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II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 2 
 
 
 
 
Livro de Resumos do II Simpósio 
Fluminense de Zoologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 a 8 de outubro de 2021 
Universidade Federal Fluminense 
Niterói, Rio de Janeiro - Brasil 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 3 
Sumário 
Comissão Organizadora ...............................................................................................................5 
Apresentação ................................................................................................................................9 
Programação .............................................................................................................................. 11 
Minicursos ................................................................................................................................. 16 
Palestras ..................................................................................................................................... 28 
Trabalhos ................................................................................................................................... 36 
Linha temática:Educação Ambiental, Ensino E Divulgação Científica .................................. 36 
Linha temática: Invertebrados ................................................................................................ 54 
Linha temática: Panarthropoda ............................................................................................... 62 
Linha temática: Cordados ....................................................................................................... 85 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 4 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 5 
Comissão Organizadora 
Coordenadora 
Profª Drª. Cinthya Simone Gomes Santos 
Comissão de Invertebrados 
Carlos Martins Sigmaringa 
Gabriel Marques Dias 
Rodrigo Wanderley de Magalhães 
Samantha Nossar Galiza 
Sulamita Campos Murray 
Comissão de Panartrópodes 
Ana Luísa Fonseca de Oliveira 
Dayana Rodrigues Silva 
Gabrielle Pereira da Fonseca Carvalho 
Lohan dos Santos Silva 
Maria Júlia de Castro Soares 
Comissão de Cordados 
Beatriz Teixeira Monteiro 
Juliane do Nascimento Ferreira 
Maria Emília Neves de Bairros 
Maria Júlia de Castro Soares 
Renan Pereira da Silva Lobato 
Comissão Colaboradora 
Daniel François do Nascimento Silva 
Luiza Reis de Souza 
Matheus Vianna de Sousa 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 6 
Monitores 
Alice Lima Continentino 
Amanda Aparecida Romero Alvarenga 
Bernardo Rodrigues Ferraz 
Breno Torres da Silva 
Bruna da Silva Breta 
Camila Da Silva Carli 
Gabriel Mascarenhas de Almeida 
Júlia de Lacerda Ruiz 
Lucas Sousa de Azevedo 
Lys Almeida e Albuquerque 
Paulo Borges Mathias Costa 
Pedro Augusto de Souza Wolf 
Tarik Taddeo de Oliveira Teperino 
Zuleide Queiroz Borges 
Comissão científica 
Aléxia Antonia Lessa da Costa 
Alysson Rodrigo Fonseca e Silva 
Arthur Monteiro Gomes 
Bárbara Proença do Nascimento 
Cinthya Simone Gomes Santos 
Clara Buck Pereira do Eirado Silva 
Daniel François do Nascimento Silva 
Elysiane de Barros Marinho 
Filippe Henrique Piveta Schulz 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 7 
Ivyn Karla Lima de Sousa 
Juliana Kirchmeyer Pires 
Luiza Reis de Souza 
Marcela Adriany da Silva de Andrade 
Rafael Nascimento de Carvalho 
Rodrigo Soares Pessanha D'Almeida 
Editorial 
Daniel François do Nascimento Silva 
Lohan dos Santos Silva 
Luiza Reis de Souza 
Matheus Vianna de Sousa 
Sulamita Campos Murray 
Design 
Rodrigo Wanderley de Magalhães 
Informações e contato 
Site na internet: https://www.even3.com.br/sfzoo/ 
E-mail: sfzoologia@gmail.com 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 8 
 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 9 
 
Apresentação 
O Simpósio Fluminense de Zoologia (SFZoo - UFF) é uma iniciativa da Liga Acadêmica de 
Diversidade Animal (LADA), que visa disseminar ciência com base em tópicos relacionados às áreas 
de zoologia, ecologia, paleontologia e saúde, entre outros, uma vez proposta e contempladas, 
temáticas associadas aos organismos metazoários. 
O evento possui como finalidade a apresentação e divulgação da atual produção científica em relação 
aos diferentes animais encontrados no planeta, promovendo o debate e a troca de ideias a respeito 
desse grupo tão fundamental de organismos. Nos tempos atuais, de desastres ambientais e mudanças 
climáticas globais, a realização do SFZoo – UFF para a integração científica é de grande relevância, 
assim como a criação de uma consciência a respeito da importância e conservação animal. Por meio 
de palestras e apresentações feitas pelos congressistas, o evento espera oportunizar a divulgação e 
troca, produzindo novos caminhos e pesquisas nas diferentes áreas do estudo animal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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Programação 
 Terça feira - 5 de outubro de 2021 
12h30-12h40 - Solenidade de abertura 
13h00-14h15 – Palestra 1 
Dr. José Albertino Rafael (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA) 
“A repatriação de dados de coleções zoológicas” 
 
14h45-16h00 – Palestra 2 
Dr. Luiz A. Rocha (California Academy of Sciences) 
"Exploração, ciência, e conservação de ecossistemas coralinos mesofóticos" 
 
16h30-17h45 – Palestra 3 
Dra. Fabiana Rodrigues Costa Nunes (Universidade Federal do ABC – UFABC) 
"Pterossauros: os arcossauros voadores do Mesozóico" 
 
18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos 
 
 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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Quarta feira - 6 de outubro de 2021 
13h00-14h15 – Palestra 4 
Msc. Barbara Proença do Nascimento (Universidade Federal do Rio de Janeiro - 
UFRJ) 
"Poeira com asas: os desafios da taxonomia de mosquitos galhadores." 
 
14h45-16h00 – Palestra 5 
Dr. Fábio Bettini Pitombo (Universidade Federal Fluminense – UFF) 
"Por que Cracas?" 
 
16h30-17h45 – Palestra 6 
Dra. Cinthya Simone Gomes Santos (Universidade Federal Fluminense – UFF) 
"Tem minhoca no mar?!" 
 
18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos 
 
 
 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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Quinta feira - 7 de outubro de 2021 
13h00-14h15 – Palestra 7 
Dra. Michela Borges (Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP) 
"A importância das coleções científicas zoológicas na conservação da 
Biodiversidade" 
 
14h45-16h00 – Palestra 8 
Dra. Mara Kiefer (Universidade Federal Fluminense – UFF) 
“Herpetofauna da Mata Atlântica fluminense: conhecer para amar, conservar e 
esperançar” 
 
16h30-18h00 – Mesa Redonda 1: Planos de ação e perspectivas da Conservação para 
os próximos anos 
Carlos Eduardo Fragoso - (Onçafari) 
"Onçafari: conservação integrada de onças-pintadas e lobos-guarás no Brasil." 
Dra. Karina Groch (Projeto Franca Austral - ProFRANCA) 
"Projeto ProFRANCA – A Favor da Conservação da Baleia-Franca-Austral" 
Dr. Fernando Fernandez - (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) 
"Refaunação: restauração de faunas e de interações ecológicas como estratégia de 
conservação para o século 21" 
 
18h00-19h00 – Apresentação de Trabalhos 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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Sexta feira - 8 de outubro de 2021 
13h00-14h15– Palestra 9 
Dra. Laura Leal (Universidade Federal de São Paulo - Unifesp) 
"Síndrome do impostor e mulheres cientistas: o que isso tem a ver?" 
14h45-16h00 – Palestra 10 
Dr. Dalton de Souza Amorim (Universidade de São Paulo - USP) 
"Diversidade biológica, pensamento em árvore e ensino de Zoologia no Ensino 
Fundamental e Médio" 
16h30-18h00 – Mesa Redonda 2: Etnozoologia e Ciência cidadã: papeis, funções e 
relações com a sociedade. 
Dra. Camilah Antunes Zappes - (Universidade Federal Fluminense - UFF) 
" Etnozoologia de animais marinhos" 
Dr. Eraldo Medeiros Costa-Neto - (Universidade Estadual de Feira de Santana- 
UEFS) 
" Etnozoologia e Patrimônio Biocultural" 
Dr. Alexandre Schiavetti - (Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC) 
"Etnozoologia e Ciência-cidadã como abordagens para a conservação do ambiente 
marinho" 
 
18h00-18h30 – Cerimônia de encerramento 
 
 
 
 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 16 
ANIMAIS PEÇONHENTOS & VENENOSOS: POR QUE ELES SÃO TÃO 
IMPORTANTES? 
Neuza Rejane Wille Lima¹* 
¹Universidade Federal Fluminense 
*rejane_lima@id.uff.br 
Vivemos num planeta que é habitado por uma série de animais peçonhentos ou venenosos em mares, 
rios e biomas terrestres, estabelecendo inúmeras relações biológicas. Porém suas características 
biológicas ainda são pouco conhecidas pela maioria das pessoas, possibilitando a ocorrência de 
acidentes e a perda de informações genéticas e farmacológicas relevantes. A incidência de acidentes 
envolvendo os animais peçonhentos ou venenosos depende dos seus comportamentos, distribuição e 
capacidade de tolerar a presença do Homem e de outros animais. Isso explica por que, nos biomas 
brasileiros, as espécies do grupo da jararaca causam muito mais acidentes (cerca de 85%) do que as 
cascavéis, surucucus ou cobras coral. Por outro lado, informações bioquímicas de um peptídeo 
produzido por Bothrops jararaca (Wied-Neuwied, 1824) é utilizado pela indústria farmacêutica para 
tratar a pressão alta – o Captopril. Apesar de muitos estudos, ainda hoje, não se sabe sobre todos os 
perigos envolvendo as toxinas produzidas pelos animais, nem todas as suas aplicabilidades 
terapêuticas. Fugindo a regra, sabe-se que a peçonha da armadeira Phoneutria Perty, 1833 pode tratar 
disfunção erétil e as toxinas produzidas por esponjas marinhas que habitam o litoral brasileiro que 
são potentes antibióticos naturais. No oceano Índico, o búzio cone-de-mármore Conus marmoreus 
Linnaeus, 1758 utiliza o veneno para pescar o seu alimento e uma gota desse veneno é capaz de matar 
20 homens. O potencial desse veneno para tratar a epilepsia encontra-se em teste, pois ele é capaz de 
paralisar as contrações musculares como nenhum outro. Substâncias dessa espécie está em uso desde 
2004 como anestésico para dores crônicas. A saliva do Mostro-de-gila Heloderma suspectum (Cope, 
1869) que vive no sudoeste dos E.U.A. e noroeste do México contém veneno, sendo utilizada para 
tratamento da diabetes tipo 2. Espécies do gênero Nycticebus É. Geoffroy, 1812 ("slow loris") do 
Subcontinente indiano e Sudeste asiático são primatas que produzem substâncias na dobra do braço 
que se tornam veneno quando misturadas à sua saliva. Elas são exemplos de espécies em extinção 
devido tráfico ilegal. A bufotenina (5-MeO-DMT) produzida nas glândulas parótidas de Bufo alvarius 
Girard in' Baird, 1859, o sapo do Colorado do sudeste dos Estados Unidos e norte do México, além 
de tóxica é usada no tratamento da depressão pode levar as pessoas a um estado mental cujo ego 
desapare por completo. Toxinas de origem animal também têm relevância culinária, religiosa ou 
recreativa. A substância altamente tóxica, a tetrodoxina (TTX), é usada no preparo do sashimi Fugu 
no Japão e como ingredientes por sacerdotes de Vudoo, no Haiti, para criar os Zumbis. Essa toxina 
presente na pele de um baiacu foi fonte de substância alucinógenas para jovens golfinhos-nariz-de-
garrafa Tursiops truncatus (Montagu, 1821) que compartilhavam um indivíduo desse grupo na 
Austrália, aplicando leves mordidas. Na Nova Guiné há pelo menos três aves do gênero Pitohui 
Lesson, 1831 que são venenosas porque acumulam a homobatracotoxina quando se alimentam de 
besouros da família Melyridae Leach, 1815. Esses besouros também são fontes de nutrientes e toxina 
para os sapos da família Dendrobatidae, nativos das florestas tropicais das Américas Central e do Sul, 
como o sapinho amarelo da Colômbia Phyllobates terribilis Myers, Daly & Malkin, 1978. 
O curso de justifica porque os animais peçonhentos e venenosos são, geralmente, temidos em todo 
mundo e por isso são considerados inimigos que devem ser exterminados. Porém, esses animais são 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 17 
relevantes no equilíbrio das cadeias tróficas e fontes de substâncias de importância farmacológica ou 
social, envolvendo a religião, a culinária e atividades recreativas entre Homens ou golfinhos nariz de 
garrafa. Todas essas informações devem ser do conhecimento de um Biólogo. 
O objetivo do curso é discutir as relevâncias zoológicas, ecológicas, evolutivas e dos animais 
peçonhentos e venenosos (Poríferos a Mamíferos) e a importância farmacológicas de suas toxinas 
produzidas ou adquiridas pela alimentação ou por associações simbióticas ou comensais com 
bactérias. 
 
O ESTUDO DOS BICHOS-PAU: CONHECIMENTO ATUAL E 
PERSPECTIVAS 
Victor Morais Ghirotto¹²* e Edgar Blois Crispino¹² 
¹Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo 
²Projeto Phasma 
*victorghirotto@hotmail.com 
Os bichos-pau são insetos fitófagos pertencentes à ordem mesodiversa Phasmatodea. Embora sejam 
insetos grandes, carismáticos e popularmente conhecidos, a pesquisa científica com estes animais é 
escassa, principalmente no Brasil, onde não há pesquisadores estabelecidos especializados no grupo. 
A região Neotropical é a segunda área de maior diversidade da ordem. Estudos recentes com bichos-
pau no mundo e no país mostram o grande potencial de pesquisa com estes animais, desde taxonomia 
e morfologia, até evolução, ecologia, comportamento e bioquímica; em resumo, são um rico nicho 
científico ainda a ser explorado. Como se estuda bichos-pau, o que se pode descobrir, quais são os 
desafios e perspectivas para a ciência em relação a estes insetos? Neste curso introduzimos e 
apresentamos os bichos-pau, e focamos nos estudos que existem com estes animais, além de 
apresentar um panorama geral e específico para o país no estudo científico da ordem. 
A ordem Phasmatodea apresenta imenso potencial científico, havendo muito a se descobrir sobre sua 
morfologia, taxonomia, sistemática, evolução, ecologia, comportamento, e até estudos aplicados 
como a bioquímica das secreções repugnatórias. Os ministrantes são membros do grupo Projeto 
Phasma, que busca estabelecer uma linha de pesquisa com estes animais no Brasil. Assim, 
procuramos apresentar a experiência reunida pelo Projeto e seus membros, para disseminar o 
conhecimento a respeito destes insetos, mostrar metodologias e desafios que inclusive podem ser 
extrapoladas para outras áreas da Zoologia, e possivelmente inspirar futuros pesquisadores a 
trabalharem com a ordem ou a levarem em conta os bichos-pau em seus estudos. 
 
HERPETOFAUNA URBANA: AS CIDADES TAMBÉM PODEM SER DOS 
ANFÍBIOS E RÉPTEIS? 
Miguel Relvas Ugalde¹* 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 18 
¹Universidade Federal Fluminense 
*mrugalde@id.uff.br 
Nos últimos anos a população mundial superou a marca dos 50% de habitantes em zona urbana pela 
primeira vez na história da humanidade, e a tendência é que essa proporção aumente cada vez mais. 
As cidades têm expandido suas fronteiras edimensões, se tornando a causa de grandes impactos para 
as paisagens naturais e a biodiversidade. Entre os grupos da fauna atingidas por essa transformação 
os anfíbios e répteis compõem parcela de significativa importância em relação a conservação da 
biodiversidade e a interações humano-animal. Tais organismos podem ser de importância médica, 
farmacológica, além de serem fundamentais nas cadeias tróficas e nas demais interações ecológicas 
que participam, trazendo benefícios à sociedade e ao desenvolvimento regional em que se inserem. 
Na década da restauração, o movimento para que as paisagens voltem a cumprir papeis diversos, 
priorizando a retomada de serviços ecossistêmicos e a conectividade entre hábitats, é preciso um olhar 
acolhedor também para áreas urbanizadas como potencializadoras de processos ecológicos e da 
manutenção de populações animais e vegetais. Nesse sentido, a herpetofauna se torna objeto de estudo 
perfeito nessa conjuntura devido à sua dependência a água, por serem sensíveis a temperatura e 
apresentarem baixa vagilidade entre outras atributos que podem reduzir a capacidade adaptativa 
desses organismos em lugares como as cidades. 
O curso leva em consideração conceitos fundamentais de diversas disciplinas e principalmente a 
interseção entre elas. Utilizando desde a zoologia para descrever o objeto de estudo, passando pela 
ecologia de populações, ecologia de comunidades, ecologia da paisagem e biologia da conservação 
para caracterizar o problema tratado, além de comentar sobre urbanismo e governança para possíveis 
soluções socioambientais relacionadas às discussões desenvolvidas. 
O presente curso pretende caracterizar a relação da herpetofauna com ambientes alterados do tipo 
urbano e periurbano, apresentando um assunto com potencial de estudo e atuação na área da ecologia, 
biologia da conservação, paisagismo e urbanismo, utilizando estudos de casos e as questões 
socioambientais envolvidas. Dessa perspectiva, além de passar informações fundamentais sobre a 
herpetofauna que habita áreas urbanas, objetiva-se lançar um olhar diferenciado para as nossas 
cidades e para os anfíbios e répteis a nossa volta. 
 
ARANEAE: BIOLOGIA, SISTEMÁTICA E CUIDADO PARENTAL 
Carla Raissa Cardoso Figueredo¹, Laryssa Stefany de Azevedo Santos¹* e Yasmin Rita Alves 
Aguiar de Paula¹ 
¹Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão 
* laryssastefanysantos@gmail.com 
As aranhas pertencem ao filo Arthropoda e constituem a segunda ordem mais diversa da classe 
Arachnida: Araneae. Assim como os demais aracnídeos, esses artrópodes possuem oito pernas, 
entretanto, se diferenciam dos demais por possuírem fiandeiras na região posterior do abdômen, além 
de glândulas de veneno na região das quelíceras e os pedipalpos do macho serem modificados para 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 19 
cópula. Aranhas possuem uma ampla distribuição na Terra, possivelmente em função de sua grande 
capacidade de dispersão. Além disso, são os principais predadores de outros invertebrados, o que lhes 
confere uma grande importância biológica. 
Estes animais são vistos por grande parte da população como perigosos e asquerosos devido a sua 
aparência e, na maioria das vezes, negligenciam sua importância biológica. Para tanto, se faz 
necessária a desmistificação dessa visão tão popularizada acerca das aranhas. 
O objetivo deste minicurso é realizar a introdução teórica sobre o grupo Araneae, com o intuito de 
apresentar em suma a biologia, a sistemática e o cuidado parental em aranhas. Este será de caráter 
teórico, realizado em dois momentos: No primeiro momento, pela manhã, será introduzido os 
conceitos e características básicas do grupo Araneae, bem como sua diversidade e importância. No 
segundo momento, pela tarde, será abordado sobre o cuidado parental e decorrerá ao término da 
atividade. 
 
DIVERSIDADE E HISTÓRIA EVOLUTIVA DOS INSETOS 
Wellington Donizet Ferreira¹* 
¹Universidade Federal de Lavras 
* wellingtondonizet@gmail.com 
Os insetos apresentam uma história evolutiva que se estende por mais de 400 milhões de anos. 
Todavia, esta história só começou a ser elucidada com mais clareza nos últimos 20 anos com a 
proposição de hipóteses filogenéticas baseadas em dados filogenômicos e tempos estimados para as 
principais grandes transições evolutivas. Entre estas transições estão: (i) a terrestralização do grupo; 
(ii) a origem do voo; (iii) a co-diversificação com plantas com flores; (iv) a conquista de hábitats de 
água doce; e, (v) a origem da eussocialidade. 
 Nenhum outro grupo de animais apresenta uma riqueza de espécies descritas tão grande e domínio 
tão predominante em ecossistemas terrestres e de água doce quanto os insetos. As razões que explicam 
esse padrão de riqueza dependem de um entendimento não só das novidades evolutivas chave que 
surgiram no grupo como de acontecimentos históricos tão antigos quanto a própria origem e 
diversificação das principais linhagens de animais. 
No Brasil, cursos de Ciências Biológicas e mesmo programas de pós-graduação em Zoologia ou 
Entomologia carecem de disciplinas em que o estudo de grupos de animais seja dado em um contexto 
evolutivo e filogenético. Geralmente, os cursos focam em aspectos da classificação, morfologia, 
fisiologia e comportamento dos grupos, negligenciando a história evolutiva e as relações de 
parentesco entre os principais táxons. 
 Estudantes de Ciências Biológicas ou que estudam Zoologia/Entomologia saem destes cursos com 
uma visão fragmentada e com conceitos pouco conectados destes temas com outras disciplinas. Há 
pouco ou nenhum diálogo com campos como Paleontologia, Embriologia, Biologia Molecular e 
Botânica. 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 20 
O presente curso busca preencher essa lacuna, traduzindo, ou melhor interpretando, o que há de mais 
recente sobre a história evolutiva dos insetos de um modo contextualizado, dinâmico e interativo. A 
vantagem do curso, além do conteúdo atualizado, são oito horas de aprendizagem ativa que darão um 
impulso para os participantes descobrirem por si próprios mais sobre os insetos. 
O objetivo desse curso é apresentar a história evolutiva dos insetos, como parte da história evolutiva 
de todos animais, reforçando aspectos da diversificação do grupo no tempo e espaço, em uma 
abordagem filogenética. 
 
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA BÁSICA ATRAVÉS DA LINGUAGEM R 
Iuri Morais do Amaral¹ e Luiza Reis de Souza¹* 
¹Universidade Federal Fluminense 
*luiza.reisdesouza@gmail.com 
A estatística é a ciência que usa da probabilidade para explicar a frequência de ocorrência de eventos, 
sendo uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão diante da incerteza, permitindo que 
dados biológicos sejam sintetizados e interpretados pelo pesquisador. Ela é fundamental a várias áreas 
da biologia e da medicina, inclusive à ecologia, formando mesmo uma área específica: a 
bioestatística. A estatística hoje está dividida em três áreas: inferencial, robusta e computacional. Essa 
última surgiu na segunda metade do século XX e funciona como uma combinação das duas primeiras 
através do uso de computadores, e a invenção dos computadores pessoais permitiu que estatística se 
tornasse mais acessível e poderosa, fazendo com que difíceis cálculos possam ser feitos em segundos 
por qualquer pessoa usando, como por exemplo, a linguagem de programação R, uma linguagem 
orientada a objetos com programação dinâmica e voltada à manipulação, análise e visualização de 
dados, sendo de fácil uso e entendimento, além de ser gratuito. O R permite não apenas a realização 
de rotinas estatísticas como também a geração de gráficos, que são aceitos pela maioria dos periódicos 
científicos para publicação, e seu uso é disseminado nas ciências biológicas. 
O presente minicurso objetiva a capacitação em estatística e na linguagemde programação R, 
buscando a autonomia dos alunos em determinar quais testes utilizar e como aplicá-los em seus dados 
de pesquisa, e também entender o que está sendo feito em termos de estatística nas publicações de 
colegas. É inegável a importância atual da estatística, consistindo em uma ferramenta essencial na 
produção e disseminação do conhecimento, e o R é uma linguagem amplamente utilizada pela ciência, 
além de possuir fácil entendimento. O curso usará exemplos zoológicos e possuirá atividades com 
dados também de zoologia. 
 
CHONDRICHTHYES: ESTUDOS SOBRE DENTIÇÃO E SUAS FUNÇÕES 
Karina Costa Rego Silva¹* 
¹Universidade Federal de Rio Grande 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 21 
* karinaregosilvabio@gmail.com 
Os vertebrados foram nomeados no século XVIII por Linnaeus, que incluiu neste grupo todos os 
vertebrados com mandíbula sendo chamados mais tarde de Gnathostomata (mandibulados), tiveram 
uma irradiação em duas linhagens principais de evolução, os Chondrichthyes que compreendem os 
tubarões, raias e quimeras e os Teleostomi abrangendo os Osteichthyes e os tetrápodes. Os peixes 
cartilaginosos (Chondrichthyes) são divididos em Holocephalii que são representados pelas quimeras, 
e os Elasmobranchii reunindo os tubarões e raias. Os Chondrichthyes (peixes cartilagionoso) possuem 
um esqueleto composto de cartilagem, sendo essa característica uma das principais diferenças entre 
eles e os Osteichthyes (peixes ósseos). Os dentes em elasmobrânquios (tubarões e raias) são do tipo 
polifiodonte, ou seja, possuem mais de uma dentição ao longo da vida, se desenvolvem em fileiras e 
são substituídos em intervalos regulares ao longo de suas vidas, como na maioria dos 
elasmobrânquios, ou na forma de grandes placas pavimentadas como no caso das Myliobatiformes. 
A dentição dos elasmobrânquios varia de acordo com o tipo de alimentação e no caso das raias, 
dependendo da espécie, modifica na época reprodutiva. Já as quimeras (holocephalii) não apresentam 
os numerosos dentes afiados e substituíveis, apresentam apenas três pares de grandes placas 
permanentes de dentes mastigatórios. 
O tema foi escolhido por ser uma área da zoologia que desperta interesse, tanto para leigos quanto 
para pesquisadores. Possui grande importância pelo fato de serem animais que estão sendo abordados 
em assuntos como pesca, ataques a humanos e gastronomia. O assunto em foco apresenta vantagens 
que expõe as diferenças entre peixes cartilaginosos em relação aos peixes ósseos; identificar e 
diferenciar tubarões, raias e quimeras, morfologicamente. 
O objetivo do curso é apresentar características gerais de peixes cartilaginosos, os tipos de dentições 
que elasmobrânquios possuem e explicar algumas de suas funções. 
 
TÉCNICAS DE COLETA, FIXAÇÃO E ARMAZENAMENTO DE 
COLEÓPTEROS EM COLEÇÕES ZOOLÓGICAS 
Natanael Charles da Silva¹* e Edison Cardoso Pinheiro Júnior² 
¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
²Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará 
* natanaelcharles@gmail.com 
Os insetos constituem o grupo biológico mais diversificado e abundante da natureza, estimando-se 
que existam mais de 400.000 espécies descritas no Brasil e muitas outras ainda a serem descobertas. 
Dentro do grupo dos insetos, a ordem Coleóptera (besouros), destaca-se por sua diversidade e suas 
qualidades bioindicadoras, além de serem considerados “espécies-chaves”, pois a sua ausência e/ou 
perda de sua função ecológica poderia gerar um colapso no ecossistema. Desta forma, o uso de 
técnicas corretas e de acordo com as condições éticas estabelecidas para captura, fixação e 
armazenamento destes indivíduos em coleções zoológicas configura como uma forma de 
conservação, preservação e disseminação de conhecimento, visto que as coleções são depósitos de 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
 22 
amostras biológicas em meio líquido e/ou seco, através de técnicas específicas com o objetivo de 
preservar estes espécimes que serão utilizados para finalidades didáticas e/ou científicas. 
Através do minicurso, objetivamos compartilhar com os participantes técnicas de coleta mais 
indicadas para a captura de coleópteros, como armadilhas do tipo “Pitfall traps”, puçá entomológico 
e busca ativa. Demonstrando através de imagens e vídeos de coletas reais como são construídas e 
utilizadas cada uma delas. Além disso, iremos demonstrar formas de fixação dos espécimes pós 
coleta, seguindo as descrições de Triplehorn e Johnson (2011) para produção e uso de câmera 
mortífera, além de técnicas de alfinetagem e montagem de coleópteros para armazenamento em 
coleções zoológicas com finalidade didática e/ou científica, seguindo as recomendações de Rafael et 
al. (2012). 
 
DESCOBRINDO O MUNDO DAS VESPAS PARASITOIDES: DA ECOLOGIA À 
MORFOLOGIA 
Bárbara Ibelli Victorino¹*, Giulia Yurie Iza de Campos¹ e Thalita da Silva Lima¹ 
¹ Universidade Federal de São Carlos 
* thalitalima23@gmail.com 
Os insetos compõem um dos maiores e mais diversos grupos de animais do mundo. Presentes em 
praticamente todos os ambientes, apresentam grande adaptabilidade e importância ecológica e 
econômica. São os seres em maior abundância no planeta terra, com cerca de 750.000 espécies 
descritas, sendo três vezes maior que todos os outros grupos de animais juntos. 
Os himenópteros (do grego hymen = membrana e pteron = asa) recebem esse nome por apresentarem 
dois pares de asas membranosas. São popularmente conhecidos como abelhas, marimbondos, vespas 
e formigas. Estima-se que haja entre 110 mil e 130 mil espécies deste grupo no mundo e cerca de 10 
mil no Brasil, contudo, autores indicam que há uma riqueza maior, e este número pode chegar a 70 
mil. 
Vespas parasitoides são aquelas que passam uma parte significativa do seu ciclo, sobre ou no interior 
do corpo de um hospedeiro, numa relação que leva à morte deste, em consequência do parasitismo. 
Devido a esse fato, muitas espécies são utilizadas para fins agrícolas como agentes de controle 
populacional de “insetos pragas” ou ainda, como bioindicadores ambientais. 
O objetivo do minicurso “Descobrindo o Mundo das Vespas Parasitoides (...)” é divulgar informações 
científicas a respeito desse grupo tão rico, representante de uma grande parcela dos insetos, mas que 
ainda permanece pouco estudado. Queremos levar até os alunos, conhecimentos taxonômicos sobre 
vespas parasitoides e sua importância para biodiversidade do planeta; como elas podem servir de 
ferramenta no controle de pragas agrícolas, suas relações ecológicas, importância econômica, 
curiosidades do grupo e desmistificar qualquer informação folclórica ou equivocada sobre vespas, 
pois sabemos que muitas vezes esses insetos são negligenciados ou tidos como “vilões” pela 
sociedade. 
 
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TAXONOMIA E BIOLOGIA DE ANELÍDEOS MARINHOS 
Antônio João Malafaia Peixoto¹*, Natália Ranauro Amaral² e Vinícius da Rocha Miranda³ 
¹ Universidade Federal do Rio de Janeiro 
² Universidade de São Paulo 
³ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
* antjmp@gmail.com 
Os anelídeos marinhos são animais segmentados que habitam diferentes ambientes desde a zona 
entremarés até o mar profundo. Geralmente são encontrados no ambiente bentônico, associados à 
substratos consolidados e inconsolidados. Embora muitas espécies sejam componentes da epifauna e 
também da infauna, há representantes que vivem associados a outros organismos como comensais e 
até mesmo parasitas. 
No ambiente bentônico, é o grupo com a maior riqueza de espécies e abundância de espécimes, tanto 
como componentes da macrofauna como da meiofauna. Alguns grupos são planctônicos, sendo 
componentes importantes de comunidades pelágicas. 
Os anelídeos marinhos possuem uma grande diversidade de espécies, de morfologiae de modos de 
vida. Além disso, são encontrados com grande frequência e abundância, sendo com frequência o 
grupo dominante no ambiente. Por conta disso, são muito utilizados em estudos de ecologia, 
ecotoxicologia, biogeografia e como organismo modelo em estudos de desenvolvimento e bioensaios. 
Para a realização desses estudos, em uma etapa anterior, é necessária a correta identificação dos 
organismos, havendo dessa forma a necessidade de treinamento para compreensão da morfologia e 
identificação de táxons do grupo. 
Entretanto, de forma geral, a importância e taxonomia morfológica do grupo são subexploradas ao 
longo da formação básica dos alunos, usualmente restrita à uma apresentação geral do filo. Além 
disso, existem oportunidades de estudos no Brasil, uma vez que muitas famílias que possuem alta 
diversidade apresentam um número reduzido de taxonomistas, enquanto outras famílias 
simplesmente carecem de especialistas. 
Essa proposta de minicurso tem por objetivo expor e discutir as características do grupo: morfologia, 
formas de vida, adaptações morfológicas e fisiológicas e a biologia reprodutiva. O objetivo inclui 
ainda explicar as características morfológicas mais importantes na identificação das diversas famílias 
e gêneros de anelídeos marinhos. 
 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG) E 
ELABORAÇÃO DE MAPAS PARA PUBLICAÇÕES ZOOLÓGICAS 
Lucas Silva de Medeiros¹* 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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¹Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
*lucasmedeiros0@hotmail.com 
Mapas são importantes elementos visuais em trabalhos da zoologia e suas subáreas. Eles são 
fundamentais em descrições de novas espécies, novas ocorrências de um táxon em uma nova região, 
pesquisas sobre ecologia, biogeografia e conservação, em razão de transmitirem, graficamente, de 
maneiras simples e eficaz, a área de ocorrência de um táxon. Além disso, fornecem importantes 
informações adicionais de uma determinada região como: topografia, altitude, batimetria, aspectos 
geográficos e geológicos além das delimitações de biomas, bacias hidrográficas, unidades de 
conservação, além de outras características pré-determinadas pelo autor e/ou dependendo do objetivo 
e hipótese do trabalho em questão. 
O processo de criação de um mapa não é simples e, devido ao seu importante papel nas publicações 
biológicas é necessário ao pesquisador/aluno o domínio básico de conceitos SIG e um senso estético, 
muitas vezes em falta em diversos trabalhos. 
O minicurso será teórico-prático, tendo como objetivos: (1) capacitar os participantes a interpretarem 
as ferramentas de Sistema de Informação Geográfica (SIG) de software livre e gratuito QGIS Project 
e a versão gratuita do software Google Earth; (2) Tendo por base os conceitos aprendidos no primeiro 
objetivo, elaborar um mapa de distribuição geográfica a partir de dados próprios ou previamente 
disponilizados. 
 
ETNOZOOLOGIA NAS ESCOLAS: CONHECER PARA CONSERVAR 
Joyce Carina Barbosa Brito¹ e Rayane Karoline Silva dos Santos¹* 
¹Universidade Federal Rural de Pernambuco 
*rayane.k.s.santos96@gmail.com 
A Etnobiologia é um campo científico interdisciplinar que estuda as interações humanas com o meio 
ambiente, a partir dessas interações, povos e comunidades tradicionais em contato com diversos 
recursos, apresentam um complexo sistema de conhecimentos, crenças e práticas sobre a natureza 
que é denominado como conhecimento ecológico localCEL. Este conhecimento é dinâmico, abordá-
los em sala de aula e promover o seu diálogo com os conhecimentos científicos, permite uma 
educação diversa, multicultural, inclusiva e libertadora que trabalha a relação homem-animal-
ambiente. A partir dessa articulação o aluno é capaz de conhecer a fauna local e associá-la aos 
conhecimentos adquiridos no ambiente escolar, promovendo uma apropriação da importância e do 
valor da fauna local, influenciando na preservação do ambiente e de seus recursos. O aluno em 
formação, que domina ou tem conhecimento da relevância de se promover esse diálogo, pode usar o 
conhecimento local em auxílio da conservação ambiental, tanto em sala de aula como em suas 
pesquisas acadêmicas. 
Sabendo disso, essa atividade tem como objetivo apresentar a relevância do diálogo entre o 
conhecimento ecológico associado à fauna local com o conhecimento científico em sala de aula. 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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Esperamos que ao final desse minicurso, o aluno esteja apto, mesmo que de forma geral, sobre a 
importância da articulação entre a área de educação com as ciências etnobiológicas, para que tenha o 
intuito de se qualificar ainda mais neste quesito, e promova essa troca em sala de aula e em suas 
pesquisas. 
 
USO DE METODOLOGIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE 
ZOOLOGIA 
Grazielle Ribeiro de Queiroz¹, Kamila Santos Barros¹ e Maisa Teixeira Alves¹* 
¹Universidade do Estado da Bahia 
*maisateixeiraalves@gmail.com 
As metodologias de ensino alternativas são maneiras criadas pelos professores para explicar os 
conteúdos, buscando facilitar a aprendizagem, a partir da interação do aluno e da utilização de 
tecnologias. São consideradas relevantes para o ensino, pois contribuem motivando e envolvendo os 
discentes. No entanto, existem diversos fatores que impedem o uso dessas metodologias por parte dos 
professores, entre elas destacamos a falta de preparo, a ausência de suporte técnico e o alto custo dos 
materiais. Diante dessas dificuldades, a presente proposta visa demostrar e desenvolver atividades 
através de recursos digitais e tecnológicos gratuitos e de materiais didáticos aplicados ao ensino de 
zoologia. A proposta é voltada tanto ao ensino remoto quanto ao presencial. É válido ressaltar 
também, que a utilização de metodologias alternativas substitui o uso de exemplares biológicos, 
assim, evitando práticas de eutanásia e causar sofrimento ou dor aos animais, mas ao mesmo tempo 
manter a qualidade do ensino. 
O minicurso seguirá uma abordagem teórica seguida de prática, para apresentar ferramentas 
alternativas para o ensino de zoologia, como sites, aplicativos e programas. A prática tem como 
objetivo fazer com que os inscritos visitem e explorem os sites, e, assim, saibam como utilizar estes 
recursos em sala de aula. 
 
 
MORCEGOS DO BRASIL: BIOLOGIA, ECOLOGIA, DIVERSIDADE E 
CONSERVAÇÃO 
Maria Stela Marrelli Caldas Leite Lucas¹*, Priscila Stéfani Monteiro Alves² e Elizabete Captivo 
Lourenço² 
¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
²Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
*mariamsmcll@gmail.com 
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Os morcegos têm sido vítimas de mitos e preconceitos devido a seus hábitos noturnos e por conta de 
algumas espécies serem hematófagas. No entanto, são fundamentais para a manutenção do equilíbrio 
do meio ambiente: cerca de 70% das espécies de morcegos são insetívoras, atuando como 
controladores populacionais de insetos, incluindo pragas agrícolas e insetos vetores de infecções que 
causam doenças aos seres humanos. Aproximadamente 21% dos morcegos possuem o hábito 
frugívoro e 4% o hábito nectarívoro sendo essenciais na dinâmica vegetacional, pois atuam como 
dispersores de sementes e polinizadores, respectivamente. No Brasil, correspondem cerca de 25% das 
espécies de mamíferos, sendo componentes fundamentais na manutenção e regeneração de florestas 
tropicais além de biomas exclusivos do Brasil como a Caatinga. 
Mesmo muito antes do início da pandemia da COVID-19, os morcegos são associados às doenças e 
a seres malignos. No entanto, diversas espécies de morcegos coexistem com os seres humanos em 
paisagens urbanas e agrícolas, desenvolvendo serviços ecossistêmicos que são desconhecidos pela 
maior parte da sociedade civil e acadêmica. Inclusive, nós humanos, causamos diversas ameaçasa 
esses animais com o desmatamento, poluições, usinas eólicas etc. Esses animas atuam no 
reflorestamento, controle de populações e pragas e ainda na produção da tequila. Sendo assim, os 
morcegos são ótimos animais modelos para entender a relação entre meio ambiente e alterações 
antrópicas. 
O objetivo geral do curso é desmistificar os morcegos, apresentando aspectos da diversidade, biologia 
e ecologia dos morcegos, apontando os serviços ecossistêmicos prestados, além de abordar temas 
relacionados às questões de saúde pública, histórias de vida, evolução e conservação. Todo o curso 
visa a capacitação dos profissionais da área, assim abordaremos, também, métodos de captura e coleta 
e manejo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dia 1 (05/10) – História Natural 
13h-14h15: 
 
A REPATRIAÇÃO DE DADOS DE COLEÇÕES ZOOLÓGICAS 
Palestrante: Dr. José Albertino Rafael 
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 
A repatriação visa a obtenção de dados e imagens de espécimes da fauna brasileira e demais 
informações a eles associadas, depositados em museus estrangeiros para servir de documentação 
junto ao Sistema de Informações sobre a Biodiversidade Brasileira (SIBBr) e ao Catálogo 
Taxonômico da Fauna do Brasil (CTFB), dando visibilidade a fauna nativa sendo beneficiários todos 
os interessados em pesquisas sobre biodiversidade. 
A repatriação é muito importante porque nos séculos passados muitos naturalistas, visitantes ou 
residentes no Brasil, coletavam as amostras animais e as remetiam aos museus no exterior. Grande 
parte desses espécimes foi utilizada na descrição de novos táxons ou integra o conjunto de amostras 
que serviram de base para as descrições de mais de 50% das espécies brasileiras. Suas informações 
estão restritas às descrições antigas, a maioria incompletas, sem dados suficientes para o seu 
reconhecimento atual. 
A repatriação atende um compromisso do governo brasileiro assumido por ocasião da Convenção em 
Biodiversidade em 1992, na qual já havia no “Clearing House Mechanim - CHM”, a definição da 
importância da repatriação da informação da biodiversidade para os países de origem. 
 
14h45 - 16h: 
EXPLORAÇÃO, CIÊNCIA E CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS 
CORALINOS MESOFÓTICOS 
Palestrante: Dr. Luiz A. Rocha 
California Academy of Science 
 
 
 
 
 
16h30 - 17h45: 
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PTEROSSAUROS: OS ARCOSSAUROS VOADORES DO MESOZÓICO 
Palestrante: Dra. Fabiana Rodrigues Costa Nunes 
Universidade Federal do ABC 
Os pterossauros constituem um grupo de répteis arcossauros voadores que dominaram os ares durante 
o Mesozóico, tendo sido os primeiros vertebrados a desenvolver o voo ativo e desaparecendo há 65 
milhões de anos com grande parte dos dinossauros, na grande extinção do Cretáceo-Paleogeno 
(K/Pg). Nesta palestra vamos discutir sobre os aspectos gerais deste intrigante grupo de anatomia tão 
peculiar, avançando sobre os estudos mais modernos que nos desvendam um pouco mais sobre a 
ecologia destes répteis alados. 
 
Dia 2 (06/10) – Sistemática, Taxonomia e Filogenia 
 
13h - 14h15: 
POEIRA COM ASAS: OS DESAFIOS DA TAXONOMIA DE MOSQUITOS 
GALHADORES 
Palestrante: Dra. Barbara Proença 
Nessa palestra falarei sobre alguns desafios da taxonomia de mosquitos galhadores para o 
conhecimento da biodiversidade desse grupo no Brasil. 
 
14h45 - 16h: 
POR QUE CRACAS? 
Palestrante: Dr. Fábio B. Pitombo 
Universidade Federal Fluminense 
“Por que Cracas?” é uma pergunta que escuto com bastante frequência, e nem sempre é fácil 
respondê-la. O estudo das cracas é conhecido principalmente por conta de um de seus especialistas 
mais famosos, Charles Darwin, e até hoje ainda se discute os motivos pelos quais ele se dedicou a 
esse grupo. Embora não sejam um dos organismos mais carismáticos, as cracas despertam interesses 
diversos que vão desde a tentativa de encontrar a fórmula do seu cimento para uso medicinal à 
descoberta de como eliminá-las dos cascos de navios. Mas o que mais me interessa é a relação da 
biogeografia e sua história evolutiva. Para realizar tal abordagem percebi a necessidade de realizar 
estudos taxonômicos do grupo e, de certa forma, compreender os motivos que levaram Darwin a se 
dedicar ao estudo das cracas. Vou apresentar as ferramentas necessárias para realizar tal estudo, além 
de mostrar a diversidade de formas que o grupo apresenta e os desafios encontrados. 
 
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16h30 - 17h45: 
TEM MINHOCA NO MAR?! 
Palestrante: Cinthya S. G. Santos 
Universidade Federal Fluminense 
Os anelídeos poliquetas, ou minhocas-do-mar, compõe um grupo de organismos marinhos, em sua 
maioria, mas também inclui algumas espécies de água doce. Atualmente, há cerca de 12.000 espécies 
consideradas válidas e distribuídas em cerca de 95 famílias. Representam um dos 3 grupos de 
invertebrados bênticos mais importantes, em termos de riqueza e densidade, nos fundos marinhos, 
sejam fundos consolidados (costões rochosos, recifes) ou inconsolidados (praias, estuários, lagunas 
etc). Embora sejam essencialmente bênticos, há algumas famílias pelágicas. São encontrados desde 
os ambientes entremarés até altas profundidades, desde os trópicos até os mares polares. Em termos 
de tamanho existem desde espécies intersticiais, com alguns milímetros apenas, até algumas espécies 
que podem atingir alguns metros, no entanto, a maioria apresenta alguns centímetros. Apresentam 
ainda uma grande plasticidade biológica em termos de hábitos alimentares e reprodutivos, além de 
uma ampla variedade morfológica. Nos fundos marinhos tem papel importante na ciclagem de 
nutrientes e podem compor cerca de 80% da dieta de algumas espécies de interesse comercial. Em 
alguns países são explorados comercialmente como iscas e alimento para espécies na maricultura. 
Além disso, há espécies consideradas bioindicadoras de qualidade ambiental nos ambientes marinhos. 
Na costa brasileira, temos atualmente cerca de 1400 espécies registradas e grupos locais de pesquisa 
consolidados que tem contribuindo significativamente para aumentar o conhecimento sobre o grupo 
nas últimas duas décadas, que no entanto, ainda permanece pouco conhecido. 
 
Dia 3 (07/10) – Ecologia e Conservação 
 
13h - 14h15: 
A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES CIENTÍFICAS ZOOLÓGICAS NA 
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 
Palestrante: Dra. Michela Borges 
Universidade Estadual de Campinas 
A palestra abordará temas acerca da Biodiversidade e a importância dos museus e coleções científicas 
zoológicas na conservação desta. Histórico, importância e tipos de coleções zoológicas. Formas de 
curadoria. Panorama atual sobre as coleções zoológicas no Brasil. Diferentes tipos de acervos e 
registros. Política e manejo de coleções. Políticas públicas acerca da conservação ex situ da 
biodiversidade brasileira. Taxonomia e curadoria. Os Museus de Ciências, os de Zoologia em 
específico, desempenham um papel crucial no processo de conservação da Biodiversidade pois, além 
II Simpósio Fluminense de Zoologia | Liga Acadêmica de Diversidade Animal UFF 
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de manter acervos para estudos/pesquisas, atuam também na conscientização da sociedade, por meio 
de atividades educativas e de extensão. Ou seja, representam uma “ponte” entre a Ciência e a 
Sociedade. 
 
14h45 - 16h: 
HERPETOFAUNA DA MATA ATLÂNTICA FLUMINENSE: CONHECER 
PARA AMAR, CONSERVAR E ESPERANÇAR 
Palestrante: Dra. Mara C. Kiefer 
Universidade Federal Fluminense 
A Mata Atlântica é o bioma brasileiro com a menor porcentagem de remanescentes de áreas naturais. 
Inserido totalmente neste bioma, o estado do Rio de Janeiro possuiuma das maiores porções de 
remanescentes de Mata Atlântica do país. Sua elevada diversidade biológica e endemismo permitem 
considerá-lo como região estratégica para a conservação do bioma. A herpetofauna constitui um dos 
componentes mais representativos desta diversidade, refletindo o que acontece com o Brasil em nível 
mundial. Várias espécies de anfíbios e de répteis, inclusive, são muito sensíveis às alterações 
antrópicas e podem atuar como importantes indicadoras da qualidade do hábitat. Assim, conhecer a 
diversidade da herpetofauna e suas principais ameaças, atuais e futuras, são passos fundamentais para 
a proposição de estratégias de manejo e conservação. Conhecer para amar, conservar e esperançar. 
 
 
16h30 - 18h: 
Mesa redonda: PLANOS DE AÇÃO E PERSPECTIVAS DA CONSERVAÇÃO PARA 
OS PRÓXIMOS ANOS 
I. ONÇAFARI: Conservação integrada de onças-pintadas e lobo-guarás no Brasil. 
Palestrante: Edu Fragoso 
Onçafari 
O Onçafari foi fundado em 2011 e desde então atua com enfoque maior na conservação das onças-
pintadas e lobos-guarás. Essas espécies foram escolhidas pela função ecológica que exercem nos 
ecossistemas e também por atuarem como espécies-bandeira e guarda-chuva, que elevam os esforços 
conservacionistas para uma escala ainda mais ampla. O Onçafari está em constante adaptação para 
lidar com a complexidade de se proteger a vida selvagem, de modo promover uma coexistência mais 
equilibrada entre a conservação da biodiversidade e as necessidades humanas. Para isso, possui seis 
frentes integradas de atuação nas diferentes bases espalhadas pelo Pantanal, Cerrado, Amazônia e 
Mata Atlântica, que são Ecoturismo, Ciência, Social, Educação Ambiental, Reintrodução e Florestas. 
 
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II. Projeto PROFRANCA - A favor da conservação da baleia-franca-austral 
Palestrante: Dra. Karina Groch 
ProFRANCA / Instituto Australis 
A Baleia-Franca-Austral é a única espécie de baleia ainda ameaçada de extinção que se reproduz na 
costa brasileira. A principal área de concentração é o litoral sul do Brasil, principalmente o litoral 
centro-sul de Santa Catarina, em uma região protegida pela Área de Proteção Ambiental da Baleia 
Franca. O Projeto ProFRANCA – Projeto Franca Austral – tem como objetivo geral conservar a 
baleia-franca-austral tanto através da continuidade de pesquisas realizadas a longo prazo, como pela 
execução de metodologias inovadoras aplicadas para descobertas de novas informações biológicas 
sobre a espécie. A sensibilização e responsabilidade ambiental também estão presentes através de 
ações de mobilização social, educação ambiental, capacitações e atividades escolares, contribuindo 
para a formação de cidadãos ativos na valorização do meio ambiente e na construção de uma 
sociedade mais equilibrada e sustentável. O ProFRANCA é realizado pelo instituto Australis e conta 
com Patrocínio Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. 
 
III. Refaunação: restauração de faunas e de interações ecológicas como estratégias de conservação 
para o século XXI 
Palestrante: Dr. Fernando Fernandez 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
A refaunação, proposta por Oliveria-Santos e Fernandez em 2010, é a reconstrução de faunas 
utilizando sequências de reintroduções de espécies nativas que tenham sido extintas localmente. Tem 
sido considerada um tipo dentro da categoria maior e vaga de ações ativas de conservação conhecidas 
por "rewilding". O sonho possível da refaunação é exemplificado com o nosso trabalho da restauração 
da fauna do Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, e tem imenso potencial para a conservação 
nos trópicos no século 21. 
 
Dia 4 (08/10) – Zoologia e Sociedade 
 
13h - 14h15: 
SÍNDROME DO IMPOSTOR E MULHERES CIENTISTAS: O QUE ISSO 
TEM A VER? 
Palestrante: Dra. Laura C. Leal 
Universidade Federal de São Paulo 
Mulheres cientistas enfrentam uma série de barreiras específicas de gênero ao longo de suas carreiras. 
Essas barreiras terminam por fazer da academia um ambiente excludente para as mulheres, limitando 
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a nossa ascensão profissional. Recentemente, a síndrome do impostor tem sido apontada como uma 
dessas barreiras. Essa síndrome pode ser definida como uma experiência interna de falsidade 
intelectual e de não pertencimento que faz com que pessoas bem-sucedidas duvidem de suas 
conquistas e tenham um medo persistente de serem expostas como uma fraude. Estudos recentes 
indicam que mulheres cientistas são quatro vezes mais propensas à síndrome que seus colegas homens 
e cerca de 70% das mulheres que ocupam cargos hierarquicamente mais altos na academia alegam 
sofrer da síndrome. Esses dados nos fornecem um panorama de que a maioria das mulheres cientistas 
constroem suas carreiras duvidando constantemente de suas conquistas e sob um estado de medo 
constante de serem desmascaradas como impostoras em seu ambiente de trabalho. Nessa palestra, 
vamos conversar sobre o que é a síndrome do impostor, porque ela é tão frequente entre mulheres 
cientistas e como ela pode limitar a nossa permanência na academia. 
 
14h45 - 16h: 
DIVERSIDADE BIOLÓGICA, PENSAMENTO EM ÁRVORE E ENSINO DE 
ZOOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
Palestrante: Dr. Dalton de Souza Amorim 
Universidade de São Paulo 
Há ampla discussão sobre a questão da redução do ensino à memorização de informação, sem 
contextualização adequada e com discussão limitada de significado. Encontrar soluções para escapar 
desse paradigma, no entanto, é sempre um desafio. O ensino de Botânica e Zoologia no Ensino 
Fundamental e Médio com grande frequência reduz-se à memorização dos nomes latinos de grupos 
taxonômicos e de características correspondentes—com um entusiasmo limitado dos alunos pela 
matéria. Uma abordagem filogenética do ensino, escapando de aspectos puramente técnicos de 
cladismo, foi desenvolvida para o ensino de Zoologia no 7° Ano do Ensino Fundamental e no 2° Ano 
do Ensino Médio. Essa abordagem trabalha amplamente com o conhecimento prévio de Zoologia das 
alunas e alunos, e com sua capacidade de responder a perguntas sobre padrões de compartilhamento 
de características de modo a enxergar e reconstituir a ordem subjacente à diversidade biológica. Essa 
abordagem foi testada com o uso dessa estrutura de apresentação tanto com palestrantes com 
formação em sistemática filogenética, quanto com professores regulares de Ciências e Biologia. 
 
16h30 - 18h: 
Mesa redonda: ETNOZOOLOGIA E CIÊNCIA CIDADÃ: PAPÉIS, FUNÇÕES E 
RELAÇÕES COM A SOCIEDADE 
 
Palestra 1: 
I. Etnozoologia de animais marinhos 
Palestrante: Dra. Camilah Antunes Zappes 
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Universidade Federal Fluminense 
Conhecimento tradicional de pescadores sobre os animais marinhos é diferente do conhecimento 
científico? A compreensão dos significados do conhecimento tradicional em relação à mamíferos 
marinhos, tartarugas marinhas e crustáceos pode contribuir em ações voltadas à conservação 
ambiental. Neste sentido, é importante identificar as semelhanças e discrepâncias entre os saberes e 
promover diálogos entre o saber-fazer tradicional e o saber científico na busca de qualidade ambiental 
e qualidade de vida para comunidades pesqueiras. 
 
II. Etnozoologia e patrimônio biocultural 
Palestrante: Dr. Eraldo Medeiros Costa-Neto 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
O mundo faunístico é percebido de diferentes maneiras pelas sociedades humanas. O valor 
sociocultural e econômico da fauna está intimamente ligado ao uso que lhe é atribuído: uso direto 
para consumo, uso direto não extrativo ou valor de uso intangível. Qualquer que seja o tipo de 
classificação, as pessoas valorizam e, consequentemente, utilizam a fauna com o objetivo de evitar – 
ou indiretamenteprevenir – o seu desaparecimento. Os vínculos com a fauna fazem parte do 
patrimônio zoocultural de diferentes sociedades humanas, de modo que, ao reconhecer, declarar e 
recriar uma expressão sociocultural associada às espécies zoológicas, estar-se-ia protegendo não só 
as populações humanas, mas também os animais. A questão das atitudes em relação à fauna, entendida 
como tipos de comportamento dos humanos em relação aos animais, é de grande interesse não só do 
ponto de vista psicológico, mas também etnozoológico, pois de alguma forma, ao compreender este 
tipo de relações bioculturais, está-se refletindo sobre o lugar que determinada espécie ocupa dentro 
de uma sociedade, deliberando-se sobre seu valor semântico e gerando estratégias para seu controle, 
manejo e proteção. 
 
Palestra 3: Etnozoologia e ciência-cidadã como abordagens para a conservação do ambiente 
marinho 
Palestrante: Dr. Alexandre Schiavetti 
Universidade Estadual de Santa Cruz 
Apresentar alguns estudos que envolvem comunidades tradicionais e/ou grupos de usuários 
envolvidos na conservação de espécies marinhas. Como exemplo usaremos espécies invasoras, 
espécies utilizadas comercialmente e uma espécie redescoberta. 
 
 
 
 
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LINHA TEMÁTICA:EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ENSINO E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA 
5 DE OUTUBRO | 18:00 - 19:00 HORAS 
O JOGO “DORMINHOCO DOS ANELÍDEOS” COMO FERRAMENTA 
PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DO FILO ANNELIDA 
Gabriel Agostini Tonelli¹* & Marina Silveira Bonacazata Santos¹ 
¹Universidade Estadual de Maringá 
*tonelli1997@hotmail.com 
O jogo “Dorminhoco dos Anelídeos” foi desenvolvido na disciplina de Zoologia de Invertebrados I 
para o Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Maringá/PR. Sabe-se, que o jogo, 
quando aplicado com um propósito e uma função pedagógica, auxilia os alunos a aprenderem de 
maneira mais lúdica e menos decorativa. A disciplina de Zoologia traz uma carga considerável de 
nomes científicos de difícil memorização. O presente trabalho, objetivou o desenvolvimento de um 
jogo para facilitar o aprendizado do filo Annelida (características gerais, integrantes e aspectos 
ecológicos), através da releitura do jogo “dorminhoco”. Optamos por utilizar a metodologia 
qualitativa de caráter exploratório, visto que nosso enfoque foi o Filo Annelida. Foram criadas 26 
cartas, uma delas o coringa. Criamos cinco categorias para o jogo “Dorminhoco dos Anelídeos”, com 
um total de cinco cartas para cada categoria. As categorias abordadas foram: Poliquetos - Padrão, 
Oligoquetos – Padrão, Hirudíneos – Padrão, Perfil Geral dos Anelídeos e Aspectos Ecológicos do 
Filo Annelida. Cada carta do jogo apresenta, além da descrição escrita da categoria, uma imagem 
colorida ilustrativa, facilitando a visualização. As cartas foram montadas no computador e as figuras 
foram retiradas da internet. Depois de impressas, as cartas foram coladas em papel cartão e 
plastificadas para aumentar a durabilidade. Além das 26 cartas, o jogo conta com um manual para a 
descrição das regras e uma caixa de madeira personalizada para acomodar as cartas e o manual. O 
jogo não foi aplicado para alunos em sala de aula, porém, obtivemos êxito no desenvolvimento do 
jogo, que foi de baixo custo e de fácil execução. Por trazer de uma maneira mais objetiva as 
características dos anelídeos, o jogo desperta a curiosidade e estimula o aprendizado. Também 
estimula a coletividade, pois é necessário um grupo de cinco alunos para jogar o jogo, já que o mesmo 
apresenta cinco categorias, onde cada jogador escolhe previamente uma categoria. Em seguida, as 
cartas são colocadas em um monte, embaralhadas e distribuídas. Cada jogador recebe cinco cartas e 
tem o objetivo de agrupar todas as cartas da categoria que escolheu. Quem for o ultimo a terminar é 
o chamado “Dorminhoco”. É importante que no momento do jogo, o professor esteja junto com os 
alunos para ir relembrando o conteúdo teórico à medida que as cartas vão sendo reveladas. Nesse 
momento, a troca de informações referentes ao conteúdo entre os alunos também é fundamental, 
estimulando o diálogo, muito importante no processo de ensino-aprendizagem. 
Palavras-Chave: divulgação científica; ciências; zoologia; lúdico; coletividade. 
Apoio/Financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. 
 
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PROJETO BIODIVERSIDADE DE CACHOEIRAS DE MACACU: O USO DO 
INATURALIST PARA RECONHECIMENTO DA FAUNA PELA 
COMUNIDADE. 
Patrick de Oliveira¹* 
¹Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro 
*prof.patrickoliveira@ufrj.br 
O uso da tecnologia tem se popularizado na sociedade. No campo da investigação científica, novas 
potencialidades residem na inserção de novas abordagens tecnológicas. O conhecimento acadêmico 
é de suma importância para a conservação da biodiversidade. Possibilitar o contato do público não 
especializado com o produto dos estudos acadêmicos, bem como as informações acerca dos seres 
vivos, pode favorecer as ações conservacionistas. Em linhas gerais, grupos animais despertam maior 
interesse nas pessoas. Nesse sentido, a plataforma iNaturalist, uma comunidade virtual de 
observadores da vida selvagem criada pela California Academy of Sciences em conjunto com a 
National Geographic, apresenta-se como uma ferramenta de grande utilidade. Como funciona tanto 
no navegador como em formato de aplicativo, o iNaturalist é de uso simples com possibilidade 
inclusão de fotografias, vídeos, áudios, bem como subir imagens da galeria do usuário contendo a 
data e localização georreferenciada do registro. Uma vez que os dados sejam disponibilizados na 
plataforma, o registro do organismo pode ser identificado por outros usuários e especialistas. O 
presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados do projeto Biodiversidade de 
Cachoeiras de Macacu disponível no iNaturalist, iniciado em janeiro de 2019. O projeto engloba 
observações que tenham ocorrido no território do município de Cachoeiras de Macacu no Rio de 
Janeiro, envolvendo todos os táxons de protozoários, fungos, plantas e animais. Até o dia 28 de maio 
de 2021, haviam sido registradas 12.359 observações realizadas por 154 observadores englobando 
2.350 espécies. Para o presente trabalho caberá a análise somente dos organismos pertencentes ao 
Reino Metazoa. Do total de espécies registradas, 1.995 são animais. O número de espécies por Classe 
registrados foram Insetos (1.492 spp), Aves (301 spp), Aracnídeos (82 spp), Anfíbios (40 spp), 
Mamíferos (32 spp), Répteis (28 spp), Diplópodes (4 spp), Planárias (4 spp) e Crustáceos (2 spp). As 
espécies com maior quantidade de registros foram: Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda) 
com 42 observações, Lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta) com 41 observações, Perereca-
dormideira (Boana semilineata) com 39 observações e Tangará (Chiroxiphia caudata) com 38 
observações. Frente aos resultados apresentados, o uso do iNaturalist possui potencial de uso em 
ações de Educação Ambiental, sensibilização para a conservação e promoção da uma abordagem da 
Ciência Cidadã. Nesse sentido, é possível explorar a relação entre a tecnologia junto do interesse 
pelos animais e levantar dados acerca da ocorrência desses organismos em diversas localidades. 
 
Palavras-chave: metazoários; divulgação científica; aplicativos; Mata Atlântica; tecnologia. 
 
 
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O MUNDO É UMA SALA DE AULA: O ENSINO SOBRE O COSTÃO 
ROCHOSO 
Matheus Vianna¹*, Daniel F. N. Silva¹, Luiza R. de Souza¹, Emilia A. C. Licha¹, Gizyelle C. 
Miguel¹, VictoriaR. P. Caldas¹, Pedro A. S. Estrella Junior¹ & Elysiane B. Marinho² 
¹Universidade Federal Fluminense, ²Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense 
*mathvs18@gmail.com 
A atual verticalização do ensino e massificação de conteúdos nas escolas não favorece o aprendizado 
efetivo da maioria dos alunos. Uma forma de reduzir esse problema são as aulas de campo, que na 
Biologia são um importante método de ensino que permite aos discentes contato direto com o objeto 
de aprendizagem principalmente para temáticas ambientais. O local também oferece novas formas de 
observar o mundo e diversificar as vivências perceptivas deles, aprimorando a compreensão do saber 
científico concomitantemente ao desenvolvimento do pensamento crítico aliado à curiosidade e a 
afetividade orientada pelo docente. A ida aos ambientes costeiros apoia a necessidade de refletir sobre 
a fragilidade em que esses espaços e sua biodiversidade se encontram, levando em consideração a 
fase atual de degradação e impactos antrópicos. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma 
aula de campo com 35 alunos de uma turma da 1ª série do Ensino Médio de um colégio público de 
Itaboraí/RJ sobre os ecossistemas costeiros da Mata Atlântica, com enfoque no costão rochoso. Para 
tal, foi realizada uma visita guiada em 2019 ao Costão de Itaipu, Niterói-RJ, onde foram trabalhados 
e apresentados temas sobre morfologia e fisiologia dos principais organismos encontrados no local, 
suas relações interespecíficas, a dinâmica dos fatores físicos que contribuem para a estrutura desse 
habitat e os impactos antrópicos observados. Para cada estudante foi entregue um questionário com 
6 perguntas sobre esse ecossistema que tiveram que responder. Obteve-se uma porcentagem de 84,9% 
de respostas às questões, das quais 87,85% estavam corretas. As questões de anatomia de um ouriço-
do-mar esquematizado e sobre a salinidade da água do mar foram as únicas respondidas por todos os 
alunos e corretamente. Enquanto que a questão com 2 perguntas sobre quais os demais organismos 
observados e qual a relação ecológica entre eles apresentou a menor taxa de resposta (66,7%), além 
de que esta segunda não foi respondida corretamente por nenhum dos alunos. Esses números mostram 
que questões mais práticas e que despertam mais o interesse apresentam maior envolvimento e 
compreensão das informações transmitidas. Ao mesmo tempo em que a atenção dos alunos foi um 
pouco mais dispersa durante explicações de processos mais complexos, o que necessita de uma outra 
abordagem pelos docentes. Assim, pôde-se observar benefícios e dificuldades de uma aula em 
ambiente não formal de ensino, mas que apresenta um grande êxito no processo de ensino e 
aprendizagem. 
 
Palavras-chave: educação ambiental; invertebrados; preservação; espaços não formais. 
 
 
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BIOFILIA E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE: O QUE TEM SIDO 
DEBATIDO NAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS NACIONAIS NA ÚLTIMA 
DÉCADA 
Lázaro Araújo Santos¹* & Thais Marques da Silva¹ 
¹Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 
*lazaro15_@hotmail.com 
Há muito se tem apontado sobre a ascendente perda da biodiversidade como consequência das ações 
humanas. Quando observados os serviços prestados pela diversidade biológica, tal como: regulação 
climática, produtividade primária e auxílio à ciclagem dos elementos, essa perda torna-se ainda mais 
preocupante. Dada a urgente necessidade de ações conservacionistas, algumas medidas que visam a 
mitigação dessa destruição vêm sendo propostas. No entanto, algumas dessas ações encontram 
resistência por parte da população, sendo uma parcela dessa resistência devido ao aumento no 
distanciamento das pessoas em relação à natureza. Dentro dessa perspectiva, surge o conceito de 
Biofilia, popularizado por Edward Wilson, no qual se refere a demanda genético-evolutiva de 
estímulos advindos da natureza para a manutenção da saúde física e emocional do ser humano. 
Partindo dessa demanda intrínseca presente na humanidade, o presente trabalho tem como objetivo 
analisar como as produções acadêmicas da última década relacionadas à conservação da 
biodiversidade vêm se apropriando do conceito de biofilia. Para tanto, realizamos buscas 
bibliográficas nas principais plataformas acadêmicas do Brasil: portal de periódico da CAPES; 
SCIELO; Google Acadêmico, utilizando como palavras-chaves: aplicação, biofilia e conservação. 
Nos detivemos somente em artigos publicados entre 2010-2020, sendo investigados apenas trabalhos 
que contivessem a relação entre conservação e biofilia, redigido em português e gratuitamente 
disponíveis. Após as buscas foram realizadas a leitura dos trabalhos e a análise textual discursiva. 
Tendo sido efetuada a metodologia, encontramos 163 trabalhos sendo que 113 se adequavam aos 
filtros aqui propostos. A partir da análise dos trabalhos propusemos a criação de três categorias: Na 
primeira categoria estavam as produções que visavam a implementação de elementos naturais nos 
centros urbanos, a fim de tornar a natureza mais próxima das pessoas, suscitando a importância da 
biodiversidade para o bem-estar humano. Englobamos nessa categoria 47 trabalhos. Na segunda 
categoria classificamos 39 trabalhos, nessa classe estavam as produções que propuseram o 
planejamento de cidades, ruas ou edifícios sob a perspectiva biofílica, possibilitando dessa forma um 
crescimento urbano dentro dos ditames conservacionistas. Por fim, na terceira categoria englobamos 
os trabalhos que levantaram a necessidade de ações com preceitos biofílicos desde a educação básica, 
tendo por finalidade a formação de indivíduos ecologicamente conscientes, nessa categoria 
classificamos 27 trabalhos. Assim, inferimos que mais trabalhos relacionando a biofilia e conservação 
da biodiversidade devam ser realizados, uma vez que essa intersecção possibilita que haja a 
emergência de possibilidades para o desenvolvimento de ações conservacionistas mais eficazes. 
 
Palavras-chave: biodiversidade; preservação; psicologia ambiental. 
 
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PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE CARTILHA SOCIOAMBIENTAL: FAUNA 
SINANTRÓPICA PRESENTE NO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA - RJ 
Thulio Lopes da Silva¹*, Isabella da Silva das Neves¹ & Karine Bueno Vargas¹ 
¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 
*souothulio@hotmail.com 
A Educação Ambiental é uma área interdisciplinar de extrema relevância nos dias atuais. Por sua 
multidisciplinaridade, é aplicada nas mais diversas áreas de conhecimento, sendo uma delas a 
Zoologia. No entanto, é notória a necessidade de maior aplicação e discussão desse componente na 
educação, destacando-se a relação humana com outros animais, visto o gradativo aumento da lista de 
espécies em risco de extinção e perda de habitats, causadas, sobretudo, pela expansão das áreas 
urbanas de forma desequilibrada, bem como pelos mais diversos tipos de poluição ambiental. A 
presente pesquisa teve como objetivo averiguar a necessidade da criação de cartilhas socioambientais 
para a população do município de Seropédica - RJ, que representam ferramentas didáticas úteis para 
difusão de conhecimento sobre a fauna sinantrópica e conscientização sobre os efeitos que as ações 
humanas causam sobre esses animais, bem como para o próprio homem, como as zoonoses. Para isso, 
foram feitas leituras de artigos científicos e materiais didáticos de educação ambiental sobre fauna 
sinantrópica, a fim de identificar os animais mais comuns e seus locais de ocorrência nas zonas 
urbanas, para compreender melhor seus hábitos e habitats, bem como outras características de 
interesse. Aplicou-se um questionário socioambiental online com o intuito de conhecer a relação entre 
a população do município de Seropédica com os animais selecionados para esta pesquisa: roedores 
urbanos (rato,camundongo e ratazana), gambá, sagui, morcego e pombo. A escolha destes animais 
deu-se por, além de serem comuns nas zonas urbanas, estarem presentes na Floresta Nacional Mário 
Xavier – Seropédica-RJ, importante área verde do município. Foram coletadas 111 entrevistas, onde 
observa-se a ausência de conhecimento da população sobre a função ecológica desses animais e sua 
importância, como também a forma adequada de manejo, já que a ocorrência destes animais nas áreas 
urbanas apresenta um certo descontentamento por parte da população. Foi notório também que a 
forma como os entrevistados percebem a aparência dos animais se relaciona com a sensação de 
“medo” e “nojo”, segundo os dados coletados no formulário. Com isso, percebe-se que há necessidade 
de aplicação de modelos educativos ambientais que tragam essa discussão para as cidades, tornando-
se de grande importância a proposta de criação de cartilhas socioambientais que discutam as relações 
sociedade e natureza. 
 
Palavras-chave: educação ambiental; zoologia; sinantropia; recurso didático; divulgação científica. 
 
 
 
 
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JOGO DIDÁTICO SOBRE SIMETRIA, FOLHETOS EMBRIONÁRIOS E 
DIVERSIDADE ANIMAL PARA AUXILIAR O PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM DE ALUNOS DO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO 
Leonardo Assumpção¹* & Joana Zanol² 
¹Universidade Federal do Rio de Janeiro, ²Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro 
*leonardo_assumpcao@hotmail.com 
Atualmente, a forma com que o conhecimento é apresentado na escola, com a utilização de textos e 
memorização de termos e conceitos, não desperta o protagonismo e a curiosidade dos alunos. 
Conceitos como as características morfológicas chave dos metazoários, folhetos embrionários e 
simetria, são abordados de forma mecânica e descontextualizada e não despertam o interesse, nem 
práticas investigativas importantes para a aprendizagem discente. Dessa forma, a busca por diferentes 
estratégias, abordagens, materiais e ferramentas que tornem o ensino da biologia menos teórico e 
mais investigativo e que desperte o pensamento crítico são fundamentais. Nesse contexto, os jogos 
pedagógicos são uma alternativa viável para despertar o interesse do aluno. Outro ponto importante 
é que os jogos podem ter um papel importante na formação do indivíduo, atuando desde o processo 
criativo até o desenvolvimento cognitivo do aluno. Este trabalho tem como objetivo produzir um jogo 
de tabuleiro cooperativo no formato print and play abordando a relação do surgimento da simetria 
bilateral e mesoderma com a evolução diversidade animal. O jogo contém 7 cartas problemas, que 
conduzirão as investigações e para as quais os alunos gerarem hipóteses, e uma pergunta geral em 
que todos os jogadores devem se unir para responder. Também, fazem parte da composição física do 
jogo 20 cartas dicas sobre evolução animal, simetria e folhetos embrionários e 20 cartas com 
características de animais marinhos, que auxiliarão na resolução das cartas problemas e 4 peões. A 
partida acontecerá em 10 rodadas, todos partem da casa início, no sentido horário, sendo o jogador 
inicial aquele que mais recentemente foi a praia. Para responder as perguntas, jogador recolherá 
informações e dicas comprando as cartas dica e animal ao chegar nas casas distribuídas no tabuleiro. 
Os jogadores podem realizar 3 ações em seu turno durante a rodada. São elas movimentar seu próprio 
peão para uma casa próxima, movimentar o peão de um companheiro ou virar uma carta. As equipes 
vencerão o jogo caso consigam solucionar as cartas problema e responder a pergunta geral. O objetivo 
do jogo é que os alunos compreendam que o surgimento da simetria bilateral e do mesoderma deu 
origem aos bilatérios, grupo que compreende a maior diversidade de formas corporais dos animais. 
Tal jogo pode ser utilizado por professores no ensino médio como gerador de discussões e facilitador 
do processo ensino-aprendizagem, auxiliando o desenvolvimento do conteúdo de forma lúdica, que 
estimule a pesquisa e a investigação nos alunos. 
 
Palavras-chave: jogos de tabuleiro; educação; características morfológicas; metodologias investigativas. 
 
 
 
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ELABORAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE 
ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS 
Luan Ednelson Soares Garcia¹*, Fernanda Antunes Alves-Costa¹ & Thiago Maia Davanso¹. 
¹Universidade Paulista 
*luan_garcia_@hotmail.com.br 
Inúmeras propostas de utilização de materiais didáticos, que vão além do método tradicional, 
evidenciaram bons resultados de aprendizagem para conteúdos de ciências e biologia, tanto no Ensino 
Fundamental quanto no Médio, respectivamente. O uso de recursos didáticos, que facilite a 
compreensão dos alunos e conduza a aula de maneira mais dinâmica e menos rotineira, propõe 
contribuir ainda mais para o processo ensino/aprendizagem. Em ciências e biologia, os modelos 
didáticos táteis podem ser utilizados como instrumentos auxiliadores da aprendizagem, facilitando o 
cotidiano dos professores e facilitando o desenvolvimento dos alunos. Neste sentido, o atual estudo 
tem como objetivo realizar a confecção de materiais didáticos relacionados aos conteúdos de Zoologia 
de Invertebrados, para seu uso como instrumento de metodologia de ensino e para auxiliar no 
aprendizado dos alunos, nas disciplinas de Ciências e Biologia dos Ensinos Fundamental e Médio, 
respectivamente. Nesse estudo foi realizado um levantamento bibliográfico, que a partir desse modo, 
foram confeccionados diversos modelos de diferentes filos contendo as principais características 
anatômicas e fisiológicas, utilizando-se massas de biscuit, que após a confecção dos modelos de 
Invertebrados, foram realizadas sessões fotográficas dos mesmos, com a finalidade de criar 
ilustrações para a divulgação desses modelos. Tais imagens tiveram o enfoque de evidenciar as 
diversas estruturas anatômicas e morfológicas dos diferentes filos de Invertebrados e também poderão 
ser utilizadas como material de aulas sobre Zoologia de Invertebrados. Que através do levantamento 
bibliográfico, foram confeccionados 35 diferentes modelos didáticos de invertebrados, os quais foram 
fotografados e as imagens foram divulgadas em sítios virtuais (Facebook e Instagram) com o título: 
Modelos Didáticos de Invertebrados, disponível no link da Página do Facebook: 
(https://www.facebook.com/Modelos-Didáticos-de-Invertebrados-111684710705710/) e também 
através da Página do Instagram (www.instagram.com/modelos_invertebrados/). Que através dos 
comentários, compartilhamentos e likes das imagens e por meio dos resultados obtidos foram 
possíveis concluir que existe uma grande diversidade de espécies animais que podem ser usados para 
o desenvolvimento de materiais didáticos; a confecção dos materiais didáticos estimula a curiosidade 
de pessoas que tem interesse maior ou necessidade especial de manusear, sentir, pegarem, olhar as 
peças de perto e a publicação das imagens em redes sociais mostra-se como ferramenta importante 
na divulgação das atividades do Curso de Ciências Biológicas no campus Bauru, e também poderá 
ser usado como material didático na aprendizagem na disciplina de Zoologia de Invertebrados e na 
inspiração para o desenvolvimento de outros modelos didáticos, referentes a essa e a outras disciplinas 
do curso de Ciências Biológicas. 
 
Palavras-chave: biologia; fotografia; ensino. 
 
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A VERDADE ESTÁ LÁ FORA: O CASO DO EPISÓDIO DE ARQUIVO X 
QUE TRANSFORMOU UM INSETO EM VÍRUS 
Elidiomar Ribeiro Da-Silva¹* 
¹Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 
*elidiomar@gmail.com 
The X-Files (no Brasil, Arquivo X) é uma série televisiva de ficção científica originalmente 
transmitida pelo canal Fox, de 1993 a 2002, com

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