: Dra. Laura C. Leal Universidade Federal de São Paulo Mulheres cientistas enfrentam uma série de barreiras específicas de gênero ao longo de suas carreiras. Essas barreiras terminam por fazer da academia um ambiente excludente para as mulheres, limitando II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 33 a nossa ascensão profissional. Recentemente, a síndrome do impostor tem sido apontada como uma dessas barreiras. Essa síndrome pode ser definida como uma experiência interna de falsidade intelectual e de não pertencimento que faz com que pessoas bem-sucedidas duvidem de suas conquistas e tenham um medo persistente de serem expostas como uma fraude. Estudos recentes indicam que mulheres cientistas são quatro vezes mais propensas à síndrome que seus colegas homens e cerca de 70% das mulheres que ocupam cargos hierarquicamente mais altos na academia alegam sofrer da síndrome. Esses dados nos fornecem um panorama de que a maioria das mulheres cientistas constroem suas carreiras duvidando constantemente de suas conquistas e sob um estado de medo constante de serem desmascaradas como impostoras em seu ambiente de trabalho. Nessa palestra, vamos conversar sobre o que é a síndrome do impostor, porque ela é tão frequente entre mulheres cientistas e como ela pode limitar a nossa permanência na academia. 14h45 - 16h: DIVERSIDADE BIOLÓGICA, PENSAMENTO EM ÁRVORE E ENSINO DE ZOOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Palestrante: Dr. Dalton de Souza Amorim Universidade de São Paulo Há ampla discussão sobre a questão da redução do ensino à memorização de informação, sem contextualização adequada e com discussão limitada de significado. Encontrar soluções para escapar desse paradigma, no entanto, é sempre um desafio. O ensino de Botânica e Zoologia no Ensino Fundamental e Médio com grande frequência reduz-se à memorização dos nomes latinos de grupos taxonômicos e de características correspondentes—com um entusiasmo limitado dos alunos pela matéria. Uma abordagem filogenética do ensino, escapando de aspectos puramente técnicos de cladismo, foi desenvolvida para o ensino de Zoologia no 7° Ano do Ensino Fundamental e no 2° Ano do Ensino Médio. Essa abordagem trabalha amplamente com o conhecimento prévio de Zoologia das alunas e alunos, e com sua capacidade de responder a perguntas sobre padrões de compartilhamento de características de modo a enxergar e reconstituir a ordem subjacente à diversidade biológica. Essa abordagem foi testada com o uso dessa estrutura de apresentação tanto com palestrantes com formação em sistemática filogenética, quanto com professores regulares de Ciências e Biologia. 16h30 - 18h: Mesa redonda: ETNOZOOLOGIA E CIÊNCIA CIDADÃ: PAPÉIS, FUNÇÕES E RELAÇÕES COM A SOCIEDADE Palestra 1: I. Etnozoologia de animais marinhos Palestrante: Dra. Camilah Antunes Zappes II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 34 Universidade Federal Fluminense Conhecimento tradicional de pescadores sobre os animais marinhos é diferente do conhecimento científico? A compreensão dos significados do conhecimento tradicional em relação à mamíferos marinhos, tartarugas marinhas e crustáceos pode contribuir em ações voltadas à conservação ambiental. Neste sentido, é importante identificar as semelhanças e discrepâncias entre os saberes e promover diálogos entre o saber-fazer tradicional e o saber científico na busca de qualidade ambiental e qualidade de vida para comunidades pesqueiras. II. Etnozoologia e patrimônio biocultural Palestrante: Dr. Eraldo Medeiros Costa-Neto Universidade Estadual de Feira de Santana O mundo faunístico é percebido de diferentes maneiras pelas sociedades humanas. O valor sociocultural e econômico da fauna está intimamente ligado ao uso que lhe é atribuído: uso direto para consumo, uso direto não extrativo ou valor de uso intangível. Qualquer que seja o tipo de classificação, as pessoas valorizam e, consequentemente, utilizam a fauna com o objetivo de evitar – ou indiretamenteprevenir – o seu desaparecimento. Os vínculos com a fauna fazem parte do patrimônio zoocultural de diferentes sociedades humanas, de modo que, ao reconhecer, declarar e recriar uma expressão sociocultural associada às espécies zoológicas, estar-se-ia protegendo não só as populações humanas, mas também os animais. A questão das atitudes em relação à fauna, entendida como tipos de comportamento dos humanos em relação aos animais, é de grande interesse não só do ponto de vista psicológico, mas também etnozoológico, pois de alguma forma, ao compreender este tipo de relações bioculturais, está-se refletindo sobre o lugar que determinada espécie ocupa dentro de uma sociedade, deliberando-se sobre seu valor semântico e gerando estratégias para seu controle, manejo e proteção. Palestra 3: Etnozoologia e ciência-cidadã como abordagens para a conservação do ambiente marinho Palestrante: Dr. Alexandre Schiavetti Universidade Estadual de Santa Cruz Apresentar alguns estudos que envolvem comunidades tradicionais e/ou grupos de usuários envolvidos na conservação de espécies marinhas. Como exemplo usaremos espécies invasoras, espécies utilizadas comercialmente e uma espécie redescoberta. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 35 II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 36 LINHA TEMÁTICA:EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ENSINO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA 5 DE OUTUBRO | 18:00 - 19:00 HORAS O JOGO “DORMINHOCO DOS ANELÍDEOS” COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DO FILO ANNELIDA Gabriel Agostini Tonelli¹* & Marina Silveira Bonacazata Santos¹ ¹Universidade Estadual de Maringá *tonelli1997@hotmail.com O jogo “Dorminhoco dos Anelídeos” foi desenvolvido na disciplina de Zoologia de Invertebrados I para o Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá/PR. Sabe-se, que o jogo, quando aplicado com um propósito e uma função pedagógica, auxilia os alunos a aprenderem de maneira mais lúdica e menos decorativa. A disciplina de Zoologia traz uma carga considerável de nomes científicos de difícil memorização. O presente trabalho, objetivou o desenvolvimento de um jogo para facilitar o aprendizado do filo Annelida (características gerais, integrantes e aspectos ecológicos), através da releitura do jogo “dorminhoco”. Optamos por utilizar a metodologia qualitativa de caráter exploratório, visto que nosso enfoque foi o Filo Annelida. Foram criadas 26 cartas, uma delas o coringa. Criamos cinco categorias para o jogo “Dorminhoco dos Anelídeos”, com um total de cinco cartas para cada categoria. As categorias abordadas foram: Poliquetos - Padrão, Oligoquetos – Padrão, Hirudíneos – Padrão, Perfil Geral dos Anelídeos e Aspectos Ecológicos do Filo Annelida. Cada carta do jogo apresenta, além da descrição escrita da categoria, uma imagem colorida ilustrativa, facilitando a visualização. As cartas foram montadas no computador e as figuras foram retiradas da internet. Depois de impressas, as cartas foram coladas em papel cartão e plastificadas para aumentar a durabilidade. Além das 26 cartas, o jogo conta com um manual para a descrição das regras e uma caixa de madeira personalizada para acomodar as cartas e o manual. O jogo não foi aplicado para alunos em sala de aula, porém, obtivemos êxito no desenvolvimento do jogo, que foi de baixo custo e de fácil execução. Por trazer de uma maneira mais objetiva as características dos anelídeos, o jogo desperta a curiosidade e estimula o aprendizado. Também estimula a coletividade, pois é necessário um grupo de cinco alunos para jogar o jogo, já que o mesmo apresenta cinco categorias, onde cada jogador escolhe previamente uma categoria. Em seguida, as cartas são colocadas em um monte, embaralhadas e distribuídas. Cada jogador recebe cinco cartas e tem o objetivo de agrupar todas as cartas da categoria que escolheu. Quem for o ultimo a terminar é o chamado “Dorminhoco”. É importante que no momento do jogo, o professor esteja junto com os alunos para ir relembrando o conteúdo teórico à medida que as cartas vão sendo reveladas. Nesse momento, a troca de informações referentes ao conteúdo entre os alunos também é fundamental, estimulando o diálogo, muito importante no processo de ensino-aprendizagem. Palavras-Chave: divulgação científica; ciências; zoologia; lúdico; coletividade. Apoio/Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 37 PROJETO BIODIVERSIDADE DE CACHOEIRAS DE MACACU: O USO DO INATURALIST PARA RECONHECIMENTO DA FAUNA PELA COMUNIDADE. Patrick de Oliveira¹* ¹Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro *prof.patrickoliveira@ufrj.br O uso da tecnologia tem se popularizado na sociedade. No campo da investigação científica, novas potencialidades residem na inserção de novas abordagens tecnológicas. O conhecimento acadêmico é de suma importância para a conservação da biodiversidade. Possibilitar o contato do público não especializado com o produto dos estudos acadêmicos, bem como as informações acerca dos seres vivos, pode favorecer as ações conservacionistas. Em linhas gerais, grupos animais despertam maior interesse nas pessoas. Nesse sentido, a plataforma iNaturalist, uma comunidade virtual de observadores da vida selvagem criada pela California Academy of Sciences em conjunto com a National Geographic, apresenta-se como uma ferramenta de grande utilidade. Como funciona tanto no navegador como em formato de aplicativo, o iNaturalist é de uso simples com possibilidade inclusão de fotografias, vídeos, áudios, bem como subir imagens da galeria do usuário contendo a data e localização georreferenciada do registro. Uma vez que os dados sejam disponibilizados na plataforma, o registro do organismo pode ser identificado por outros usuários e especialistas. O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados do projeto Biodiversidade de Cachoeiras de Macacu disponível no iNaturalist, iniciado em janeiro de 2019. O projeto engloba observações que tenham ocorrido no território do município de Cachoeiras de Macacu no Rio de Janeiro, envolvendo todos os táxons de protozoários, fungos, plantas e animais. Até o dia 28 de maio de 2021, haviam sido registradas 12.359 observações realizadas por 154 observadores englobando 2.350 espécies. Para o presente trabalho caberá a análise somente dos organismos pertencentes ao Reino Metazoa. Do total de espécies registradas, 1.995 são animais. O número de espécies por Classe registrados foram Insetos (1.492 spp), Aves (301 spp), Aracnídeos (82 spp), Anfíbios (40 spp), Mamíferos (32 spp), Répteis (28 spp), Diplópodes (4 spp), Planárias (4 spp) e Crustáceos (2 spp). As espécies com maior quantidade de registros foram: Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda) com 42 observações, Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) com 41 observações, Perereca- dormideira (Boana semilineata) com 39 observações e Tangará (Chiroxiphia caudata) com 38 observações. Frente aos resultados apresentados, o uso do iNaturalist possui potencial de uso em ações de Educação Ambiental, sensibilização para a conservação e promoção da uma abordagem da Ciência Cidadã. Nesse sentido, é possível explorar a relação entre a tecnologia junto do interesse pelos animais e levantar dados acerca da ocorrência desses organismos em diversas localidades. Palavras-chave: metazoários; divulgação científica; aplicativos; Mata Atlântica; tecnologia. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 38 O MUNDO É UMA SALA DE AULA: O ENSINO SOBRE O COSTÃO ROCHOSO Matheus Vianna¹*, Daniel F. N. Silva¹, Luiza R. de Souza¹, Emilia A. C. Licha¹, Gizyelle C. Miguel¹, VictoriaR. P. Caldas¹, Pedro A. S. Estrella Junior¹ & Elysiane B. Marinho² ¹Universidade Federal Fluminense, ²Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense *mathvs18@gmail.com A atual verticalização do ensino e massificação de conteúdos nas escolas não favorece o aprendizado efetivo da maioria dos alunos. Uma forma de reduzir esse problema são as aulas de campo, que na Biologia são um importante método de ensino que permite aos discentes contato direto com o objeto de aprendizagem principalmente para temáticas ambientais. O local também oferece novas formas de observar o mundo e diversificar as vivências perceptivas deles, aprimorando a compreensão do saber científico concomitantemente ao desenvolvimento do pensamento crítico aliado à curiosidade e a afetividade orientada pelo docente. A ida aos ambientes costeiros apoia a necessidade de refletir sobre a fragilidade em que esses espaços e sua biodiversidade se encontram, levando em consideração a fase atual de degradação e impactos antrópicos. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma aula de campo com 35 alunos de uma turma da 1ª série do Ensino Médio de um colégio público de Itaboraí/RJ sobre os ecossistemas costeiros da Mata Atlântica, com enfoque no costão rochoso. Para tal, foi realizada uma visita guiada em 2019 ao Costão de Itaipu, Niterói-RJ, onde foram trabalhados e apresentados temas sobre morfologia e fisiologia dos principais organismos encontrados no local, suas relações interespecíficas, a dinâmica dos fatores físicos que contribuem para a estrutura desse habitat e os impactos antrópicos observados. Para cada estudante foi entregue um questionário com 6 perguntas sobre esse ecossistema que tiveram que responder. Obteve-se uma porcentagem de 84,9% de respostas às questões, das quais 87,85% estavam corretas. As questões de anatomia de um ouriço- do-mar esquematizado e sobre a salinidade da água do mar foram as únicas respondidas por todos os alunos e corretamente. Enquanto que a questão com 2 perguntas sobre quais os demais organismos observados e qual a relação ecológica entre eles apresentou a menor taxa de resposta (66,7%), além de que esta segunda não foi respondida corretamente por nenhum dos alunos. Esses números mostram que questões mais práticas e que despertam mais o interesse apresentam maior envolvimento e compreensão das informações transmitidas. Ao mesmo tempo em que a atenção dos alunos foi um pouco mais dispersa durante explicações de processos mais complexos, o que necessita de uma outra abordagem pelos docentes. Assim, pôde-se observar benefícios e dificuldades de uma aula em ambiente não formal de ensino, mas que apresenta um grande êxito no processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: educação ambiental; invertebrados; preservação; espaços não formais. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 39 BIOFILIA E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: O QUE TEM SIDO DEBATIDO NAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS NACIONAIS NA ÚLTIMA DÉCADA Lázaro Araújo Santos¹* & Thais Marques da Silva¹ ¹Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia *lazaro15_@hotmail.com Há muito se tem apontado sobre a ascendente perda da biodiversidade como consequência das ações humanas. Quando observados os serviços prestados pela diversidade biológica, tal como: regulação climática, produtividade primária e auxílio à ciclagem dos elementos, essa perda torna-se ainda mais preocupante. Dada a urgente necessidade de ações conservacionistas, algumas medidas que visam a mitigação dessa destruição vêm sendo propostas. No entanto, algumas dessas ações encontram resistência por parte da população, sendo uma parcela dessa resistência devido ao aumento no distanciamento das pessoas em relação à natureza. Dentro dessa perspectiva, surge o conceito de Biofilia, popularizado por Edward Wilson, no qual se refere a demanda genético-evolutiva de estímulos advindos da natureza para a manutenção da saúde física e emocional do ser humano. Partindo dessa demanda intrínseca presente na humanidade, o presente trabalho tem como objetivo analisar como as produções acadêmicas da última década relacionadas à conservação da biodiversidade vêm se apropriando do conceito de biofilia. Para tanto, realizamos buscas bibliográficas nas principais plataformas acadêmicas do Brasil: portal de periódico da CAPES; SCIELO; Google Acadêmico, utilizando como palavras-chaves: aplicação, biofilia e conservação. Nos detivemos somente em artigos publicados entre 2010-2020, sendo investigados apenas trabalhos que contivessem a relação entre conservação e biofilia, redigido em português e gratuitamente disponíveis. Após as buscas foram realizadas a leitura dos trabalhos e a análise textual discursiva. Tendo sido efetuada a metodologia, encontramos 163 trabalhos sendo que 113 se adequavam aos filtros aqui propostos. A partir da análise dos trabalhos propusemos a criação de três categorias: Na primeira categoria estavam as produções que visavam a implementação de elementos naturais nos centros urbanos, a fim de tornar a natureza mais próxima das pessoas, suscitando a importância da biodiversidade para o bem-estar humano. Englobamos nessa categoria 47 trabalhos. Na segunda categoria classificamos 39 trabalhos, nessa classe estavam as produções que propuseram o planejamento de cidades, ruas ou edifícios sob a perspectiva biofílica, possibilitando dessa forma um crescimento urbano dentro dos ditames conservacionistas. Por fim, na terceira categoria englobamos os trabalhos que levantaram a necessidade de ações com preceitos biofílicos desde a educação básica, tendo por finalidade a formação de indivíduos ecologicamente conscientes, nessa categoria classificamos 27 trabalhos. Assim, inferimos que mais trabalhos relacionando a biofilia e conservação da biodiversidade devam ser realizados, uma vez que essa intersecção possibilita que haja a emergência de possibilidades para o desenvolvimento de ações conservacionistas mais eficazes. Palavras-chave: biodiversidade; preservação; psicologia ambiental. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 40 PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE CARTILHA SOCIOAMBIENTAL: FAUNA SINANTRÓPICA PRESENTE NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA - RJ Thulio Lopes da Silva¹*, Isabella da Silva das Neves¹ & Karine Bueno Vargas¹ ¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro *souothulio@hotmail.com A Educação Ambiental é uma área interdisciplinar de extrema relevância nos dias atuais. Por sua multidisciplinaridade, é aplicada nas mais diversas áreas de conhecimento, sendo uma delas a Zoologia. No entanto, é notória a necessidade de maior aplicação e discussão desse componente na educação, destacando-se a relação humana com outros animais, visto o gradativo aumento da lista de espécies em risco de extinção e perda de habitats, causadas, sobretudo, pela expansão das áreas urbanas de forma desequilibrada, bem como pelos mais diversos tipos de poluição ambiental. A presente pesquisa teve como objetivo averiguar a necessidade da criação de cartilhas socioambientais para a população do município de Seropédica - RJ, que representam ferramentas didáticas úteis para difusão de conhecimento sobre a fauna sinantrópica e conscientização sobre os efeitos que as ações humanas causam sobre esses animais, bem como para o próprio homem, como as zoonoses. Para isso, foram feitas leituras de artigos científicos e materiais didáticos de educação ambiental sobre fauna sinantrópica, a fim de identificar os animais mais comuns e seus locais de ocorrência nas zonas urbanas, para compreender melhor seus hábitos e habitats, bem como outras características de interesse. Aplicou-se um questionário socioambiental online com o intuito de conhecer a relação entre a população do município de Seropédica com os animais selecionados para esta pesquisa: roedores urbanos (rato,camundongo e ratazana), gambá, sagui, morcego e pombo. A escolha destes animais deu-se por, além de serem comuns nas zonas urbanas, estarem presentes na Floresta Nacional Mário Xavier – Seropédica-RJ, importante área verde do município. Foram coletadas 111 entrevistas, onde observa-se a ausência de conhecimento da população sobre a função ecológica desses animais e sua importância, como também a forma adequada de manejo, já que a ocorrência destes animais nas áreas urbanas apresenta um certo descontentamento por parte da população. Foi notório também que a forma como os entrevistados percebem a aparência dos animais se relaciona com a sensação de “medo” e “nojo”, segundo os dados coletados no formulário. Com isso, percebe-se que há necessidade de aplicação de modelos educativos ambientais que tragam essa discussão para as cidades, tornando- se de grande importância a proposta de criação de cartilhas socioambientais que discutam as relações sociedade e natureza. Palavras-chave: educação ambiental; zoologia; sinantropia; recurso didático; divulgação científica. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 41 JOGO DIDÁTICO SOBRE SIMETRIA, FOLHETOS EMBRIONÁRIOS E DIVERSIDADE ANIMAL PARA AUXILIAR O PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM DE ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO Leonardo Assumpção¹* & Joana Zanol² ¹Universidade Federal do Rio de Janeiro, ²Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro *leonardo_assumpcao@hotmail.com Atualmente, a forma com que o conhecimento é apresentado na escola, com a utilização de textos e memorização de termos e conceitos, não desperta o protagonismo e a curiosidade dos alunos. Conceitos como as características morfológicas chave dos metazoários, folhetos embrionários e simetria, são abordados de forma mecânica e descontextualizada e não despertam o interesse, nem práticas investigativas importantes para a aprendizagem discente. Dessa forma, a busca por diferentes estratégias, abordagens, materiais e ferramentas que tornem o ensino da biologia menos teórico e mais investigativo e que desperte o pensamento crítico são fundamentais. Nesse contexto, os jogos pedagógicos são uma alternativa viável para despertar o interesse do aluno. Outro ponto importante é que os jogos podem ter um papel importante na formação do indivíduo, atuando desde o processo criativo até o desenvolvimento cognitivo do aluno. Este trabalho tem como objetivo produzir um jogo de tabuleiro cooperativo no formato print and play abordando a relação do surgimento da simetria bilateral e mesoderma com a evolução diversidade animal. O jogo contém 7 cartas problemas, que conduzirão as investigações e para as quais os alunos gerarem hipóteses, e uma pergunta geral em que todos os jogadores devem se unir para responder. Também, fazem parte da composição física do jogo 20 cartas dicas sobre evolução animal, simetria e folhetos embrionários e 20 cartas com características de animais marinhos, que auxiliarão na resolução das cartas problemas e 4 peões. A partida acontecerá em 10 rodadas, todos partem da casa início, no sentido horário, sendo o jogador inicial aquele que mais recentemente foi a praia. Para responder as perguntas, jogador recolherá informações e dicas comprando as cartas dica e animal ao chegar nas casas distribuídas no tabuleiro. Os jogadores podem realizar 3 ações em seu turno durante a rodada. São elas movimentar seu próprio peão para uma casa próxima, movimentar o peão de um companheiro ou virar uma carta. As equipes vencerão o jogo caso consigam solucionar as cartas problema e responder a pergunta geral. O objetivo do jogo é que os alunos compreendam que o surgimento da simetria bilateral e do mesoderma deu origem aos bilatérios, grupo que compreende a maior diversidade de formas corporais dos animais. Tal jogo pode ser utilizado por professores no ensino médio como gerador de discussões e facilitador do processo ensino-aprendizagem, auxiliando o desenvolvimento do conteúdo de forma lúdica, que estimule a pesquisa e a investigação nos alunos. Palavras-chave: jogos de tabuleiro; educação; características morfológicas; metodologias investigativas. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 42 ELABORAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS Luan Ednelson Soares Garcia¹*, Fernanda Antunes Alves-Costa¹ & Thiago Maia Davanso¹. ¹Universidade Paulista *luan_garcia_@hotmail.com.br Inúmeras propostas de utilização de materiais didáticos, que vão além do método tradicional, evidenciaram bons resultados de aprendizagem para conteúdos de ciências e biologia, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio, respectivamente. O uso de recursos didáticos, que facilite a compreensão dos alunos e conduza a aula de maneira mais dinâmica e menos rotineira, propõe contribuir ainda mais para o processo ensino/aprendizagem. Em ciências e biologia, os modelos didáticos táteis podem ser utilizados como instrumentos auxiliadores da aprendizagem, facilitando o cotidiano dos professores e facilitando o desenvolvimento dos alunos. Neste sentido, o atual estudo tem como objetivo realizar a confecção de materiais didáticos relacionados aos conteúdos de Zoologia de Invertebrados, para seu uso como instrumento de metodologia de ensino e para auxiliar no aprendizado dos alunos, nas disciplinas de Ciências e Biologia dos Ensinos Fundamental e Médio, respectivamente. Nesse estudo foi realizado um levantamento bibliográfico, que a partir desse modo, foram confeccionados diversos modelos de diferentes filos contendo as principais características anatômicas e fisiológicas, utilizando-se massas de biscuit, que após a confecção dos modelos de Invertebrados, foram realizadas sessões fotográficas dos mesmos, com a finalidade de criar ilustrações para a divulgação desses modelos. Tais imagens tiveram o enfoque de evidenciar as diversas estruturas anatômicas e morfológicas dos diferentes filos de Invertebrados e também poderão ser utilizadas como material de aulas sobre Zoologia de Invertebrados. Que através do levantamento bibliográfico, foram confeccionados 35 diferentes modelos didáticos de invertebrados, os quais foram fotografados e as imagens foram divulgadas em sítios virtuais (Facebook e Instagram) com o título: Modelos Didáticos de Invertebrados, disponível no link da Página do Facebook: (https://www.facebook.com/Modelos-Didáticos-de-Invertebrados-111684710705710/) e também através da Página do Instagram (www.instagram.com/modelos_invertebrados/). Que através dos comentários, compartilhamentos e likes das imagens e por meio dos resultados obtidos foram possíveis concluir que existe uma grande diversidade de espécies animais que podem ser usados para o desenvolvimento de materiais didáticos; a confecção dos materiais didáticos estimula a curiosidade de pessoas que tem interesse maior ou necessidade especial de manusear, sentir, pegarem, olhar as peças de perto e a publicação das imagens em redes sociais mostra-se como ferramenta importante na divulgação das atividades do Curso de Ciências Biológicas no campus Bauru, e também poderá ser usado como material didático na aprendizagem na disciplina de Zoologia de Invertebrados e na inspiração para o desenvolvimento de outros modelos didáticos, referentes a essa e a outras disciplinas do curso de Ciências Biológicas. Palavras-chave: biologia; fotografia; ensino. II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 43 A VERDADE ESTÁ LÁ FORA: O CASO DO EPISÓDIO DE ARQUIVO X QUE TRANSFORMOU UM INSETO EM VÍRUS Elidiomar Ribeiro Da-Silva¹* ¹Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro *elidiomar@gmail.com The X-Files (no Brasil, Arquivo X) é uma série televisiva de ficção científica originalmente transmitida pelo canal Fox, de 1993 a 2002, com
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